Love In Cold Blood

Cap 16 – I fucked up with everything...


Fui andando em direção ao prédio que ela morava... Demorou um pouco para chegar lá, mas eu cheguei. Escondi meu cordão e entrei. Grace estava lá tentando se fazer de sexy... Sem nenhum sucesso... Antes de entrar, pude reparar que havia um hospital em frente ao prédio...

G: Oi, Ville!

V: Oi.

G: Vai querer entrar?

V: Pode ser...

Entrei no prédio e segui em direção ao elevador. Não havia ninguém na recepção... Ninguém... Isso era bom. Eu não iria agüentar por muito tempo. Subimos até seu quarto. Eu estava com minha arma escondida na cintura... E o silenciador também.

Ficamos falando sobre assuntos adversos em seu apartamento, que era de longe umas cinco vezes maior que o meu. Me senti um pouco humilhado só de estar ali... Sente me sentia humilhado em lugares maiores que o meu pobre e mísero apartamento...

G: Algum problema, Ville?

V: Não, não... Nada!

Ela trouxe alguma coisa para nós bebermos, mas já fui cortando logo aí.

V: Olha Grace... Você é uma pessoa que... Bem... É uma pessoa diferente.

G: Isso é bom?

V: É! É claro que é! Voltando... Bem... Eu gosto de você. Realmente gosto, mas... Não vai rolar.

G: Por que não, Ville? E... Espera... Você veio aqui só pra me dizer isso?

V: É claro que não!

Fez-se um silêncio desagradável...

V: Bem... Como eu disse: Não vai rolar... Só que não vai ser só comigo... Vai ser...

G: Você tem namorada, né... Eu não me lembrei desse detalhe...

V: Para de interromper!

G: Sorry!

Bem... Não vai rolar nem comigo nem com ninguém. É só o meu instinto, sério! Ele me disse isso e desde então eu já sabia o que fazer com você!

G: O que vai fazer comigo?

V: Vou te mostrar.

Puxei a arma da cintura e atirei em seu pé. Na verdade, eu tinha mirado no joelho... Era tanto tempo sem atirar...

V: Desculpe, darling... Errei minha mira!

Ela estava gritando e esperneando enquanto sujava seu chão de sangue.

V: Não grita! Eu não sou surdo!

G: Você ficou maluco? Atirou no meu pé?

V: É, eu sei... Era pra ser no joelho! É só que eu não atiro há muito tempo...

Ela não conseguiu se levantar para andar, por isso foi se arrastando até sua cozinha.

V: Esse lugar é grande... Humilha o meu “apertamentinho”. Tem até uma cozinha aqui dentro!

G: Ville... Larga essa arma!

V: Não me mande fazer nada!

Dessa vez eu acertei. Bem no meio do joelho.

V: Ah! Voltei a pegar no jeito.

G: Por que está fazendo isso?

Ela mostrava a dor em forma de lágrimas e gemidos, mas eu não ligava para nada disso. Queria mesmo vê-la sofrer.

V: A pergunta a se fazer não é essa. A pergunta a é: por que NÃO fazer isso?

G: Para poupar a minha vida!

V: Haha! Que egoísta! Só liga para a própria vida! Escuta... Nada do que você disser vai me fazer mudar de idéia... Entendeu? Então para de palhaçada e fica quietinha para eu terminar o serviço.

Meu celular começou a tocar nesse momento. Era o Linde... Ele não iria parar até que eu atendesse... E foi isso que eu fiz.

V: Alô. To ocupado. O que você quer?

L: Você tem que vir aqui agora pro ensaio. Viu a Grace? Ela não apareceu hoje!

V: Eu to em casa... Com minha namorada! Não sei nada da Grace!

L: Mas ela não veio pro trabalho hoje! Ville, vem logo pra cá!

V: Eu não posso! Eu não quero! Me deixa em paz!

L: Só que a gente precisa de você aqui!

Ficamos discutindo por vários minutos. Até que ficou decidido que eu não ia a lugar algum. Me virei para terminar o que havia começado, mas...

V: Cretina!

Ela havia tentado fugir de mim. Deixou um rastro enorme de sangue no chão. Já estava dentro do elevador. Desci as escadas, afinal, aquele era o terceiro andar. Quando cheguei a recepção, percebi que ela já estava na rua e chovia bastante. Havia uma mulher com ela... Uma mulher extremamente familiar. Era a...

V: Annet, o que está fazendo aí?

A: Ville? Ville, tem uma mulher aqui que tomou um tiro!

G: Não! Não avisa a ele! Não, por favor!

Tarde de mais. Eu atirei de longe e acertei-a mais uma vez.

A: Ville, você ficou maluco???

As duas estavam gritando agora. Fui andando até a porta da frente com cuidado para não pisar no rastro de sangue e atirei mais uma vez.

V: Essa mulher andou me incomodando. Ela mereceu!

A: Você ficou maluco... Você...

V: Que é isso no seu olho?

Tinha mesmo algo no olho dela.

V: Você acabou de sair do hospital, não foi?

Não havia mais ninguém na rua... A chuva caia em cima de nós três e eu já não ligava para mais nada.

A: Eu tenho um câncer no olho... Está satisfeito agora? Você não poderia ter matado essa mulher!

V: Quer dizer que você vai morrer?

A: Sim! QUER DIZER QUE EU VOU MORRER! MAS VOCÊ AINDA MATOU UMA MULHER!

Atirei no olho dela. Aquele que tinha o câncer. Ela já iria morrer mesmo! Atirei só mais uma vez só para me certificar de que ninguém iria se levantar gritando o meu nome por aí. A chuva continuava a cair e a levar todas as evidências do crime. Saí daquele lugar e voltei andando para casa.