POV Soluço

Acordei mais cedo do que de costume naquele dia.

Um par de olhos verdes me encaravam. Assim que meus olhos bateram naqueles olhos, nem deu tempo de piscar, sua língua veio até mim.

Por mais que Banguela seja um dragão, ele adora lamber. Nunca entendi isso.

Enfim.

Levantei da cama num pulo e fui direto até a cozinha, mesmo não estando com nem um pingo de fome. Chegando lá, sentei na cadeira que fica perto da janela e dei uma olhada lá fora. O céu estava alaranjado, dava pra ver o sol chegando. Depois de ter passado a noite toda preocupado (até em sonho) com Astrid... Ver aquela paisagem me fez esquecer um pouco de todas as minhas preocupações e me trouxe uma lembrança: meu pai.

Era um bom homem, ele só queria o melhor pra mim, o melhor pra Berk, ele só queria que tudo ficasse bem. Aprendeu da pior forma que nem sempre tudo fica bem. Eu que o diga.

Ele ia gostar de ver isso, me fez lembrar de uma vez que...

Um barulho vindo de meu quarto interrompeu meus pensamentos.

– "AHHH! Banguela! Tá que tá hoje, hein? O que você tem?"

Levantei da cadeira e fui até meu quarto para checar o que estava acontecendo com meu amigo dragão.

Abro a porta e me deparo com o quarto vazio.

"Estranho." Penso comigo mesmo. Será que estou enlouquecendo? Melhor tomar um banho, preciso esvaziar a mente.

POV Astrid

Acho que vou enlouquecer.

Aquele curandeiro...

Não pode ser...

Ele não pode estar certo...

Será que o Soluço percebeu algo diferente?

Será que ele sabe de alguma coisa?

Ah, Deuses...

POV Soluço

Depois de um banho bem demorado, consegui por as ideias no lugar, pelo menos o que restou delas. Duas coisas ocuparam minha cabeça: "Como Astrid estava se sentido hoje?" e "Onde estava o Banguela?".

Abri a porta de casa e para minha surpresa encontro o par de olhos verdes com que havia acordado.

– "Banguela! Onde você tava, amigão? Fiquei preocupado."

Só o que obtive como resposta foi um olhar que dizia "está tudo bem" e um empurrãozinho com a cabeça, porém, quando sua cabeça encostou em mim, senti um líquido quente em meu braço. Ele estava sangrando.

Sem dizer uma palavra peguei sua cabeça pelas orelhas. O dragão tentou se afastar, mas o puxei mesmo assim e o coloquei em um ângulo que eu conseguisse enxergar melhor o ferimento.

Ainda segurando seu rosto, o afastei de mim e o olhei com o olhar mais profundo que eu conseguia.

– "Eu não sei como isso aconteceu, mas pelo que eu tô vendo você também não vai me contar, pelo menos não agora. E nem eu vou deixar, não com você nesse estado."

Ele me olhou com um olhar que era uma mescla de cansaço com preocupação. Pessoalmente, eu não gosto dessa combinação.

– "Primeiro, vamos cuidar de você. Vou te levar pro Jeff."

Coloquei o braço apoiado em seu pescoço como um sinal de companheirismo e iniciamos nossa caminhada até o curandeiro.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.