Capítulo 24 - Na Estrada II

James avisou para todos sobre a fazenda que ele tinha visto, e o grupo foi para lá. Mas chegando no local, não era exatamente o que eles estava procurando. A fazenda estava cerca de 65% queimada, boa parte do que era a fazenda agora estava em cinzas e fuligem. O motivo da fazenda toda não ter sido consumida pelo fogo, foi que choveu no momento do incêndio.

Stefan e Lizzie caminhavam dentro do que era uma fazenda, procurando por algum suprimento nas gavetas e nos armários. Mesmo sendo muito improvável de ter alguma coisa, os dois procuravam por algo que possa ser útil para o grupo, mas por fim não acharam nada.

Harry estava junto com Wendy, ambos conversavam sobre o bebê que está por vir. Naturalmente, os dois estavam preocupados com o nascimento do bebê, ambos diziam que ele ou ela tem que nascer em um lugar seguro, onde não tenha nenhum mordedor por perto, e quando nascer como os dois iriam alimentá-lo. Harry pensou de forma mais pessimista, dizendo que seria impossível encontrar papinha e leite quando o bebê tivesse alguns meses de vida, por outro lado Wendy estava mais otimista, dizendo que provavelmente as pessoas não tinham saqueado lojas com coisas de bebê e os alimentos também, além de que ela iria amamentar o bebê por muito tempo.

Stefan e Lizzie deram uma última olhada pelo local procurando por alguma coisa, mas novamente não encontraram nada. Nem uma única garrafa de água ou um único enlatado, absolutamente nada. E o grupo continuava com fome, Harry sentia mais fome que os outros pelo fato dele ter dado a maior parte da sua carne de castor para sua namorada comer. Todos eles voltaram para o furgão e picape e continuaram seguindo viagem na estrada.

A cidade mais próxima ainda estava algumas milhas de distância daquela zona rural, cheia de florestas e campos. Continuava caindo neve do céu e a cada minuto que se passava a temperatura abaixava. Eles encontraram uma cidade, mas podia ser chamada de bairro pelo tamanho dela que era muito pequeno, e estacionaram os veículos na entrada da cidade, que tinha uma placa enorme escrito: "Bem-vindos à Sunshine Lake, a Cidade do Café".

– Quero que fique três pessoas aqui, duas vigiando os veículos e a outra escondida, pra ninguém nos pegar de surpresa – Disse Mark, após ter descido da picape – Harry e Wendy, vocês ficam vigiando enquanto o Dave fica escondido. Se alguém aparecer você atira nele – Completou Mark, falando diretamente para Dave, que assentiu.

– É melhor o Jarold ficar também, ele não tem muita mobilidade e se nós precisarmos correr seria um problema – Stefan se referia ao fato de Jarold ser perneta – E a Emily, ela é apenas uma criança, vamos deixá-la aqui também.

– Concordo, você tem razão – Disse Mark.

Os cinco ficaram enquanto o restante do grupo foi pra dentro da cidade. Tinha alguns mordedores nas ruas, mas não era nenhuma ameaça para o grupo, pois todos eles estavam armados caso precisassem atirar, por enquanto eles estavam tranquilos, apenas executando os mordedores com facas, facões e machadinhas.

Mark, Stefan, Benjamin e James executavam os mordedores que vinham em direção do grupo, enquanto as mulheres tentavam abrir as portas das casas e estabelecimentos que tinham nas ruas, a maioria estava com a porta emperrada ou trancada. As janelas estavam todas cheia de poeira e por causa disso não dava pra ver o que tinha lá dentro, e tinha bastante entulho sobre a janela, impossibilitando de alguém quebrar o vidro da janela e abrir no local pela mesma.

Eles chegaram em uma rua que não tinha nenhum mordedor andando por ali, e eles encontraram uma cafeteria que estava com a porta de entrada aberta e foram para lá. As mulheres procuravam por suprimentos dentro do estabelecimento, enquanto os homens limpavam suas armas brancas, checavam se estava limpo do lado de fora e conversavam entre si.

Agora James estava um pouco mais sociável do que antes, porém não foi uma mudança grande demais. Ele deixou de ser completamente quieto, e agora fala um pouco mais do que antes, mas suas falas eram curtas e rápidas, não eram nada demais. Sua personalidade não tinha se transformado da água para o vinho nesse curto período de tempo.

As mulheres acharam amendoim e biscoitos, que provavelmente estavam estragados, pães doces e salgados, barras de cereal, e é claro, pó de café. Elas colocaram tudo o que acharam em cima das mesinhas que tinham na cafeteria.

– Ah, que saudades do café – Disse Mark, ao ver alguns saquinhos com pó de café dentro – Acha que podemos fazer e beber?

– Podemos tentar, mas precisamos de água e de fogo para fervê-la – Disse Nadin, colocando algumas das coisas que acharam dentro da bolsa de Ben.

– Com certeza eu vou procurar por água... buscaria no inferno se fosse necessário – Disse de forma séria, mas logo em seguida acabou rindo junto com algumas pessoas do grupo.

Quando eles terminaram de pegar e guardar tudo de útil que tinha naquela cafeteria, eles saíram de volta pras ruas e continuaram procurando por mais estabelicimentos e casas para aumentar o estoque de comida. Como a cidade era pequena, eles já estavam terminando de verificar todas as ruas em menos de uma hora, e o grupo conseguiu entrar em apenas uma casa que tinha mais suprimentos, o restante das casas e estabelecimentos que eles conseguiram entrar, não tinha nada que podia ser aproveitado.

Por fim, o que eles deixaram por último, era um supermercado grande que tinha no fundo da cidade, isto é, no lugar mais distante da entrada da cidade. Aquele supermercado era a base e o coração daquela cidade, não tinha nenhum outro estabelecimento como aquele e todos os moradores que viviam no local tinham que fazer suas compras mensais nesse supermercado.

Mark e Stefan foram os primeiros a entrar, seguidos de Ben e James, todos atentos e com suas armas levantadas. Dentro do supermercado havia algumas luzes que estavam piscando, mas em geral o ambiente era bastante escuro e não dava pra ver muita coisa lá dentro. Mark e Stefan que conduziam o grupo, pegaram uma lanterna cada e ligaram a mesma, enquanto mantinha a pistola na outra mão, eles caminhavam cautesolamente e o silêncio do estabelecimento era absoluto. Ben e James vinham logo atrás, e ambos estavam armados com uma shotgun cada, o campo de visão dos dois era onde as lanternas de Mark e Stefan apontavam.

Ariel e Lizzie viraram de costas para o grupo e fizeram a cobertura caso aparecesse algum humano ou mordedor tentando surpreendê-los. As duas também estavam com uma lanterna e pistola nas mãos. O restante do grupo, que eram Nadin, Anne e Chelsea, estavam carregando apenas armas brancas nas mãos.

Um barulho é ouvido no fundo do supermercado e logo em seguida também passos são ouvidos dentro do local. Mark pede silêncio para o grupo e se mantém quieto, procurando o autor do barulho com sua lanterna. Ele continua caminhando pelo corredor de prateleiras lentamente e silenciosamente, quando faz uma curva ele vê cerca de dez mordedores parados e, por algum motivo que ele desconhece, quietos. Os mordedores não estavam grunhindo e gemendo.

Mark volta para trás sem que os mordedores o perceba, mostra seus dentes e faz sinal para o grupo dar meia volta. Agora era Lizzie e Ariel que conduziam o grupo, as duas andavam devagar e em silêncio. Ariel fez sinal para o grupo e então eles viraram pra outro lado, levando o grupo para um caminho diferente que Mark e Stefan fizeram. E esse caminho levou o grupo para uma porta, que devia ser um escritório ou algo que era acessível apenas para funcionários do supermercado.

Ariel abriu a porta e entrou primeiro que o restante do grupo, mirando a sua lanterna por toda a sala, e lá dentro haviam duas pessoas sentadas no chão, quietas e aparentemente assustadas. Tinha várias velas dentro da sala que iluminava bem o local, e com isso dava pra ver o rosto das pessoas que estavam ali.

As duas pessoas eram dois homens. Um deles era bastante alto, trinta e sete anos aparentes, cerca de um metro e noventa de altura, seu corpo é magro com músculos bem definidos, sua pele é clara puxada pro tom pardo, seus cabelos são médios e encaracolados, possui uma barba curta de cor castanho escuro, assim como os cabelos e olhos. Ele usa um moletom com símbolo dos Atlanta Hawks, calça jeans surrada, e um boné também dos Hawks.

O outro era mais jovem, com dezessete anos de idade, aproximadamente um metro e oitenta de altura, também é magro igual ao outro, seus cabelos lisos e olhos são castanhos, pele branca e não possui barba no rosto. Ele usa um agasalho branco e calça jeans preta, uma touca da mesma cor na cabeça esconde a maior parte dos seus cabelos.

O mais velho e mais alto se chama Jones Martis, e o mais novo e mais baixo se chama Thomas Waters. Ambos levantam as mãos instantaneamente ao ver que Ariel e cia estavam armados, e todos apontavam suas armas para os dois.

– Um movimento e eu atiro em vocês! – Disse Mark, de forma séria e firme, encarando os dois homens.