‘’ Então ouvimos gritos e apitos vindo da areia e vemos que já é hora de ir. Já está anoitecendo. Ainda temos o jantar e a festa a fantasia. E sinto que Derek marcará presença. E Peeta também.

– Vamos, estou morrendo de fome.

Então voltamos a praia.’’

Assim que chegamos ao hotel, vou direto para o meu quarto já que perdi minhas amigas e estou tão grudenta que preciso ser a primeira na fila do banho. Peeta e seus amigos tambem estão indo para o quarto,e como eles tem me acompanhado quase que o trajeto todo, o quarto deles deve ser perto do meu.

E se, eles são nossos vizinhos?-penso. Não,Não,não,não. Por favor destino, hoje não. O problema da minha sorte é que só de eu pensar em algo ruim, tudo se torna realidade.Então, cá estou eu, hospedada no quarto da frente de Peeta Mellark e seus amigos.

– Vocês podem estar aqui? O Hotel não estabeleceu duas alas completamente separadas uma da outra justamente para afastar meninos de meninas? – pergunto a ninguém em particular

– Claro, por isso Claire, minha irmãzinha sonâmbula precisa da companhia do seu irmão lindo e gato, já que só eu consigo acorda-la. Então, com uma pessoa liberada, foi fácil liberar mais três. – Cato responde, e ele foi realmente muito esperto nessa.

– Bom, se é assim... – digo e entro no meu quarto. Quando estou quase fechando a porta, Gale grita:

– Amiga, me empresta um absorvente?- ele é, de longe, o cara que eu mais gosto em toda a escola. Meu melhor amigo. Amo quando ele faz essas zoeiras, entramos em uma atmosfera só nossa.

– Vixe sis, esqueci o meu tambem Peguei um emprestado do Cato- digo, rindo e fecho a porta, escutanto ao longe um ‘’eei!’’ indignado de Cato.

Tomo um longo banho e quando saio do banheiro, enrolada em uma toalha, encontro Annie, Joh e Clove sentadas na cama e conversando banalidades.Visto uma roupa qualquer para o jantar e converso um pouco com as meninas, e descubro que as três estavam em uma aula de surf, e demoraram para chegar pois o professor era tão gato que a aula teve que durar mais do que o normal, já que haviam muitas alunas no lugar. Logo, as três toam um banho e nos atualizamos das novidades uma da outra,conto a elas o fato de termos vizinhos novos, e então partimos para o jantar, pois temos apenas duas horas para comermos e ficarmos prontas para a festa a fantasia de hoje.

Preciso falar da comida? Perfeição define.Mas, pra variar, tive que comer voando pois nosso tempo era apertado e logo meu vestido ficaria assim também se não parasse de comer.

Então chegamos ao nosso quarto, respiramos fundo contamos 1,2,3 e já e a correria começa. Gritos de ‘’ cadê aquele gloss?’’ ou ‘’Ah, meu zíper não quer fechar’’ e gritos de nervoso, raiva ou stress, em 1 hora estamos com maquiagem e roupa perfeitas. O problema é que somos quatro garotas, 30 minutos e dois secadores. Resultado? Mais gritos e ameaças. Resolvemos que Clove e Johanna ficarão no nosso quarto, cada uma com um secador, e eu e Annie iremos ao quarto dos meninos, usar o secador deles. Tudo porque perdemos no 2 ou 1.

Annie e eu colocamos um roupão de seda para esconder nossas fantasias e não suar nelas e eu bato na porta dos meninos e depois de um tempo, um finnick só de bermuda e com cabelos bagunçados abre a porta e então invadimos o seu quarto, encontrando Cato e Peeta dormindo e Gale com uma carta de baralho em mãos. Provavelmente jogando com Finn.

– Como vocês podem estar assim, tranquilos, sabendo que só temos 30 minutos para a festa?- Annie pergunta, indignada.

– Porque não temos maquiagem para fazer. È só ajeitar o cabelo e por a roupa.- Gale responde

– Que inveja de vocês. Mas vocês não...- percebo que Annie se distrai com Finn e antes que ela perceba, corro para o banheiro, pegando primeiro o secador.

Assim que começo a secar os cabelos ouço resmungos e logo Peeta e Cato já estão de pé.Tiro o roupão pois ele me esquenta demais, e de quente já basta o secador. Termino de secar meus cabelos e saio do banheiro, encontrando os quatro e Annie assistindo televisão. Gale e Cato já estão vestidos com suas fantasias de Caçador e capitão América,respectivamente. Imediatamente, todos param o que estão fazendo e se voltam para mim. Naõ entendo o porque disso tudo, então Peeta diz

– Você está linda- todos os meninos balançam a cabeça em concordância. ah, meu roupão! Eu esqueci. Que vergonha!

– Ann, valew....- oh shit, acho que corei- Annie, ainda tenho que fazer chapinha então vou pro quarto. O secador é todo seu.

Então voo para o meu quarto e conto tudo para joh e Clove, que me zooam até a morte por isso. Então terminamos de nos arrumar e logo Annie chega e diz:

– Tenho uma coisa para contar.

– então fala logo menina. Temos 5 minutos para sair. Kat, você pegou o meu perfume?- Clove diz

– Acho que estou afim do Finnick.- Annie diz

– Qual perfume você quer? O roxo, o de estrela, ou o do Kenzo?- pergunto lá do banheiro

– O de estrela. Vem cá, a Annie quer falar algo- clome me chama, então pego o perfume e vou até o quarto de Annie.- Fala logo Ann.

– mas eu já di...- interrompo Annie e pergunto sobre qual sapato está melhor e depois do reto ter vencido, me volto para Annie.- então, qual é a noticia?

– Eu já disse.- ela diz

– Não disse não. Você só disse que tinha uma novidade e que estava a fim do Finnick- digo, então me toco. – Oh, Clove, acho que o Finn é a novidade!

– Nossa amiga, essa já é velha hein!- Clove diz e arranca um sorriso tímido de Annie. Então Joh nos apressa e logo saímos do quarto prontas (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=104771518&.locale=pt-br)em direção ao ônibus que nos levará a festa.

O lugar é enorme e fechado e redondo, onde em volta é repleto de bares e cadeiras e depois de uns degraus, no centro do circulo há uma enorme pista de dança. Há um enorme palco onde o Dj está e logo que nosso colégio chega, a festa, que está cheia de gente, começa a melhorar. Eu puxo Annie, que está de papinho com Finn, para longe dos meninos pois quero me divertir longe deles hoje. Levo as meninas para a pista de dança, e tempo me camuflar o Maximo possível na multidão, tentando evitar tanto Peeta quanto Derek.

Estou realmente curtindo a festa com minhas amigas. Já dançamos muito e zoamos demais uma com a outra. Então pego a mim mesma com a nuca suada e argh, odeio suar. Digo as meninas que vou ao banheiro conferir o meu estado e saio da pista. Me seco um pouco no banheiro e dou um jeito no cabelo e maquiagem que estavam me abandonando. Na volta para a pista encontro com Derek que, ‘por acidente’, esbarra em mim.

– Ah, oi Katniss!

– Derek

– Você está linda. Me deixe te pagar uma bebida?- tradução para: oh delicia, vamos ali no canto se pegar?

– Ah, agora não, obrigada. Minhas amigas estão me esperando. Mais tarde, com certeza.- adiar não vai matar né? Não é que eu não goste dele, só não me sinto bem agarrando ele sabendo que estarei usando Derek para fazer ciúmes a alguém. E com mais algumas musicas e copos de bebida, talvez possa aceitar melhor esse fato.

– Tudo bem. Até depois

– Até- digo e saio, voltando para a pista. No caminho encontro Peeta com uma roupa de vampiro dançando distraidamente com seus amigos. Viro para a direção oposta e procuro pelas meninas.

Depois de mamis ou menos meia hora dançando e curtindo a melhor festa a minha vida ( e olha que essa é só a nossa primeira noite no Caribe) as Luzes da balada se acendem e a musica para. Fudeu.

Então ouço choros baixos e murmúrios ecoando. Uma roda começa a se formar, mas como estou no fundo, não sei quem está no centro dela. E sinceramente, não estou com um pressentimento bom.

Johanna, que não tem medo de nada (não que eu tenha medo, é só um receio) vai empurrando as pessoas e tentando ir para gente, para entender o que está acontecendo. Então ouço duas garotas ao meu lado conversando preocupadas.

–Mais ele morreu?- a loira diz

– Não sei, acho que chamaram a ambulância- a ruiva diz

– È da nossa escola?

– Não, pelo menos eu não o conheço.

Então paro de ouvir e , provavelmente, de respirar. Alguém se machucou feio, um garoto. E pode ser da minha escola. Pode ser Peeta.Pode ser Gale Então começo a procurar eles freneticamente mas a cada rosto desconhecido que percorre meu olhar, meu pânico cresce cada vez mais. Posso ter perdido os dois.

Então Johnna volta branca e eu começo a chorar. Johanna é dura como uma rocha,quase nada a abala. E algo muito horrível deve estar acontecendo lá.

Annie, que tambem começa a se desesperar ao ver o estado de Joh, pergunta:

– o que aconteceu lá? O que você viu?

– Eu não consegui ver nada, tem muitos médicos em volta dele. Mais parece que o garoto foi descer os degraus que levam a pista, mais estava tão bêbado que escorregou e bateu a cabeça e por conta da queda e da bebida, ele teve um ataque epilético.

–Oh meu Deus. Você sabe quem é o garoto?- Annie pergunta

–Não, não consegui ver nada.

– Só nos resta esperar então- digo chorosa.

Então todas nós nos calamos e enfrentamos nossos próprios demônios em silencio. Minha cabeça não para de pensarem cada menino o qual tive contato em toda a minha vida, até no nerd do fundão e lamentar a sua morte. Me arrependi por não ter dado um abraço em cada um deles, por menos gatos ou simpáticos que sejam. Eles não merecem morrer. Ninguem merece morrer. Penso em Gale e no maravilhoso amigo que ele é e como seria minha vida sem ele, penso em Finnick e seu humor negro e como sentiria falta de bater nele, penso em Cato com suas intriguinhas bobas com tudo, penso em Derek e seu jeito galanteador e, por fim, penso em Peeta, o cara que ilumina os meus dias, que me faz sorrir e que faz tudo parecer melhor. O cara que eu amo. Se ele se for, como será a minha vida?

Então Há uma pequena movimentação e o garoto é retirado do lugar em uma maca. Finalmente posso ver seu rosto.

Mas não me sinto melhor.

O dono da face dormente não é nenhum dos meus amigos, ou ninguém da minha sala, mas mesmo assim é uma pessoa, um garoto que poderia ser meu futuro melhor amigo, ou o namorado da minha irmã. Poderia ser um canalha que daria em cima de mim, mas depois se tornaria meu amigo. Poderia ser o meu irmão. Independente de eu conhecer o garoto ou não, ele teve uma vida interrompida, e o destino da milhares de pessoas que seriam seus futuros empregados, namoradas ou amigos, foi interrompido. Johanna diz que não tem certeza se o garoto reviveu ou não, mas só o foto de saber que ao menos por um segundo ele deixou de existir, é demais para mim.

Então assim que o garoto é retirado, o DJ apaga as luzes novamente e continua a musica como se nada tivesse acontecido.

– Um garoto acaba de morrer e eu continua a festa fingindo que nada aconteceu?- pergunto indignada para as minhas três amigas chorosas.

– Acho que ele reviveu.- Clove murmura

– Para ser revivido antes tinha que ter estado morto - digo.

Então Annie nos envolve em um abraço em grupo e todas nós choramos ainda mais. Então nos dirigimos as cadeiras na borda do circulo e lá sim, desabamos de chorar. Então unidas as dores de mais algumas pessoas que são humanas e não conseguem simplesmente ignorar um fato assim, descobrimos que o garoto conseguiu sim voltar a vida.

Como a nossa vida é frágil. Em um minuto o garoto estava dançando e bebendo, curtindo a noite e em outro, ele morre. No segundo seguinte ele volta a vida. Sempre ouvi que a vida é frágil, mas só pude perceber isso vivenciando-o. Prometo a mim mesma agradecer a cada pessoa de minha sala por estar aqui e por fazer parte da minha vida e abraçar cada um deles, pois poderiam ter sido eles lá naquela maca.

Ficamos lá, as quatro, uma consolando a outra e se recuperando do acontecimento.Muitas pessoas oram embora da festa, e outras continuam tão animadas quanto antes. Então um grupo de meninos passa a nossa frente e assim que eu os reconheço, saio correndo e pulo nos braços de um deles.

A pessoa me abraça forte também,e assim que percebe que estou soluçando de tanto chorar, tenta me acalmar. Então descubro que essa pessoa é Peeta. Valew aê, destino.

–P-P-Poderia ter s-s-sido vo-o-oceê- falo entre soluços, ainda abraçada a ele.

– Eu sei, mais não foi. Eu estou bem, inteiro e aqui, com você.- ele diz e me aperta ainda mais, se é que é possível. Sinto meus ombros serem molhados e então percebo que eu não fui a única abalada da situação.

Então nos separamos o bastante para nos encaramos e tomo fôlego para dizer:

– Eu fiquei com tanto medo, e se fosse um de vocês? E se fosse alguém da nossa sala? E se fosse eu, clove, Ann ou Joh? Você viu como tudo foi rápido....- começo a falar rápido, o pânico voltando dentro de mim quando sou interrompida

–shiiiiiiu, passou.Vai ficar tudo bem, estamos todos bem e o menino vai ficar bem. Tudo vai acabar bem.

Então nos abraçamos mais uma vez e eu abraço cada um dos meninos e choro um pouco mais em cada um deles. Gale que chora comigo também. Quando corro para abraça-lo ele me para, bate em meu braço e com os olhos cheios de lágrimas diz:

– Sua louca, você quase me matou de susto. E se fosse você?- e lá se foi mais uma crise de choro nos braços do meu melhora amigo. Então, todos nós decidimos voltar para o hotel, já que a festa acabou para nós. Essa ultima hora foi muito traumatizante para mim e ela trouxe também todo o sofrimento da perda do meu pai. Com medo de que minhas amigas entrem em coma assim que se deitassem, chamo os garotos para perto

– Vocês topam dormir no nosso quarto essa noite?