Love Kitsune

Capítulo: Boas vibrações


Zenza Meiso recuou dois passos, de sobrancelhas erguidas e lábios entreabertos, surpreendido.

A imagem do hanyou não era assustadora como imaginou.

Ainda sim, o susto o dominava conforme assimilava estar na presença de um meio kitsune.

Bansai imóvel puxava sua barba com mais velocidade e força, intrigado com a presença do meio yokai.

Já Hiashi paralisado e com seu interior gelado, levou meio minuto para explodir:

— VOLTE PARA O INFERNO CRIATURA!

Naruto retrocedeu, amedrontado com a voz mais grave do líder Hyuuga.

Hiashi correu à cozinha, lá ignorou as criadas que tentaram atendê-lo.

Ele pegou o primeiro pote de sal que avistou, e ordenou que nenhuma das criadas entrasse na sala, inclusive que elas avisassem aos outros criados que se recolhessem aos seus recintos.

De volta à sala, Hiashi encarou o hanyou e arremessou-o punhados de sal.

Naruto se acocou, colocando as mãos em cima da cabeça em forma de proteção, abaixando as orelhas peludas, encolhendo a cauda felpuda e fechando fortemente suas pálpebras.

Hiruzen se interpôs entre o líder do clã e o hanyou, exclamou:

— Senhor Hyuuga, por favor, controle-se! Está o assustando!

— E como acha que estou senhor Sarutobi?! — Hiashi redarguiu. — Como se não bastasse todo o agouro que há por aqui, a própria fonte do agouro se faz presente!

— Por kami, senhor Hyuuga. Não ouviu nada antes? Se fosse para acontecer algo de ruim com sua casa, ou com sua família, já era para ter acontecido. — Hiruzen argumentou. Saiu da frente do meio yokai, apontando-o: — Por acaso, Naruto lhe parece uma criatura que lhe trará agouro, o pobre coitado sequer sabe o motivo de ser alvo dessa acusação.

O hanyou abaixou as mãos e levantou a cabeça, ao mirar o pote de sal na mão do Hyuuga, mantendo-se acocado, moveu-se até se esconder outra vez atrás do Sarutobi.

Hiashi devolveu o último punhado de sal ao recipiente, e trêmulo de raiva encarou Hiruzen, esbravejou-o:

— Senhor Sarutobi, apenas exerço meu direito de crença, e depois de hoje, falarei com os outros anciões, o senhor não é mais merecedor de se juntar a eles para decidir algo sobre Konoha. O senhor trouxe para meu lar o hanyou, mesmo sabendo o que penso dele, não respeitou minha crença!

O Uzumaki Namikaze apavorado pusera-se de pé e novamente saiu detrás de Hiruzen.

Abriu os braços pros lados e sacudiu-os pra baixo e pra cima, desesperado, defendendo o Sarutobi:

— Jii-san, o outro jii-san não tem nada a ver, Naruto veio escondido!

— Fique longe! — Hiashi recuou até sentir a parede nas costas. — Não acreditarei nessa mentira, ele foi o único que não se assustou com sua transformação.

Hiruzen se justificou:

— Confesso que achei o modo de falar da Kuna Uzuka muito semelhante ao de Naruto Uzumaki Namikaze. — Estendeu um braço e acariciou o topo dos cabelos loiros. — Eu suspeitava sim que era ele, mas não podia acusar sem provas.

— Desculpa o Naruto, jii-san. — O meio yokai pediu.

— Eu não o culpei. — Hiruzen continuou agradando a cabeça do hanyou.

Um novo sorriso nasceu no Sarutobi ao assistir as orelhas de raposa balançar em sinal de alegria.

Enojado, Hiashi assistiu a interação dos dois, considerando-a uma coisa horrorosa.

Já estava pronto para arremessar mais sal na direção do hanyou, contudo os passos no corredor indicavam a aproximação de alguém, e logo soube se tratar de sua esposa.

Hana apareceu na sala, pondo uma mão na barriga, tendo escutado a voz alta do marido, preocupara-se.

Ela sequer perguntou o que acontecia, o cenário a tomou toda a atenção.

A quantidade de sal espalhada pelo piso, o marido segurando o pote de sal, e a distância que ele mantinha dos visitantes, explicou-a tudo.

— Okaa-san da Hinata! — o meio yokai levantou os braços pro alto. — Naruto será purificado e não vai mais trazer agouro. — Esfregou o queixo. — Agouro é azar, não é?

Mesmo não estando lembrado, tudo o que ele sabia no momento era que se tratava de algo ruim, e ele queria se livrar de tudo o que era ruim.

— Bem... — Hana receosa, sequer terminou de falar, o marido avançou até ela e agarrou seu braço, impedindo-a de avançar em direção do meio yokai.

Encarando o hanyou, Hiashi avisou:

— Você sairá purificado dessa casa, e não retornará mais.

— Por...por que não? — o meio yokai questionou, e em seguida, acrescentou alegrado: — Naruto purificado não trará agouro.

— É para assegurar que nada de agouro ou que já pertenceu ao agouro fique em minha casa. — Hiashi respondeu. — Mas acredito que você não sabe o que é ter esse senso de proteção à família, nunca compreenderá.

— Hiashi. — Hana pronunciou de maneira rígida.

Ele a ignorou, fitando o hanyou com seu ódio.

O meio yokai tremulou os lábios um momento, e rebateu:

— Naruto sabe sim, otou-san é a família do Naruto, e Naruto não gostaria que otou-san receba agouro!

Hiashi amargamente o aconselhou:

— Então é melhor que deixe sua casa e vá pra bem longe, ou seu pai sofrerá o resto da vida tendo que cuidar de ti.

A esposa puxou o braço com bastante força, soltando-se do marido e andando ao hanyou que estava em choque ao considerar as palavras do Hyuuga.

— Hana! — Hiashi bradou.

Ela o ignorou e se aproximou do meio yokai, passou a mão na cabeça dele, enquanto a outra repousava no ventre avolumado.

Carinhosamente, dissera-o:

— Nunca abandone seu pai, Naruto. Ele o ama, e se você partir, ele ficará mal e talvez perca a vontade de viver, isso sim dará azar para a vida dele.

Os orbes azulados que se lacrimejavam, venceram a vontade de chorar, o dono deles fitando o belo rosto feminino, perguntou-a:

— É verdade, okaa-san da Hinata?

— Claro. E se quer saber, eu não acredito que você trouxe azar para minha casa, ela e minha família continuam seguras desde que minha filha o salvou, e desde que minha filha o visitou.

O menor balançou a cabeça, esfregando as pálpebras, para ter a certeza de que não chorava.

Hiashi espremia o pote de sal, com tanta força que seus dedos marcaram o recipiente.

— Mestre Nakagi. — Hana se volveu ao visitante. — Sinto muito pelo que está presenciando, se eu soubesse de sua vinda, jamais...

— Não se preocupe comigo, Sra. Hyuuga. — Bansai a interrompeu, em timbre calmo. — Esse momento está sendo fascinante.

Ela se surpreendeu com a reação dele, ele agia diferente do outro monge a se manter recuado.

— Hana, vá para o quarto de nossa filha, e espere com ela lá. — Hiashi ordenou. — Serão purificadas juntas, como todos nesta casa presentes!

A esposa estava farta daquela conversa, não temia agouro algum.

— Se todos aqui serão purificados, mesmo achando eu desnecessário, não faz diferença onde estaremos, trarei nossa filha para ficar perto de Naruto. — Hana decidiu, andando ao corredor, pondo uma mão na barriga e fazendo uma expressão de desconforto.

— Yupi, Naruto verá a Hinata! — o meio yokai se alegrou, realizando sua dancinha de alegria, inclinando-se de uma perna para outra.

Hiruzen liberou uma baixa risada.

— Hana... — Sussurrante, Hiashi trincou os dentes, sem coragem de ir atrás dela para brigá-la, haja vista que percebeu quando ela torceu o nariz, ela fazia aquilo quando se sentia ruim.

O estresse não fazia bem para o bebê.

Ele não iria estressá-la.

Manteve-se longe do hanyou que dançava sem ligar para o público.

— Hahahaha — Bansai riu. — Situação inusitada, é a primeira vez que vejo tantas pessoas defendendo um hanyou, tantas pessoas em um único espaço.

Mesmo sendo apenas Hiruzen e Hana, já era um número grande demais considerando que jaziam em Konoha, a aldeia onde kitsunes representavam agouro.

— Não está apavorado, mestre? — Zenza perguntou.

— Eu não acredito que a mente de Hiruzen esteja falhando. — Bansai respondeu.

— Continuou perfeitamente lúcido. — O Sarutobi reforçou.

— Tem minha confiança que sim. — O Nakagi a seguir, observou o líder do clã. — O convite para nos acomodar continua de pé, senhor Hyuuga?

Hiashi assentiu.

Bansai se sentou em uma das almofadas postas diante a mesa baixa, verbalizou:

— Suponho que não beberemos chá agora.

O anfitrião preferiu:

— Depois da purificação.

Bansai realizou leve assentimento, em sua tranquilidade, iniciou:

— O xintoísmo reconhece a dependência do homem à natureza. Ela contém diversas divindades, e com isso, aprendemos que a natureza é governada por kami, tudo dela advém de Kami. Kitsunes são raposas mágicas, e Naruto Uzumaki Namikaze é metade humano e metade raposa mágica, é uma verdadeira representação da união do homem com a natureza.

O hanyou interrompeu sua dancinha e se sentou ao lado da mesa, curioso observando o Nakagi. Questionou-o:

— Jii-san está falando de Naruto?

Bansai afirmou, balançando a cabeça.

O meio yokai ficou quietinho querendo ouvir mais.

O Meiso atordoado, abaixou-se ao lado do Nakagi, mencionando-o:

— Mestre? Mas há décadas consideramos que kitsunes são sinais de agouro.

— Antes, Zenza. — Bansai frisou. — Eu guardava outro ponto de vista sobre as kitsunes, mas não tinha como provar. O feito da primogênita de Hiashi, entregou-me essa prova.

— Qual prova? — o Meiso arregalou os olhos, em sede de saber. — Que...qual outro ponto de vista?

— Acredito que a filha de Hiashi, ao salvar o meio yokai, acabou com uma maldição.

O Hyuuga franziu o cenho.

Hiruzen fechou as pálpebras, aos poucos, compreendendo a linha de raciocínio que o mestre dos monges seguiria.

— Maldição? — o Meiso estranhou.

Naruto segurou a borda da mesa, abaixando a cabeça, escondeu metade do rosto atrás do móvel, sem tirar seus olhões do idoso, ansioso em ouvir mais.

Bansai esclarecia:

— Os aldeões consideraram raposas como sinal de agouro após uma kitsune causar terremoto em Konoha, e muitas vidas serem perdidas.

As orelhas caídas e o olhar triste do hanyou, expunham a lamentação dele.

O Nakagi continuou:

— A kitsune morreu após liberar tamanho poder, é o equilíbrio da natureza. Mas mesmo tendo pago pelo que fez, os aldeões queimaram o corpo dela, não respeitaram o momento de partida. Diferente de quando se abate um animal para alimentação, algo necessário, quando se desrespeita uma criatura da natureza, tende a ser amaldiçoado como castigo. Os aldeões envolvidos na queimação do corpo da kitsune, todos eles, e seus familiares, tiveram fins trágicos no decorrer do tempo, por causa disso, a aldeia alimentou a crença de que se aproximar de kitsune traz agouro.

Uma interpretação errada.

Nunca foi agouro, apenas uma maldição que há tempo acabou, tendo findado a vida daqueles que profanaram o corpo da kitsune.

Meiso ao assimilar, esfregou sua careca, nervoso falava:

— Mestre, em todos esses anos, erramos em ajudar as pessoas a evitar aproximação com raposas, erramos em ajudá-las nos rituais de purificação contra esses animais? Está afirmando que errou, mestre?

— Claro. — Bansai afirmou sem medo. —Não importa quanto conhecimento eu tenho comparado ao seu, não sou um ser divino, e estou sujeito a falhas. — Sorriu. — Trabalharemos para nos redimirmos de nossos pecados. — Observando o hanyou, avisou-o: — Hinata Hyuuga, acabou com a maldição no momento que o salvou, Naruto Uzumaki Namikaze.

Emocionado, o meio yokai se levantou e retomou sua dança.

Não era uma criatura do azar, festejava.

Não traria maldade, apenas bondade.

Espalharia amor.

Emudecido, Hiashi embranquecia, tendo escutado o próprio mestre dos monges admitir o erro em relação às kitsunes.

Se aquela era a verdade, significava que todos aqueles anos desrespeitou a própria religiosidade.

O hanyou parou de dançar no momento que escutou uma corridinha.

Suas orelhas tremulavam, e sua cauda se agitava.

Virou-se em direção à passagem do corredor, pela qual a pequena Hyuuga apareceu.

Inicialmente, Hinata se recusou a sair do quarto, mas só foi a mãe falar que o hanyou estava na sala, que rapidinho ela saiu.

— Meio raposo!

— Hinata!

Os dois pequenos se abraçaram.

Bansai sorriu, deslumbrado com a pureza dos menores.

Hana colocou uma mão por cima da outra, ambas no peito, serenada.

Hiashi almejava separar sua filha do meio yokai, contudo nenhum musculo correspondia ao seu desejo.

O choque causado pelo que escutou do Nakagi, prevalecia.

A Hyuuga mais nova começou a chorar, emocionada.

O hanyou caiu de costas no chão, sem largar o corpo da pequenina.

— Não chore Hinata, olhe o que Naruto trouxe, esqueceu na casa dele.

O loirinho pegou o saco de juta, e ela segurou o envoltório, lançando-o para trás.

O saco de juta caiu na beira da mesa.

A menina continuou abraçando seu amigo, sem intenção de sair de cima dele.

— Arigatôu! — feliz ela agradeceu, mas a felicidade não era pela devolução do saco de juta, e sim por poder desfrutar da presença do meio yokai. — Atchim! Atchim!

Repentinamente, ela sofreu de uma crise de espirros.

— Naruto está coberto de sal. — Hiruzen avisou.

Hiashi havia conseguido atingi-lo nas primeiras arremessadas de sal.

— Vou limpá-lo, afaste-se dele um pouco, meu amor. — Hana pediu indo procurar um pano.

Hinata espirrando se desprendeu do meio yokai.

Os dois sentaram no chão, um de frente pro outro.

Naruto começou a esfregar a cabeça, livrando-se do máximo de sal que podia.

Em sequencia, empolgado, o meio yokai contou para Hinata sobre ele não ter mais a necessidade de ser purificado, revelou o que escutou do mestre dos monges.

A menina escutou tudo mantendo a boquinha meio aberta e um olhar de admiração.

— Então está decidido mestre, não faremos mais o ritual de purificação. — O Meiso comentou.

— Essa escolha pertence ao senhor Hyuuga. — O Nakagi dissera sem tirar o olhar dos dois pequenos. — Não se sinta pressionado a confiar no ponto de vista que o mostrei, senhor Hyuuga. Mesmo sendo um mestre dos monges, como mostrei, sou um sujeito a falhas.

— Mas o senhor busca sempre o caminho mais lógico. Busca embasamento. — O líder do clã ressaltou. — E o que o senhor disse, faz sentido.

— Da mesma forma que Hiruzen, não uso de meu papel para exercer autoridade sobre o hábito de alguma pessoa. — Bansai ressaltou. — Por mais que eu discorde de tal hábito.

Hiashi se encontrava travado, temendo desrespeitar a kami se insistisse com o ritual de purificação.

Como nada de ruim aconteceu durante as semanas seguidas do contato entre sua filha e o meio yokai, já era considerada uma prova pelo próprio mestre dos monges de que o hanyou não traria agouro.

— Eu... — O Hyuuga pronunciou e os olhares dos presentes se convergiram em sua direção. — Faça um ritual para trazer sorte...e principalmente paz a esta casa.

Podia não ser um ritual de purificação, entretanto, servia para combater o azar e más vibrações.

— Muito bem, vamos começar, Zenza. — Bansai se ergueu. — Depois eu adoraria descansar tomando um belo chá.

~NH~

Usando um hishaku, concha amadeirada cujo recipiente assumia forma de um cilindro baixo, Zenza Meiso espalhou água pura por cada cômodo do lar Hyuuga.

Bansai Nakagi andou atrás de seu pupilo, segurando um incenso e realizando uma oração.

Neji em seu quarto, obedecia a ordem de Hiashi em não sair de seu recinto.

E sentadinho de joelhos, quando os dois monges adentraram seu espaço, curvou-se demonstrando seu respeito.

No final do ritual, o céu escuro preocupava o hanyou que queria estar em casa para receber seu pai.

Enquanto a mesa era servida, ele manifestou a vontade de ir embora.

A herdeira Hyuuga se entristeceu:

— Mas eu não terminei de mostrar minha casa para o meio raposo.

— Está tudo bem Hinata, Naruto voltará mais vezes! Naruto sabe que não traz nada de ruim às pessoas! — o meio yokai falou contente. — Naruto trará o jogo de monta-monta da próxima vez que visitar Hinata.

— Que legal, eu contei do brinquedo para a okaa-san, eu adoraria mostrar pra ela. Não demore pra voltar. — A pequena Hyuuga o abraçou e riu quando ele a carregou.

O loirinho adorava carrega-la por que ela era muito leve.

— Eu o acompanharei, Naruto. — Hiruzen se levantou. — Sinto muito não ficar para o jantar, mas preciso conversar com o pai dele.

— Uma pena. — Hana lamentou.

Hiashi quieto, apenas manteve-se na sala para jantar, por conta da presença dos monges.

Confortou-se sabendo que o hanyou e o Sarutobi se retirariam mais cedo.

— Eu tenho vontade de conhecer Minato Namikaze. — Revelou Bansai. — Mas daqui a pouco preciso retornar ao mosteiro.

— Posso marcar um jantar aqui em casa, convidarei ele. — Hana ofereceu, acariciando sua barriga. — Gostaria de recebe-los como se deve, senhor Nakagi e Meiso. Por mais que não tenham se incomodado, me sinto envergonhada pelo que aconteceu. E faz tempo que não converso com Minato, será uma ocasião proveitosa.

— Perfeito. — Bansai concordou. — Aguardarei sua mensagem, Sra. Hyuuga.

Hana sorriu, agradecida.

— Hinata ouviu?! — o hanyou perguntou maravilhado. — Naruto e Hinata vão jantar juntos!

— Eu ouvi e estou mais feliz, vou preparar um monte de rolinho de feijão!

O hanyou carregou-a de novo, e ela aproveitou para acariciar as orelhas dele.

Hana morria de amores vendo aqueles dois pinguinhos de vida daquela forma, juntinhos.

Inexistia sentimento mais puro.

Mais tarde, não restando mais nenhum visitante, Hinata demorou para retornar do portão, pois ficou um tempão olhando pelo caminho que o meio yokai partiu junto com o Sarutobi.

Sozinho na sala, Hiashi estava perplexo.

Só por que não consideravam mais o hanyou como um símbolo de agouro, não significava que precisavam ser próximos dele.

Levantou-se pretendendo ir atrás de sua mulher, fazê-la cancelar o convite para Minato, todavia, ao ver sua filha feliz entrando na sala, não se atreveu a dar um passo.

A pequena Hyuuga se jogou em um abraço nas pernas do pai, seu pequeno tamanho mal alcançava os joelhos dele.

Ela esfregou o rostinho no quimono do homem.

— Amo meu otou-san!

Hinata se afastou cantarolando, indo atrás de sua mãe, querendo saber qual data ela marcaria para o esperado jantar, contaria os dias empolgada.

Hiashi enfraquecido, retornou a sentar, cobrindo seus olhos com a mão direita e batendo na mesa com o punho cerrado esquerdo.

~NH~

Minato tivera uma longa conversa com o Sarutobi que o narrou tudo o que aconteceu na casa dos Hyuugas.

O Namikaze chorou de emoção quando soube que o próprio mestre dos monges reviu seus conceitos sobre as kitsunes.

A influência do Nakagi seria capaz de modificar toda a má cultura que a aldeia criou em relação às raposas.

E consequentemente, seu filho não seria mais repudiado.

Naquela noite, pai e filho dormiram bem tarde, pois Naruto contou tudo o que aconteceu naquele dia, desde sua transformação, seus novos amigos e o que planejava fazer para o dia que fosse jantar na casa de Hinata, muitas brincadeiras os aguardavam.