Paulo, o-o que? – Ela olhava-o com curiosidade, não acreditava no que tinha acabado de ouvir, achava que ele nunca a amava como ela o ama.

Eu sempre te amei e ainda te amo. Mas quando fui embora, senti sua falta – Ele falava com sinceridade – Eu sei o quanto você sofreu, mas eu só queria uma chance e seu perdão. – Beijou-lhe o queixo — Eu faço qualquer coisa pra você acreditar em mim Alícia, mas eu preciso dessa chance e desse perdão. – Ele estava com vergonha, nunca tinha aberto seu coração a ninguém, então abaixou-se e disse sussurrando em seu ouvido - Eu sinto que você pode me tornar alguém melhor, eu sinto que ao seu lado eu poderia fazer qualquer coisa. Eu tenho sofrido muito sem você, em silencio. Mas eu sinto que com você eu poderia suportar tudo. Só por você, Lícia. Eu precisava te falar isso, você tem que saber de uma vez por todas. Não posso desistir tão fácil e nem quero. Eu sinto que você pode me fazer... Feliz. Assim como farei de tudo para fazê-la feliz. – Disse tudo o que precisava, agora estava leve, o destino desse amor sufocado por tanto tempo não dependia mais dele. Encostou a cabeça no ombro dela, sentindo seu leve perfume, querendo recordar de cada pedacinho da mulher que ama.

— Paulo, eu não...Eu não sei o que dizer... E-eu – Ela estava sem palavras.

Não precisa dizer nada, eu entendo – Paulo não aguentava mais aquela tensão e foi se levantando do sofá.

Paulo, eu... – Ele parou em frente ao sofá para ouvi-la, com o mesmo semblante sério de sempre. Ela se sentou – Eu sempre te amei, sofri muito com nosso termino e sua partida. Sempre pensava muito em você, me preocupava se estava se alimentando e dormindo direito, se estava se cuidando e se estava com... alguém. – Ela batia os dedos indicadores como se isso fosse diminuir sua dor perante aquela situação. – Só de imaginar que estava com outra, meu coração doía muito a ponto de não conseguir nem respirar, mas eu ficava feliz por você estar feliz com alguém que merecia seu coração, afinal eu nunca o mereci..

— O que você está dizendo, Alícia?— Perguntou sério a encarando e pegando em suas mãos.

Ela suspirou, olhou-o de uma maneira inocente, com os olhos brilhando e com algumas lágrimas ainda deslizando pelo rosto.

Eu sei que não te mereço... – Estava cansada de ser sempre deixada para trás, de ter medo e de sofrer, estava na hora de tomar uma atitude, já estava crescida.

Paulo a puxou para si e lhe deu um beijo terno e cheio de desejo.

— Você sempre teve meu coração e foi a única que eu permiti entrar totalmente em minha vida. Eu amo você, Lícia e só quero você.. De volta pra mim e como minha mulher. – Disse entrelaçando seus dedos nos dela.

— Pro-promete nunca mais me deixar, Paulo? – Ela perguntou com a voz chorosa embargada de emoção.

— Eu prometo! Não vai se livrar mais de mim tão fácil, Lícia. Te amo e sempre te amarei. Contanto que esteja ao meu lado, nada mais importa. – Falou com um sorriso de canto no rosto, Paulo finalmente estava começando a redescobrir o que era Felicidade.

Terminou a frase, enquanto a pegava no colo e a levava para seu quarto, onde matariam a saudades e se entregariam aquela vontade louca que lhes dominava, ao barulho da chuva descobririam as cores, os gostos e as sensações do amor, e ainda antes de dormir, Paulo ouviria um 'Eu te amo' de sua amada.

E mais uma vez a chuva foi a fiel testemunha de Paulo Guerra.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.