Love Kitsune

Capítulo: Transformação


Uma hora depois que Minato partiu, Naruto resolveu cochilar.

Sonhou com o seu papai, ansioso para recebê-lo com um pulo no colo como era de seu costume.

Após a soneca da tarde, o meio yokai despertou cheio de energia para gastar.

Primeiro foi tomar sua água, em seguida, prontificou-se a correr em volta da habitação.

Bufava sempre quando deslizava nas curvas.

Empós vinte e duas voltas, cessou.

Não por cansaço, todavia por que escutava vozes.

As orelhas peludas davam fortes tremuladas e a cauda se agitava.

Uma vez que sua audição era apurada, soubera que os donos das vozes estavam distantes de seu lar.

Em contrapartida, o som se tornava maior, e ele entendeu que quem conversava, andava na direção da casa.

Rápido se refugiou no interior da construção e empurrou a porta de correr, fechando a entrada.

Permaneceu quietinho escutando as vozes, desentendia o conteúdo da conversa.

~

Os dois meninos de sete anos de idade, avançavam pelo caminho terroso a entrecortar duas regiões extensas de mato alto.

Localizavam-se em uma leve subida.

O menino magro da direita, possuía pele clara, orbes acastanhados, da mesma cor que os cabelos arrepiados e uma marca vermelha em cada bochecha.

Ele usava um quimono cinza escuro, encurtado, terminando abaixo do umbigo e uma calça também encurtada, na cor preta, terminada nos joelhos.

Do lado esquerdo, um menino gordinho, de bochechas rosadas e olhos puxados; cabelos também castanhos e arrepiados se repartiam ao meio, por uma bandana azul.

Vestia quimono verde escuro, uma calça marrom, também terminada nos joelhos e assim como o outro garoto, calçava sandálias de madeira.

— Kiba, vamos voltar, estou com medo.

O gordinho pediu, choroso.

Enraivecido, o outro contradisse:

— Agora balofo? Estamos perto, não retornaremos agora.

— Mas... mas... você viu que tinham muitos guardas...

Kiba respirou fundo, e primeiro optou por sua voz calma, na tentativa de convencer o gordinho:

— Os guardas nos ignoraram, Chouji. Contanto que não pisemos na plantação de arroz, eles ficam despreocupados nos postos deles, tem um que estava até bebendo!

O exército do daimyo a proteger a aldeia sustentava uma fama capaz de fazer qualquer ladrão desistir de roubar em Konoha.

Desde que foi estabelecida a relação de Senhor e servo entre o daimyo e a aldeia, Konoha se tornou um lugar sossegado.

Ou quase.

O gordinho permaneceu quieto, assustado. Sem coragem de continuar avançando.

Kiba praguejou um palavrão, desistindo da abordagem calma, correu até o topo da leve subida, apontou na direção a qual deveriam ir, exclamou:

— Vamos seu poço de banha, ande! Olhe, a casa é aquela, já dá para ver daqui.

Chouji abaixou a cabeça, seu interior todo gelava.

Impaciente, Kiba desceu o caminho e chegou até diante o outro menino, agarrando-o pelos ombros, bradando-o:

— Está esquecendo o porquê de estarmos aqui, sua poça de banha?!

Chouji meneou a cabeça e respirou fundo, tentando domar seu medo. Recebendo um imenso peso de culpa, falou-o:

— Va-vamos continuar.

— Muito bem, é isso que quero escutar.

Kiba o soltou e virou as costas para Chouji, liderando o percurso.

~

O hanyou arregalou os olhos.

“Enxergando” com as orelhas, a conversa lhe foi confusa, todavia ignorou.

Atentava-se mais ao fato de constatar que eram crianças!

De quatro, o hanyou correu em torno da mesa baixa, feliz.

— “Naruto não saiu de casa, as crianças que estão vindo à casa de Naruto. Otou-san não pode pôr Naruto de castigo!”.

Defendia-se todo contente. Foi tomado por um interrogatório a respeito das crianças a se aproximarem:

— Do que será que eles brincam? O que gostam de comer? De que lado da aldeia moram?

Deslizou na última curva feita, foi parar longe, bateu-se contra o kamado.

Fez careta, porém ignoraria a pequena dor resultante.

Sua felicidade amenizava tudo.

Movimentou-se em direção a porta, percebendo que as vozes pararam, mas sabia que os donos delas continuavam andando na direção da morada, haja vista que as respirações dos dois se ressaltavam, estavam fortes.

Os dois meninos pararam na varanda.

Através do papel translúcido da porta de correr, os orbes azulados distinguiram as duas silhuetas pequenas.

— "Serão meus primeiros amigos!”.

Pensou Naruto, empolgadíssimo.

~

Kiba e Chouji lutavam contra o ritmo da própria respiração.

O menino magro que tanto xingou e ordenou que o gordinho continuasse andando, ali jazia tão petrificado quanto o próprio.

Após uns instantes assemelhados a horas, Kiba mandou:

— Bata palmas, vai seu balofo.

Chouji tremulo ergueu as mãos, antes que as batesse, a porta de correr foi empurrada.

Naruto abriu seu sorriso imenso, exibindo seus dentes afiados. Ergueu os braços ao alto, todo animado, exclamando:

— Okaerinasai!

Estáticos, os dois garotos arregalaram os olhos.

As unhas compridas, as orelhas peludas, a cauda e os dentes anormalmente grandes...

— E-ele... é um monstro mesmo... — Chouji sussurrou, rouco.

Kiba não o escutou, diferente do hanyou que com sua audição afiada, soube o que foi dito pelo gordinho.

— Monstro é algo ruim, não é? — Naruto perguntou coçando a bochecha direita. — Eu não sou um monstro, sou um...

Chouji disparou em uma corrida.

Kiba cerrou os dentes.

— VOLTE AQUI SEU COVARDE!

Estendeu o braço na direção do gordinho que corria sem olhar para trás.

— “Maldição...”.

Kiba se encontrava em puro medo, e continuou praguejando na mente quando se afastou do meio yokai, também correndo para longe.

— O q... — Confuso, Naruto não compreendia as ações daqueles meninos.

O Inuzuka parou de correr após poucos metros.

Chouji caiu no chão, ralou o joelho.

— É por Akamaru. — Kiba murmurou. E se volveu à casa enxergando a criatura mestiça na varanda.

Naruto estranhando, sorriu, considerou que fosse alguma brincadeira.

— Como se brinca de Akamaru? — inocentemente, o Uzumaki perguntou.

As pupilas de Kiba se alargaram, foi escutado daquela distância? Quase dez metros.

Irritado, Kiba catou uma pedra no solo, raivosamente, atirou-a na direção do meio yokai.

— Seu monstro! Venha nos devorar, aberração! — catou outra pedra e a arremessou também.

O Uzumaki apenas recuou dois passos, nenhuma das pedras o atingira, a segunda caiu na varanda, a poucos centímetros de seus pés descalços.

Kiba enfurecido consigo mesmo por sentir medo, continuou correndo para longe da casa, ultrapassando Chouji quem retornara a correr, o gordinho agora jazia com um joelho sangrando.

Sozinho na frente da porta, Naruto aguardou por mais de duas horas, acreditando que os meninos pudessem voltar.

Não aconteceu.

Sem entender nada, o meio yokai retornou para dentro de casa.

Não levou nenhuma pedrada, contudo uma dor atingiu seu peito.

~NH~

O vento da noite gelava o suor da pele do artesão-camponês.

Seus braços curvados para trás puxavam o carro de mão.

Observava o estrelado do céu.

Os caminhos de constelação sumiam atrás da floresta, no horizonte.

Era uma bela noite, sem dúvida.

Passando pelo topo da leve subida terrosa, seus rotundos azulados desceram na direção da casa.

Sabia que daquela distância, seu filho escutava sua chegada.

Apressou-se.

Ao lado da casa de dois cômodos, existia o depósito, uma casa menor, na qual o Namikaze guardava seus materiais de trabalho.

Após guardar tudo, Minato se colocou na varanda, de frente à porta de correr.

Alongou seu corpo até sentir alguns estalos de ossos.

Era assim que se preparava para receber seu filho no colo.

Gostava do fato de Naruto aguardar para que se sentisse apto em recebê-lo nos braços.

Abrindo um maravilhoso sorriso, Minato empurrou a porta para o lado.

Entretanto, a pulada ao colo não aconteceu.

O artesão-camponês permaneceu durante um minuto com os braços estendidos.

Conformando-se de que o filho não viria, desceu as mãos.

— Naruto?

Perguntou andando pela casa.

Atrás da mesa baixa localizou seu filho jogado no chão, de peito para baixo, as orelhas caídas e a cauda paralisada.

Preocupado, Minato retirou o chapéu e o jogou sobre a mesa, abaixou-se para carregar o hanyou no colo. Suspendendo-o no ar, virou seu filho de frente para sua face.

— O que há Naruto? Está doente?

Uniu suas testas, a temperatura do menor jazia a mesma de sempre.

Calado, o hanyou permaneceu.

O homem avaliou as orelhas felpudas pra baixo e a cauda imóvel.

Os pequenos globos azuis soltavam aquele cintilo melancólico.

Minato considerou que fosse um daqueles momentos nos quais o filho sofria com a solidão.

Sabia como agir, forneceria seu carinho paterno e capricharia no jantar para reanimar o seu filhote.

Levou o pequeno para trás das cortinas de panos remendados, e o deitou em uma das camas de palha.

Naruto foi posto deitado de lado, mas logo se virou de barriga para baixo, cruzando os braços e escondendo seu rosto no meio deles.

Minato agachado passou a mão duas vezes pelas costas do filho, e se levantou. Afastando-se, avisou:

— Voltarei logo, esquentarei a água para nosso banho.

Havia uma porta de correr em uma lateral da casa, na parede oposta de onde ficavam as camas. Aquela saída dava para a banheira situada atrás do depósito.

A banheira se encimava em um kamado de dois buracos, o debaixo para se colocar o fogo, e o do topo para permitir que se esquentasse a água

Minato fez o fogo e deixou a água ser esquentada enquanto retornou para dentro de casa, indo se abaixar na frente das caixas de palha, nas quais guardava as roupas.

Separou um quimono e uma peça íntima para si; e outro quimono e cueca para seu filho.

Deixou as peças dobradas sobre as tampas das caixas.

Pegou seu pano de limpeza e esfregou a varanda.

Deu três voltas completas, deixou o pano no chão, indo apagar o fogo.

Separou um pouco de água para lavar as mãos, e foi buscar as roupas novas, deixou-as dobradas na varanda completamente limpa.

Foi buscar seu filhote.

O meio yokai permanecia na cama, de mente vazia, carregando uma sensação dolorosa no peito. Desencorajado a contar ao pai o que aconteceu naquele dia.

Minato carregou Naruto e o levou para a banheira.

O pai se despiu e ajudou o filho a ficar nu.

Sem espaço para esticar as pernas, os dois dentro da banheira precisavam ficar acocados.

O pai esfregou os cabelos do meio yokai, e lavou as orelhas de raposa.

A expressividade triste do hanyou foi substituída pela neutralidade.

Não demonstrava pensar em algo, apenas se comportava.

Mais tarde, na frente da mesa baixa, sentado de canelas cruzadas, Minato preparava a janta, cortando mais carne de peixe.

Naruto se grudou nas costas do homem, espremendo sua bochecha contra o tecido branco do quimono do pai.

O menor permanecia mudo, e neutro.

Minato separou um pedaço de peixe e ergueu acima do ombro.

As narinas de Naruto tremularam, ele ergueu a cabeça alcançando o pedaço do alimento e retornou a encostar a bochecha contra as costas do pai.

O Namikaze sorriu, escutando seu filho mastigar. Suavemente, interrogou-o:

— Gostaria de conversar agora? Andou chorando, não foi?

Após engolir o pedaço de bonito, o meio yokai lambeu os beiços três vezes e decidiu contar apenas meia verdade:

— Naruto correu e bateu no kamado.

— O que seu otou-san fala sobre correr dentro de casa?

— Que não pode. Correr apenas na varanda.

Minato não se encorajou em dar uma bronca no pequeno, visto que naquele dia Naruto estivera mais cabisbaixo que o normal.

O artesão-camponês se limitou a dizer em delicado timbre:

— Exatamente, bom menino.

— Naruto não é um menino.

— Tem razão. — Minato concordou.

O coração do pequeno se espremeu.

O pai fez uma manobra com os braços, pondo seu filho no colo, abraçou-o com todo seu amor. Acrescentou:

— Você é melhor que um menino, é um meio yokai. Herdou a parte de sua mãe que eu amo tanto.

Os lábios do pequeno tremularam. Naruto retornou a chorar, escondendo seu rosto contra o peito do homem.

O corpo pequeno se encolheu todo, formando uma bola, a cauda passava entre as pernas ficando encolhida na barriga.

Naquela posição, Naruto chorou escandaloso.

O Namikaze abaixou a cabeça para beijar os cabelos de sua “bola” e pacientemente ficou parado, esperando seu filho se acalmar.

O hanyou se enchia de emoções contrárias, de felicidade por ser tão amado por Minato, e de tristeza por não ser alguém com quem seu pai pudesse ser visto publicamente.

~NH~

No meio da madrugada, acordado, Naruto saiu de mansinho da área de dormir.

Silencioso, moveu-se para fora da casa, saindo pela porta frontal.

Sentando-se na varanda assistiu o luar.

Ficou vagando em sua imaginação, em como seu pai seria mais feliz se fosse humano.

E após uns vinte minutos, seus azuis se dilataram quando notou a passagem de uma estrela cadente.

Imediatamente, fechou os olhinhos e juntou suas mãos, em um sinal de reza.

— “Por favor, por favor, Naruto quer ser um menino de verdade!”.

~NH~

Manhã seguinte

~NH~

O camponês-artesão acordou antes do nascer do sol, beijou o embrulho na cama ao lado, era seu filho acostumado a adormecer acobertado da cabeça aos pés. Estranhou não ver a cauda para fora, era a única parte do meio yokai que frequentemente escapulia do lençol.

Levantando-se de sua cama de palha, Minato comeu apenas uma nashi, fruta com textura de maçã e suave sabor assemelhado ao de uma pêra.

Banhou-se com água gelada e se arrumou às pressas.

Seus banhos eram assim, um antes do nascer do sol, e outro durante a noite.

Mais tarde, durante seu retorno do campo, Minato passava o antebraço contra a testa cheia de suor. Abanava-se com o chapéu cônico enquanto no outro braço, carregava as ferramentas.

No topo da leve subida, o Namikaze se paralisou.

O que avistava fazia suas pupilas se dilatarem e estremecerem.

Sentado na varanda, em frente à porta de correr aberta, Naruto exibia uma forma inteiramente humana.

No mesmo instante, Minato largou suas ferramentas e espremeu o chapéu, disparando em uma forte corrida à casa.

De coração, anormalmente, acelerado, o camponês chegou a cair, suas mãos alcançaram o nível da varanda para se erguer.

Vendo o menino de mais perto, o Namikaze se deparava com dificuldade em terminar alguma frase:

— Filho... filho... o que...

Estudando o comportamento do pai, a criança exclamou:

— Então não é um sonho, otou-san! Naruto se tornou um menino de verdade! — levantou-se e saltitou feliz pela varanda. — Viva! Viva!

Correu em torno da casa, percebendo que cansava mais rápido naquela forma, todavia aquilo nem de longe o desanimava.

Naquela manhã quando acordou, assim que percebeu a ausência de sua cauda e de suas orelhas, desmaiou.

Após acordar do desmaio, Naruto permanecido em forma humana, resolveu aguardar pela reação do seu pai.

Empós o modo como o homem se comportou, o menino não conservava mais dúvidas: não estava sonhando!

— A estrela cadente realizou o desejo de Naruto, otou-san! Viva! Viva!

Minato capturou seu filho quando ele dava a quarta volta pela casa.

O loirinho ofegante, sorria por estar acabado de cansaço, pois era apenas mais uma prova de que se tornou humano.

Minato colocou Naruto dentro de casa e fechou a porta.

O menino se deitou de costas no chão, risonho fitava o teto.

— Não foi a estrela cadente, filho.

— Claro que foi, otou-san. Quando otou-san dormia, Naruto foi escondidinho pra varanda e fez um pedido pra estrela cadente, otou-san disse uma vez que as estrelas cadentes realizam desejos.

— Me escute, Naruto. — Seriamente, Minato pediu. — É uma das habilidades de kitsune assumir forma humana.

O menino perdeu o sorriso, erguendo a parte superior do corpo, sentando. Suas pernas permaneciam abertas.

— Por que otou-san nunca falou para Naruto?

— Por que eu não queria dar falsas esperanças. Como você é meio yokai, acredito que não conseguirá fazer tudo o que uma kitsune faz.

— Está tudo bem otou-san, Naruto perdoa o otou-san. — Levantou-se e abraçou as pernas do pai. — Agora Naruto e otou-san poderão sair para passear.

— Sinto muito filho, você continuará proibido de se afastar de casa.

— Que? — a criança recuou, confusa mirando a imagem do pai.

— Entenda Naruto, se o verem comigo vão associar que seja meu filho. Lhe evitarão da mesma forma.

— Naruto sai sozinho, otou-san. Naruto passeará rapidinho pela floresta.

— Eu lamento, meu filho. É perigoso, pelo visto você não tem controle sobre sua transformação, ela pode se desfazer quando estiver longe de casa.

O menino fez uma cara séria, concentrando-se. Não conseguia retornar a sua forma de raposa. Desistindo, preferia permanecer como menino.

— Isso é injusto otou-san.

Falou fazendo beicinho, tendo vontade de chorar.

O artesão-camponês deu leves tapinhas nos cabelos loiros.

— É para a sua segurança, filho. — Minato se retirou da casa indo buscar suas ferramentas e o chapéu. Após guardar as ferramentas no depósito, entrou com o chapéu. Encontrou seu menino chorando silencioso. — Quando você for mais crescido e demonstrar controle sobre suas habilidades, prometo que poderá sair.

— Mas... mas...

— É uma ordem, Naruto. — Minato agravou a voz, desferindo um severo olhar, como sinal de que não queria discutir sobre aquilo, era sua decisão final.

O menor que raramente via tanta rigidez no pai, emudeceu-se.

— Faço tudo para o seu bem. — O Namikaze falou, ainda sério. Colocou o chapéu sobre os cabelos loiros do pequeno, e se afastou indo preparar o almoço.

Pai e filho não trocaram mais palavras.

Após a refeição, o coração do artesão-camponês doía ao partir em viagem sem a despedida carinhosa do menino.

Meia hora depois da partida do Namikaze, o menino respirou fundo e encarou a porta lateral da casa. Segurando o chapéu que o pai esquecera de levar, a criança saiu de casa.

— Perdoa o Naruto, otou-san. Será só uma voltinha, Naruto promete.