Lost Girl

Capítulo 10: Hell's Party


Acordei cansada e levantei da cama, cambaleando, fiz minha higiene e me arrumei pra escola.

Chegando lá, vi Syn e Matt encostados em um carro e conversando, fui até lá.
- Bom dia.
- Bom dia Mel.
- Sobre o que vocês estão conversando?
- Festa. - Matt disse sorrindo
- Quer ir?
- Claro. Quando?
- Hoje a noite, oito horas.
- Ok. Aonde?
- Casa de um amigo nosso. Te pego oito e meia?
- Ok.

O sinal bateu e nós fomos para a sala, a aula passou rápido e eu fui pra casa dormir.
Sete horas eu comi algo e fui tomar banho e me arrumar para a tal festa.

Quando abri a porta e vi Matt parado na minha porta, sorri e o abracei.
Desde quando Matt é tão lindo?
Cheiroso ele sempre foi, mas gostoso e lindo eu não lembro.
Conversamos coisas inúteis até chegar a uma casa não muito grande, mas cheia de gente.
Pisei no lugar e tive uma visão do inferno. Oliver estava lá.

Ficamos um tempo conversando com os meninos, mas depois fui perdendo um a um.
Brian e Matt, eu até vi depois, mas estavam ambos pegando desconhecidas.
Revirei os olhos e sentei no bar, um tempo depois, Oliver sentou do meu lado, nem liguei, continuei bebendo minha cerveja.
- Perdeu o segurança para alguma mulher mais gostosa?
O olhei de esguelha e continuei só bebendo.
- Bem feito pra você. Sempre escolhe o lado errado na hora errada. Seu segurança te largou por uma mulher melhor.
- Ele consegue uma mulher melhor, mas e você? - Perguntei sorrindo irônica - Não né?
- Eu consigo quem eu quiser.
- Mesmo? Não acho.
- Por que não?
- Você me quer de volta não quer?
- Só pra te comer.
- Então… Você não me tem.
- Mas ainda vou ter.
- Nem em sonho.
- Não disse que você ia querer também.
Rolei os olhos e me levantei, fui andando pela casa, vendo as pessoas se agarrando pelos cantos e encostados nas paredes.

Avistei Matt não muito longe, ele estava de costas pra mim, mas antes de eu chamá-lo ou chegar até lá, algo agarrou meu braço e me virou.
- Eu não terminei. - Oliver disse irritado
- Mas eu sim!
Ele abriu uma porta e me empurrou pra dentro.
- QUE MERDA! Sai da frente Oliver!
Ele bateu a porta atrás dele e eu tentei forçar a passagem, mas tudo que consegui foi ser atirada pra trás e bater em uma parede.

Oliver veio pra cima de mim e tentou me beijar, me esquivei, mas ele segurou meu rosto e forçou sua boca contra a minha.
Bati e tentei empurrá-lo, mas nada dava certo, escutei o barulho de alguma coisa quebrando e Oliver me largou.
Olhei e vi Matt com uma garrafa de cerveja quebrada, seus olhos verdes estavam escuros de ódio.
- Você ta bem? - Perguntou
- T… Tô sim.
- Ótimo. - Disse e se virou para Oliver, que estava encolhido com a mão na cabeça, eu podia ver o sangue molhar seus cabelos e escorrer por suas mãos.

Antes de eu pensar em mais nada, Matt largou a garrafa quebrada e puxou Oliver pra cima.
- NUNCA MAIS FAÇA ISSO! COM NINGUÉM! MAS SE FOR COM A MEL, VOCÊ MORRE! - Gritou e atirou-o no chão
Oliver chutou a perna de Matt, mas ele parecia possuído pelo ódio, se jogou em cima de Oliver e socou seu rosto, quando eu ia tentar tirá-lo de lá, ouvi alguém gritar, olhei pra porta e várias pessoas estavam lá.
- MATT! - Gritei segurando seus ombros - MATT PARA!
- Ele merece muito mais que isso! - Disse entredentes ainda batendo em todos os lugares possíveis, Oliver tentava revidar, mas a pancada na cabeça deve tê-lo deixado lerdo.
- Por favor Matt!

As pessoas se desaglomeraram e eu ouvi alguém gritar a procura da briga.
Matt parou de bater em Oliver e se levantou rápido.
- Sai daqui Mel.
- O que? Não! Vem comigo Matt eu…
Ele agarrou me braço e me jogou dentro do banheiro que tinha ali e fechou a porta.
- MATT! - Berrei tentando abrir a porta, mas estava aparentemente travada.

Me abaixei para olhar pela fechadura e vi dois policiais entrarem, um deles viu Oliver e tirou o rádio, o outro veio andando até Matt que estava perto da porta.
- Se metendo em briga de novo Sanders?
- Ele mereceu Garet.
- Eu te avisei que se você brigasse de novo ia pra cadeia.
- Ele tentou agarrar uma garota a força, minha melhor amiga.
- Sinto muito Matt, mas você vai preso. Até porque, o garoto está tão machucado que vamos ter que levá-lo pro hospital, você quebrou aquilo nele? - Perguntou apontando para o chão
- Ele mereceu. - Repetiu mal humorado
- Vamos garoto. - O tal Garet disse puxando Matt pelo braço, esperei o outro policial sair com Oliver e saí do banheiro.

Corri pro lado de fora e Matt ser empurrado para dentro da viatura, o desespero de ver aquela cena só me fez correr mais, mas alguém me segurou com força pela cintura.
- MATT! - Gritei vendo o carro se afastar na rua. - ME SOLTA IDIOTA!
- Fica calma Mel. - Syn disse me apertando mais.
Ao descobrir quem me segurava, relaxei, mas ainda assim estava desesperada, me virei pra Syn com os olhos marejados.
- A culpa é minha! Me leva na delegacia Syn agente tem que tirar ele de lá.
- Fica calma Mel, de um jeito ou de outro ele vai ser obrigado a passar a noite preso, eu vou lá de manhã cedo.
- Mas…
- Você tem que ficar fria e parar com o escândalo, até porque, você tem 17 e está bebendo, você pode ser levada pra delegacia também.
- Mas os policiais já foram.
- Um deles foi.

Abracei Syn e coloquei a cabeça em seu peito, ele acariciou meu cabelo, então percebi que ele estava bebendo algo e peguei a garrafa dele.
- Mel…
- Só um pouco, ta bom?
Ele rolou os olhos e eu sorri, bebi uma golada e percebi que não era cerveja, o líquido desceu a minha garganta queimando então eu fechei os olhos e sorri fraco, aquilo ajudou um pouco.

Syn agarrou minha cintura com força e me prensou contra seu corpo, abri os olhos confusa e ele estava olhando para alguma coisa, me virei pra ver, mão consegui enxergar o que tinha deixado ele assim.
- Que merda. - Sussurrou irritado
Me virei pra ele ainda mais confusa, mas logo minha pergunta muda foi respondida.
- Boa noite. - A voz do homem veio de trás de mim e eu olhei de novo, ele estava fardado e olhando Syn com cara feia.
- Boa noite. - Respondeu e eu apenas sorri.
- Posso saber quantos anos vocês tem?
- Dezoito. - Syn respondeu e o homem me olhou.
- Na verdade quero saber a idade dela.
Engoli em seco - Dezessete. - Ele respondeu muito a contra gosto, mas sabia que mentir era pior.
- E eu posso saber o que ela faz com essa garrafa na mão?
- Estava segurando pra mim. - Disse pegando a mesma de mim e voltando a passar o braço por minha cintura.
- Claro, poderia falar alguma coisa pra mim? - Pediu sorrindo sacana
Sabia que o hálito alcoólico ia me denunciar, mas tentei fazer o ar não sair muito da minha boca.
- Falar o que?

Minha tentativa foi falha e o homem sorriu - Se estava só segurando a garrafa, por que o hálito dela cheira a úisque?
Eu não fazia ideia do que responder, mas aparentemente Brian era um terrorista treinado para mentir para a polícia.
- Porque ela estava me beijando.
- Sei… E ela ficou gritando pelo garoto que foi preso porque achou injustiça?
- Eles são amigos.
A frieza e calma com que ele mentia me impressionaram.
- Você sabe que eu não acreditei em uma palavra do que você disse, não sabe?
Ele deu de ombros - Você não pode me prender por isso, mas eu não estou mentindo.
- Mas posso apreender a garota e levá-la pra delegacia.
- Ela não está bebendo. - Disse firme.
- Me prove. - Disse sarcástico e eu me virei para Brian, sabia que o desespero estava nítido em meu rosto, mas ele parecia extremamente calmo, tirou a mão que não segurava a garrafa da minha cintura e usou-a para puxar meu rosto para ele.

Eu fiquei meio petrificada enquanto sentia ele me puxar devagar pra si, mas quando seus lábios quentes e macios bateram nos meus, senti o gosto de álcool e menta, uma espécie estranha de frenesi correu todo o meu corpo, apertei seus braços com força, mas logo minha mão foi pra seu cabelo.
Syn me apertava com força contra seu corpo e puxava minha nuca cada vez mais, sua língua brincava com a minha de uma forma que fazia minhas pernas tremerem, eu puxava seu cabelo e arranhava seu braço.
Nem me lembrei que existia um policial atrás de mim, até ouvir um pigarro do mesmo, Syn me soltou e empurrou, delicadamente, minha cabeça pro seu ombro.
- Provei? Ou quer ver mais? - Perguntou irônico
- Eu vou fingir que acredito em vocês, mas se eu vir essa garota bebendo eu levo vocês dois pra delegacia, me entendeu?
- Fica tranquilo que eu mantenho a boca dela ocupada. - Disse e mordeu meu pescoço, eu vi o policial passar atrás dele e entrar na casa, suspirei aliviada e senti Syn puxar minha nuca de leve, levantei a cabeça e olhei pra ele.
- Eu falei… - Disse sorrindo sarcástico e eu soquei seu ombro de leve, ele riu e virou o resto da garrafa na boca, depois jogou-a em algum canto. - Eu estava pensando em ir comer alguma coisa. Quer ir?
- Acho que sim.

Pegou minha mão e me puxou para o carro e abriu a porta pra mim.
- Cavalheiro. - Eu zoei e ele piscou pra mim
- Mas não acostuma não.
Entrei no carro e ele logo fez o mesmo, dirigiu até um lugar e entramos, o lugar era estranho para uma lanchonete, a decoração era escura e as mesas tinham divisões altas, logo imaginei mafiosos fazendo reuniões ali.

Ele me puxou para uma mesa no canto, eu sentei no banco estilo sofá forrado em couro vinho e ele sentou na minha frente.
- Que lugar é esse?
- Um bar que eu gosto.
- É tenebroso.
- Por isso eu gosto.
Rolei os olhos e ele riu, logo a garçonete parou do nosso lado, entregou os cardápios e saiu.
- Quer comer o que?
- Não sei, não estou com tanta fome e nem trouxe dinheiro.
- De onde tirou que você vai pagar?
- Amh?
- Eu te trouxe aqui, é lógico que eu vou pagar.
- Claro que não. Não precisa, sério.
- Pede alguma coisa Mel. - Ele disse empurrando meu joelho com o pé por debaixo da mesa.
Sorri e procurei algo que gostasse. - O hambúrguer é bom?
- Eu gosto, e vem com batatas.
Sorri - Então é isso que eu quero.
Ele levantou o braço e a mulher veio até nós.
- Sim? - Perguntou, sorrindo demais, pra Brian
- Vamos querer dois hambúrgueres e duas cocas.
Ela anotou e sorriu pra ele - Mais alguma coisa?
Ele me olhou sugestivamente e eu sacudi a cabeça - Não, obrigado. - Ele disse sorrindo e a mulher saiu sem nem olhar na minha cara.

- Acho que ela gostou de você. - Eu comentei rindo
- É, acho que sim.
Ficamos conversando coisas idiotas, depois ele me perguntou se sabia porque Matt estava brigando.
Contei tudo a ele que fechou a cara.
- Esse cara merece morrer.
- É, mas por favor, nem pense em falar disso para o Matt.

A comida chegou e, mais uma vez, fui prontamente ignorada pela garçonete, que serviu Brian e colocou minhas coisas de qualquer jeito em cima da mesa, saiu sorrindo de novo e eu rolei os olhos.
Puxei minha comida pra mim, parecia gostoso…
Voltamos a conversar sobre coisas idiotas até acabarmos de comer, Brian pagou e nós saímos do bar.

- Quer ir pra casa? - Perguntou dando a partida.
- Pode ser.
Ele riu e deu a partida, o guiei até em casa e ele estacionou.
- Tem alguém ai? - Perguntou encarando a casa escura
- Acho que sim.
- Quer que eu vá com você? Só por precaução...
- Ah, claro. Obrigada.
Desci do carro e entrei na casa, ele veio andando comigo, acendi a luz e olhei em volta.
- Acho que ta tudo bem, elas só devem estar dormindo.
- Qualquer coisa me liga então.
Sorri e me virei pra ele, sei que definitivamente não é hora pra eu pensar nisso, mas esse cara é muito lindo.
- Obrigada. - Disse e me adiantei pra ele, abraçando-o e beijando seu rosto.
- Sempre que precisar.
Me afastei dele, mas não muito, nos encaramos um pouco e acabamos nos beijando.

Quando ele foi embora, subi para o quarto, sonhei com Matt, espero que esteja tudo bem.