Little Lies

Capítulo 10 – Corazón partío – Chuck.


Para que me curaste quando estava ferido se hoje me deixas com o coração partido?

Blair Waldorf, garota mimada e irritante. Quando Peter havia me falado sobre o plano na empresa, eu sabia que no momento em que eu fosse convocado para seqüestrá-la e mantê-la sob minha visão, minha vida se tornaria muito mais complicada do que era. E isso realmente aconteceu. Mas o grande problema está naquilo que eu jamais imaginaria sentir. Aquilo que realmente tinha complicado tudo. Era confuso pra mim mesmo admitir que eu estava perdidamente apaixonado por ela.

Peter Willans descobriu no meio das gavetas do meu escritório o DVD com as gravações do escritório de Blair. Mesmo com o DVD em mãos, ele havia me arrastado para o galpão onde tudo aconteceu. Precavido como sempre, eu havia feito algumas cópias da filmagem e uma delas eu já havia entregado à polícia. Mas Peter não sabia disso. O seu plano que discutíamos por telefone aconteceu. Ele havia feito de mim uma isca e Blair caiu direitinho em seu jogo. Doía saber que estávamos sob a mira de uma arma nas mãos de um louco ganancioso sem poder fazer nada. Quando ele me pediu que escolhesse, avistei na porta do galpão os polícias fazerem sinais para que eu mantivesse Peter distraído. A única escolha que eu poderia fazer foi escolher ela. Vi seus olhos encherem-se de lágrimas denunciando seu coração partido. Eu sabia que essa era a última coisa que ela esperava ouvir. Acreditei que ele me mataria primeiro de qualquer forma, então o mantive ocupado mirando a arma ao corpo de Blair parada ao meu lado, assim ficaria de lado e dificilmente veria os policias. Mas ele agiu mais rápido do que eu esperava. O disparo da arma fez meu coração dar um salto.

- Blair! – eu gritei quando a vi cair no chão, o rosto contorcido em dor. Mais um disparo. Outro e outro. Policiais e médicos entravam pela porta dos fundos rapidamente. Uma mistura de sentimentos e sensações que até eu mesmo duvidava que existisse.

A movimentação estava feita, havia pessoas de todos os tipos e funções ali, andando e chamando uns aos outros para tentar resolver a situação em que nós três nos encontrávamos.

- Está tudo bem? – ouvi um policial me perguntar enquanto me desamarrava. Assenti ficando em pé com um pouco de dificuldade e fui até a saída do local.

Vi a ambulância fechar suas portas e lá guardando o corpo de Blair Waldorf ainda desacordada. Cerrei meus olhos tentando inutilmente impedir que as irritantes gotas salgadas descessem pelo meu rosto. Eu jamais havia chorado por mulher alguma. Mas com ela era diferente. Eu a amava. Amor. Palavra que me perturbava, confundia.

- Chuck Bass, precisa me acompanhar até a delegacia. – o chefe de polícia falou colocando a mão sobre o meu ombro. – Eu assisti ao vídeo. Você deve saber do que eu estou falando.

E eu sabia. Eu havia cortado o vídeo para mostrar apenas a parte em que Peter agredia Blair. Mas ele deve ter me denunciado como seu cúmplice.

Acompanhei o policial até o carro da polícia e de lá seguimos até a delegacia.

No departamento da cidade estava Peter Willans, sentado em uma cadeira de couro preta, que ficava no canto da sala, longe da mesa do delegado, com as mãos algemadas derrubadas sobre as pernas e o braço próximo ao pulso enfaixado, provavelmente o lugar onde uma bala passou de raspão atrapalhando a sua mira.

- Chegou a minha companhia. – Peter debochou com um sorriso cafajeste na cara.

- Filho da puta! – não contive a minha irritação, o ódio que eu sentia por ele ter feito o que fez subiu à cabeça, avancei sobre ele dando-lhe um soco na cara, só não o derrubei da cadeira porque dois policias me seguraram fortemente pelos braços fazendo com que eu parasse.

- Acalme-se Bass. As coisas só vão piorar pra você. – avisou o policial.

Passei as mãos pelos meus cabelos desalinhando-os, demonstrando o quanto eu estava irritado com aquilo que estava acontecendo.

- Qual é doutor, não vai colocar as pulseiras no Bass também? – às pulseiras referiu-se às algemas que lhe atavam as mãos.

- Não será necessário. Ele sabe se comportar. – não contive a vontade de dar um sorriso ao ver a cara de insatisfação que Peter havia feito. – Sente-se, Bass. – me indicou uma cadeira do outro lado da sua mesa longe do Willans. Obedeci e esperei que ele falasse. – Como eu sei que alguns trocos vão tirar vocês daqui, passem pelo menos a noite por aqui. Seria ótimo, o que acham? Os dois irão a julgamento como manda a lei, mas não pensem que ficarão transitando por ai até amanhã à tarde, tudo dependerá do depoimento das testemunhas.

- Como? – perguntei. Não que isso fizesse realmente muita diferença, seriam apenas algumas horas, de agora à noite até amanhã à tarde. Mas qual é, passar a noite nessa cela imunda? É um pouco demais, não?

- Isso mesmo. Acalme-se, serão apenas algumas horas, Bass. – o delegado falou pacientemente.

Assenti e levantei da cadeira, logo um dos assistentes me acompanhava até a cela.

No pequeno trajeto, a única coisa que martelava em minha cabeça era ela. Eu precisava vê-la, tocá-la, saber se ela estava bem, saber o que aconteceu, onde o tiro a machucou. Doía só de lembrar seu rosto empoeirado caído sobre o chão imundo daquele lugar.

- Eu preciso vê-la. – confessei em voz alta, fazendo o policial me olhar.

- Amanhã. – ele me respondeu.

- Não! Eu preciso vê-la agora. Vamos até a casa dela.

- Ela está no hospital, Chuck. – meu estômago congelou ao ouvi-lo, não, ela já deveria ter saído, ela tinha que ter saído.

- E como ela está?

- Nós não sabemos, a única parte que precisamos ter conhecimento é sobre quando a testemunha virá dar o seu depoimento.

Bufei enquanto entrava dentro do cubículo cercado encerrando a conversa e me perdendo novamente em meus pensamentos sobre Blair Waldorf.