Limoeiro

Calmaria antes da tempestade


Tínhamos visto que David possuía amizade com o líder dos Bersekers e isso só piorou a nossa confiança nele. Não que ele tenha nos visto ali...

Mas aquilo ainda era uma guerra.

A Mônica foi ate “ele” para variar, ela não iria aceitar voltar para casa sem uma boa resposta e eu já estava esperando por uma boa briga mas...

—--- Mas o que foi isso? ---- ela chega empurrando um dos tanques que havia ficado destroçado no caminho como se aquilo fosse só um engradado de feira. Não sei por que ainda me impressionava com a força dela. ---- Você é amigo do líder dos Bersekers?

—--- Pelo jeito sou. ---- ele da de ombros indo sair, mas ela o segura aproveitando de que ele tinha se cansado no combate e estava falando normalmente. ---- O que foi agora? Caçamba me larga!

—--- Largo nada. Da pra você me explicar. ---- ela grita e posso ver que ele faz sinal para que os atiradores no topo da base não a acertassem.

—--- Este era o Marco Antônio. Não conhece? ---- ele se vira ajeitando o casaco que ela havia puxado enquanto via seu grupo arrumar as coisas que tinham sido destroçadas no combate. ---- Tonhão?

—--- Não sei quem é e não me importa.

—--- Então o que você quer de mim afinal? Não quer minha ajuda, não quer me ouvir, não quer nem confiar em mim. O que diabos você quer afinal Monica?

—--- Eu quero que você devolva o anjinho.

—--- Não mesmo.

Com isso ele vira as costas e sai andando.

É muito estranho mas a Monica simplesmente faz o mesmo. Era burrice querer brigar com ele com toda gangue de psicopatas degenerados dele ali na retaguarda.


É estranho afirmar isso mas...

Depois do resgate do jovem louro tivemos uma calmaria e um longo tempo de paz.

Todos os grupos maiores estavam apenas se preparando para a guerra eminente. --->>> O desafio de CF e uma chance de conseguir subirem de nível nesta hierarquia maluca e ate conseguir um cargo ao lado de CF; e por conta disso as ruas estavam uma calmaria completa.

Claro que o clima estava pesado por conta da aura negra da cidade, mas estava mesmo tudo muito tranqüilo par todos e nao só para nossa equipe.

Ate me assustei quando vi que Neji havia retornado e trazido seu grupo com sigo, e logo os créditos pelo fato foram dados a Nicolau que não demora a ser apelidado de Nico (para poder encurtar); parecia ate mesmo que ele preferia este codinome... mas eu sentia que tinha algo a mais nisso.

—--- Chega por hoje! ---- Carmem se espreguiça ao sair pela porta, logo sendo puxada por uma Denise muito animada. ---- O que foi maluca?

—--- Nem vem fugir! Hoje nós vamos fazer o dia das “meninas” na casa da líder lembra? ---- a animada dona das marias-chiquinhas se faz ouvir por todos na nossa basezinha improvisada. ---- Bo-ra!

Com isso todas nós rimos e Mônica apenas acena com a cabeça que sim e nós partimos. Eu não imaginava os garotos fazendo a mesma coisa; pude ate ver que Frankillin ficara na base ate tarde, Negi ia mais uma vez visitar Cássio e Nimbus partia em direção a base do irmão.

Os outros eu nem olhei.

—--- Boa noite! ---- animada Denise já entra cumprimentando a mãe de Monica e indo ate o quarto da mesma. ---- Liga não tia. A invasão é amistosa.

E a senhora Luisa apenas ri e volta a fazer o que estava fazendo.

Posso sentir um aroma glorioso vindo da cozinha.


No quarto da Monica a mesma já separava alguns colchonetes, então me ponho ajuda-la a arrumar as coisas; pegar uns travesseriros e alguns cobertores por que a noite parecia que iria esfriar e muito.

—--- Então fala ai Monica? O Cebolinha ficou uma delicia né? ---- a loura comenta sem a menor vergonha e logo minha amiga trava sem reação.

—--- C-como? ---- vermelha como suas roupas ela se senta na própria cama.

—--- Ai... Você é cega gata? O Cebolinha ta uma coisa de louco. Um corpo que... Ai. Não da pra não olhar. ---- Denise piora a situação e eu caio na gargalhada me debruçando na cama, por causa da cara que a Mônica fazia.

—--- Magali? ---- ela me repreende ainda corada como um tomatinho, mas eu já engasgava de tanto rir.

—--- O Dc também não esta de jogar fora viu! E ta suuuuuper na cara que ele ta de olho em você. Ele nunca foi discreto em falar que gostava de você. E se ainda gostar? ---- Denise pontua alegremente dando pulinhos sobre o colchonete animada, nem ligando da tromba que Carmem fazia ali a seu lado quando esta comenta da apaixonite antiga do ex da loura. ---- Fala ai gata! Qual dos dois você prefere? DC ou Cebolinha.

—--- Da pra parar com isso!

—--- Calma Monica não precisa gritar. ---- Marina solta um leve riso, com o constrangimento da amiga.

—--- Verdade. Tem que ser decidida more! O mundo ta acabando em barranco gata. Você não tem tempo de ficar de mimimi; escolhe um e pronto. ---- Carmem logo da uma pausa dramática olhando para todas nós com uma cara nada inocente e... ---- Ou pega os dois e seja feliz!

—--- Eu estou me focando em salvar a cidade!

—--- Tudo bem... Chata! ---- grita fazendo uma tromba como se fosse uma criancinha emburrada. ---- E você Marina?

—--- O que tem eu Denise?

—--- Um loiro alto. Gênio. Não te lembra nada não?

—--- Ai! Eu e o Franj...

—--- Ai como vocês são lerdas pelo amor! ---- ela berra assustando todas ali e depois se larga jogada no colchonete como se tivéssemos tirado todas as suas energias e vontade de viver. ---- Como vocês são chatas.

Carmem olha para nós; depois volta e olha para ela.

—--- Nós? Então somos nós que estamos sendo lerdas? ---- o tom de arrogância dela era nítido, com um toque especial de deboche. ---- E um loirinho que não pode respirar que você já olha.

—--- O Franjinha é da Marina se toca gata! Ele só faz coisas bem interessantes, mas Denise não é nenhuma fura olho.

—--- Ele não é o único louro. ---- a loura queria rir da fuga nítida da amiga mas permanece com o timbre serio didático e muito sórdido. ---- Um que tudo que faz você elogia e sorri toda impressionada.

—--- Eu nem conheço este Nicolau direito poxa.

—--- Ai para de fugir poha! To falando do loiro de caixilhos! ---- Marina e Monica caiem em um riso profundo ao ver aloura perder a compostura.

—--- Ai Carmem... credo. Eu não vou paquerar um anjo com forma de criancinha. Nem que estivesse grande. Deve ser blasfêmia.

Não dava pra negar que foi muito engraçado.

Tudo que a Carmem Marina ou eu mandavamos de indireta ela rebatia com inteligência; Denise era fogo. Mas a Monica "beeeem" era pior...

—--- Ai gente... ---- suspira chamando a nossa atenção. ---- Mas em falar de garotos teve um que me surpreendeu muito. ---- ela para dando uma pausa dramática começando a desenhar no ar com os dedos. ---- É verdade... Morri do coração quando vi como o Cebolinha ficou lindo; entrei em pânico quando notei que aquele era o Do Contra, surtei de alegria vendo o Franjinha, quase não reconheci o Cascão entre outros mas o que mais me surpreendeu mesmo foi o Xaveco.

Nesta hora eu achei que a Denise ia pular no pescoço da Monica. Como eu ri internamente.

—--- Oxi. Ta louca Monica? Logo o traste... ---- ela retruca mas eu podia ver uma veia de raiva pulsar na sua testa.

—--- O que? Por que? ---- ela da de ombros. ---- Ele é muito fofinho. E alem disso ta poderoso pra caramba. Quase no nível do Cascão ou pior, mas é o único que não tem esta "panca" de poucos amigos. ---- e assim ela pega uma almofada e aperta como se fosse um uricinho de pelucia. ---- Da vontade de apertar ele assim e não largar mais. Tão fofinho! Com aquele cabelinho de anjinho e a carinha de inocente.

—--- Você é doida.... ---- ela sabia que aquilo foi de propósito, então nem fez cerimonia; se levantou e saiu. E nos caímos na risada.

Foi mesmo um momento muito gostoso e muito divertido.

Em meio a tanto caos.

Tanto...Medo.

Não posso negar de que algo não me parecia bem naquele garoto que resgatamos.

Ele me deixava estranhamente desconfortável mesmo não fazendo nada de errado; me sentia mal quando ele estava por perto, mas não me sentia no direito de dizer nada afinal ele estava ajudando e dando ótimas idéias.

E apesar de a maioria ter tratado David como louco e o repelido dali eu ainda queria entender o seu lado.

E claro que mesmo não confiando mais no cara, ninguém em sã consciência iria impedir Nimbos de ver o irmão. E aproveitando desta aura boa que pairava sobre o ambiente e a distração de todos, resolvi sair da nossa pequena reunião das meninas e falar com o líder dos Nick Nope o meu antigo amigo Do Contra.

—--- Onde você pensa que vai? ---- um cara grande me barra ao me ver na porta.

Quem disse que seria fácil esta reconciliação?

Demoro a notar que este era o mesmo cara que veio dirigir o ônibus para nos buscar na casa do primo da Monica. Um cara estranho grande e muito intimidador.

—--- E-eu s-só vim ver se consigo fa-falar com o David. E-ele e a M-monica brigaram e... ---- demoro mais do que devo para falar e logo faz sinal para que eu saísse de la. E com o medo que eu estava daquele cara, logico que sai.

Fiquei bem desanimada por ter sido mandada em bora assim, e comecei a caminhar um pouco apelo centro da cidade. Era estranho ver o lugar assim tão calmo.

—--- Você esta enganado. O cara é bom. ---- ouvi a vós de Nathan soar fadigada e logo me animei pois sabia que estariam por perto e sem “caras assustadores de guarda”.

—--- Que papo mais chato... Da pra virar o disco? ---- posso ver David se espreguiçar e me aproximo animada para falar com ele vendo que este estava sem suas habilidades, provavelmente por causa do ataque que sofreu. ---- Mas falando serio... Eu queria falar uma coisa com você. ---- eu queria muito aproveitar que eles já estavam no assunto que eu queria tratar, mas logo o timbre de David muda e ele fica muito serio se erguendo e falando com o irmão. ---- Eu não sei se já te falei isso... Mas eu não me arrependo.

—--- Do que você esta falando?

—--- Disso. ---- ele responde como se fosse obvio ainda largado sobre o banco da praça, logo notando a cara de ponto de interrogação do irmão, o olhando por sobre o ombro. ---- De ter me contaminado neste nível. De ter tentado fazer o que era certo e salvar o anjinho. ---- ele logo se apóia sobre os joelhos permanecendo bastante serio. ---- Eu não acho que alguém tenha que se arrepender de tentar fazer algo certo. Mesmo que não consiga. ... Eu fiquei assim mas,... se não tivesse ido a aquela fabrica aquele dia muitos outros também estariam. O contagio seria muito pior. ---- e então ele desvia o olhar como se quisesse evitar continuar com o raciocínio que parecia que ele já tinha ensaiado mais de mil vezes para falar com o irmão. ---- Me desculpa... Mas a verdade é que eu... Eu...

—--- O que foi? ---- Nathan se vira exaltado e eu já sinto um nó apertar o meu pescoço.

—--- Eu não quero te deixar de novo. Mas... se depois de tudo... Se mesmo depois de conseguirmos arrumar tudo eu... Eu continuar assim. Se não conseguirem uma cura...Se nem mesmo o anjinho conseguir...

—--- Idiota! ---- Nathan grita e o irmão que apenas abaixa a cabeça.

—--- Eu não agüento mais ficar assim. Você não sabe... Não sabe o que é ser oposto ao mundo. O que é viver preso dentro do seu próprio corpo. Isso aqui. É uma tortura constante e interminável.
Eu conseguia entende-lo.

Eu realmente conseguia entender o David. Do Contra.

—--- Você não é fraco assim! Me négo a acreditar que alguém como você esta pensando em uma coisa destas!

—--- Não é fraqueza é ser racional. Isso não é viver!

O clima tinha mesmo ficado muito pesado e não posso culpar ninguém. David já havia me comentado algo semelhante uma vez, algo sobre não aquentar ficar assim pelo resto da vida.

—--- Eu não posso mais ficar assim. Entenda... Eu quero ajudar, isso é lógico; vou fazer tudo o que eu puder para isso dar certo, e me disponho a qualquer coisa para tirar estas habilidades de mim mas...

—--- Eu entendi. ---- ele bufa e logo se levanta. ---- Mas não quer dizer que sou obrigado a aceitar. Você sempre quer ter a ultima palavra ser a pessoa a decidir... Mas isso eu não vou deixar. Não vou ir a um enterro seu. Não... Não vou passar por isso novamente! Eu sempre acreditei que podia te encontrar de novo e agora você esta aqui. E eu não vou deixar você ir de novo.

—--- Você esta sendo egoísta.

—--- Você é o egoísta aqui! ---- ele grita e logo David se cala.

Ele olha bem para mim, como se me dissesse que não se importava de eu estar ouvindo a tudo ou ate querer me meter na conversa, mas eu fico quieta.

—--- Você tem uma lista de desejos Nimbos?

—--- É o que? Pirou? Não muda de assunto!

—--- Lista do que quer fazer. ---- ele sorri um riso fraco com a reação exaltada do irmão a sua falta de foco. ---- Eu tenho uma. ---- completa com um sorriso tristonho nos lábios. ---- Quando estava preso e sendo torturado usando como coibaia eu achava que ia morrer ali, e então formulei o que queria ter feito na vida. ---- ele me da um leve sorriso como se me convidasse novamente a me juntar a eles e prossegue. ---- Mesmo que ela não correspondesse eu queria ter beijado a Monica, queria ter resgatado e ajudado o Anjinho e por ultimo me vingar de CF. Duas de três eu já consegui fazer...

Com isso Nathan para e fica a o encarar por um ou dois segundos antes de verter umas das lagrimas secar e esboçar um fraco sorriso.

—--- Acho que tenho uma lista também. A primeira coisa era contar a Marina quem somos, e poder chamar ela de irmã assim como chamo você de irmão.

Nesta hora eu me senti na obrigação de ir ate lá e dar uma bordoada em David e Nathan para ver se assim eles paravam com esta idéia idiota. Acho que era muito convivio com a Monica.

—--- Nós somos irmãos. E pode não ser verdade que somos gêmeos mas... Dizem que uma mentira contada mil vezes se torna verdade. ---- estes dois não tinham muita coerência em suas frases mas se podia entender o que queriam dizer. ---- E também dizem que um gêmeo pode sentir o que o outro sente... Então pare com estes pensamentos... por favor.

Mas eu não tenho sangue de barata, não ia ficar ali só vendo sem fazer nada.

E Nathan deu um pulo pra traz e arregalou os dois olhos quando me viu chegar.

—--- Ate parece que você se esqueceu de como nós somos. É claro que o Frankillin vai conseguir arrumar um jeito de te ajudar. O que foi? Não confia mais em nós? ---- chego chegando como se fosse a própria Monica e ele apenas sorri.

—--- Confio... ---- este "confio" não me convenceu nem um pouco. ---- É só um aviso de caso final.

—--- Nem me vem com essa. Então não vai haver caso final! ---- bronqueio o forçando a se levantar. ---- Mas eu vim aqui por um único motivo e não foi atrapalhar a conversa intima de vocês. Me desculpe Nimbos mas eu preciso entender o por que de você ter atacado aquele cada daquele modo. E tudo o que você fez.

—--- Bem... ---- ele suspira me convidando para segui-lo ate sua base, eu fico receosa mas o faço. Algo me dizia para confiar no meu amigo. ---- Não vai ser um relato tão grande assim. Mas eu queria muito falar de um outro assunto com você e também queria te mostrar uma coisa.

—--- Tudo bem.

Nós seguimos ate seu quartel e desta vez o cara assustador na porta nem olha pra mim ou Nathan que estávamos claramente acompanhando o líder. O lugar ainda estava sendo reconstruído do ataque dos Barsekers entretanto ele não parecia nem um pouco preocupado com o fato.

Pude ver muitos armamentos pesados sendo organizados e me perguntada de onde meu amiginho tirava estas coisas.

—--- Nico Demo não é uma boa pessoa ou companhia. Ele foi trancafeado no subsolo pelo próprio CF pois não podia controla-lo e nem ir contra ele, então o usava de descarte de pessoas inúteis: e eu não faço a menor idéia do que o Demônio louro fazia com estas pessoas, eu só sei que podia ouvir seus gritos pelos canos de respiração. ---- tranqüilo e muito calmo Davidid vai nos guiando ate seus aposentos a onde trata de fechar a porta assim que Nathan passa por ela. ---- Não sou nada bom em explicar habilidades, mas ele pode controlar as probabilidades de algo poder ou não acontecer. Mas não foi por isso que eu lhe trouxe ate aqui. ---- ele então para sobre uma estante de metal cheia de livros e começa a procurar por algo vendo os títulos e quando acha o que queria me entrega um grande e pesado com capa de couro que parecia muito velho. ---- Você sabia que você é uma bruxa descendente do mesmo clã da Viviane?

Ass: Magali Noëlle Guiffray ღ(≧▽≦ ღ)