Love In Cold Blood

Cap 2 – But there was some kind of hate in me...


Segui em direção ao meu apartamento... Não ficava muito longe dali, apenas algumas quadras. Durante todo o trajeto fui pensando nela... O novo amor da minha vida... Meu primeiro e único amor...

Cheguei ao prédio onde vivia. Era um lugar meio mal acabado, mas servia. Eu só tocava com a banda no bar às sextas feiras... O que mais eu poderia querer da vida? E aquela noite eu tinha um encontro. Não com minha amada, mas sim com minha outra amada. Izzy era o verdadeiro amor da minha vida... Já as outras eram apenas minha diversão enquanto eu estava sem ela... Peguei o elevador e subi até o sexto e último andar. Nesse andar havia apenas seis portas, sendo que a minha era a sexta. Sexto andar; seis portas; sexto quarto = 666. Eu estava mesmo destinado a esse número...

Fui seguindo em direção à minha porta, mas fui interrompido por uma voz irritantemente familiar:

E: Valo... Vê se não coloca aquela música tão alta de novo... Eu vou ficar em casa hoje.

V: Problema é seu.

E: É. E o problema vai ser seu se de repente todos os seus CDs sumirem, ok? Já está avisado.

V: Cala a boca, Ethel... Você é tão tosca... Acha que pode sair invadindo os quartos e roubando os CDs dos outros? Vá se ferrar!

Ela sorriu zombeteiramente...

E: Mas eu posso... Não queira saber como... Mas eu posso fazer o que eu quiser.

Além de tosca era metida... Saiu andando em direção ao elevador e me esqueceu ali mesmo. Essa era Ethel, minha vizinha da porta da frente. Era a pessoa mais insuportável que eu já conhecera em toda a vida. Ela sentia prazer em destruir tudo o que era bom para mim, logo eu comecei a sentir a mesma coisa nos meus momentos de vingança... Eu poderia muito bem acabar com ela... Invadir aquele quarto e atirar nela, ou esfaqueá-la... Enfim... Eu poderia, mas também seria o primeiro suspeito... E eu não queria ser descoberto de maneira alguma. Ninguém no mundo sabia que eu era um serial killer.

Entrei no meu quarto e escolhi cuidadosamente a faca que eu utilizaria desta vez... As armas nunca poderiam ser as mesmas, mas as facas eram minhas favoritas... A lâmina suave quando corta a delicada pele de um ser humano, brilha ainda banhada pelo sangue... Uma faca, quando utilizada com sutileza, causa o mesmo dano de quando é utilizada com ódio. A diferença é a força do corte... Um instrumento cortante perfeitamente engenhado para fazer aqueles que assim tocarem a sua magnífica lâmina sentirem dor... Uma dor tão intensa e maravilhosa...

Eu ficava louco só de pensar que eu iria esfaquear alguém... Pensava coisas que até poderiam não fazer sentido para os outros, mas faziam para mim... Era um sentimento maravilhoso... Só que dessa vez eu iria tentar algo inédito só pra variar... Um afogamento talvez... Qualquer coisa num estilo diferente para eu experimentar... Chega de clichês!

Entrei em meu quarto e fui direto tomar banho. Já eram quase 8 da noite e eu tinha que estar pronto. Fiquei uns quinze minutos na banheira e depois saí para me vestir. Vesti roupas pretas (como de costume) e saí de casa em direção ao meu destino...