Living in Hell - Fanfic Interativa

Capítulo 13 - Audácia e Covardia VI


O dia amanheceu nublado e com a mesma chuva fina e fraca. O grupo sobrevivente dessa guerra estava dentro da casa que pertencia a Derek, todos eles dormiram algumas horas até amanhecer, menos Dave e Harry que ficaram de vigia.

Mark foi o primeiro a acordar e foi até onde os dois amigos estavam e se uniu a eles, apenas trocaram um "bom dia" e ficaram quietos. O vento que fazia na cidade era frio e cortante, fazendo os três se arrepiarem quando o vento se chocava no calor de seus corpos.

O resto do grupo foram acordando gradativamente, quando todos finalmente estavam acordados e se reuniram do lado de fora da casa, Mark começou a falar:

– Quero que vocês vão procurar por sobreviventes e suprimentos. Eu vou ficar e peço que pelo menos uma pessoa fique comigo para ver o que tem nessa casa.

– Eu fico – Disse Nadin.

Então o restante do grupo foi explorar a base dos Retalhadores. Harry, Dave, Wendy e Chelsea era um grupo, enquanto Clark, Lizzie, Ariel e Anne formavam outro grupo.

Mark ficou do lado de fora da casa, olhando para todos os corpos que estavam ali, principalmente o de seu irmão. Ele abaixou a cabeça e ficou em silêncio, Nadin tinha entrado na casa para procurar por alguma coisa. Depois de alguns minutos ela chamou por Mark, mas ele continuou parado e quieto, estava chorando em silêncio.

– Mark? – Nadin o chamou novamente – Sinto muito pelo que aconteceu. Me disseram que ele era seu irmão mais velho...

– Não to nem aí para o meu irmão. Ele que se foda! Estou me sentindo culpado pela morte de Sam, Michael e Seward...

– Ah... entendo. Olha, eles eram boas pessoas e... – Ia falando Nadin, e Mark a interrompeu:

– Eles morreram por minha causa! Não devia ter entrado nessa cidade... – Mark falava com a voz baixa, estava nitidamente abatido – Cometi um erro que custou três vidas do nosso grupo, sem eles estamos mais fracos.

– Mark, me escute... você não tem culpa... – Mark a interrompeu novamente:

– Não sei porque vocês me escolheram para ser o líder... talvez por ter sido um militar. Mas eu nunca estive em uma guerra, só fiz os treinamentos do exército... – Mark secou suas lágrimas, levantou a cabeça e olhou para Nadin – Primeiro foi o Paul, depois a Abigail, depois a Anne foi mordida e eu tive que cortar a mão dela, e agora os três... Droga!

– Ei... você não precisa carregar o mundo nas costas. Toda decisão que você toma tem uma consequência, por exemplo: você cortou a mão de Anne fora mas esse ato salvou a vida dela! – Nadin se aproximou de Mark e colocou sua mão sobre o ombro do amigo – Você deu um lar para Harry, Paul, Chelsea, Clark e Wendy. Você confiou neles e olha só, eles estão do nosso lado e fazem tarefas importante para manter esse grupo em pé... Eu sei que você está cansado e precisa de um tempo, e eu sugiro que você deixe de tomar todas as decisões difíceis sozinho. O que acha? – Mark retribuía o olhar e assentiu, concordando com a sugestão de Nadin – Acho que Clark seria um bom líder, por ter sido um policial antes disso tudo... e Harry, ele é inteligente e...

– Não! Quero que você seja a líder – Ao ouvir isso, Nadin se surpreendeu. Nunca se imaginou na posição de liderança – Te conheço há mais tempo do que eles, portanto eu confio mais em você. Mas eu vou continuar tomando decisões para ajudar você, não quero que você se sinta como eu estou me sentindo agora...

Nadin assentiu, sabia que ser líder seria uma tarefa difícil e que Mark confiava e acreditava nela. Ela abraçou o seu amigo e o agradeceu por ele ter dito essas palavras para ela. Um abraço e palavras amigas era tudo o que Mark precisava naquele momento, e ele sentiu-se muito bem com aquele abraço.

[...]

Clark, Lizzie, Ariel e Anne estavam dentro de uma casa vasculhando o local inteiro. Eles acharam vários enlatados e frutas, o que deu para encher duas mochilas, Clark carregava uma e Ariel a outra, os Retalhadores tinham um bom estoque de comida e os quatro estavam saqueando tudo. Água tinha menos do que comida, mas deu para encher uma mochila que Lizzie carregava.

Ariel pegou na única mão de Anne e a puxou de canto um pouco afastado, ela suspirou e olhou nos olhos de Anne, parecia que ela estava procurando as palavras certas para dizer. Ariel apertou a mão de Anne e a soltou em seguida, enquanto ainda a olhava fixamente.

– Obrigada... Se não fosse você eu estaria morta, então...

– Tudo bem. E acho que eu devia pedir desculpa pela briga que tivemos – Disse Anne.

– Se você me der um tapa e salvar a minha vida depois, pode me bater sempre que quiser – Sorriu Ariel.

E por fim as duas fizeram as pazes. Clark e Lizzie voltaram e avisaram que não tinha mais suprimento na casa e então saíram da mesma.

[...]

Harry, Dave, Chelsea e Wendy estavam na sala de estar da casa que os Retalhadores estavam estuprando as três morenas. Eles procuravam por algo que pudesse ser aproveitado naquela casa, que foi a mais castigada pelo tiroteio que aconteceu algumas horas trás. Alguns Retalhadores usaram essa casa para se esconder enquanto carregava a arma ou algo do tipo, e por conta disso as paredes da casa estava parecendo uma peneira de tanto buraco de bala que tinha.

Dave e Chelsea foram pra cozinha enquanto Harry e Wendy foram pra um quarto da casa, a garota abriu a porta e foi surpreendida por três mulheres infectada, era as três garotas. Uma das garotas agarrou a camiseta de Wendy e a puxou para mordê-la, Harry agiu rápido sacando sua arma e acertando a cabeça dessa mordedora que segurava Wendy, a mordedora tombou sobre a garota e ela se desiquilibrou, caindo no chão com a infectada em cima dela. Harry terminou de executar os mortos-vivos restantes e então puxou o corpo pútrido da infectada que estava em cima de Wendy.

– Você está bem? – Perguntou Harry, com a voz preocupada.

– Estou, graças a você – Respondeu Wendy, se levantando com a ajuda de Harry – Seu nariz...

– Ah... levei duas pancadas. Está muito feio? – O queixo, pescoço e peito de Harry estava manchado de seu próprio sangue, que escorreu quando teve seu nariz quebrado.

– Não... Eu posso colocá-lo no lugar novamente – Wendy colocou sua mão direita no nariz de Harry e o puxou de volta para o lugar. Harry gritou baixo e abafado com a dor e colocou uma mão sobre seu nariz, o verificando.

Wendy olhava fixamente para os olhos de Harry, ela abriu um sorriso, deslizou sua mão para o rosto de Harry, o acariciou e em seguida encostou seus lábios nos dele, fechou os olhos e iniciou um beijo lento e calmo. Ao fundo dessa cena estava Chelsea, olhando os dois com um olhar que não tinha gostado nem um pouco do que estava vendo.

[...]

Mark estava com sua arma levantada, procurando por Ariel e Chris, ouviu barulho de dois tiros e imaginou que fosse Ariel sendo morta por Chris, e então ele correu rapidamente na direção do barulho. Ao chegar no lugar da origem do barulho ele viu Anne abaixada ao lado de Ariel.

– Anne? Como você...? Você não capturada por esses caras? – Perguntou Mark, abaixando sua arma.

– Não. Eu acordei no hospital e procurei por vocês, só que não consegui encontrá-los. Percebi que essa cidade não tinha nenhum mordedor, pensei em descansar um pouco pra depois continuar procurando por vocês... mas foi quando ouvi tiros, imaginei que fosse vocês e aí encontrei Ariel. O que está acontecendo?

– Tem um grupo nessa cidade que capturaram a Sam, Harry e Seward. Viemos aqui para resgatá-los... Eu pensei que você tivesse sido capturada também – Ela balançou a cabeça negativamente – Certo. Continue cuidando e protegendo a Ariel, eu vou voltar pra essa guerra.

Então o plano de Seward deu certo, ele tentou distrair Eric, Chris e Bernard quando eles entraram no hospital e conseguiu. Ele conseguiu salvar a Anne mas foi capturado.

Depois dessa conversa com Anne, o ex-militar realmente voltou pro combate e foi quando ele pegou seu irmão pelas costas.

[...]

Clark, Ariel, Anne e Lizzie agora estavam dentro de outra casa, ainda procurando por comida e água. Eles pegaram algumas velas nas casas que exploravam, pois acharam que seria útil futuramente ou na próxima noite que se aproximava. Aliás, quase todas casas tinha pelo menos uma caixa de velas, provavelmente para iluminar o local enquanto os Retalhadores estupravam suas vítimas.

O ex-policial abriu uma porta e se assustou com o que viu. Tinha um homem dentro de uma salinha que era usada como despensa, era Bernard que ainda estava dormindo. Bernard tinha se escondido nesse lugar enquanto a batalha ocorria e acabou adormecendo por ali.

– Mãos onde eu possa ver! – Disse Clark, enquanto apontava sua pistola no rosto de Bernard.

Ele ergueu as mãos em sinal de rendimento, se levantou e saiu do lugar que estava dormindo. As garotas vieram correndo ao ouvir a voz de Clark, e então viram o rapaz sendo rendido.

– Eu não sou um deles! – Mentiu Bernard – Eu estava preso e consegui fugir, e então me escondi aqui. Ouvi os tiros... eram vocês? – Perguntou com a voz trêmula, estava nitidamente assustado.

– Cala a boca! – Ordenou Clark – Anda! Vamos levá-lo até Mark e veremos qual será a decisão dele – Disse Clark, olhando para as garotas, que assentiram.

[...]

– Essas pessoas não morreram durante o tiroteio... olha só os corpos deles, não tem nenhum buraco de bala – Disse Dave, fazendo os infectados rolarem pelo chão usando o seu pé – Devem ter sido mortos por esses caras antes de chegarmos aqui. Esse homem levou um tiro na cabeça... – Dave se referia ao pai das duas garotas que foram estupradas.

– Não importa. Vamos dar o fora daqui – Disse Harry.

Chelsea ainda olhava para Harry e Wendy com um olhar sério e nada amigável, mas nenhum dos dois percebeu esse olhar da ruiva. Antes de saírem da casa, os quatro pegaram as armas dos Retalhadores que estavam no chão daquela casa, alguns cobertores e munições que tinha encontrado em um criado-mudo.

Eles saíram da casa e viram que Clark e as garotas já estavam com Mark e Nadin, mas tinha um homem a mais e esse homem estava com a arma de Clark apontava em sua nuca. Bernard estava ajoelhado e permanecia com seus braços levantados. Harry, Dave, Wendy e Chelsea caminharam até onde estava seus amigos e o desconhecido.

– Clark, você pode tirar essas algemas de mim? – Harry ainda estava com as algemas em seus pulsos, Clark olhou para Dave, ele entendeu e mirou seu rifle na direção de Bernard. Clark pegou um prego enferrujado que tinha no chão e tirou as agelmas do pulso de Harry usando um truque policial.

– Quem é esse? – Perguntou Dave.

– Um sobrevivente. Ele diz que era um prisioneiro e conseguiu escapar – Respondeu Clark, ainda atento no homem em sua frente.

– O que vamos fazer? – Questionou Wendy, olhando para Mark.

Mark olhava para Nadin, seu olhar era como se estivesse falando: "Sua liderança começa agora, essa decisão é sua". Mark assentiu em seguida, Nadin entendeu o olhar de Mark e assentiu de volta.

Nadin respondeu a pergunta de Wendy, fazendo com que todos olharem para ela e se surpreenderem por ela ter tomado uma decisão para o grupo. Apenas Bernard não a olhou surpreendido porque não fazia parte do grupo.