Monica e Magali estavam ocupadas no tal torneio que parecia a coisa mais importante no momento enquanto que o Careca foi atrás do demônio dourado e eu sobrei pra ficar pra traz...

Legal isso né?


Parecia que toda a cidade estava estagnada por conta do torneio.

As gangues menores estavam todas lá e as maiores... Bem ninguém sabia ao certo o que estavam fazendo.

—--- Não tem como acompanharmos? ---- Frank conversava com a Denise a todo tempo preocupado com o torneio. ---- Eu não acredito que aquele cabeçudo resolveu ir atrás do Nico Demo sozinho! ---- do nada ele esbraveja e derruba suas próprias coisas no chão. ---- Este idiota vai morrer! Temos que achar os dois agora mesmo.

—---- Como assim foi atrás do demônio? ---- Carmem é a primeira a se indignar com a súbita descoberta do loiro que esbravejava preocupado. ---- Explica isso! Dois? Que dois?

—--- Desculpa. Mas depois de tantas coisas eu pus localizadores em vocês e... Vi agora que o Cebolinha e o Xaveco foram ate o sanatório. ---- ele para de falar por alguns segundos explicando a todos aquilo que eu já sabia. ---- Eles foram atrás do Nico. Mas perdi o sinal deles a segundos atrás e não consigo saber onde estão. E... ---- ele para de falar do nada mas logo da um pulo. ---- Voltou o sinal! Como? Ótimo! Eu vou ate lá brigar com estes dois... quem mais vem junto?

—--- Eu! ---- Denise se levanta já pegando uma jaqueta e indo em direção a porta e o resto se silencia, eu apenas sigo junto do Frank tentando falar o mais baixo possível.

—--- Acha que eles estão bem? Isso foi muito rápido.

—--- Ficaram fora do meu sinal apenas alguns segundos, e o torneio nem começou ainda... Acho que podem estar bem, justo por que foi pouco tempo que sumiram.

Aproveitamos um dos veículos que estavam sempre prontos e a disposição de quem precisasse e saímos chegando bem rápido ao lugar já que todas as ruas estavam desertas por medo do torneio que seria iniciado aquele mesmo dia.

Chegando ao local mal o ônibus parou a Denise já saiu correndo ao ver o loiro que estava sentando sobre a calçada do lugar, com aquela cara de que iria vomitar as tripas fora; mas ela só chega dando um tapa daqueles na nuca dele.

—--- Onde você estava com a cabeça desgraça!? ---- ela da um berro que ate o deixa tonto e eu morro de rir. ---- Ir a traz do cara! O que raios deu em você? Quer me matar de preocupação!

—--- D-Denise...? ---- o coitado fica olhando pra ela com cara de duvida ainda bastante atordoado seja lá pelo que eles fizeram da vida.

Estes dois eram engraçados...

Ela tava pronta pra abaixar e abraçar ele apertado ate conseguir se acalmar, mas nunca fazia. Parecia ate que tinha algum tipo de campo de força que os impediam de se tocarem ou coisa do gênero. Timidez? Não eles eram tão tapados que nem se tocavam do que sentiam um pelo outro, acho que era só estranheza do “—Por que me sinto assim perto dele/a?---“ engraçado de mais.

Segui com o olhar e “ele” estava ali parado olhando para o céu como se pudesse ver o anjinho ou alguma mensagem só para ele; estava mais aéreo que o normal, perigosamente introspectivo.

—--- Polque ele nos odeia? ---- murmura ao me perceber aproximar ainda a fitar o céu absorto pelas ideias que com certeza o inundavam e aquele arrepio nostálgico passa pela minha espinha. Isso tinha a maior cara de plano infalível.

Ele havia me contado como tinha derrotado o Dente-de-Ouro um cara loiro de cabelos cacheados e olhos verdes com um nariz bem redondo cheio de sardas. Usa um chapéu velho bege. Sua roupa é composta por uma calça com suspensório azul listrado de branco, e camisa rosa.

O maluco era do passado... Não tinha como ele estar nesta cidade, mas de algum jeito a Cabeleira Negra também estava.

—--- Pleciso falal com o Canhão. ---- ele desperta de seu devaneio indo ate o ônibus mostrando uma convicção anormal; e eu percebo que o “casalzinho não oficial” já estava ali a a conversar sobre tudo o que aconteceu.

—--- Meu deus Xaveco... ---- ela se exalta transtornada. ---- Por que não saiu de lá? Que coisa horrível!

—--- Não podíamos deixar o desgraçado vencer mas... no fim ele conseguiu fugir. ---- o louro comenta choroso segurando o pranto com todas as forças. ---- Tudo foi em vão.

—--- Nem tanto meu calo amigo.

—--- Como assim? ---- ela questiona quase indo querer bater no careca que entrava todo tranquilo como se tivesse tido uma epifania. ---- Ficou maluco de vez?

—--- Ele não quel mais il comtla nós. E isso já é uma bela vantagem.

—--- Ficou maluco como o Do Contra? ---- é a vez do Frank se exaltar. ---- Vai me dizer que agora quer este maníaco psicopata no time?

—--- Eu sei que ele matou dois dos nossos colegas. Mas também não posso negal o que o Dcontla me disse... E também que estamos na mila de todos aqui e tel um besta podelosa assim do nosso lado é mais que uma bela vantagem.

—--- Enlouqueceu.

—--- Pode sel Denise. Afinal foi muita coisa... ---- ele para e olha para o loiro que ainda respirava fundo para não abrir pranto ali mesmo. ---- Passamos muita coisa, mas entendi muita coisa também. Ele não esta completamente pilado... Só é mais extlemista que o Dcontla. E pelo que vi.... ---- ele para olhando para mim e depois se cala por alguns segundos pensando no que diria. ---- Somos os culpados disto tudo de alguma folma. ---- novamente ele para de falar e fica a pensar indo ate o motorista e dizendo o caminho que deveria seguir. Como estas pausas dramáticas dele me irritam. ---- Mas pleciso de plena celteza. Pol isso vamos ate os Belsekels.

O cara estava serio.

Mais serio que o normal dele.

Se fechou em um canto e nem comigo falava mais.

Paramos em frente daquela base infernal e amedrontadora novamente e ele desceu sozinho. Disse que era para todos voltarmos para a base do Dc mas eu o segui (como sempre pra variar), ele só me olhou por sobre ombros; não disse absolutamente nada, apenas sorriu.

Os enormes portões se abriram a nossa frente e aquele odor delicioso de coisa podre invadiu minhas narinas; pude ver aquele bando de trogloditas nos encarando e rosnando alto conforme íamos passando e o careca parou em frente do maior deles que estava sentado sobre um trono feitos de armas de fogo, crânios e outros ossos.

O grandalhão sorriu de canto a canto, mas não se ergueu. Mesmo sentado o bicho era maior que nos dois juntos.

Loiro quase platinado com poucos fios sobre a cabeça e o corpo forrado de cicatrizes que ele exibia como troféus de guerra, uma que ele provavelmente venceu.

—--- O que traz os dois aqui? ---- a voz da coisa era como um trovão que fazia o chão tremer sobre nossos pés.

—--- Quelo sabel mais soble.... Me conte tudo o que você sabe. ---- o careca peita o grandalhão sem um pingo de medo e ele só se faz rir alto como um grande e alto rugido.

—--- Que gracinha. Mas o que você tem pra mim coizinha?

—--- Tenho os pontos flacos e foltes da Uniflola e... Um modo de fazel a lidel a seus pés. ---- o sorriso do careca foi digno de um vilão, chegou a me dar arrepios, mas eu fiquei quieto.

—--- Continue falando.—--- o maior chegou a se ajeitar na cadeira com os olhos brilhantes de emoção animado com o que o careca dizia. ---- Querem o mesmo que o Avesso certo? Gosto daquele maluco retardado... Mas vocês nunca vão conseguir nada sem reverter os efeitos do CF e isso não vai acontecer só derrotando ele.—--- ele se ergue pegando um bracelete que pra mim serviria de cinturão e vestindo como uma simples pulseira. ---- Acha que este é um daqueles filmes idiotas onde é só derrotar o chefão que tudo fica bem?—--- comenta gargalhando alto. ---- Me de o que quero que te darei tudo o que você quiser.

—--- Falemos uma tloca simultânea.

—--- Sempre inteligente.

Fiquei quieto enquanto o grandalhão guiava o caminho pelos corredores escuros e manchados de sangue do lugar. Todo o ambiente era banhado em gritos das vitimas nas salas logo à frente, eles eram a “policia” se alguém saísse da linha era entregue a eles e... Depois era com eles.

Cada uma das gangues maiores tinha seu trabalho, por incrível que pareça.

Ele para em frente a uma porta tão pesada que as marcas no chão deduravam rachaduras e a própria parede parecia pronta para ceder a empurrando com certa dificuldade. E atrás desta sala podemos ver uma sala, o Careca o entrega um pendrive e este espeta no computador ficando muito feliz com o que lia na tela; logo passando para aquele pequeno dispositivo varias pastas com nomes estranhos como: fabrica, contagio, culpados, Criatura 1, Criatura 2, Criatura 3, Criatura 4, entre outras coisas.

—--- Não ouse tental me passal pala tlaz. ---- ele ameaça ao pegar o pequeno dispositivo e voltar a o guardar no bolço.

Mas o maior não se intimida e nem debocha do ato como de costume, apenas sorri e acena com a cabeça em sinal de respeito saindo da sala junto conosco.

—--- Os nanicos são aliados valiosos. Não quero ninguém se metendo a besta por aqui. —--- ele se pronuncia assim que voltamos ao pátio e aquele bando de urubus marombados se afastam e param de rosnar. ---- Gosto de como faz as coisas nanico. É inteligente... Posso ter alguém inteligente como você por aqui. Ou você podia ter seu próprio grupo, tem capacidade e malandragem o suficiente, não tem que ficar na sombra da peituda.

O careca só olha para ele e o grandalhão embranquece.

Pude ver os olhos do meu amiguinho troca letras; estavam faiscantes como aquelas velas estranhas de aniversario que parecem palitinhos para enfeitar. Foi algo bizarro e bem assustador de se ver no olho de uma pessoa, mas quem sou eu pra falar de bizarrice.

Mas logo seus olhos apagam voltando ao tom verde natural e o grandalhão da um longo suspiro como se tivesse acabado de sair de um afogamento.

—--- Nunca mais fale dos meus amigos na minha flente. Ouviu? ---- bronqueou mas era nítido que estava falando sobre a Monica.

E então saímos andando como se nada tivesse acontecido ali.

Os portões se fecham atrás de nós e caminhamos ate o ônibus que nos esperava com uma Denise muito aflita parada na porta. ---- Vocês dois são malucos, só podem. ---- ela bronqueia mas poucos passos depois o careca cai de joelhos no chão. ---- Você esta bem? Meu deus o que ouve? ---- ela corre na nossa direção e o acolhe antes mesmo que eu pudesse me virar para entender o que tinha rolado com o cara.

—--- To legal. É só um efeito colatelal de usal meus podeles. ---- ele se ergue espantando a ajuda da castanha e segue em direção ao ônibus que parte assim que eu entro, nem esperando para nos sentarmos.

—--- O que você fez com o grandalhão? ---- questiono sem fazer cerimonias assim que os demais se afastam me sentando em um dos bancos o puxando pra se sentar ao meu lado.

Ele vira o rosto, balbuciei-a algo vago para desconversar mas logo põe a mão no bolço retirando o pendrive e me entregando. ---- Gualda pla mim.

—--- Esta bem. Mas por que comigo.

—--- Confio em você, e vão me investigal quando voltalmos. E em você ninguém mexe.

—--- Eles tem receio. Nojo acho.

—--- Pode sel. Mas o que fiz lá se chama tloca equivalente. Dei uma infolmação e peguei uma de mesmo nível. Assim ninguém deve nada a ninguém.

—--- Saquei. Mas o que você pegou?

Ele para e olha pela janela pensativo e depois volta a me encarar.

Olhou bem fundo nos meus olhos como se quisesse usar seus poderes em mim ou coisa do gênero, deu ate pra ver que tinha um pouco de castanho entre o verde de seus olhos.

—--- Que isso cara? Ta de xaveco comigo? ---- brinco tentado desfazer o clima pesado.

—--- Eu vi. Na cabeça dele... a oligem dos podeles e de tudo isso. ---- ele para olhando novamente dentro da minha alma. ---- Tem lelaçao com nós. Nos qualto. De alguma folma toda esta desglaça foi nossa culpa.

Ass: Cássio Marques de Araújo >_O”