P.O.V. Príncipe Kenneth.

Eu consegui pegar Diana no parquinho. Mas, quando estávamos na saída da cidade... eu a vi pelo retrovisor.

Ela bateu o pé no chão e o asfalto começou a rachar.

—Cacete!

Eu dei ré no carro enquanto o asfalto a baixo do carro começava a ceder.

E lá estava ela parada no meio da rua. Eu vou passar encima dela. Eu vou matar essa vadia.

Ela não se mexeu. Não correu, não reagiu.

Apenas moveu a mão e o carro parou bruscamente. O que fez o airbag inflar e só por isso eu não bati a cara no volante.

Quando eu me levantei, ela estava olhando pra mim. Com profundo ódio.

Eu tentei sair do carro, mas ela ativou as travas automáticas. Tentei chutar a porta, mas ela fez o cinto se enrolar no meu pescoço.

Consegui tirar o cinto antes que ele me estrangulasse. Dei ré no carro, então eu vi Diana flutuar para fora dele.

Comecei a pisar no acelerador, mas as rodas não queimavam o asfalto. Que logo estava suspenso no ar.

—Você... não... vai... levá-la.

Eu pisei no acelerador e ela soltou o carro. Ele caiu no posto de gasolina e eu atravessei o para-brisas.

E isso salvou a minha vida.

Porque ela lançou um olhar, a bomba de gasolina que começou a vazar e então o carro explodiu.

—Filho da puta.

Ela se abaixou para ficar no nível de Diana.

—Você tá machucada?

—Não.

Diana a abraçou e ela a abraçou de volta.

—Se alguém tentar te levar, manda a cartilha pro saco. Usa o seu poder contra eles.

—Mas, o papai disse que isso é ruim.

—Não quando é pra se defender. Não quando alguém te ataca. E foi o que aquele homem fez. Ele era um Real.

—Papai falou sobre a realeza. Disse que eles não são legais.

—Não são mesmo. Eles trataram o seu pai muito mal, tudo o que eles pensam é em Poder, Poder, Poder. Eles mentem, eles traem e fazem qualquer coisa para ter o que querem.

—Então eles são maus?

—Basicamente. Vamos. Temos que voltar para a escola.

Elas caminharam de mãos dadas e Melissa começou a cantar aquela mesma música. A música que cantou quando atirou em mim.

—Como você me achou?

—Um bom mágico nunca revela seus truques. Quer saber? Vamos matar aula.

—Mas, isso não é errado?

—Fizemos a cama, vamos deitar nela. Vamos sair pra fazer compras.

—Legal! Mas, o homem mau pode voltar.

—Se o cretino voltar o que eu duvido, já que causei um belo acidente de carro, ele bateu a cabeça no para brisa e foi queimado. Ele não vai voltar. Mas, se por um milagre ele voltar... eu to armada e pronta pra briga.

Eu as segui até o shopping. Elas fizeram compras e ficaram fora até tarde, no estacionamento, nós brigamos e eu tomei uma baita duma surra.

Eu até levei facadas. Felizmente uns contatos me fizeram uma poção que me curou sem deixar vestígio.

—Quem fez isso em você vossa Alteza? Acho que finalmente encontrou um adversário á altura.

—Se ela não fosse um obstáculo no meu caminho, eu até dormia com ela.

—Ela? Foi surrado... por uma mulher?

O médico se segurou para não rir.

P.O.V. Mel.

Depois de ligar para o meu pai e dizer que tive que ir atrás da Diana porque o Real maluco tinha sequestrado ela e dizer para o pai da Diana que ela estava bem, mas que não queríamos voltar para a escola por medo dele ainda estar lá. Nós fomos ás compras, eu dei uma surra no metidinho, meti as minhas facas nele.

Nós fomos pra casa, trocamos de roupa, eu guardei as minhas roupas novas no guarda roupas e levei a Diana para o karaokê.

Nós cantamos algumas músicas e eu levei a Diana de volta para o Sean. Tinha feito vários feitiços de proteção e ocultação no apartamento deles também.

—Ela capotou. Eu estou mesmo com medo de voltar pra escola.

—Houve uma explosão no posto de gasolina hoje.

—É mesmo? Que coisa.

—O carro era roubado.

—Eu sei. Olha, eu só queria que ele parasse de perseguir a Diana! Ele é um lunático.

—Conheci o Príncipe Kenneth.

—Ele é um babaca. Esfaqueei ele no estacionamento do shopping hoje. Espero que esteja morto. É uma pena, se ele não fosse tão cretino, eu até que dormia com ele. Tchau Sean, boa noite.

—Boa noite.

P.O.V. Juliette.

O Nick está quase arrancando os cabelos. Então, ela entra pela porta:

—Cheguei galera!

—Você está bem?

—Estou. Acabei de devolver a Diana para o Sean sã e salva. Sabem, se aquele Príncipe não fosse tão cretino, eu até que dormia com ele. Porque os malvados sempre são os mais gostosos?

O Nick fez cara de choque.

—Que é? Porque essa cara? Ah, é... os mortais tem vergonha de falar de sexo. Foi mal. Esquece que eu disse aquilo tá? Boa noite.

Ela subiu as escadas. E eu ouvi o chuveiro ligar.

—Os mortais tem vergonha de falar de sexo. Essa é boa. Mortais.

—Ela acabou de chamar um homem de gostoso bem na nossa frente.

—Nós não sabemos como era que funcionava entre ela e a mãe dela. A comunidade Wessen tem costumes diferentes, imagino que com os bruxos seja a mesma coisa. Coisas que pra nós são tabus, pra eles não são. O jeito que ela falou... foi como se comentasse sobre o tempo. Como se fosse a coisa mais normal do mundo.

—Vai ver que para as bruxas é.

P.O.V. Kenneth.

Eu pensei que tinha sido um sonho. Mas, eu acordei e ela estava colocando a roupa de volta.

—Fugindo pequena Grimm?

Então, eu vi a marca no ombro dela. Eu coloquei a mão no ombro dela.

—O que?

—Essa marca... Eu já vi antes.

Ela ficou tensa.

—É só uma marca de nascença. Muita gente tem.

—No meu pouco tempo de vida eu só vi essa marca de nascença em algumas poucas pessoas. Todas da mesma linhagem. Um poderoso Clã de bruxas que existe desde que o mundo existe. Dizem que são as primeiras. Elas são... a realeza das bruxas.

—Acho que você se enganou. E... você não vai levar a Diana. Seu babaca.

—Foi assim que você destruiu o carro. E me impediu de entrar na casa.

—Porque eles tem sempre que ser cretinos?

Perguntou ela saindo.

Eu mandei os meus homens atrás dela, mas nenhum deles voltou. Bom, pelo menos não inteiros.

—Mais pacotes senhor.

—Abra.

—Tem um bilhete.

Eu abri o bilhete e lá estava escrito:

Eu acho que o seu amigo tem problemas pra respirar.

Quando abri a caixa a cabeça estava lá e... os pulmões também.

—Eu vou levar para a médica examinar.

A Doutora Carlton ficou abismada.

—O que?

—Os pulmões foram arrancados. Um a um. Enquanto a vítima ainda estava viva. Suponho que esse pobre coitado tenha agonizado muito antes de morrer.

—Pulmões arrancados?

—Você disse que a garota é uma bruxa certo?

—Certo.

—Lamento informar, mas é hora de parar.

—Parar o que?

—O que quer que esteja fazendo aqui. Eu sei o que ela fez com esse homem, é um aviso. Um ritual que elas reservam para aqueles que cometem as piores ofensas. É chamado de águia de sangue. Elas abrem dois buracos nas costas da vítima e arrancam os pulmões, colocando-os sob suas costas como as asas de uma águia.

—Só que ao invés de colocá-los nas costas do Sven, mandou elas pra mim.

—Sim. O que significa que se não se afastar... se não recuar... ela vai arrancar seus pulmões.