Livro 2: Água

Coisas da vida - Parte 3


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- Zuko. – falou Aang assim que se aproximou do amigo. – É bom te ver, sem ser em uma situação de perigo.

- É bom te ver de novo também amigo. – Eles se abraçaram.

- Mai. – Aang cumprimentou a jovem dama do fogo que carregava uma linda menininha de dois anos no colo.

- Olá Aang, como estão os preparativos para a festa?

- Tudo correndo muito bem. – falou Katara e abraçou os dois.

- Olha se não é o esquentadinho. – falou Toph e deu um murro no ombro de Zuko que sorriu.

- Ei Toph. – falou ele e alisou o local do soco. – Haru.

- Oi para todos. – falou o dobrador de terra.

- Acho que vocês ainda não conhecem uma pessoa... – Zuko pegou Honora do colo da mãe. – Essa é a princesa Honora.

- Ele é linda. – falou Aang.

- Parece muito com você Zuko.

- Nada disso. – falou Aang. – Desculpa amigo, mas ela é a cara de Azula.

- Todos falam isso. – respondeu o senhor do fogo.

- É, realmente é a cara da Azula. – Falou Toph e todos se olharam. – Qual é, é uma piada. – Ela passava as mãos em frente as vistas e todos gargalharam.

- Venham, preparamos uma casa para todos vocês. – Falou Aang. – Toph e Haru, se importam em ficar na casa da Umi? Ela está lá com o Jun também.

- De maneira alguma. – respondeu a jovem.

- Zuko, vocês vão ficar em minha casa, já que eu não vou mais morar lá, vocês vão ter privacidade.

- Certo. – falou Zuko. Ele olhava para todos os lados, queria saber onde estava a Mayumi.

- Onde está o Sokka e a Suki? – perguntou Mai.

- Em minha nova casa com a Mayumi e o Jun. – Katara sorriu. – Eu sou titia.

- O que? – perguntou Zuko.

- Suki teve um bebe. – falou Aang entusiasmado.

- Como não ficamos sabendo que ela estava grávida? – perguntou Mai. A pequena Honora se aconchegava, por causa do frio, nos braços da mãe.

- Nem mesmo a gente sabia. – começou Katara a falar. – Só viemos saber quando ela já estava quase no final da gravidez e só descobrimos porque a barriga dela cresceu rapidamente.

- Ela escondeu de todo mundo? – perguntou Toph.

- Por incrível que pareça, ela também não sabia.

- Como não saber que vai ser mãe? – falou Mai incrédula. – O nosso corpo é o primeiro que muda.

- No dela não houve mudança, tudo continuava como antes. – concluiu Katara. – Exceto no final, quando o bebe já estava grande demais e a barriga dela ficou enorme. – Zuko começou a rir.

- Tinha que ser filho do Sokka mesmo. – comentou o senhor do fogo e todos riram com ele.

- Bem, chegamos. – falou Aang e apontou a casa, enorme e bem arrumada. Os carregadores traziam as coisas de Mai e de Honora. Elas poderiam estar longe da nação do fogo, mas uma rainha e uma princesa precisam dos mimos que só o palácio pode oferecer. Zuko já não se importava com isso, havia passado muito tempo com o grupo e aprendeu coisas que jamais aprenderia estando cercado por regalias. Tendo apenas uma esteira e um cobertor, ele já se sentia bem.

- Que tal a gente ir visitar a Suki e o Sokka? – perguntou ele e Mai fez cara feia.

- Acho melhor nos instalarmos primeiro, querido. – falou ela e o encarou. Ele não se importou com o olhar fulminante dela.

- Katara, Aang, vocês estão indo para lá agora, não é? – os dois balançaram a cabeça, concordando. – Eu vou com vocês. Mai se quiser, pode se instalar. Eu volto em alguns minutos.

- Faça como bem entender. – falou Mai e entrou na casa. Sabia que a real razão de todo esse interesse no filho de Sokka era porque Mayumi estava lá.

- Ela ficou chateada. – falou Toph.

- Não, só está cansada da viagem. – falou ele e sorriu. – Então, vamos?

- Vamos. – falou Katara e todos subiram a montanha.

...

- Onde estão todos? – perguntou Suki assim que Mayumi entrou no quarto, trazia alguma coisa leve para ela comer.

- Foram encontrar com a família real do fogo. – falou ela em deboche na ultima frase. Só havia as duas no quarto e o pequeno bebe.

- Você está com ciúmes?

- É claro que não Suki, é só que eu nunca fui com a cara da Mai e ela com a minha, mesmo sem nunca termos nos visto na vida. – Mayumi respirou profundamente. – Encontrá-la na festa de casamento é pedir para passar a tarde toda infeliz.

- E o fato dela ser a mulher do Zuko nem te passou pela cabeça?

- Eu já superei. – falou Mayumi seriamente. – Eu estou com o Jun, estou feliz e aquele romance infantil já passou, está bem? – Assim que ela calou a boca, Sokka entra no quarto.

- O Zuko está vindo ai. – falou ele. Mayumi pulou da cama.

- Ele não pode me ver aqui.

- E aquela história de que “eu superei” onde fica?

- Faz parte da superação ele não me ver. – falou ela. – Eu volto mais tarde. Avisa ao Jun que... Eu tive que voltar rápido para a aldeia. – Ela se envolveu na roupa de frio. – Fala para ele me encontrar em casa.

- Pode deixar. – falou Sokka. Mayumi saiu correndo. – Menina maluca.

- Sempre foi. – respondeu Suki e voltou a atenção para o bebe.

- Quem o garotão do papai, quem é?

- Sokka, ele ainda não entende nem uma palavra do que você fala, acha mesmo que ele vai responder?

- Sei lá, meu pai me disse que eu falei com quatro meses, quem sabe ele não é prodígio igual a mim? – Suki respirou fundo e quando ia responder a porta do quarto se abriu. Katara entrou na frente, seguida de Zuko e o restante do povo.

- Olha só quem se tornou pai. – falou o senhor do fogo e abraçou Sokka. – Meus parabéns.

- Obrigado. – falou o guerreiro e Zuko se aproximou da cama, deu um beijo na testa de Suki e olhou o menino.

- Se preparem para ficarem os dois primeiros meses acordados, é serio.

- Valeu pela dica.

- É um lindo rapaz. – ele sorriu. – Nada de se engraçar com minha filha, está bem?

- Eu não tinha pensado nisso. – falou Aang.

- Pensado em que? – falou Zuko.

- Seria genial se nossos filhos namorassem.

- Especialmente a gente não é? – falou Zuko e abraçou o amigo. – Tendo o seu antecessor como o meu bisavô, não seria nada mal ter outro avatar na família. – Os dois riram e então a porta se abriu.

Jun entrou e deu logo de cara com Zuko, os dois se cumprimentaram, mas na realidade queriam se matar.

- Onde está a Umi? – perguntou ele.

- Pensei que ela estivesse aqui. – falou Katara.

- E estava, desceu minutos antes de vocês chegarem. – falou Suki. – Disse que era para você encontrá-la em casa, Jun.

- Obrigado pelo recado. – falou o dobrador de água. – Com licença. – Ele saiu da casa.

- É melhor eu ir também, Mai deve estar furiosa por eu tê-la deixado sozinha. – falou o senhor do fogo.

- Obrigada por ter vindo Zuko. – falou Suki.

- Espero vê-los na festa.

- É mesmo, a festa. – falou Sokka. – Eu já havia me esquecido.

...

Mayumi desceu correndo a montanha e quando chegou ao pé dela, respirou profundamente. Havia escapado de encontrar com Zuko e queria que permanecesse assim, sabia que seria impossível durante a cerimônia, mas tentaria o mínimo de contato possível.

Ela passou calmamente pela praça principal que já estava pronta e seguiu pelos corredores de gelo que os dominadores de água, que vieram com Jun, construíram para erguer novamente a cidade. Ela seguiu andando até a frente da casa de Aang, até que a viu.

Mai segurava a pequena criança em seu colo e observou Mayumi com um olhar severo, como se quisesse simplesmente, acabar com ela ali mesmo. Mayumi ergueu a cabeça como se dissesse que não tinha medo dela e então, Mai caminhou na direção dela.

- Mayumi, estou certa? – falou ela com a voz imposta.

- Sim e você deve ser a Mai.

- Então Zuko falou de mim? – perguntou ela surpresa.

- Sim, no momento em que nos vimos novamente.

- Então sabe o que acontece, não é? – ela se aproximou de Mayumi. – Fique longe dele, pro seu próprio bem. – Mayumi sorriu da fala de Mai.

- isso é uma ameaça? – falou a jovem dobradora de água com um sorriso na face.

- Se assim escolheu, é uma ameaça. – Mayumi se aproximou ainda mais de Mai, como se a desafiasse.

- Você tem que fazer bem mais que isso para me meter medo.

- Se eu fosse você, estaria tremendo. Não sabe do que sou capaz para proteger o que é meu.

- Na verdade, eu conheço bem o seu tipo, mas não se preocupe, seu marido está morto para mim. O que eu e o Zuko vivemos, está morto há doze anos. Não precisa se preocupar comigo.

- Espero.

- E só para você saber, eu tenho um homem que me ama ao meu lado e me trata como rainha. – Jun se aproximou das duas e Mayumi o abraçou. – Não preciso de mais nada. – ela sorriu. – tenha uma boa estadia aqui Mai, sinta-se em casa.

Mayumi seguiu para casa com as ameaças de Mai presas em sua garganta, queria fazer alguma coisa muito, mas muito ruim com ela, mas tinha que se controlar.

- Aquela é a esposa dele, não é? – perguntou Jun.

- Não faz a menor diferença para mim. – falou ela e então abraçou o seu namorado. – Você foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida, sabia?

- E você na minha. – falou ele e então beijou a jovem. – Eu te amo. – Mayumi ficou séria e então afastou o abraço.

- É melhor a gente desfazer a mala. – falou ela e entrou correndo para dentro de casa. Ela não poderia dizer que o amava, porque estaria mentindo.

...