Limoeiro

Filler ---- Nilismo


Desculpe.
Mas sei que vou te decepcionar.

Você deve estar lendo isso para me entender ou para saber de onde vim. Se sou o verdadeiro mal ou ate mesmo quem realmente sou.

Mas não ira encontrar isso aqui.

Desculpa te decepcionar assim.
Você pode esperar ate o próximo capítulo e não ler mais nada deste, se assim preferir. Não irei te julgar.

Ficou?

Tudo bem.

Esta realmente muito difícil saber como começar. Já ouviu falar da crise da pagina em branco? É muito mais difícil começar um texto do zero do que o desenvolver...

Pois bem...

Eu gosto de ver estas crianças.

Não pense maldades por favor.

Eu não sou um pervertido.

Elas aprontam cada coisa divertida.
E claro que sempre que se tem um grupinho você automaticamente escolhe o seu predileto e o meu era o troca letras com uma inteligência fora do comum. Um liderzinho dos garotinhos, malandrinho e que tão inocente não entendia seus próprios sentimentos com relação à garotinha que para ele parecia um desafio intransponível.

Minha vida mesmo... era tão vazia.

Não tinha significado.

Mas eu via aquelas crianças e queria continuar vendo para sempre. Amava ver suas aventuras da infância e apesar de ela não durar para sempre e uma hora eles crescerem e terem suas vidas eu simplesmente ia para outro lugar onde eles continuavam pequenos e esperava crescerem.

É ISSO!

Já sei como começar!

Vou tentar falar um pouco de mim. Mesmo que eu já nem me lembre mais.

Eu sou um viajante. Posso ir e vir dentre as realidades.
Sei que isso parece confuso e difícil de compreender. Mas para mim a realidade sempre foi... Digamos... “Moldável”.

Posso nadar no ar, por vida em objetos ou ate mesmo os criar do nada. A realidade para mim e palpável e eu a moldo a minha vontade. E eu só não sei como isso começou... É... Desculpa. Eu avisei que ia te decepcionar.
Mas vou dar o meu melhor aqui.

Como disse meu personagem favorito era o Cenourinha.

Eu ficava vendo ele tão fofo e imaginando um mini Lex Luthor (risada), e ela sendo um Superman versão feminina com menos poderes e um jeitinho bem bravo; e esta relação de amor entre eles; daria uma ótima HQ (historia em quadrinhos, comic) e de fato eles se tornaram grandes rivais e amantes no futuro. Ela com seus grandes poderes a proteger o mundo dos planos dele e ele mesmo amando ela tendo que a derrotar para concretizar seus planos. Uma dança eterna e linda que começou naquele bairro tranqüilo do Limoeiro.
Espera isso não aconteceu na sua versão? Ops...

Qual você conhece?

Tem uma que eles se casam e vivem uma vida feliz juntos com seus filhos e a Magali e o outro lá fedidinho também se casam. É esta que você viu?

Não? Tudo bem. Então foi a que ela ficou com o outro garoto que nunca lembro o nome. Um meio japonês que gosta de contrariar tudo, um do contra da vida. Foi este? Neste a Magali fica com o namorado gordinho. Ok não foi este... Esta difícil...

Já sei!

Foi no que ninguém fica com ninguém do grupinho no fim. E seguem suas vidas com coisas diferentes.

Também não? Poxa... ta difícil...

Aaanh. Entendi.

Você ainda esta vendo eles adolescentes. Nossa! Desculpa.

Eu já vi tantas versões deles, ate umas que o meu predileto prefere sair com garotos do que com garotas. Então me confundiu todo aqui. Foi maus...

Então voltando/ recapitulando para seguirmos juntos. Você já viu eles crianças e todas as suas aventuras?(Ele diz os originais mesmo, antigões ate hoje em dia. Desculpa intervir na narrativa dele, mas vi que não ia dar pra saber pela forma que ele fala.) Sim? Beleza! Ai fica mais fácil. Espera... Não? Ai ta difícil... mas tudo bem vou no básico.

Eu não tinha muito o que fazer com a minha existência e enjoava fácil de viver minha própria vida sabe. Já tentei ter uma casa, trabalhar, mas isso é muito chato quando se pode viajar como eu posso.
Eu posso conhecer a mesma pessoa mil vezes e nunca me enjoar dela. Por que iria ficar preso em um único mundo?

Vi o meu predileto lutar ao lado dos heróis. Já vi ele triunfar e morrer. Como um inimigo e como um herói em ambos os casos.
Só neste simples relato cabem quatro versões e se eu por detalhes passam de vinte. Me entende? Não a limites!

Mas tem apenas uma coisa que me limita.

Me apeguei as estes quatro então sempre que a historia de um deles “termina” eu vou embora.
Mas com isso cometi erros.

Entrevi onde não devia.

E por causa disso algumas coisas aconteceram.

Tentei arrumar e apenas piorei, afinal qualquer invasor estranho em um meio ambiente pode causar o inesperado naquele lugar. E comigo não foi diferente disso. Deveria ter ficado apenas olhando...
Mas...

Ela foi minha perdição..............................

A mulher de cabelos negros que em toda versão que a via mesmo querendo me manter distante não conseguia.

Poderosa em vários tons da palavra ela me enfeitiçava. E ainda enfeitiça se eu topar com ela novamente. Ela é o meu grande ponto fraco, nesta vida e em qualquer outra que eu tentar ter.

Foi com ela que consegui passar e ainda passo o maior tempo que consigo contar em um único ponto, sem me entediar. Fico com ela ate que algo ruim ocorra, mas mesmo que exista um numero infinito dela eu as visito constantemente. Mesmo que ela já esteja morta, ponho flores em sua lapide.

As vezes eu fico pensando se este é o meu destino. Viver sozinho migrando de mundo em mundo sem nunca poder interagir com ninguém...

É tão triste.
Eu nem me lembro mais quantos anos eu tenho, nem há quanto tempo faço isso ou o porquê. Mas sei que estão atrás de mim.

Tudo começou quando...

... eu estava mais uma vez fugindo.

Aquele grupinho entreviu, quis me conhecer e ate mesmo ficar perto de mim.
Eu me apaixonei por aquele lugar neste dia, o sol sempre radiante, a grama verdinha e aqueles sorrisos inocentes. Suas piores aventuras e problemas eram uma gracinha e me vi em plena paz de espírito.

Mais os pais deles os proibiram de me ver. Então fui ficar perto deles em um lugar onde ninguém pudesse saber sobre mim.

Foi ai que conheci cada um; um por vez.

Cascão era o apelido de um deles, sujinho de lama e vivendo a se esconder entre o lixo ele era mesmo muito fedido, chagava a desmaiar as pessoas com seu odor. Mas mesmo com a minha grande dificuldade de decorar nomes o dele era fácil, era somente olhar o cascão de sujeira que se formava sobre sua pele.

Tinha também uma menina muito gulosa e a garotinha amiga dela, bem briguenta e nervosa me deu muita curiosidade a sua força extrema; pois isso não era muito normal para uma garotinha. E eu não estava nada acostumado com isso.

Foi então que notei... Que sempre que tentava ter uma vida e conviver com as pessoas eu destruía tudo...
E todos sofriam. Então me afastei de tudo. Do mundo.

E da sanidade também.

Meu nome é Licurgo, entretanto sou bem mais conhecido como Louco. Mas eu não sou louco, bem... não mais. Graças a ela. Meu pedacinho de sanidade lindo de cabelos ruivos e revoltos como os meus, minha filha. Por ela eu luto contra qualquer coisa, intervenho nos mundos e faço a minha vontade.

Mesmo que assim como sua mãe, exista mais de uma versão sua... Ela sempre será única para mim. Acompanhava seu crescimento e me deliciava vendo seus primeiros passos de novo e de novo, todas as vezes que aprendia a ler, sem nunca me cansar de a re apresentar as mesmas coisas; a banda que sabia que ia gostar o estilo de roupa entre outras coisas; tentava ser o pai mais presente que podia; e nunca a escondi a verdade sobre mim.
Ela sempre me entendia e não me julgava.

—--- PAI! ---- o grito de bilhares dela explodiu na minha cabeça junto com aquela maldita fabrica.

Trezentas e cinqüenta e sete.

Foi o numero de Ramonas que morreram.

Todas essas dimensões explodiram e todos morreram restando apenas cinco onde ela estava viva. Então fiquei de olho.

Vigiando qualquer coisa que pudesse dar errado.

Na primeira a dimensão “A” quase ninguém voltou para a cidade depois do ocorrido; então eles não conseguiram recuperar a cidade e tiveram de fugir e viver suas vidas separados. Foi triste para mim, mas pelo menos minha menina ficou bem.

Na segunda voltaram, mas tiveram péssimas escolhas, brigavam muito e perderam sendo mortos. Fiquei completamente arrasado com isso, mas logo minha atenção se voltou a um mundo que havia se chocado com outro que não estava nas minhas contas. Um realidade onde este fator da fabrica não existia e senti a responsabilidade de intervir.

Eu já tinha criado sanatórios em todos os lugares e ficava tentando cuidar das pessoas que eu coletava, mas parecia que todo o meu esforço era em vão... E eu sabia que não podia intervir com todas as minhas forças. Já tinha aprendido isso.

O maximo que eu podia fazer era explicar as coisas e tentar ajudar de longe.

—--- Ola. ---- entrei pela porta da frente, já acostumado a invadir sem bater e “ele” se assusta comigo, mas logo abre um largo sorriso. ---- Estou com problemas. Me ajuda? ---- falo como uma criança querendo colo e ele logo me aponta o sofá e nos sentamos.

—--- Diga velho amigo. O que te aflige desta vez? ---- calvo, mas portando um belo cavanhaque ele se senta do meu lado e eu tagarelo a lhe contar tudo o que tinha ocorrido. Em todos os universos em que o Limoeiro foi destruído por causa da fabrica e ele fica quieto a me dar toda a atenção do mundo.

—--- Complicado. ---- ele pontua por fim ao passar a mão sobre os pelos faciais e logo sua esposa entra pela porta, nos olhando e passando reto para não atrapalhar a conversa. ---- Essa ultima esta em colisão com outra? Você sabe o que causou essa colisão? È algo como um vidro quebrado que não adianta tem que jogar fora ou é mais como uma louça que da pra colar novamente?

—--- Como uma louça. Mas sabe que louça corta se você pega errado e também fragmenta muito certo?

—--- Admita que foi uma boa analogia. Certo. Tem algo que possamos ajudar? O Franja fez aquele vídeo explicativo que você pediu? ---- ele me pergunta ao fazer sinal para a bela mulher que o acompanhava e essa logo adentra a sala me cumprimentando.

—--- Sim e não. O desta detenção não quis, mas da outra fez. ---- respondo a vendo se sentar de frente para mim. E nessa idade era difícil não a comparar a minha amada, pela semelhança no olhar feroz e vil alem dos cabelos negros.

—--- Baba menos, que essa é minha. ---- ela comenta nada discreto me fazendo morrer de vergonha e ela rir de forma sarcástica. Era mesmo muito parecida. ---- Você quer que eu faça um vídeo também? É isso?

—--- Acho que sim. Eu não sei o que quero. Quero ajudar... Mas não sei como.

Desde sempre achei ele o mais inteligente de todos. Mesmo quando o comparava ao loiro que vivia enfurnado em um laboratório, ele era o rei dos planos.

—--- Calma velho amigo. Sabe que eu sou bem cabeça dura, e tinha medo de você na juventude. Farei o vídeo. Mas não para a minha versão jovem e sim para os demais mais velhos e de outras versões que você ira levar. Vamos fazer as dicas que eles precisam para se fortalecer e lutar.

Senti como se tivesse sido salvo pelo meu super herói favorito e não evitei o roubar um forte abraço. Era estranho estar assim, bem mais novo que ele.

Cenourinha era mesmo incrível.

Enquanto ele gravava a fita fiquei a conversar com sua bela esposa, a poderosa Penha que cuidava dos horários de seus dois filhos e já planejava seus cursos dos próximos anos e ate mesmo quais faculdades iriam ir. Tremi pelas pobres crianças com uma vida tão controlada. Mas eu iria voltar ali para ver quantas versões isso daria Se eles se rebelariam, se matariam ou iriam seguir isso cegamente sem questionar. Era novamente um leque de mundos diferentes para eu ver.

Mas assim que peguei a fita saltei para o próximo futuro bom em que ele tinha conseguido dominar o mundo como sempre quis (sem perceber), nesse novamente bem casado estava com seu grande amor de infância que depois de anos de muito combate, não puderam resistir ao seus sentimentos e entraram em um acordo.

Monica era ocupada de mais como uma grande heroína mundial com sua própria liga para poder gerar filhos, mas isso não os impediu. Quero dizer. Não impediu ele de pedir ao velho amigo e sempre comparça para criar um casal em seu laboratório que antes apenas criava suas formas de dominação global.

De bom grado ele me fez o vídeo e quase ordenou que os demais fizessem o mesmo e seu sai para o próximo muito satisfeito.

E assim fui fazendo ate ter tudo o que precisava para ajudar.

Eu sei que tinham muitos outros mundos que eu podia ver e me distrair, mas esse estava com problemas e eu não conseguia deixar de me importar.
E iria fazer de tudo que estivesse ao meu alçasse e fora dele para ver um final feliz em todas as versões possíveis.

Ass: Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira, ou Louco Doidivanas da Silva,