Tudo parecia bem no Acampamento Meio-Sangue. Talvez porque tudo estivesse.

Não para Leo Valdez.

Leo Valdez estava jantando normalmente com os meio-irmãos do chalé de Hefesto. Havia sido um dia comum no acampamento, as atividades de sempre. Depois do jantar, Leo preferiu ir direto para a cama em vez da cantoria na fogueira de sempre. Ele passou um tempo olhando para o teto, pensativo. Pensativo e realmente triste. Ele havia recebido na manhã uma carta endereçada a ele, do Olimpo. Era uma carta escrita pelo próprio Zeus, dizendo que Calipso era muito perigosa, como uma filha de Atlas, e que não deveria viver junto da civilização pelo mesmo motivo. Aquilo era ridículo. Calipso não era agressiva. Os deuses a conheciam. Sabiam quão doce e simpática ela era, e mesmo assim a mandaram para o Mundo Inferior. Leo sabia que o Elísio era um bom lugar e que Calipso ficaria bem, e com companhia. Mas ainda assim era uma realidade que ele não conseguia engolir. Os deuses estavam sendo hipócritas. Zoe Doce-Amarga era filha de Atlas e ficara livre. Assim como as Hespérides. Mas Calipso, só por ter apoiado os titãs (e estava arrependida), teve de ficar presa naquela ilha terrível por milênios. E agora no Elísio. Mas sem dúvidas era melhor do que na primeira vez. Calipso teria amigos, companhias... Talvez até mesmo encontrasse alguns dos heróis que pousaram em sua ilha nos tempos antigos. Leo se remoeu de ciúmes com a possibilidade. Mas Zeus era direto na carta: Se Leo tentasse salvá-la, seria impedido. Se continuasse insistindo, Zeus teria o direito de pulverizá-lo. Leo se sentia infeliz, mas não podia fazer nada, então foi dormir com a cabeça borbulhando com pensamentos.
E sonhou com algo em que não pensava a tempos...