Livro 2: Água
Coisas da vida - Parte 6
~ Mayumi e Zuko ~
A noite estava quase chegando e a festa mal havia atingido o seu auge. A banda da nação do fogo tocava as mais diversas musicas enquanto todos comiam e bebiam. Os recém-casados finalmente havia se sentado e comemoravam com todos. Suki estava sentada bem ao lado do lugar da cerimônia e segurava Kamai no colo até que ele vomitou o leite que bebeu.
– Esse é meu garoto, aposto que está querendo um pouquinho de carne. – falou Sokka e colocou um pedaço na boca do bebe que começou a chupar.
–Você é maluco? – falou Mayumi e jogou o pedaço longe. – Ele não tem idade para isso, Sokka.
– Ué, ele vai ser um guerreiro, tem que aprender a sobreviver desde agora.
– Ele tem um dia de vida seu idiota, não sabe nem a diferença entre você e a Suki. – falou Mayumi. – Me dá ele aqui. – A jovem tomou o bebe da mão do rapaz que deu de ombros e saiu para perto de Aang. Suki havia ido limpar o vomito e coube a Mayumi cuidar do pequeno Kamai. – Seu pai é meio louco, sabia? Mas é uma pessoa legal, você vai aprender a gostar dele. – Ela aninhava a criança e andava de um lado a outro para fazê-lo dormir. Estava tão entretida com aquilo que nem percebeu que Zuko a observava de longe.
Ele ria com Mayumi fazendo careta para Kamai ou então conversando com ele como se o bebezinho já entendesse.
– Ela vai ser uma boa mãe, algum dia. – falou Aang e tocou no ombro do senhor do fogo.
– Quem? – Zuko se fez de desentendido.
– Quem mais seria? A Mayumi é claro. Não é para ela que você está olhando, com essa cara de abobalhado?
– Eu não consigo Aang, eu não consigo. – falou ele e bebeu o que estava em seu copo.
– O que você não consegue?
– Não falar com ela. – Ele abaixou a cabeça. – Quando Azula nos atacou e você tirou a dominação dela.
– Sei...
– Eu fui conversar com a Umi e lá, concordamos em dar um ponto final nisso.
– Nisso o que?
– Nessa sombra que nos persegue. – Zuko encarou o amigo e depois voltou a observar Mayumi. Ele sorriu. – Eu simplesmente não consigo esquecê-la.
– Então, porque escolheu a Mai, ao invés dela? – Aang cruzou os braços e franziu o cenho. Aquela era uma pergunta que ele gostaria de saber a resposta.
– Eu não sei a resposta. A principio me pareceu a coisa certa a se fazer, já que eu já tinha uma história com a Mai, mas depois que eu fiz a escolha, percebi que a minha história com a Mayumi é muita mais forte. Faz sentido?
– Completamente. – respondeu Aang e então Katara o chamou. – Mas agora é tarde Zuko, a sua escolha foi feita e você deve arcar com as conseqüências. O namorado de Mayumi, Jun, é meu amigo assim como você também é. – Katara o chamou outra vez. – Não quero que vocês se machuquem por causa disso. E quando eu digo “se machucar” não é emocionalmente. Jun é muito cabeça quente.
– Deixa ele vir quente, que eu já estou fervendo há muito tempo. – falou Zuko. – Desde aquele dia eu quero quebrar a cara dele.
– É sério Zuko, se não for por você, que faça pela Honora. Ela não merece. – Aang deu uma tapa nas costas do amigo e seguiu na direção da esposa.
...
– Voltei. – falou Suki e pegou Kamai. – Ele não deu trabalho não, né?
– Ele não, mas o Sokka...
– O que tem o Sokka?
– Esquece. – falou Mayumi. – Você só precisa saber: Não o deixe sozinho, com o bebe, por muito tempo. – a jovem dobradora de água tentou ficar séria mais não conseguiu.
– Fiquei até com medo agora. – falou Suki e sorriu. Seu estômago roncou. – Nossa, passei a tarde toda com o Kamai que acabei esquecendo de me alimentar.
– Eu vou buscar algumas frutas para você, quer?
– Por favor, amiga. – a nova mamãe olhou para Mayumi com um olhar de cachorro pidão.
– Volto em alguns instantes. – falou a jovem e se dirigiu até a mesa que estava repleta de comida. Ela pegou uma tigela e começou a colocar algumas frutas e pães.
– Está usando o bracelete. – falou Zuko e se aproximou dela. Mayumi congelou no local. – Nunca pensei que veria você usado ele. – Mayumi estava de costas para o senhor do fogo. – Você está linda. - A jovem se virou e encarou Zuko que sorriu. Ela respirou profundamente e saiu rapidamente de perto dele. - Mayumi... – falou Zuko e começou a seguir a jovem pela multidão.
Mayumi correu o mais rápido que pôde e assim que encontrou Jun, se jogou no meio dos braços dele.
– O que houve? – falou ele e alisou os cabelos da namorada.
– Nada. – falou ela. – Apenas me abrace.
Zuko se aproximou e então seus olhos encontram os de Jun. Ele engoliu seco.
– Ele está te importunando? – Jun afastou Mayumi de seu abraço e olhou bem para ela. – Me fale que eu acabo com ele agora mesmo.
– Não. – falou ela com medo de Jun fazer algum mal a Zuko. – Eu só me apavorei.
– Tem certeza? – ele olhou bem para a namorada.
– Tenho. – respondeu ela.
– Então vem, vamos sair daqui. – falando isso, Jun passou a mão na cintura da jovem e os dois saíram em direção a casa dela.
Zuko respirou fundo e se lembrou do que Aang disse, que fosse por Honora. Ele voltou para o centro da festa, mas antes que pudesse chegar, Mai o agarrou pela mão.
– Porque você me humilha desse jeito, Zuko? E eu nunca te dei motivo para ser humilhada.
– Do que você está falando?
– Você nem sequer disfarçou enquanto corria atrás dela. Sendo sua esposa, como eu me sinto?
– Pelo amor de Deus, isso é besteira.
– Besteira? Você me enoja Zuko. – Mai encarou o homem. – Eu sabia que isso ia acontecer.
– Se sabia, porque aceitou se casar comigo?
– Porque eu te amava, seu idiota. – Zuko passou a mão nos cabelos e respirou fundo. Olhou em volta e então ficou preocupado.
– Onde está Honora, Mai?
– Está sentada ali. – falou Mai e apontou para uma cadeira vazia. – Ai meu Deus.
– HONORAAAA. – chamou Zuko. Ele se virou para Mai. – Você é irresponsável.
– Se ao menos meu marido me ajudasse a criar a nossa filha e não ficasse correndo atrás da primeira vagabunda que aparecesse... – Zuko se aproximou com fúria de Mai e levantou a mão direita, como se fosse dar uma tapa, mas se controlou.
– Nunca mais chame a Mayumi de vagabunda. – falou ele e seguiu procurando a menina.
...
– Deixa eu te fazer uma pergunta: Você esteve na casa da Katara algumas horas antes da cerimônia?
– Não, desde cedo estava ajudando o Aang a se arrumar. – falou Jun e encarou a namorada. – Por quê?
– Por nada. – falou ela e sorriu, até que ouviram um burburinho na festa - Porque toda essa gritaria? – Ela se virou para olhar.
– Parece que a princesa sumiu. – respondeu Jun.
– Quem, Honora?
– É. – falou Jun e se virou, continuando o seu caminho.
– Nós temos que ajudar a procurar.
– Todos já estão procurando por ela, e além do mais, é filha deles.
– Ela pode ser filha de quem for Jun, é um bebê. – Mayumi começou a ficar desesperada. – Temos que encontrá-la. O pólo sul é perigoso para um bebezinho. Tem mar gelado, ursos e avalanches.
– Está bem. – falou Jun e apontou na direção da nova casa de Aang e Katara. – vai por ali que eu vou por aqui. – Mayumi se aproximou dele e então o beijou.
Ela saiu correndo na direção que Jun mandou e assim que chegou, reparou em alguns pequenos rastros, pegadas que seguiam até em cima. Ela subiu correndo e assim que chegou, encontrou a bebezinha bem na ponta de uma geleira.
– Ei amiguinha. – falou Mayumi e a bebezinha olhou. – vem com a titia, vem. – Honora deu um gritinho de bebê, misturado a uma deliciosa gargalhada. – vem, sai da ponta. A titia tem um brinquedinho aqui para você. – Ela puxou o bracelete e sacudiu. Honora começou a engatinhar em sua direção, mas antes que ela pudesse chegar, a ponta da geleira cedeu e a bebezinha caiu, juntamente com um monte de neve. Mayumi correu até a beirada e dobrou a neve, fazendo com que ela viesse subindo outra vez.
– Olhem, ali está ela. – falou um dos soldados do fogo e apontou.
– Oh meu Deus. – falou Mai e saiu correndo, Zuko foi logo atrás.
Assim que a bebezinha estava há uma altura considerável, Mayumi a agarrou e a abraçou. Honora pegou o bracelete da mão da dobradora e sem querer, deixou que ele caísse dentro do mar. – Não. – falou ela e viu o bracelete reluzir antes de afundar. – Ao menos você está bem, não é? – Honora sorriu e então tocou no rosto da jovem. – Ei pedacinho de gente? Você é linda. – Honora bocejou e então se acomodou nos braços de Mayumi.
– Me dá minha filha. – falou Mai e puxou a menina.
– Por nada. – falou ela e então percebeu que Zuko veio logo atrás.
– Você salvou a vida da minha filha, serei eternamente grato. – falou ele e abraçou a bebezinha, juntamente com Mai.
Mayumi nada disse, apenas passou por eles e seguiu ao encontro de Jun.
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