Epílogo.

Eu achava que nunca mais sorriria. Não depois do que havia acontecido. Mas eles chegaram. Poucos meses depois da morte dos meus pais.

Eles conseguiram me salvar da dor que eu pensava que teria eternamente. Eu havia ficado completamente perdido depois daquela tragédia, mas eles me ajudaram a me situar. Eu devia parte disso a Spencer e seus pais.

Acho que, no fundo, eles que realmente eram minha família. Afinal, eram eles que me cuidavam na maior parte do tempo. E família é isso, certo? Eu não precisava ter o mesmo tipo sanguíneo para me sentir assim.

Muitas vezes eu fiz coisas que deixaram eles decepcionados ou chateados, mas eles não me deixaram.

Muitas vezes ninguém me entendia. Só falavam que sabiam o que eu sentia, mas, na verdade, elas não sabiam. Elas não sabiam como era perder uma mãe e um pai.

Talvez eles não pudessem ser chamados de "mãe e pai". Eu cresci com pessoas colocando na minha cabeça que "mãe e pai" eram as pessoas que haviam me colocado no mundo e morado na mesma casa que eu. Mas não era bem assim.

Se havia alguém que eu pudesse chamar de "mãe e pai", eram o senhor e a senhora Smith.

E aquele havia sido meu último ano na escola.

Alguns amigos eu perdi, outros eu ganhei. Eu não tinha certeza se havia sido um ruim ou bom ano.