DAMON

Assim que Stefan saiu da sala, eu me preparei para o meu lanchinho matinal. Havia uma garota na sala, esperei o momento certo e... ataquei. Não tomei tudo, teria dado um trabalhão me livrar do corpo. Então dei um pouco do meu sangue para ela não ficar tonta, e apaguei sua memoria. Sai da sala e caminhei pelos corredores. Faz séculos que não vou para a escola, nem lembro o que esses delinquentes fazem no intervalo.
Estava descontraído, sentado no gramado, no lado de fora da escola, quando um barulho começa a ecoar em minha cabeça. Um rangido. Parece uma escada velha... a ponto de quebrar, na verdade.
"Não consigo..."
Peraí, conheço essa voz. Elena.
De repente, um estalo, a madeira quebrando.
Corri desesperadamente na minha velocidade vampirística e cheguei no ginásio antes que ela chegasse ao chão. Ela caiu em meus braços, tão linda e indefesa... não lembro a última vez que senti uma preocupação tão grande por alguém. Espera um pouco, eu SENTI? Eu sinto... minha humanidade... está ligada!
Ela olhou em meus olhos, estava tonta...
– Damon?...
E então ela desmaiou.

As amigas dela vieram correndo verificar se ela estava bem. Eu a ergui, e a levei à enfermaria. Precisava cuidar dela, eu QUERIA cuidar dela.

ELENA

Acordei em uma sala estranha. A luz forte quase me cegando. Olhei ao redor, eu estou... na enfermaria? Peraí, o que aconteceu? E então as lembranças vieram à minha mente, eu subindo a escada, ela quebrando, eu caindo e... Damon? É, Damon. Damon me salvou. Ele me pegou, antes que eu chegasse ao chão. Tentei me levantar sem sucesso, quase cai, mas braços fortes me seguraram.
– Não faça esforços, você ainda está fraca.
– Damon? - olhei para o dono da voz e encontrei aqueles olhos azuis hipnotizantes.
– Oi... - ele me deu um lindo sorriso acolhedor.
– Eu... cai? - perguntei meio incerta.
– Sim, mas eu te peguei antes que caísse no chão. Não se preocupe, você ta bem, só levou um grande susto.
Meu primeiro instinto foi abraça-lo. Coloquei meus braços em volto de seu pescoço e permaneci assim. Ele levou um pequeno susto no início, mas logo retribuiu.
– Obrigado... - eu disse baixinho.
Nesse momento meus pais entraram correndo pela sala, e nós nos soltamos de imediato.
– Filha! Ai Meu Deus, você ta bem? Que susto você nos deu - minha mãe estava ofegante.
– Eu to bem mãe...
– Ta bem mesmo?
– Juro.
Eles me abraçaram preocupados.
– Elena diga o que aconteceu. Em detalhes. Eu posso processar a escola se você quiser! Mas que irresponsabilidade do colégio, nem pra comprar uma escada descente... - meu pai estava irritado com o acontecido.
– Não pai, ta tudo bem. Eu subi a escada pra prender a faixa e escorreguei, não foi nada de mais. Em vez de processar a escola, agradeçam a ele - olhei para Damon, que tinha se afastado para dar lugar a minha família - ele me pegou antes que eu chegasse ao chão. Damon salvou minha vida.
Meus pais olharam para ele agradecidos, e Damon desviou o olhar, envergonhado.
– Muito obrigado Damon - minha mãe segurou as mãos dele em um gesto maternal.
– Não foi nada de mais... - respondeu Damon com um sorriso sincero.
– É claro que foi! Você salvou a nossa filha. Eu nem sei o que lhe oferecer como agradecimento.
– Não precisa me dar nada, mesmo Sra. Gilbert.
– Oh eu insisto, que tal um jantar? Na nossa casa, hoje.
Damon refletiu por um segundo e abriu um sorriso.
– Eu adoraria.
– Então está combinado. Quanto a você srta. Elena, vem pra casa com a gente. Arrume suas coisas, estaremos esperando na frente da escola.
– Sim mãe.

DAMON

Os pais de Elena saíram, só estávamos eu e ela novamente. Então eu perguntei uma coisa que estava me incomodando:
– Por quê mentiu?
Ela olhou pra mim com cara confusa
– Sobre o acidente, por que disse que havia escorregado se na verdade foi a escada que quebrou?
– Não queria encrencar a escola, já vão precisar trocar a escada do mesmo, não precisam de mais uma despesa, como um processo - ela sorriu gentil. Ela era boa, de coração. Isso me deixou meio bobo, eu sorri fascinado.
– Como chegou lá tão rápido?
Essa pergunta me fez voltar dos meus devaneios e meu sorriso se desfez. Como eu responderia isso?
– Ahn, eu tava passando por lá quando você subiu a escada, te vi cair.
– Mas eu jurava não ter te visto, olhei ao redor antes de subir.
– Eu tava, bem, eu tava... olhando de longe. Não teria me visto.
– Ah... Bem eu vou arrumar minhas coisas, meus pais estão me esperando.
– Ah, claro...
– Peço pra Caroline te passar meu endereço... Vejo você de noite, né? - ela sorriu encantadoramente pra mim. Como não resistir.
– Claro, estarei lá - sorri de volta.

E ela se foi.