Living in Hell - Fanfic Interativa

Capítulo 08 - Audácia e Covardia


Harry estava dentro do furgão esperando o grupo terminar de pegar suprimentos para a viagem, ao seu lado estavam Chelsea e Ariel. Quando terminaram, ele acelerou o veículo e deixou para trás o que foi o seu lar por menos de dois dias.

A chuva agora estava mais forte, também trovejava e relampiava. Ele dirigia em alta velocidade em direção ao norte, nessa estrada não tinha nenhum carro abandonado ou infectado no caminho, diferente da estrada que eles usaram para ir a cidade que ficava em direção ao sul da madeireira.

Harry diminuiu a velocidade para fazer a mesma curva que Dave tinha feito alguns minutos atrás, voltou a acelerar e menos de uma milha depois ele encontrou um posto de combustível, e ao lado do posto tinha um tipo de chalé feito inteiramente de madeira. Desceu do furgão e esperou que todos fizessem o mesmo para falar:

– Nadin, quero que vocês vão até o posto e peguem o máximo de combustível que conseguirem. Ariel e Chelsea, vocês me acompanham, pode ter alguma coisa útil naquele lugar – Disse apontando para o chalé.

Michael, Nadin, Clark e Wendy foram até o posto enquanto Samantha continuou dentro do furgão. Harry, Chelsea e Ariel foram para o chalé abandonado.

[...]

– Ali! É um hospital, vamos lá! – Exclamou Mark, apontando para um prédio branco com uma cruz vermelha no topo.

Dave não tinha parado sua picape para trocar de pneu, ele preferiu seguir na estrada em velocidade baixa, e com atenção dobrada para não ocorrer nenhum acidente por causa do pneu estourado.

Ao chegarem na cidade, Dave teve que parar a picape pois tinha uma barricada que impedia dele continuar dirigindo, ele e Mark saíram do veículo e começaram a correr em direção do hospital, seguido por Seward que carregava Anne nos braços. Todos eles estravam distraídos, ou concentrado demais no objetivo deles, que não viram uma placa logo na entrada da cidade: "Essa cidade pertence aos Retalhadores, fiquem longe daqui".

Não tinha nenhum infectado nas ruas que eles correram, fazendo com que eles achassem isso estranho, já que parecia ser uma cidade que foi usada como zona de quarentena. Mark estava na frente conduzindo Dave e Seward até o hospital, ao chegar no local eles pararam na frente da porta.

– Dave, você me dá cobertura... deve ter mordedores aí dentro – Disse Mark com um tom de voz baixa, Dave assentiu e ele abriu a porta bem devagar.

– O que... Está vazio! Não tem nenhum mordedor... isso é estranho – Disse Dave, que permanecia mirando seu rifle na direção do corredor vazio.

– Vamos! – Seward tomou a frente, correndo pelos corredores do hospital, procurando por uma sala de operação.

[...]

– Escute aqui, garota, se você quer continuar nesse grupo, tem que nos ajudar! – Era Nadin falando com Sam.

– Não gosto do cheiro de gasolina – Disse de forma seca, sem olhar para Nadin.

– Isso não importa, você vai nos ajudar a procurar do mesmo jeito – Nadin pegou no braço da garota e a puxou para fora do furgão

– Me solta, sua nojenta! Eu não vou ajudar! – Sam gritava, tentando se desvencilhar.

Nadin estava nitidamente brava, continuava puxando o braço da garota até que Michael se aproximou das duas e fez com que Nadin soltasse Sam. A paquistanesa tinha uma expressão séria como se estivesse fulizando Michael com o olhar, respirou fundo e se afastou dos dois. Nadin é uma mulher calma e sempre resolve os problemas na base do diálogo, mas quando viu que Sam nem se quer saiu do furgão, ela não aguentou e teve essa atitude.

– Nadin está certa, você precisa nos ajudar... – Ia falando Michael, quando Sam o interrompeu:

– Já disse que não!

– Eu ouvi que você não gosta do cheiro de gasolina, então pode pelo menos ficar de vigia e nos avisar se ver alguma coisa? – Michael usava um tom de voz gentil e calmo, tentando convencer a garota.

Mas não deu certo, Sam nem respondeu a pergunta de Michael e voltou para dentro do furgão, olhando seu braço com uma marca vermelha da mão de Nadin.

Enquanto isso Harry, Chelsea e Ariel estavam dentro do chalé, procurando por alguma coisa que fosse útil para o grupo. Harry estava na frente e as garotas o acompanhava cautelosamente, não faziam barulho e estavam todos quietos e atentos. Eles entraram no último quarto do chalé e viram um único mordedor ali dentro, estava preso por uma corda na cama, Harry pegou sua faca e enfiou no crânio do mordedor.

– Vamos ver se achamos algo – Disse Harry, voltando para a cozinha e procurando por comida.

Harry achou alguns enlatados que seria suficiente para todo o grupo contando com Anne, caso ela sobrevivesse, e as garotas pegaram alguns cobertores que tinha no guarda-roupa do quarto.

[...]

– Aonde você aprendeu a fazer isso? – Perguntou Dave, enquanto observava Seward tratar o coto de Anne.

– Minha mãe era médica... ela me ensinou algumas coisas.

Seward tinha usado um acendedor para queimar a borda do coto de Anne, fazendo com que parasse de sangrar totalmente. No hospital tinha um aparelho de oxigênio funcionando, cilindros de oxigênio e um respirador, que Seward colocou sobre a boca da garota.

– Não vamos precisar fazer transfussão de sangue, graças a sua camiseta ela não perdeu muito sangue – Disse Seward olhando para Mark, que assentiu – Agora é só esperar ela se recuperar...

– Precisamos encontrar um lugar para ficar essa noite – Disse Mark, andando pela sala.

– Não podemos levar ela conosco, ela precisa desse aparelho pra respirar – Disse Seward, enquanto checava a pulsação de Anne a cada minuto que se passava – Ela vai ficar bem, só precisamos de algumas horas.

[...]

– Ela precisa mudar, vou falar com o Mark... ele precisa dar um jeito naquela garota mimada – Nadin conversava com Michael em um lugar afastado do grupo.

– Concordo, mas ela é uma de nós mesmo não fazendo nada em prol do grupo, temos que resolver isso conversando – Disse Michael.

– Eu sei. Eu sempre resolvo os problemas conversando, mas naquele momento eu perdi a cabeça... só isso.

Harry, Ariel e Chelsea voltaram do chalé com os enlatados que tinham achado, também traziam alguns cobertores e colocaram tudo dentro do furgão. Ariel viu que Sam estava dentro do veículo, riu nasalmente e foi em direção do posto.

Clark e Wendy estava colocando combustível no tanque do furgão, Nadin e Michael continuavam conversando. Chelsea seguiu Ariel para ajudá-la a conseguir mais combustível. Harry ficou no furgão.

– Não quero ser grosso com você, mas porque não está ajudando o pessoal? – Perguntou Harry, após ter guardado os enlatados no furgão e de ter ajeitado os cobertores.

– Porque eu não quero – Ao ouvir isso, Harry sentiu raiva e vontade de bater na garota, mas respirou fundo e se acalmou.

– Certo, tá bom – Se retirou do furgão e foi onde Nadin e Michael estavam – Qual é o problema daquela garota?

– Não sabemos, ela é sempre arrogante com todo mundo do grupo. Não sei como o Mark não expulsou ela – Disse Nadin.

– Não poderíamos expulsar ela, isso não é coisa que se faça – Disse Michael com a voz séria.

– Concordo com a Nadin – Disse Harry, olhando para o furgão – Ela tem sorte que Mark não a expulsou, se ele fizer isso aposto que o grupo não iria reclamar ou se opor contra ele... essa garota não faz nada para merecer estar entre nós. Ela não duraria um dia sem nós.

– Eu iria reclamar! Isso é imoral, nós... – Ia falando Michael, mas Harry o interrompeu:

– Imoral? Cara, não existe mais moral e ética no mundo que vivemos.

– Devo lembrar que você entrou ontem nesse grupo? Você não tem o direito de opinar aqui – Disse Michael, encarando Harry.

– E isso tem importância? Desde que entrei no grupo não vi o senhor fazer nada, assim como a Sam! – Harry falava mais alto – No dia que eu cheguei eu fui saquear uma cidade, e no dia seguinte foi eu que fiz o túmulo da Abigail! Nesses dois dias eu fiz muito mais do que o senhor, então cala a boca e não fala merda pra mim! – Terminou a frase gritando.

– Tá tudo bem aí? – Perguntou Chelsea, se aproximando deles.

– Sim... tá tudo ótimo – Respondeu Harry, olhando para Michael que caminhava em direção do furgão – Conseguiu mais combustível? – Chelsea balançou a cabeça positivamente – Ótimo, guarda esse galão pra colocar na picape.

[...]

Horas se passaram, por causa da chuva o céu estava repleto de nuvens negras e o dia já estava escurecendo. Mark, Seward, Dave e Anne ainda estavam no hospital, esperando que a garota acordasse. Dave estava sentado em uma cadeira com seu corpo encostado sobre a parede, seus olhos estavam quase fechados e ele bocejava o tempo todo. Seward ainda ao lado do corpo de Anne, sempre checando a pulsação da garota. E Mark estava andando de um lado para o outro na sala, revezando seu olhar do chão para o teto.

– Temos que ir, não quero dormir no hospital – Disse Mark, parando de andar e olhando para Seward e Anne.

– Já disse que não podemos levar a Anne com nós – Seward viu que Dave estava cansado e completou: – Você e Dave podem ir procurar uma casa pra ficar, mas deixe um sinal na porta para que eu saiba que casa vocês estarão.

– Certo – Mark pegou sua camiseta no chão que estava suja com o sangue de Anne – Vou amarrar minha camiseta na caixa de correspondência da casa, ok? – Seward assentiu.

Então Mark e Dave saíram do hospital e caminharam seis ruas pela cidade até achar uma casa para ficar durante a noite. Ambos entraram na casa em silêncio, procurando por algum mordedor e novamente não acharam nenhum, essa cidade estava limpa.

Depois de vinte minutos que Mark e Dave saíram, Seward ouviu um barulho vindo da porta do hospital imaginando que fosse seus amigos que tinha voltado, mas não era. As vozes das pessoas que conversavam eram diferentes, e eram três vozes, todas masculinas.

– Não acredito que você deixou aquela garota escapar, sabe que o chefe não vai gostar quando ficar sabendo – Disse uma das vozes.

– Cala a boca, Chris, eu vou achá-la – Disse outra voz.

– É bom que você ache mesmo, se não ele vai te matar... sabe disso, né Bernard? – Perguntou Chris, de forma irônica.

Chris tem um metro e setenta e cinco de altura, seus cabelos negros e curtos com o corte militar, pele morena e olhos castanhos escuro, seu corpo é magro com alguns músculos. Ele veste uma roupa militar e está armado com uma pistola em cada mão.

Bernard tem quase a mesma altura de Chris, sua pele é parda, os cabelos enrolados e castanho escuro, seu porte físico é igual o de Chris, magro com músculos. Está vestindo uma jaqueta de couro, calça jeans e bota bege, e está armado com uma espingarda.

O terceiro homem que até o momento não tinha falado nada, se chama Eric. Tem um metro e oitenta e três, seus cabelos são encaracolados até os ombros e loiro, possui os olhos azul claro e sua pele é pálida, seu corpo é mais forte que do outros dois que o acompanha. Suas vestes são uma camiseta branca e calça jeans azul marinho, e ele está armado com uma shotgun.

Seward vai até a porta da sala que estava junto com Anne para ouvi-los melhor, sabia que se não distraísse os três que entraram no hospital eles iam encontrá-los e isso seria um problema. Seward sai da sala, começa a andar abaixado bem devagar pra longe da sala onde tinha deixado a garota, ele pega uma pedra que tinha no chão e joga em uma janela do hospital. Quando ia andar ao lado oposto que tinha jogado a pedra, ele se depara com Eric, apontando a shotgun em seu rosto.

– Ora, ora, ora... O que temos aqui?