Não acredito que já se passaram cinco dias que estou aqui na opera popularié em 1857. Pior do que isso, saber que Erik, pode ter matado Carter e eu não posso fazer nada. E o real e assustador Fantasma da Opera que me quer fora de sua Opera.

Na outra noite a Christine Daaé, sua amada obsessão, fizera sua primeira apresentação . E eu pude ver Madame Giry olhando para o palco acima, procurando o fantasma.
Madame Giry me odeia, deixou isso bem claro, quando pedi abrigo em sua casa. Ninguém sabe, a não ser o fantasma, que estou dormindo dentro do armário de vassouras. Tive a grande sorte de que ele não veio me fazer uma pequena visita a noite para me expulsar, mas, gostaria que ele tivesse vindo, pois poderia ter lhe perguntado sobre Carter.
O que me mantem em conforto no armário é o edredom que tem em minha mochila.
Acho que nunca amei uma mochila quanto amo essa, por me proporcionar tudo que necessito. Escovas de dente, pasta, pente para meus cabelos, um casaco para o frio (dos anos 60 ), meias e muitas coisas entre elas , a coisa que tenho um grande medo que acabe, meus remédios.
Preciso deles para sobreviver, tenho 10 caixas... Mas só Deus sabe quanto tempo terei de ficar aqui. Não há pistas de Carter ou da linha do tempo. Nada! Estou sozinha outra vez. Tenho vontade de chorar todas as vezes que fico no armário de vassouras, nesses 14 dias. A única pessoa que me faz companhia é a Meg Giry, mas essa só me ajuda com roupas e comidas. Sua melhor amiga e companheira é Christine Daae , que todas as noites some, claro, o fantasma não a deixa em paz.
A história desse teatro é bem parecida com a história organinal, mas claro, com seus detalhes diferentes. E nada descrito como o "covil" do fantasma, me ajuda a acha-lo.
As vezes sinto que ele me observa de longe e Madame Giry parece odiar isso. Pois sempre quando ela ola para cima e eu o vejo, ela me tira do palco e me leva até os bastidores. Não posso me exaltar com ela para não chamar atenção, mas que dá uma grande vontade de lhe dar um tapa, ah sim dá!
Hoje, estou mais uma vez, tentando entrar no camarim de Christine, para passar pelo vidro "mágico" e achar a casa de Erik, mas, é muito difícil, Christine só entra nele, quando tem de trocar a roupa ou para dormir e o fecha sempre.
Minha única chance é a noite quando sei que o fantasma está com ela e seu quarto está vazio, o problema, é que tenho que tomar cuidado para não me ouvirem a noite pelos corredores.
Tenho um plano, em que Meg irá me ajudar sem ao menos perceber.
Primeiro, direi a ela para irmos ao camarim de Christine, para chamarmos para compras amanhã, com o dinheiro que ganhei por ajudar no teatro, como moedas de ouro podem ser tão importantes nesse século? , continuando, assim que entrarmos no camarim de Christine, tirarei de dentro a chave e levarei comigo, ela achará que a perdeu e claro, que substuirá por outra, mas dessa vez poderei, entrar nele sem precisar arromba-lo. E logo, entrarei assim que ouvir a voz de Erik cantando em seu camarim, pois toda noite é o mesmo. Músicas tão lindas, cantadas para uma vibora. O fantasma sabe que ela anda saindo com o visconde, o tal que eu chamaria em meu século de "mauricinho", mas, Erik não se pronuncia com raiva dela ,ou, mexe com o visconde.
O que ao meu ver é muito ruim, porque ele planeja alguma coisa.

– Mile!!- Exclama uma Meg sem fôlego, que chega se apoiando ao meu lado, em quanto penteio meu cabelo.

– O que houve? - Pergunto. As vezes não entendo nada do que ela fala, pois seu francês é formal e eu não sou fluente no moderno quanto mais no formal.

– La Carlotta, ela está aqui e furiosa!- Ela diz arregando os olhos. Carlotta a Prima Donna?

Prima Donna....

Ouço uma música no camarim ao lado, que é o de Christine.

– Eles estão no camarim de Christine?- Pergunto franzindo o cenho.

– Sim, mas esse era o seu camarim. Pelos risos de Carlotta ela está de volta. - Diz Meg colocando a mão no tórax aflita. - Isso irá irritar o fantasma.- Ela diz. Merda, meu plano foi por água a baixo.

– E onde...Onde ficará Christine?- Pergunto rouca.

– Oh, É mesmo! - Ela exclama espantada se virando e correndo para fora do camarim. Reviro os olhos e vou atrás dela. O teatro está um caos, todos estão cantando para La Carlotta e satisfazendo seus desejos, correndo de um lado para o outro e eu só consigo rir com a situação.
Passo pelo palco e não posso evitar olhar para cima, assim que o faço me surpreendo. Erik está olhando tudo atentamente e parece estar com raiva.

– Ei!- Chamo a sua atenção e ele arregala os olhos em mimha direção. - Erik, preciso falar com você.... - Penso rápido - Sobre Christine. - Falo e ele coloca um dedo sobre o lábio pedindo silêncio e acenando com a cabeça para a entrada secreta entrando nela. Corro para os bastidores e subo na escada banba. Ainda bem que estou de salto médio. Assim que consigo estar em cima do... Eu faço o mesmo que ele e empurro a parede falsa e ela se abri.
Assim que entro no lugar, não enchergo nada e fico em pânico. - E-Erik!- Chamo por ele e der repente uma luz se acende na minha frente revelando-o. Ele me analisa por um momento e eu permaneço com o mesmo olhar que ele... Desafiador.

– O que tens a dizer demônio? - Ele pergunta rude. Ele parece ser um cavalheiro, mas me chamar de demônio o deixa como um Ogro. Reviro os olhos, para surpresa dele.

– Podemos... Conversar em outro lugar? - Falando para os lados onde só a escuridão. Escuro nunca foi bom para mim. Ele me analisa novamente.

– A noite! - Ele diz e eu franzo o cenho.

– A noite? - Pergunto confusa.

– Sim, a noite.- Ele diz com raiva.

– Porque?- Pergunto. Ele solta um grunhido em frustração.

– Ora! Não me faça perguntas e não me desafie. - Ele sussurra, mas sua ameaça é estridente. Chega mais perto de meu rosto e eu, para não demonstra medo, não me afasto. - Eu disse que não a queria aqui, mas vejo que continuo. Pelo menos, teve a decência de sair de meu camarote . Só poupo-lhe a vida, porque eres uma mulher. - Fala com uma expressão de ódio nos olhos dourados. Eu lhe dou um sorriso convencido.

– Olha aqui, eu também não queria está aqui. Mas infelizmente estou e não posso sair desse lugar porque tenho que encontrar meu parceiro Carter. - Eu digo despejando todo meu desespero e raiva nele, em quanto o mesmo, me olha com descrença. - Não tenho nada para vestir, que não seja esse vestido preto horrível , minhas mãos doem de tanto peso que carrego, só como uma vez por dia, Antoniette me odeia, não tenho um lugar descente para dormir e quase não entendo merda nenhuma do que vocês falam! - Grito a última frase e ele coloca a mão vestida de preto em minha boca e sinto uma vontade imensa de gritar de raiva e logo em seguida de chorar.

– Uma dama não fala palavrões. - Ele diz tirando lentamente a mão de minha boca. Sua expressão é indecifrável, nesse momento ainda mais por conta da máscara.

– Senhor, eu não sou uma dama, sou uma mulher que precisa voltar para casa. - Ou pelo menos para 2014. Falo com mais calma, ele me analisa da cabeça aos pés.

– Seu parceiro está vivo, eu estou com ele, em meu calabouço. - Ele diz vencido. E uma ponta imensa de felicidade emerge em mim. Abro um sorriso.

–Obrigada Monsier.- Falo lhe fazendo uma pequena reverência ridícula. Ele não acha engraçado, pelo ao contrário fica mais zangado.

– Pare de tolices. - Ele diz se afastando. - Como eu disse, hoje, esteja aqui em cima as 11 da noite e eu a levarei até minha casa, para que possamos falar sobre Christine.- Ele diz em um só suspiro triste.

– Está bem. Mas libertará Carter?- Pergunto-lhe e ele levanta o rosto e com um olhar triste responde.

– Talvez.- E com uma rodada de sua capa, que quase me deixa cega sai correndo pelo corredor escuro.

POV ERIK

Correndo, a caminho de meus aposentos, a confusão me consome.
Devo colocar meu anjo no título que lhe pertence, em meu teatro, tirar de uma vez por todas as duvidas que tenho sobre esses dois indivíduos, o prisioneiro e o demônio. O que essa mulher tem? De onde ela veio, qual sua deixa com o prisioneiro? E o que mais intriga-me é saber que eles tem o mesmo sobrenome. O homem não a chama de Mile, mas de Mileys.
Esses dias, me vi observando-a, ela é de tamanha inteligência, é como uma irmã mais velha para a pequena Meg Giry, não parece gostar muito de meu anjo. Oh meu anjo! Como dói vê-la com aquele visconde.
Uma vontade imensa de enforca-lo me consome todas vezes que ele fala com ela.

Assim que chego em meu lar, vejo Madame Giry.

– O que fazes aqui?- Pergunto-lhe tomando seu braço com força. Ela olha-me firme.

– Erik, solte-me!- Pedi-me ela e com cautela a solto.

– O que queres?- Pergunto-lhe de braços cruzados sob o peito. Para aliviar a vontade em que tenho de lhe expulsar.

– Erik, eu não estou contente com... Essa Americana em nossa teatro. - Ela diz e sem eu lhe dar permissão, sentasse em minha cadeira no órgão.

– Madame, eu estou resolvendo, tal problema. Não deves intrometer. - Falo.- O que realmente quero, saber... É o motivo tolo de Carlotta ter voltado?! - Grito com toda a raiva, me moldando por dentro. Tiro minha capa preta e a coloco sob a mesa de velas e vou para mais perto, de Antoniette, que finalmente olha-me nervosa.

– E-eu, não sei senhor. - Ela diz encolhendo-se. - Creio, pelos escândalos que há nos jornais com seu nome, além dos diretores ridículos que arranjáramos, estarem dormindo com esta. -Ela diz em desprezo. Sorrio, para está revelação.

– Então... É uma meretriz!- Falo, em pensamento em um plano elaborado.- Dei -lhem um aviso. Se continuarem a se atrasar em meu pagamento e continuarem com tal absurdo. Iram sofrer as consequências. - Falo para Antoniette que agora olha-me em curiosidade.

– O que irá fazer Erik? A Peça é amanhã.- Diz a Madame, lanço-lhe um sorriso perverso.

Christine spoke of an angel ...

She has heard the voice of the angel of music

She is gonna be, La prima Donna.

Our....

Monsiers gonna have
The perfect Dead.

Canto-lhe e lhe dou um grande sorriso, perverso.

– Está bem, estou indo...-Ela diz se levantando lentamente e eu a sigo com um olhar, até que atravessa o espelho opaco.

Agora, devo preparar minha poção e um jantar para o demônio e ter uma longa conversa.

POV MILEYS

– Mile, tens certeza de que não queres dormir aqui hoje? - Meg pergunta ao lado de Christine Daae que há um semblante triste. Suspiro exasperado com sua insistência. Mal sabendo ela, que durmo no teatro todas as noites em um armário de vassouras cujo tenho que colocar uma caixa de ferramentas para fecha-la.

– Sim. Não quero tirar o conforto de Christine.- Falo com um sorriso totalmente falso. Que ela não percebe.

– Estou acostumada a dormir com as meninas do Balé senhorita. Não seria de jeito algum desconforto dividir minha cama.- Ela diz gentilmente, que me irritou. Ela tenta ser boa com todos e isso é extremamente chato e sem personalidade. Como tenho algumas horas até fingir ir embora e esperar a hora para encontrar Erik, resolvo cutucar a fera e mostrar ao Erik que essa ridícula não merece o amor dele.

– Não, agradeço a vocês, mas, prefiro dormir na pensão.- Falo e Meg revira os olhos mas aceita.- Christine posso lhe fazer uma pergunta? - Falo e ela assenti.

– Sim.- Ela diz.

– Já vistes o fantasma?- Pergunto em total e falsa ansiedade. Ela arregala os olhos e parece ficar nervosa. Quase arqueio a sobrancelha, com essa reação. Ele não pode ser tão horrível assim e mesmo se fosse, ela deveria ama-lo, por tudo que ele lhe fez.

– S-sim.- Ela diz gaguejando e Meg a olha em compaixão.

– Como ele é?- Pergunto em fingimento novamente. Ela fecha os olhos e faz uma cara de repulsa.

– Ele é.... - Ela diz e como se afastasse uma náusea, abrindo os olhos diz.- Ele é uma alma sofrida e asquerosa. O temo como todos. -Ela diz. E pretendo aprofundar e tirar de uma vez o comentário mais horrível sobre Erik, pois tenho certeza que ele está vendo isso. Um camarim cheio de espelhos parece ser seu melhor camarote.

– Pelas suas feições, creio que o viu sem sua máscara, a máscara que todos falam que ele veste como rosto.- Falo e ela fica tão nervosa e com medo, que começa a suar e isso me dá uma longa vontade de chama-la de idiota.

– E-Eu, sim... - Ela diz nervosa e Meg a conforta apertando-lhe a mão.

– Melhor mudarmos de assunto, Mile.- Meg me diz gritando que eu pare de ser enxerida.

– Oh, sim claro.- Eu digo sorrindo para Christine. Ela sorri incomodada.

– Vamos para...- Diz Meg sendo interrompida

– O que fazem aqui?- Pergunta Madame Giry, com seu olhar penetrante em mim.

– Estávamos... Conversando mamãe. - Diz Meg a mãe com um sorriso.

– senhorita Carter, ainda no teatro?- Não é óbvio?

– Sim, Madame.-Falo e me levanto ajeitando meu terrível vestido. Eu realmente tenho que comprar um vestido melhor, se teria de ficar aqui. - Good night, ladys.- Falo em inglês pela primeira vez, lhe desejando boa noite.

– Oh! Amo inglês! - Diz Meg batendo palmas animada. Madame Giry olha-me de sobrancelhas levantadas em surpresa e Christine esboça seu único sorriso gentil.

– Entendestes ? - Pergunto sorrindo.

– Sim, mamãe me ensinou um pouco, de vossa língua. - Meg diz sorrindo.

– Maravilha.- Digo.- Então... Boa noite senhora e senhoritas, nos vemos amanhã. - Falo as cumprimentando com dois beijos em suas bochechas e parto, para rua.
Como fui expulsa por Madame Giry, tenho de passear pelas ruas de Paris no século 19.

Passear por aqui é totalmente incrível, ver as lojas que ainda no futuro existem, apesar da destruição da guerra. As lindas e maravilhosas praças que minha geração infelizmente, não teve a sorte de conhecer. Meus Deus e o céu? O maravilhoso céu ao cair da noite, o lindo crepúsculo que é maravilhosamente visto, só sentando ou em pé na grande praça, onde em 2014 estava plena de neblina e frio, cheiro de morte.
Um lugar que fui muito, é a biblioteca local. Onde procuro indícios de teorias do tempo, física e várias teorias científicas. Minha pesquisa seria muito mais produtiva com um físico, cujo seria, Carter. O bibliotecário que tem em torno de seus 80 anos, fica impressionado, quando sento-me em uma das mesas e devoro 5 livros enormes em 5 horas. Fico maravilhada com a variedade de livros desse lugar, um dia os livros dessa biblioteca serão, lendas.
Hoje irei mudar meu curso. Com meus 30 francos irei em um brechó achar um vestido digno para mim.
A loja que encontro, quase no final da rua (S/N), é bem fechada e cheia de poeira, mas com variedades de vestidos. Lindos, antigos, dignos de princesa e outros que pareciam ser de camponesas. Lindos e cheio de poeira. Passo pelas filas de vestidos e chego ao balcão onde há uma senhora, linda de cabelos loiros a caminho do branco e olhos azuis. Ela é uma senhora muito fofa. Ela olha para mim e abrir um sorriso animado e gentil e eu lhe dou o mesmo. Estou com medo de seu francês. Eu já não entendo muito o meio moderno dessa época quem dera da época dessa adorável velhinha.

– Boa tarde, senhorita, o que deseja?- Pergunta-me a velhinha em um sotaque que eu reconheceria em qualquer lugar. Britânico. Me arrisco e respondo-lhe em inglês.

– Boa tarde, gostaria de ver seus vestidos.- Falo e ela solta um pequeno riso alegre.

– Oh! Falas me língua! - Diz ela, agora respondendo em Inglês.

– Sim. - Falo sorrindo. Ela animada, sai de trás do balcão e vem até a mim, pega minhas mãos e abri meus braços avaliando-me da cabeça aos pés e me olha surpresa.

– Darling, estas com um vestido horrendo!- Fala ultrajada. Olho para meu vestido e lhe lanço um olhar triste.

–Sim, por justo caso, estou aqui para trocar-lhe.- Falo e ela sorri e me puxa pela mão levando me para filas de vestidos simples mas lindos.

– São lindos.- Continuo em inglês. Era ri e pega o vestido azul em qual colei os olhos.

– Querida esse vestido é esplêndido. -Ela diz. O vestido é realmente lindo. O azul escuro cristalino e do mesmo corte em delineador do vestido preto, mas, muito bonito, com detalhes que eu meu século seriam de uma nobreza sem tamanho em uma festa a fantasia. Só que, para estar aqui, em uma loja de usados, parece não ser tão importante.

– Quanto custa? - Pergunto-lhe. Ela o analisa.

– vinte.- oh! É caro.

–Oh senhora, não posso pagar.-Eu digo, observando o vestido mais uma vez.

– Quanto tens?- Pergunta a senhora.

– Tenho 30 (s/n). - Falo e ela faz uma careta. - E-eu pensava que poderia ser cada um 10 (s/n) assim poderia comprar-lhe três vestidos.- Falo e ela sorri gentilmente.

– Oh darling, as coisas aqui em Paris, são bastante caras. - Ela diz. - Mas, eu não sou Parisiense e muito menos desse País. - Ela diz com desdém. Dou uma leve risada. Ela é divertida. - Então, lhe darei três vestidos, pelo por 10 cada. - Diz sorrindo. Abro-lhe um grande sorriso.

– Oh Muito obrigado. Thank you. - Eu digo eufórica.

– Vamos... Tem que experimenta-los.- Ela diz e começo a busca pelos outros dois vestidos, já que um eu havia escolhido.

Xxx

Depois de escolher os vestidos e de um pouco de conversa com a adorável senhora, digo-lhe meu nome, que inventei, claro. E lhe dou meu dinheiro.

– Então é isso, darling.- Ela diz entregando-me a sua sacola. Agradeço-lhe pela bondade e para que eu possa reconhecer-lhe nas ruas e a chamar, pergunto-lhe seu nome.

– Com toda sua bondade, senhora. Acabei esquecendo-me de lhe perguntar qual é vosso nome.- Digo e ela sorri.

– Oh sim, desculpe-me. - Ela diz. - Meu nome é Mileyene Genebra. - Puta...Não pode ser, eu o nome da mãe de minha tratará avó. Sinto o sangue fugir de meu rosto e minhas mãos ficarem frias. - Darling, tudo bem?- Ela pergunta e me tira de meu transe de estupefação.

– E-e-eu....- As palavras me faltam. Respiro fundo, tentando me recompor. - Sim, estou bem. Foi um prazer Senhora. Obrigado por tudo.- Eu digo. Ela sorri e eu me viro, ainda abalada para a saída.

Assim que saio. O frio da noite de Paris me invade como um despertar. A única coisa que consigo fazer é... Sorrir. Sim! Sorrir. É incrível, saber que nesse século não estou tão só. Minha família, estava aqui. Ela me lembrou minha avó. A única pessoa que me amou do jeito que sou e que se foi tão cedo, de minha triste vida. O sorriso caí e me deixa com tristes lembranças.
Logo o relógio da igreja, não muito longe dali, soná e vejo que já são 18:00 horas. E o clima fica ainda mais frio. Corro para o teatro e com muito cuidado, entro e me escondo em meu "quarto".
Passo meu tempo penteando o cabelo que por conta do vento se desfez de seu penteado. Guardei meus vestidos, que não pretendo mudar hoje. Assim que ouvir o resto das pessoas dizendo "até amanhã". Saio de meu esconderijo e vou até o lugar combinado pelo Fantasma.
Assim que não ouço mais nada no teatro, já tenho plena certeza que é a hora combinada. A abertura do cenário, de onde o encontrei mais cedo, se abri, assim revelando um fantasma galante, vestido exatamente para uma noite de gala do século 19. Arqueio a sobrancelha em surpresa pela grande produção. Ele me olha da cabeça aos pés com uma tocha em mãos.

– Srta. Carter. - Ele diz como em uma reverência. E abri caminho para que eu entre na passagem. E assim o faço. O escuro ainda está ali. Até que ele assume a frente e põe para o lado a tocha, onde se ascende uma grande faixa de fogo iluminando todo o corredor que era escuro, revelando um túnel. Arregalo os olhos. O homem é realmente um gênio.
Ele estende a mão para mim e penso se devo aceitar ou não pegar sua mão enluvada branca. Carter! Aceito e ele me guia pelo túnel.

Chegamos ao seu famoso e maravilhoso mundo, um lago imenso a minha frente, onde há umas enormes faixas de vermelhos por toda parte em cortinas e castiçais de prata com velas vermelhas e brancas. Tudo mundo gótico. O teto reflete o lago que parece extremamente fundo.
Ele me conduz por uma entrada que dá ao que direi ser, sua sala de estar, onde há um grande órgão e uma mesa de madeira enorme, posta, para um banquete. A mesa dá de frente para o lago.
Erik solta minha mão e tira sua capa, a deixando por cima de uma cadeira, que parece ser de um nobre. Ele se vira para mim e me encara. Engoli em seco.

– Então... Vamos jantar?- Pergunto de cabeça erguida, para não demonstrar medo. Ele sorri perverso. Droga!

– É observadora, Senhorita Carter.- Ele diz. Reviro os olhos.

– Não chame-me de senhorita Carter, por favor. - Falo exasperada. Ele levanta a sobrancelha direita surpreso.

– Por que, senhorita? Esse não é vosso nome? - Ele pergunta. Respiro fundo. Ele sabe!

– Aham... Sim! Esse meu nome. - Falo com todo desdém possível. - Só não gostam que me chamem do segundo nome. - Falo e ele sorri com desdém.

– Entendo. - Ele diz e então se vira para mesa a nossa frente. - Esse é um janta r de negócios, creio eu. Então, melhor nos sentarmos. - Ele diz apontando para mesa. Assinto e vou até meu assento. Assim que estou para puxar minha cadeira, ele se põe em minha frente. E a puxa para que eu possa sentar. Indicando-a. Sento-me e ele a rodeia a grande mesa e se senta de frente para mim.

No centro da mesa há uma grande bandeja e varias outras ao redor. E os castiçais ao lado dela. O olhar do fantasma é penetrante e cruel e eu como desafiante, não o desvio nenhum momento.

– Perdão, mas, não tenho empregados para nos servir. - Ele diz e descobre as bandejas revelando um grande peru, salada e outros condimentos que desconheço. Não vou negar, estou morta de fome. - Disse que só come uma vez no dia, deve estar faminta.- Ele diz e resolvo abaixar aguarda.

– Sim.- Falei tímida. Ele sorri.

Em silêncio nós atacamos a comida.

Xxx

– Espero que tenha apreciado o jantar senhorita.- Ele diz. Limpo minha boca em um guardanapo de seda, bege. Onde ele consegue isso tudo?

– Senhor, melhor seguirmos aos... Negócios. Não acha. - Falo, cruzando os braços sob o busto.

– Sim, tens razão. - Ele diz e se levanta e fica a meu lado, estende a mão, que a pego e levanto-me. Ele me guia por sua casa, estranhamente aconchegante.

Nós paramos em frente a outro túnel enorme onde há uma tocha acesa ao lado.
Eu me viro para ele e o olho confusa.

– Onde esse túnel dá?- Pergunto e ele olha-me com tristeza.

– Ele nos leva, para, o seu amigo. - Ele diz olhando por um momento perdido para o túnel. Se volta novamente para mim.

– Antes, quer saber o que tenho a dizer sobre vossa amada Christine Daae, não? - Pergunto e ele assentiu. Eu não tinha nada para dizer sobre Christine, que ele já não saiba,, mas, que não quer ver realmente. Ah não ser que eu salve a vida dele.

– Eu vou dizer Erik.- Eu digo e ele arregala os olhos, parece perdido.

– Como...Como sabe meu nome verdadeiro?- Ele pergunta se aproximando mais de meu rosto, analisando-me, como eu fosse uma obra rara.
Que merda eu respondo?

– Eu só sei.- Sussurro. Ele estreita os olhos tristes sob os meus.

– Impossível. Antoniette nunca te diria, ela nem lhe dirige a palavra. - Ele diz dando uma lufada irregular em meu rosto. Olho para sua boca, que está prensando. Ele parece seguir meu olhar. Isso está ficando estranho.

– Podemos voltar e falar sobre a senhorita Daae?- Pergunto em um sussurro.

– Sim... Não quer ver seu amigo, senhorita?- Ele pergunta surpreso.

– Sim, mas, temos um trato. Meu amigo está bem?- Pergunto, tentando ser confiante. Ele me olha de franzido. Creio eu.

– Sim. Ele está. - Ele diz. E logo depois voltamos para sala onde há o órgão.

– Senhor, eu vou contar coisas sobre Christine que futuramente salvará sua vida.- Digo de braços cruzados em pé, olhando-o em quanto o mesmo está sentado no banco do órgão virado para mim.

– Salvará minha vida?- Ele pergunta confuso. Hoje posso desvendar melhor suas feições, pois ele está com uma meia máscara sob o lado direito do rosto.

– Sim. Eu não posso contar- lhe muito sobre minha vida, ou o porquê sobre eu saber dessas coisas, mas, eu vou falar e isso vai ser útil e assim você pode viver e se...- Tornar real no futuro. Completo em pensamento.

– Você parece...- Ele está com raiva. Olha desconcertado para o chão.

– Erik, Christine não conseguirá te amar nunca, ela ama o visconde. Ela é jovem e sonhadora. Não faça besteiras por ela. - Eu digo fazendo uma pausa para avaliar sua expressão chocada e magoada. - Sei que iria matar e ferir alguém amanhã por ela, mas, tudo que você conseguirá será seu desprezo. - Eu continuo firme. Ele me olha de um jeito que eu já olhei antes para a pessoa que me magoava com cada palavra dita. Mas era preciso, para que ele possa viver e criar um legado. Afinal, acho que um pé na bunda não é grande coisa, não é necessário um suicídio. - A deixe, pode ser difícil, mas, faça isso. Ela não pode te amar...

– Cale-se!- Ele grita em fúria, se levantando e apertando meus braços, seus olhos adquirem uma dor que eu conheço bem. Saber que não é amado. Para minha surpresa. Ele me solta e cai aos meus pés, chorando.
Oh meu Deus, eu... Eu não queria isso.
Com uma dor no peito, abaixo-me e o pego pelos ombros largos, fazendo-o olhar para mim em meio a soluços.

– Erik, perdoe-me.- Digo e ele cessa os soluços, mas, ainda assim, com as lágrimas caindo.

– Tens razão, ninguém pode me amar, nem mesmo a pessoa de quem cuidei e amo, e sou indigno de seu amor.- Ele diz derramando mais lágrimas, que caem pela sua metade esquerda do rosto.
Eu o olho com compaixão. E me vejo refletida. Se você soubesse o quanto temos em comum.

– Não diga isso. - Eu digo, o fazendo olhar em meus olhos. - Você só não teve sorte, Erik. Mas não deixe se acabar por uma menina que só pensa em príncipes e bailes. Pensi na arte, no seu talento...

Dont' have more music of the night.- Canta Erik chorando. A única coisa que ele conhece e confia - a música.

– Sempre haverá a música da noite. - Eu digo com a voz embargada. Porque quero chorar com ele? Por quê?
Vejo Erik parar seus soluços e olhar no fundo de meus olhos, agora marejados.

– Essa tristeza... Seu olhar é repleto dela. - Ele diz e uma lágrima, prendida, corre. Ele toca minha face, tirando-a. - Tens a dor e rejeição como eu. - Ele diz. As lágrimas não param de cair, lembrando-me de meu passado. - Como é possível, um ser com vós sentir tal sofrimento? Eres linda, inteligente e cuidadosa. - Ele diz surpreendendo-me, ao acariciar meu rosto com os dizeres.

– O sofrimento não escolhe a beleza física para devastar e sim a interior. - Digo rouca por conta do choro. A frase que falei para as crianças nos abrigos em Nova York. Aquelas faces órfãs, sem esperança. – Por isso... Erik, deve buscar sua beleza interior novamente. - Digo tentando me recompor, falhando com a expressão de fascínio, que avalia meu rosto.

– O que é você? - Ele pergunta em um sussurro, tocando agora, meus lábios. Oh, Droga.– Irá embora se libertar seu amigo? Z Ele pergunta em um lamento.

– Eu preciso.- Falo olhando, seus olhos que estão com a pupila dilatada, em quanto observa os meus.

– Não! - Ele rosna. E der repente com um levantar, me puxa para cima com rapidez. Me apoio em seus braços magros e longos, ele enlaça minha cintura.- Você não vai sair daqui.- Ele sussurra bem perto de meu rosto. Sinto as batidas de meu coração em meus ouvidos, ele se aproxima com um olhar de desespero... Então coloca seus lábios nos meus! Oh, eu estou beijando-o. Um beijo doce e ao mesmo tempo urgente, seus lábios são macios e quentes. Deixo a surpresa e o susto de lado, fecho os olhos e enlaço meus braços em seu pescoço. Um beijo, que ali, refletia, seu desespero e sofrimento, conjuntos com meus medos, minha dor e satisfação, uma satisfação que os dois parecem nunca ter proporcionado antes. Carinho e consolo.

Você ficará aqui comigo para sempre.- Ele diz ainda em meus lábios, com um aperto possessivo em minha cintura, com suas mãos esqueléticas e frias.
Der repente sinto que isso tudo é um erro.
E é!!!!
Tento me soltar de seus braços, parando o beijo, ele aperta ainda mais minha cintura, me olha por um momento e avalia-me olhando para minha boca e logo depois a atacando e me deixando sem ar. Agora não o estou abraçando, estou sufocada e ao mesmo tempo sendo tentada com seu beijo, mas preciso para isso agora! Tateio ao lado do órgão alguma coisa e um objeto frio cai em minha mão e sem ao menos pensar para respirar o acerto em cheio na cabeça.
Erik tira finalmente o encalço que são seus braços ao meu redor e sua boca, da minha. Olha-me confuso e logo depois cai no chão.
Merda! Oh
Erik.