POV. MARCOS

Idiota. Isso que eu sou sabia que essa ideia de tentar afastar esses sentimentos aconteceria isso. Eu ate estava conseguindo esconder os sentimentos e só manter o foco na amizade, mas assim que fui atender a emergência e vi que era o ex-namorado e a ex-amiga dela entrei em um conflito constante, não sabia se contava que eles tinham dado entrada no hospital ou simplesmente esconderia, optei pela escolha errada como sempre. Assim que ela descobriu obvio que veio tirar satistafação comigo. Eu por não conseguir manter a boca fechada acabei falando coisas que me arrependo amargamente, mas lógico que o ciúmes sempre falava mais alto. Assim que ela me deu o tapa sabia que nossa amizade jamais seria mesma e as palavras que ela me falou ficaram ali gravadas para me torturarem pelo que eu fiz.

Assim que ela saiu correndo eu tive vontade de correr atrás dela me levantei mas alguem puxou meu braço.

–Deixa que eu falo com ela-disse Deby saindo indo em direção de onde a Carol saiu.

Sentei na cadeira e fiquei pensando na burrada que eu fiz.

–Ficar se torturando assim não vai adiantar nada-disse Mark sentando na minha frente.

–Eu sei que não, mas é o único modo de me castigar-digo olhando pra ele- alem do mais do que me adianta se já perdi a amizade dela mesmo-rio sem graça.

–Isso não é verdade-diz ele.

–Você ouviu a conversa?-pergunto o encararando.

–Digamos que sim, já que ambos estavam falando alto-diz ele com ironia.

–Entao sabe que ela nunca ira me perdoar-digo tristemente.

–Claro que vai, ela só esta com a cabeça quente por você ter omitido o acidente-diz ele.

–Eu sei, mas as coisas horríveis que acabei falando pra ela-digo.

–Você também estava de cabeça quente tanto por ela ter te pressionado como por ter passado a noite inteira de plantão, falando nisso porque você não vai dormir um pouco-diz ele se levantando-eu checo os seus pacientes.

–Valeu cara, acho que um sono cairia muito bem agora-digo agradecido.

Vou entrando na sala de descanso mas nem me importo vou tirando minha camisa e colocando a mesma no meu olho, sempre fiz isso e nunca ninguém reclamou. Vejo que a porta foi aberta mas estou tão cansado que nem me importo. Ate que sinto alguém arranhar o meu peito, assustado tiro a camisa dos meus olhos e vejo a Vanessa ali sorrindo sedutoramente.

–Desculpe não queria acorda-lo- diz ela inocentemente.

–Ah sim, agora que me acordou o que pretende fazer?-digo entrando no jogo dela.

–Continuar aquela nossa conversa antes da sua amiguinha nos interromper-diz ela subindo na cama

–Vamos continuar sim a nossa conversa, mas que não iramos falar sobre ela-digo e ela sorri.

–E quem disse que iremos falar-diz ela logo me puxando para o beijo.

Estávamos ali os dois no calor do momento ela já sem a camisa so tava o sutiã nos atrapalhando quando eu ia pensar em tirar a porta abre com tudo.

–Mas que porra é essa?-digo nos cobrindo-Carol?-pergunto chocado ela seria a ultima pessoa que eu queria que me visse naquele estado-Eu posso explicar-digo a coisa mais idiota da face da terra.

–Não precisa, so vim aqui lhe dizer que o plano teria que entrar em ação, mas pelo visto você esta muito ocupado- diz ela irônica e logo saindo da sala.

Vanessa bufa mas eu a ignoro, abro a porta e vejo ela e o tal do Adam deitados próximos no chão.

–Bom pelo visto não sou o único ocupado agora-digo entre os dentes segurando meu ciúmes pra não demonstrar

–Interrompi alguma coisa?-pergunta Adam olhando pra Carol e depois pra mim que ainda estava segurando a camisa nas maos.

–Não você não interrompeu-diz Carol me encarando- á propósito o que você vai fazer agora a noite?-disse ela perguntando pro Adam e ignorando a minha total existência.

–Nada-diz ele sorrindo pra ela.

–Otimo, vamos tenho uma coisa pra fazer e você vai me ajudar-diz ela o puxando pelo braço e me deixando pra trás.

–E de novo fomos interrompidos-diz Vanessa com a voz enjoada.- Mas acho que se trancarmos a porta quem sabe-diz ela acaraciando meu braço.

–Não, pra mim já deu-digo bravo, segurando seus braços.

–Tudo bem não ta mais aqui quem falou-diz ela entrando na sala, eu nem me incomodo com o que ela ta resmungando simplesmente saio.

Sabia somente de um lugar onde poderia ter minha paz de espírito e que ainda poderia refrescar minha cabeça. Lembro que uma vez a Annie falou desse lugar como ela disse uma vez era o cantinho dos pensamentos. Sentei no sofá velho que tinha no terraço do hospital e fiquei olhando as luzes de Los Angeles. Fiquei pensando em uma forma de pedir desculpas pra Carol, mas minha cabeça não funcionava, não conseguia pensar nem imaginar como poderia estar fazendo isso. Pensei em uma única pessoa que poderia me ajudar. Não o via a tempos, acho que ta na hora de rever meu irmão. Penso em ligar pra ele, mas provavelmente ele deve estar com a Marih já que ela ainda não se recuperou da perna quebrada, assim ela poderia ajudar também. Saio do hospital, já que meu turno tinha acabado. Assim que chego em frente a casa deles, fico parado encarando a porta. Pensando se bato ou não bato na porta. Conto ate 10 e dou duas batidas suavemente com os olhos fechados, a porta se abre e eu lentamente abro os meus olhos pra ver a figura do meu irmão mais velho olhando chocado pra mim.

–Marcos-diz ele confuso.

Não penso duas vezes e me jogo em seus braços como eu sempre fazia, ele no começo fica imóvel, mas logo corresponde. Ficamos abraçados alguns minutos ate que nos soltamos e rimos um para o outro.

–O que faz aqui pivete-diz ele bagunçando meu cabelo como ele sempre fazia.

–Ah você sabe, vim sequestrar a sua noiva-digo brincando e ele me encara feio- To brincando-levanto minhas maos pro alto- Não pode mais fazer piadinhas pelo visto.-digo e ele ri.

–Senti sua falta-diz ele me abraçando novamente me puxando pra dentro.

–Também senti mas isso ta ficando estranho já-digo e ele me solta.

–Porque demorou pra me procurar-diz ele indicando o sofá pra mim me sentar.

–Precisava de espaço-digo olhando ao redor vendo que nada mudou desde a ultima vez que eu estive aqui.

–2 anos? é acho que precisava mesmo-diz ele sorrindo sem graça.

–Me desculpe-disse simplesmente.

–São águas passadas, agora me diga qual foi o real motivo de você retornar pra casa?-pergunta ele.

–Bom, na verdade to com um problema-digo e ele so me encara- mas ainda acho que a pessoa mais qualificada pra me ajudar é a marih-digo e ele ri.

–Já sei, tem haver com uma garota?-diz ele rindo.

–Não e sim-digo e ele ri ainda mais.

–Pensei que esse dia nunca ia acontecer-diz ele se levantando-Vou la buscar a Marih-diz ele subindo as escadas.

Me levanto pra dar uma olhada na casa, olho os quadros pendurados, as fotografias que estão no balcão, uma dessas fotos me chama a atenção pego e fico segurando olhando pra ela. Era uma foto nossa antes do acidente do papai e da mamãe.

–Sinto saudades deles-diz Rick do meu lado-Eu me lembro desse dia,lembro da guerrinha de bolo que fizemos contra eles, e que por mais que estivéssemos só nos quatro éramos felizes-diz ele suspirando- mas venha vamos la pra cima, a Marih quer ficar la já que ela ta assistindo a novela e não quer perder o capitulo.-diz ele rindo.

–Ai meu Deus a Marih assistindo novela é novidade-digo rindo o acompanhando.

–Olha só quem apareceu-diz ela e eu sorri- Senta aqui e me conte o que aconteceu-diz ela batendo na cama ao lado dela.

–Acho que vocês não vão precisar de mim, entao eu vou la pra baixo fazer um chá ou trazer uma cerveja-diz ele saindo do quarto.

–E entao?-diz ela.

–Entao é assim- eu conto tudo pra ela, o momento da entrada do Erick e da Samantha, a briga nossa no refeitório, e do flagra que a Carol deu na sala de descanso, lógico que eu omiti o fato do meu ciúmes- e é isso Marih eu não posso ficar sem minha metade, ela é minha amiga preciso de um jeito fazer ela me perdoar –digo.

–Faz assim Marcos, deixa as coisas esfriarem tanto pra você como pra ela, Você falou coisas no calor do momento e ela também, você não vai perder a amizade dela de tempo ao tempo.-diz ela e eu rio.

–Foi a mesma coisa que você disse ao Rick quando brigamos?-perguntei e ela sorri.

–Sim-diz timidamente.

–Mas acontece que não sei se aguentaria esperar 2 anos pra falar com ela-digo.

–Mas quem aqui falou em 2 anos? To dizendo pra você esperar um pouco, não fazer nada com a cabeça quente-diz ela acariciando meu cabelo- Quando se esta cego de ciúmes, só fazemos cagada-diz ela.

–Eu não estou com ciúmes-digo na dfefensiva.

–Bom você nega diz que não, mas aqui-ela toca meu coração- aqui a coisa e bem diferente-diz ela sorrindo.

–Desde quando virou psicóloga?-pergunto e ganho um tapa na cabeça-Ai isso doeu-digo

–Cala a boca a novela começou, e psicóloga eu sempre fui-diz ela-Agora ou cala a boca ou se manda-diz ela mandando.

–Vou la com o Rick, assista ai a sua novelinha de marica-digo ele me encara feio-brigado pela ajuda-beijo o topo da cabeça.

Saio do quarto a procura dele, mas não o encontro. Escuto um barulho de motor na garagem e vou ate la. O encontro debruçado sobre o capo do carro antigo do papai.

–Olha só, vejam se não é a velha lataria do nosso pai-digo olhando pro impala 67-Da ultima vez que eu vim aqui ele estava só poeira, mas vejo que não mudou nada-digo rindo.

–Pensei que poderíamos fazer como nos velhos tempos-diz ele me entregando uma cerveja- Ou esta com medo de sujar suas maos de médicos com graxa?-diz ele rindo.

–Aos velhos tempos-ergo minha cerveja para um brinde.

–Aos velhos tempos-diz ele.

Às vezes penso que coisas ruim não veem ao acaso, pois são nesses momentos ruins, que coisas boas acontecem.