Limoeiro

Filler 5 ----- Coven


Err... Oi.

Meu... Meu nome é Ramona.

P- Prazer.

Eu não tenho sobrenome.

Eu...

Eu não sei por onde começar nem o que devo contar então me desculpem se eu me atrapalhar um pouco tudo bem? Combinado? Mesmo?

Vocês não devem conhecer quase nada sobre mim. A não ser que sou filha da Viviane que também não tem sobrenome. Minha mãe é conhecida como uma vila, mas ela não é tão má assim. Pelo menos não para mim.

Apesar de ela não conseguir se lembrar do meu pai eu posso afirmar que eles eram muito felizes juntos antes... Bem antes do CF chegar e acabar com tudo. Mas isso é uma longa historia.

Eu não cresci e vivi com a turma no bairro do Limoeiro como vocês devem saber. Eu estava ocupada de mais pulando de mundo em mundo com as outras eu junto do meu pai. Era muito divertido e como sendo uma bruxa ele me ensinava como usar minhas habilidades e eu me divertia muito brincando com as outras eu. As vezes quando eu questionava algo e dizia estar certa ele nem ficava bravo, apensas trazia uma outra eu mais velha para me convencer que estava errada; e esta vida era mesmo muito boa; confusa para a maioria mas eu cresci assim então achava a coisa mais normal do mundo.

Mas então eu fui crescendo.

Fui crescendo em todas as realidades e uma por uma as outras eu tinham que ficar em seus lugares e não podiam mais passear com o papai e isso foi me deixando muito triste.

Foi em um destes dias que o CF pegou o papai.

Ele sempre corria.

Nada no mundo ou em qualquer universo podia pegar o meu pai.

Ele era a coisa mais forte do mundo.

Ate mais que os anjos guardiões; ele era um eterno.

—--- Sabe. É muito chato só ter um eu. ---- uma vez ele me contou isso enquanto estávamos sentados em uma nuvem vendo a Monica correr atrás do Cebolinha e do Cascão enquanto comíamos estrelas açucaradas. Davam estalos na boca deixavam minha língua brilhante. ---- Se eu fosse mais... podia ficar com você e sua mãe. Mas eu tenho que correr. Não posso dar preferência a sua mãe nem a você. Isso é muito chato. ---- lembro que ele me pegou no colo e senti uma gota cair na minha testa. Ele estava chorando. ---- Sua mãe teve que se esquecer de mim. Mas você é minha filha não vai esquecer. Promete que vai ser uma boa bruxinha?

—--- Prometo!

E assim ele me soltou e nunca mais viajei com ele.

Cai no chão e olhei para as nuvem esperando ver o meu pai, mas ao invés disso vi as nuvens ficarem negras.
E um gás toxico tomou conta de tudo.

Nos anos seguintes minha mãe me protegeu com unhas e dentes.

Ela era a bruxa mais forte de toda Coven e literalmente matava qualquer um que ousasse se aproximar de mim.

—--- A fugitiva? Onde esta? Já descobriram? ---- com a destruição da cidade minha mãe resolveu juntar todas as bruxas que podia sobre sua guarda. Só as que queriam é claro, e logo o grupo ficou enorme entretanto ela sempre parecia procurar por uma em especial. Tinha algo haver com a lua.

Cresci muito bem e feliz ali, mas eu sempre via as pessoas sofrerem e isso me matava por dentro. Queria ajudar todos como o papai tinha me pedido para fazer, mas eu nunca conseguia.

—--- N devia fcr sozinha por ai assim. :3 ---- já era tarde e uma voz masculina atrás de mim me fez assustar e eu logo derrubei todas as coisas no chão. ---- Deslp n qs te assustar. O_O”

Meigo ele se abaixou para pegar as coisas e logo as recolheu me entregando, não pude deixar de notar o símbolo de @ arroba que seu cabelo formava e logo me espantei distanciando novamente.

—--- Calma! Pf n se assuste! o/ Eu n vou te fazer mal.V_V ---- a forma dele falar era estranha, abreviada. ---- Meu Nike é Bloguinho e o seu? @_@"

—--- Nique? O que é Nique?

—--- Nome, apelido. Como gosta de ser chamada. ---- pude perceber que ele havia pensado um pouco antes de falar, tentava não usar suas manias e ser cordial e isso me deixou mais ha vontade.

Ele era um rapaz bastante estranho.

Falando tudo agrupado ou cortando as coisas, mas suas habilidades eram incríveis. Por um tempo nos tornamos grandes amigos e nos encontrávamos a todo tempo ate que... descobri seu segredo. Bloguinho assim como Teveluizão eram filhos do Doutor Span como havia temido e estes ajudavam o pai a controlar toda a informação da cidade, o que entrava e o que saia, o que seus cidadãos podiam ver e saber entre outras coisas.

Fiquei tão horrorizada que cortei ligações com ele no mesmo instante.
Meu castelinho de cartas estava desabando.

Um dia... eu vi minha mãe fazer algo horrível com uma pessoa e descobri que ela era realmente má como todos me diziam. Que todas aquelas bruxas que eu convivia eram e então fugi.

Estava chovendo e eu fiquei com frio e com fome, cogitei voltar mas não queria, foi quando o conheci. Ele me cobriu e me levou ate sua casa e ate me apresentou seu amigo.

—--- Quem é ela DC? ---- ele abre aporta de um lugar que parecia uma padaria abandonada e fica encarando o mestiço do meu lado.

—--- Ramona. ---- respondo com um sorriso tímido sentindo uma toalha ser jogada na minha cabeça. ---- Obrigada. DC é sigla de que nome?

—--- Não é nome é... um apelidinho. Do contra. ---- o outro se senta na minha frente e logo meu olfato guia meus olhos ate suas mãos que traziam uma bandeja com não me importo o que, mas estava ótimo e só me dou conta que estava devorando tudo quando ouço a risada dos dois. ---- Tudo bem pode comer é pra você mesmo. Nossa você estava com fome em. ---- ele sorri tão fofinho que aquece meu coração. ---- Você pode ficar aqui se não tiver onde ir. Mas te aconselho sair desta cidade.

Eu estava tão focada em comer que esqueci de me secar então não demora e sinto a toalha cair na minha cabeça novamente, só que desta vez mãos pesadas a chaqualham na minha cabeça e posso ouvir a risada do maior soar honesta.

—--- Dc? Você é doido? ---- ele tira a toalha de mim e eu o olho confusa vendo o mestiço atrás de mim sair pela porta dos fundos e voltar pouco depois com uma toalha maior e apontar para a mesma porta, me jogando uma camiseta que de tão grande seria um vestido pra mim. ---- Melhor você obedecer antes que ele mesmo te troque. ---- o maior confirma entre risos.

—--- Ele não faria isso! Faria? ---- me assusto voltando a olhar o mestiço que parecia vir em minha direção com o intuito de cumprir a promessa e então saio correndo para trocar as roupas molhadas.

Era a passagem para a casa que ficava atrás da padaria e eu posso ver que não tinha ninguém ali. Entrei no lugar e acendi a luz vendo uma sala simples e duas urnas sobre a mesa com uma foto do mesmo cara só que novinho entre duas pessoas que pareciam ser seus pais.

Mas eu me distrai vendo aquilo e...

—--- Gyaaaa! Me solta taradooooo!—--- tentei chutar e bater, mas ele puxou minha blusa pra cima e vup foi o sultiem e tudo junto. ---- Socorro! Garoto bonzinho seu amigo é tarado socorro! —--- de tanto mal que vi e minha mãe me contou eu estava mesmo com medo dele fazer algo comigo então berrava como uma condenada.

Ele me enlaçou com a toalha para eu não fugir e me pós sobre os ombros tão fácil que me senti uma bonequinha. Subiu as escadas e abriu uma porta. Eu já estava sem vos de tanto berrar e quando finalmente me pós no chão tratou de puxar minhas calças junto da calcinha e eu dei um belo chute na cara dele.

—--- Chuveiro. ---- ele só fecha a porta e deixa a toalha ali e percebo que estava no banheiro.

Demorei um tempo pra me acalmar.

Tranquei a porta e tomei um banho bem gostozinho. E então desci.

—--- Seu maluco não pode fazer assim. Ai ai. Quando você vai voltar ao normal? Se bem que você nunca foi né? ---- o maior ria alto olhando para o mestiço que parecia olhar para ele como se nem entendesse o seu idioma. ---- Ah? Ramona né? Desculpa por ele... ele é ... Estranho. Mas não vai te fazer nenhum mal acredite.

—--- Tudo bem. ---- tentei sorrir, mas ainda estava com vergonha de ele ter me despido toda. Fiquei olhando pra ele, largado no sofá antigo olhando as paredes como se fossem a coisa mais incrível do mundo e então ele nota que o estava o observando se levanta pega uma folha escreve algo e sai pela porta.

No papel estava escrito: David Cleber = DC. E então eu sorri e mostrei ao maior que olhava o amigo sair todo confuso.

—--- Ah. Nossa acredita que eu não sabia o nome dele ate hoje? E olha que ele morou comigo por muito tempo. --- ele ri sem graça coçando a cabeça de um modo muito fofo.

Os dois garotos eram fofos cada um de seu jeito e as vezes um grandão mal encarado aparecia. Não para o Joaquim o dono da pararia, mas sim para o DC e eles conversavam sobre assuntos sérios... A verdade é que eu apareci na vida daqueles três em um péssimo momento. Isso se tivesse uma hora boa naquela cidade.

DC tinha acabado de criar uma gangue e juntava uma boa equipe aos poucos e com cuidado enfrentado todo tipo de coisa que você pode imaginar, já o Marco Antônio, Tonhão, ou Canhão como ficou conhecido tinha matado o antigo líder e agora assumia uma posição perigosa e tinha que provar ser digno aos outros enquanto o pobre Joaquim... ele só queria apenas ficar em paz.

Não queria fazer parte da guerra que os amigos travavam.

Mas a guerra não poupa só por que você quer ficar quieto e... logo tomou o pai do pobrezinho. Tomado por muito ódio Joaquim pediu para que DC o contaminasse e assim ele obteve os poderes que tem hoje.

Sim ele se vingou e nesta brincadeira lembrou-se de uma velha amiga e mais uma vez pediu a ajuda do mestiço para localiza-la.

Passei um tempo morando com eles, isso quer dizer ajudando na padaria; e por mais incrível que parecesse eles nunca me perguntaram de onde eu havia vindo. Neste mundo que vivíamos esta não era o tipo de pergunta que se fizesse a alguém. Todavia, isso não queria dizer de que nunca mais voltei a ver Bloguinho e...

Isso não acabou nada bem.

Minha mãe me descobriu e fez de tudo para que eu voltasse mas Joaquim não quis deixar de modo algum, entretanto ele era fraco de mais, todos eles eram muito fracos para ir contra o time da minha mãe e então foi a vez de Dc pedir um acordo a seu amigo.

King o Joaquim podia fazer acordos quase mágicos, ele te da uma coisa e em troca você perde algo de mesmo nível. Dc ou Avesso como você preferir queria a minha liberdade e acabou perdendo a dele.

...

......

Fiquei péssima com isso e tive que fazer algo para ajuda-lo mas parecia que tudo que eu fazia só piorava as coisas. Então usei de minhas habilidades para “piorar de um jeito bom”.

“O Inicio é o Fim do avesso!”

Era o lema de seu grupo, coisa que demorei a entender, tanto a simbologia quanto a analogia.