Um pequeno grupo de três pessoas caminhavam a beira de uma estrada ladeada por uma floresta. Os três caminham em fila, o primeiro deles é um homem, com aproximadamente um metro e oitenta e seis de altura, cabelo liso e negro longo até as costas, barba por fazer, quarenta e cinco anos aparentes. Usa uma camiseta de manga longa branca, toda ensanguentada, calça jeans preta, tem um corpo forte com músculos bem definidos e carrega uma mochila nas costas.

O segundo é outro homem, negro, cerca de um metro e setenta e nove, cabelo curto e castanho escuro, cavanhaque, trinta e dois anos. Está usando uma camiseta regata preta e calça jeans da mesma cor, seu corpo é magro e em sua mão esquerda leva um coelho.

O terceiro e último, logo atrás do homem que trás um coelho, é uma mulher, ruiva, cabelo do mesmo tamanho do que homem que lidera a fila, possui sardas no rosto e olhos azuis, com um metro e sessenta e oito, vinte e sete anos. Veste uma camiseta branca e outra xadrez vermelha por cima, short jeans, suas vestes são as mais limpas dos três, ela também carrega uma mochila.

– Você precisa aprender a derrubar essas coisas – Disse o homem negro.

– Tenho medo – Responde a garota, olhando para os lados aparentemente assustada.

– Todos temos, mas você tem que superá-lo, Chelsea – Volta a falar o homem negro, parando de andar e entregando uma faca para a garota.

– Paul...

– Tudo bem, Harry – Disse a garota, interrompendo o homem que conduzia os dois. – Paul tem razão, tenho que me defender.

Harry assentiu concordando, Chelsea pegou a faca de Paul, olhou para os dois e começou a andar em direção à um morto-vivo na estrada, quando os três ouvem um barulho de motor.

– Para dentro da floresta, agora! – Exclama Harry e os três correm para a floresta, se escondendo atrás de um arbusto. – Silêncio.

– O que você acha que é? – Sussurra Chelsea.

– Um carro, ou algo maior. – Disse Paul.

O veículo da origem do barulho surge na estrada, é uma picape antiga azul claro com um homem negro na caçamba.

– Pare! É aqui! – Disse o negro.

De dentro da picape sai um idoso, o homem negro desce da caçamba e enfia um facão na cabeça do morto-vivo que Chelsea iria matar segundos atrás. Os três permanecem atrás do arbusto e quietos.

– Tem certeza que é aqui? – Pergunta o idoso.

– Sim. Está vendo aquela pedra cheia de sangue? Foi eu que coloquei ela ali para marcar o lugar. – Responde o homem negro, revistando os bolsos do morto.

– O que vamos fazer? – Paul se vira de frente para olhar Harry, e vê atrás do seu amigo um morto-vivo se aproximando. Rapidamente, Paul pega sua faca das mãos de Chelsea, se levanta e acerta a cabeça da criatura antes que fizesse de Harry sua refeição. – Merda!

– Se abaixa! – Disse Harry puxando Paul pelo pulso.

– Eles nos ouviram? – Pergunta Chelsea abaixada atrás do arbusto.
Harry levanta um pouco o corpo para olhar os dois e vê que eles ainda estão conversando.

– Não... escutem aqui...

– Vamos até eles? – Interrompe Paul, com a voz trêmula.

– Não!

– Eles devem ter um acampamento – Argumenta Chelsea.

– Já disse que não, droga! Escutem, eles podem ser perigosos, não podemos ir até eles desse jeito. – Harry falava olhando para os dois, fica alguns segundos quieto, pensando, e então retorna a falar. – O que vamos fazer é...

– Se levantarem com as mãos para cima! – Era a voz do homem negro que falava.

Os três, apontados por uma pistola, se levantaram com as mãos para cima. O homem negro com o idoso ao lado, e Harry, Paul e Chelsea ficaram quietos por dez segundos, apenas encarando uns aos outros. O negro usava uma camiseta regata de basquete dos Denver Nuggets com o nome Seward e o número quarenta e sete estampado, e uma calça surrada, era careca com barba por todo seu rosto, cerca de dois metros e três, trinta e quatro anos de idade, seu físico era repleto de músculos muito bem definidos, e ambos os braços eram fechados de tatuagens. O idoso vestia uma camiseta social com estampa de paisagem ao pôr-do-sol, bermuda azul marinho e um boné da mesma cor da bermuda, possui os cabelos e barba de cor branca, com sessenta e quatro anos, um metro e setenta e três, também armado com uma pistola.

– Michael, pegue as armas deles – Pediu o ex-jogador de basquete.

– Seward, eles só mataram um mordedor, igual todos fazem. – Contestou Michael.

– E depois? O que eles fariam depois? – Perguntou em voz alta, encarando os três à sua frente.

– Não íamos atacar vocês, se é o que está pensando. – Disse Harry, levando sua mão esquerda até o coldre em sua cintura do lado direito, tirando sua arma de lá e colocando sobre o chão. – Faça o mesmo. – Paul atendeu seu pedido e pôs sua arma no chão também.

– E a garota?

– Não tem arma – Disse Paul olhando os olhos de Seward praticamente sem piscar.

Seward se aproximou e pegou as duas armas do chão e as entregou à Michael, e em seguida revistou a garota.

– O que vai fazer com isso? Pegá-las para você e abandoná-los desarmados?

– Perguntou Michael dando dois passos a frente para olhar Seward.

– Não sei... eu...

– Não somos perigosos – Disse Harry friamente.

– Aposto que diz isso para todos que você mata – Rebateu Seward.

– Nunca matei um vivo, cara... só essas coisas.

– Eles podem ser uma ameaça ao nosso grupo – Disse Seward, se afastando dos três e puxando Michael junto à ele.

– Grupo? Vocês tem um grupo? – Pergunta Chelsea com uma voz ansiosa.

– Não podemos levá-los – Seward continua falando com Michael, ignorando completamente a garota. – Não o conhecemos.

– Eu também não conhecia você, lembra? – Argumenta Michael.

– Mas isso é diferente...

– O que é diferente? Devemos dar uma chance a eles, assim como demos uma chance à você – Michael falava de uma forma firme e séria.

– Certo. Mas não sei se Mark irá gostar, afinal eles estão armados e quando vocês me encontraram eu estava sem armas de fogo, somente com um facão e encurralado por mordedores. – Disse Seward, pegando as armas das mãos de Michael e as devolvendo aos seus donos.

– Me acompanhem – Disse Michael com uma voz gentil, virando de costas aos três e voltando à picape.