Eu tento correr, os escombros se acumulando ao meu redor, sinto meu coração acelerar enquanto procuro por algum indicio de sobreviventes, a fuligem faz com que manter os olhos abertos seja uma missão impossível. Sinto uma gota de suor percorrer minha nuca, e isso me faz pular da cama. Mais um pesadelo, mais uma noite perdida, eu tento deixar Starling City para trás, mas ela insiste em me acompanhar.

- Melhor continuar viagem, não adianta nada perder a noite nesse fim de mundo. – Penso comigo mesma enquanto arrumo minha mochila, depois de 13 horas de viagem, na companhia apenas da minha moto e dos meus, não tão agradáveis pensamentos, achei que parar para um descanso fosse uma boa ideia. – O único hotel em 40 quilômetros de rodovia poderia investir em algo mais do que uma cama quebrada e um chuveiro frio – Justifico para mim mesma, enquanto saio no meio da noite, sem pagar a estadia, empurro minha moto por 3 quarteirões para que o motor não chame atenção indesejada. Meu relógio de pulso marca 4:13, com sorte, consigo chegar a Bludhaven antes do meio dia.

[ Linger – The Cranberries]

Coloco meus fones de ouvido, uma musica antiga começa a tocar, lembro de ter prometido a minha mãe que ouviria uma de suas playlists, essa provavelmente seria uma delas, o aplicativo estava no modo aleatório, neste instante um sentimento estranho me atropela, uma mistura de nostalgia com tristeza, que me impede de trocar de música, decido aproveitar a paisagem desértica, a estrada cercada por árvores dos dois lados, a neve cobrindo toda a paisagem como um lençol branco. Acompanho o voo de um pequeno pássaro, que pousa em um arbusto, derrubando neve na estrada. – Puta merd... – Quando volto o olhar para a pista, um vulto, uma pessoa atravessa a pista em disparada, no instante seguinte sinto o peso da moto sobre minha perna, minha visão turva, uma dor lacerante, estou perdendo a consciência...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.