Like a Vampire 2: Bloody Marriage

Capítulo 25- O amor cobre uma multidão de pecados


Narração Victoria

Quando acordei, não consegui abrir meus olhos pelo peso das minhas pálpebras.
Tudo que eu me lembrava era de Marie me carregando enquanto Sol nos seguia até dentro da mansão. Eu no começo não estava sentindo muita dor: Mais ou menos uma cólica levemente piorada. Mas depois as dores ficaram mais intensas, mais prolongadas e mais rápidas. As meninas então me levaram para meu quarto, onde colocaram um cobertor peludo vermelho e me deitaram. Eu lembrava do exato sentimento da minha respiração ficando irregular enquanto Sol saía rapidamente do quarto para chamar algumas empregadas e Marie segurava minha mão com força.
Isso é o que eu me lembro com clareza. Devo ter passado umas duas ou três horas embriagada de dor, antes de eu desmaiar.
Eu ainda sentia minhas pernas meio bambas e uma dor misturada com leve dormência invadindo toda a parte inferior do meu corpo. Soltei um grunhido baixo lá do fundo da garganta pelo desconforto.
Apesar disso, eu sabia dos meus riscos. Bebês entre humanas e vampiros, se chegassem a ser carregados até o fim da gestação (coisa que não era o caso, claramente) tinham mais chance de morrerem durante o parto ou cedo por causa de alguma doença grave. Além disso, as mães tinham mais chance de sofrerem aborto espontâneo, morrerem durante o parto ou adquirir alguma fraqueza eterna no pós-parto.
Eu sabia que eu não estava 100% salva.
Senti uma vontade de abrir os olhos quando ouvi um choro fraco e baixo.
—Nossa, Sofie, você seria uma péssima mãe- Ouvi a voz de Nikki, claramente irritada.
—Ih, pelo menos ele aceita vir pro meu colo- Sofie reclamou de volta- Ele nasceu a poucas horas e mesmo assim praticamente te chutou quando foi sua vez de segurar ele.
—O filho não é de nenhuma de vocês duas, então vocês não tem que se preocupar com ele gostar de vocês- Sarah riu com doçura, e eu senti que o choro parou- Mas ele claramente gosta mais de mim.
—Tanto faz, eu vou ser a tia mais legal!- Lua guinchou e eu já podia imaginá-la sorrindo- Vou comprar todos os brinquedos que ele quiser!
—Lua, você não tem dinheiro nem pra comprar seu lanche na escola, quem dirá pra comprar brinquedo pra criança- Marie disse, e eu ri baixo- E eu acho que a Vic acordou.
Abri meus olhos lentamente, e pude enxergar a silhueta das minhas irmãs sentadas ao meu lado enquanto ainda me acostumava á iluminação:
—E aí... Quantas horas eu passei desacordada?
—Bem- Sofie começou- O seu trabalho de parto ativo durou sete horas. E você passou umas três acordada,... Umas quatro horas desmaiada! Não me pergunte como fizeram com você desacordada, só entramos quando você acabou.
Cocei os olhos,e então Marie me ajudou a me sentar na cama:
—Como você está?
—Eu tô bem... Eu acho...-Ainda me sinto inchada e meu peito tá doendo, mas tirando isso eu tô até que ótima.
Peguei um espelho da mesa de canto e olhei pra minha cara. Percebi que minha testa estava com uma mancha de sangue seco, assim como uma das minhas mãos.
Guardei o espelho, pensando que eu devia ter me sujado durante todo o procedimento.
—Vic- Ouvi a voz de Sarah, dessa vez mais suave- Acho que você vai querer isso.
Ela estava com um pequeno "pacote" enrolado num cobertor, e então ela me estendeu.
Quando o segurei em meus braços, afastei um pouco o cobertor do rosto dele. E pela primeira vez, vi olhos vermelhos idênticos aos de Reijii. Além disso, vários fios castanho-queimado começavam a nascer em sua cabeça desde já.
Toquei suavemente as bochechas da criança, sentindo meus olhos se encherem de lágrima:
—É sério que isso saiu de mim?
—Nossa, que ótima forma de acabar com o clima, Victoria- Nikki bufou- Aproveite seus primeiros momentos solo como mãe, já que não sabemos o que pode acontecer agora.
—Isso sim é uma ótima forma de acabar com o clima, Nikki- Lua riu-Deixa a garota em paz, ela literalmente trouxe uma vida nova ao mundo. E olha que era arriscada!
O bebê deu uma chorada alta e estridente, e eu congelei no lugar.
—E agora?- Eu me apavorei enquanto olhava pras garotas- O que eu faço?
—Ele só deve estar com fome- Sol entrou no quarto, sorrindo pra mim- Você ainda não amamentou o bebê, né?
Neguei com a cabeça, e Sol se aproximou de mim com tranquilidade quando me viu nervosa:
—Relaxa, Vic. Acredita em mim, eu tive que ajudar minha mãe no parto do meu irmão ano passado, é mais tranquilo do que parece. Você só precisa ficar calma?
—Onde o Reijii tá?- Eu perguntei- Eu quero ver ele.
—Ele ainda tá cuidando do meu pai, Vic- Nikki mordeu o lábio-Mas a gente pode chamar ele se você quiser.
Suspirei quando percebi que Reijii provavelmente nem sabia que nosso bebê tinha nascido.
Marie segurou minha mão, sorrindo pra mim como se dissesse "Vai ficar tudo bem". Sol então se sentou do meu lado e escorreu uma das minhas manhãs pelo ombro, deixando meu sutiã á mostra.
Respirei fundo várias vezes quando vi Sol deslizando a alça do meu sutiã pelo meu braço, deixando um dos meus seios á mostra. Apertei a mão de Marie procurando por um conforto e consolação que eu sabia que só eu podia dar pra mim mesma.
—Você pode fazer o que seu coração manda- Sol sorriu- Nós seis vamos estar aqui para te corrigir e te ajudar caso precise.
Olhei para baixo, me deparando com o rosto já não tão choroso do bebê. Como se ele fosse uma peça de porcelana, virei delicadamente seu rosto em direção do meu corpo.
Quando sua boca quase automaticamente se encaixou em meu seio, eu senti um certo desconforto, que foi rapidamente substituído pela sensação de realização.
Eu estava alimentando um ser que saiu de mim.
Eu finalmente era mãe.
—Eu acho... Melhor a gente sair e chamar o Reijii agora, né?-Sofie perguntou,e as outras garotas concordaram- Ele nem sabe que o filho dele nasceu.
Filho?
—É um menino mesmo?- Eu perguntei, meus olhos brilhando na direção delas.
—Pois é, bem que a Lilith disse que aquelas profecias funcionam, hein?- Marie então se levantou- Você fica de boas aí sozinha por um tempo, Vic? Vamos chamar o Reijii e dar... Um momento em família pra vocês.
Concordei com a cabeça, ainda meio zonza. As meninas me deram beijos na testa e na bochecha, e fecharam a porta calmamente quando saíram do quarto.
—É, parece que somos só nós dois agora, filho- Eu sussurrei pra ele, sorrindo quando vi os olhos vermelhos brilharem com alguma coisa que ainda era desconhecida para mim- Por falar nisso, eu não posso te chamar de filho a vida inteira, né? Preciso pensar urgentemente num nome pra você.
Ele se desencaixou de mim, e eu subi meu sutiã e minha blusa. o
Eu brinquei com alguns fios de cabelo nascendo dele,até a porta abrir com força.
Olhei pra direção da porta, e vi Reijii esbaforido olhando para nós. Ele fechou a porta com força e rapidamente se sentou ao meu lado.
—Você já passou pelo trabalho de parto então- Reijii segurou minha mão com suavidade, mas eu podia ver que seus olhos vermelhos brilhavam com ansiedade- Isso é bom.
—Não tanto pra mim, eu admito- Sorri de forma cansada pra ele- Eu desmaiei. Acho que minha pressão baixou ou alguma coisa assim.
—Você está bem agora?- Ele me perguntou, colocando ia madeixa do meu cabelo atrás da minha orelha.
—Bem melhor- Respondi- E eu também já amamentei ele.
Percebi Reijii sorrindo discretamente na direção minha e do bebê, e eu retribui o sorriso:
—Você quer segurar ele?
As sobrancelhas de Reijii se e arquearam:
—Ele? Então é realmente um menino?
Concordei com a cabeça, ajudando Reijii com delicadeza á colocar o bebê nos braços dele.
Reijii passou alguns segundos em silêncio e então nossos olhares se encontraram.
—Ele tem seus cabelos- Reijii comentou, seus óculos escorrendo levemente pelo nariz.
—E os seus olhos- Eu sorri, e segurei a mão dele- Reijii, eu sei que esse não é o momento mais oportuno, mas a gente precisa conversar.
Reijii finalmente desviou os olhos do bebê:
—Algum problema?
—É mais sobre... A gente- Eu continuei- Eu só tô tão confusa! Eu não sei o que nós somos! Porque ao mesmo tempo que a gente se casou, a gente nem se gostava! Aí a gente fica uma vez, eu fico grávida e agora nós temos um filho... O que exatamente eu sou pra você?
Ele ficou alguns minutos em silêncio. Eu mordi meu lábio para conter meu choro:
—Não se preocupa com meus sentimentos, só me fala a verdade.
—Victoria, eu achava que aquela noite em meu quarto e essa criança que estou carregando fossem provas o suficiente do que você é pra mim.
Ele segurou minha mão com mais força, e eu me senti tentada a beijá-lo.
—Eu sempre quis como esposa uma dama perfeita, com maneiras e trejeitos impecáveis- Reijii explicou- Mas, como uma resposta do universo, ele me enviou você: Dramática, claramente longe de ser uma dama e absurdamente ousada.
Abaixei minha cabeça com as palavras dele. Até que ele continuou:
—Mas você claramente é mais que isso. Você é forte, poderosa. Olha por tudo que você passou esse ano. Você é especial, e é isso que me atraiu pra você. E provavelmente atraiu outras pessoas, como a Priya.
Espera aí, o que?
—VOCÊ SABIA?-Eu gritei, mas então percebi que tinha um bebê no meio de nós- Ai, desculpa.
—É claro que eu sabia que vocês duas tinham ficado juntas durante sua estadia na Mansão Mukami- Reijii sorriu quase ironicamente- Sabe, era bem difícil não notar.
—Eu passei o ano inteiro escondendo isso por vergonha e medo de você me odiar- Eu estava de olhos arregalados e com as mãos bagunçando meus cabelos- E você vem e me diz que já sabia disso o tempo inteiro? Eu não sei se eu quero te beijar ou te matar!
—Não era pra eu saber?- Reijii perguntou, claramente confuso.
—CLARO QUE NÃO!- Eu gritei de novo, e cobri minha boca ao lembrar do bebê- Tipo, isso é normalmente considerado uma traição e é claro que eu não ia querer que você soubesse e pensasse mal de mim já que eu te amo e você provavelmente...
Quando percebi Reijii olhando pra mim como se estivesse se divertindo com a situação, eu fiquei vermelha feito um pimentão.
—Eu te odeio, Reijii Sakamaki- Eu murmurei, afundando meu rosto no travesseiro.
—Jura? Porque eu ouvi a senhorita falando uma coisa diferente a alguns segundos atrás- Ele começou, mas eu interrompi:
—Não seria melhor se a gente só DESCESSE? Tipo, devem ficar preocupados comigo e tem toda a treta do Chronos.
Reijii se curvou e depositou um beijo suave e rápido em meus lábios:
—É uma ótima idéia, Victoria Sakamaki
Apesar de ainda vermelha por conta do beijo, eu o corrigi:
—É Victoria Herbert Sakamaki. E vamos depressa, não podemos deixá-los esperando por muito tempo.
Reijii me ajudou a levantar com um braço, e me entregou o bebê com o outro. Segurei o bebê com mais facilidade do que da última vez, e senti Reijii passar o braço na minha cintura pra me dar estabilidade enquanto descíamos a escada.
—E você já pensou num nome pro bebê?- Reijii me perguntou.
—Eu admito que se fosse menina eu estava pensando em Molly, pra honrar a minha mãe e tudo isso- Respondi, sorrindo na direção dele- Mas agora que é menino... Eu estava pensando em Heisuke.
—Heisuke?- Reijii questionou- Da onde veio essa ideia?
—Pode parecer idiota- Eu respondi, sorrindo pra baixo- Mas eu e as meninas estávamos maratonando um anime e e a gente chorou juntas quando um personagem chamado Heisuke morreu. Então... É meio que numa lembrança de quando nós estávamos juntas, sabe? Porque... Eu nunca teria chegado aqui, te conhecido e tudo aquilo sem elas.
—Faz sentido- Reijii afirmou- Heisuke será, então.
—Ainda bem que vocês chegaram!- Ouvi a voz de Mao- De repente todo mundo ficou na bad achando que tava ficando velho.
—É claro que eu estou "na bad", ou sabe-se lá como vocês jovens dizem hoje em dia- Vi meu pai aparecendo na distância junto de Ian, e eu tive que segurar pra não desabar no choro naquele exato momento- Minha filha acabou de trazer uma nova vida ao mundo.
—PAI!- Eu corri até ele, e o abracei com força. Ainda meio impactada por tudo que estava acontecendo, também abracei Ian- Eu estou tão feliz que os senhores estão aqui!
—Como que esse menino está?- Ian perguntou, e eu afastei as cobertas do rosto de Heisuke para que ambos pudessem ver melhor meu filho.-Awn, que lindo.
—Pai, se você chorar eu juro que eu me deserdo- Sofie arqueou as duas sobrancelhas.
—Eu, onde tão os outros Sakamaki?- Sarah perguntou de repente.
Só então que eu percebi que eles haviam sumido.
—Que desgraça é essa desses meninos que eles somem do nada, aí aparecem, aí de repente eles desaparecem de novo?- Nikki colocou as mãos na cintura.
—Eles estão fugindo das responsabilidades de tio em dobro deles, provavelmente- Marie arqueou uma sobrancelha.
—OY, de quem vocês estão falando?- Ayato apareceu na escada, bufando- Não seria de Ore-sama, seria?
—Que isso, a gente tava falando da dona Shirley- Lua segurou a risada- Tô brincando, Oreo. Estávamos falando sobre o sobrinho de vocês.
—Sobrinho?- Subaru apareceu- Ele já nasceu.
—Não. Eu na verdade ainda estou em trabalho de parto aqui na frente de vocês- Eu segurei uma risada, mas fiquei calada quando vi que Subaru parecia visivelmente preocupado.
—Ah~~ Finalmente nosso novo membro da família nasceu- Laito ajeitou a fedora, e eu por instinto apertei um pouco mais Heisuke contra meu peito.
—Já pararam pra pensar que ela está morrendo de cansaço e vocês ficam sufocando ela?-Shu se sentou na grama- Depois ela desmaia de novo, e ninguém sabe o porquê.
Agradeci silenciosamente á Shu, que só deu de ombros.
—Onde esse bebê vai ficar?- Kanato de repente apareceu- Não me diga que ele vai ficar aqui.
—Kanato, ela ainda está em fase de amamentação- Reijii explicou- Como você espera que o bebê não fique aqui por enquanto?
—Se você quiser, eu posso ficar com o bebê de tempos em tempos- Meu pai disse, e eu sorri pra ele- Sinceramente, nós dois já somos especialistas com bebês de tanto que cuidamos de vocês.
—Vocês dois?- Ouvi uma voz atrás de nós- Podem assinar meu nome embaixo também.
Olhei para trás apenas para ver Chronos e Jackson nos olhando com doçura.
Nikki e Lua passaram correndo por nós, e abraçaram com força o pai delas. Jackson suspirou, antes de se juntar ao abraço.
—Nossa, eu nunca tive uma cena assim com meu pai- Mao reclamou.
—Nem pai eu tenho- Sol comentou, e eu ouvi Lilith pisar em algo:
—Silêncio, vocês dois!
—Ei,Vic- Jackson chegou perto de mim- Deixa eu ver meu sobrinho.
Foi então que vários rostos se juntaram perto de mim enquanto Heisuke, a esse ponto já adormecido, estava deitado calmamente em meus braços.
—Ai ele é muito lindo mesmo- Lua jogou a franja pro lado- É o melhor dia da minha vida e eu acho que vou chorar.
—Não vou te julgar se você chorar- Sarah disse, a voz já embargada.-Qual o nome dele, Vic?
Respondi sorrindo:
—Heisuke.
—Agora sou eu que vai chorar- Mao disse.
—Quando foi que isso ficou tão dramático?- Igor perguntou, e eu dei de ombros.
—Marie, você pode mandar uma mensagem pras Hudison?- Sofie perguntou- Brunna estourou meu celular de notificação quando eu disse que a Vic tinha entrado em trabalho de parto.
—É, eu imagino, Daayene fez a mesma coisa comigo- Marie suspirou e pegou seu celular, teclando alguma coisa.
—Eu nem quero ver como meu celular vai estar- Eu suspirei, olhando pra baixo novamente.
—Pai, por que você foi atacado?- Nikki perguntou- Não faz sentido... Vocês já vieram aqui antes, e nunca rolou nada...
—São tempos sombrios, Nikki- Chronos se sentou na escada- Mas eu acho que KarlHeinz está tentando isolar vocês da sua vida humana.
—E conseguindo com bastante sucesso, aparentemente- Jackson ironizou.
—Mas por que ele faria isso?- Subaru perguntou- O que ele ganha se as Herbert ficarem isoladas?
—Então nosso único lar seria os vampiros- Sofie começou- E nós teríamos que lutar do lado deles.
Ela de repente arregalou os olhos.
—Eu de vez em quando não entendo esse cara- Sol mordeu o lábio- Sério, ao mesmo tempo que ele tá nem aí pras Herbert, ele tenta criar um exército com elas, mente pra elas mas promete uma delas em casamento pro seu filho, e aí ele diz que acha que elas tem um potencial raro mas isola elas.
Foi aí que algo percorreu pela minha mente:
—Espera aí, o que foi que você disse, Sol?
—Eh? Qual parte?- Sol arqueou as sobrancelhas- Eu disse uma frase bem grande, sabe?
—Quando você falou que KarlHeinz achava que nós tínhamos...- Sofie começou.
—Um potencial raro- Sol completou- Uma habilidade, sei lá o que passa na cabeça daquele cara. Só sei que lá vocês não são qualquer coisa.
Um potencial raro?
Uma habilidade rara?
—Tipo uma habilidade perdida?- Nikki arqueou a sobrancelha, quase que como se nós três estivéssemos na mesma sintonia.
—Garotas, por que vocês estão tão estranhas?- Marie perguntou.
—Elas são estranhas- Ayato respondeu- Dã.
—Foi uma pergunta retórica e mesmo assim não foi pra você, Ayato- Lilith explicou.
—Eu acho que a habilidade especial de vocês é a capacidade de amarem da forma mais pura possível- Chronos comentou.
Olhamos pra ele confusas, e então Ian continuou:
—O amor é o maior poder de todos. E mesmo assim são os poucos que tem capacidade de exerce-lo. É o poder que junta carne com carne, alma com alma, coração com coração.
—É o poder que para guerras, que acalma os aflitos- Stephan continuou- É o alimento de uma mãe, o beijo de um amante, o abraço de um irmão ou o simples cumprimento de um desconhecido.
—O amor cobre uma multidão de pecados- Sarah completou, sorrindo- Mamãe costumava dizer isso pra gente.
Olhei para Reijii, então para minhas irmãs e então para o bebê em meus braços.
—Sua mãe também costumava dizer que homens bonitos não se machucam com água, mas garotas íncriveis não se machucam com fogo- Chronos deu de ombros, e meu pai juntamente com Ian fuzilou ele com olhar- Mas isso é menos poético.
De repente eu fechei minhas mãos, sentindo meu pulso tremer com a força enquanto eu tentava me lembrar do calor que eu tinha entrado em contato tantas vezes.
Olhei para Sofie, que olhava para si mesma como se tentasse entender alguma das suas memórias. Nikki também olhava pra distância, como se pensasse em algo. De repente, seus olhos se arregalaram e brilharam:
—VIC! SOFIE! VEM COMIGO!
Então ela entrou correndo na casa. Deixei Heisuke nas mãos do meu pai e segui Nikki correndo junto com Sofie.
Ela subiu as escadas e entrou em seu quarto, onde se agachou perto de uma prateleira e pegou uma espécie de mala marrom.
Quando a abriu, percebi que os três ovos de drakon estavam lá.
Ela entregou o de cada uma nas nossas mãos,e então eu passei a mão pela casca que estava cheia de poeira acinzentada. Assim que o limpei, revelei uma cor arroxeada que me deixou encantada.
Nikki repetiu meu gesto, e descobriu a cor vermelha em seu ovo. Sofie arqueou uma sobrancelha e fez a mesma coisa, revelando que seu ovo era azul.
—Tá, o que diabos estamos fazendo aqui?- Eu perguntei- Eu imaginei que tinha algo de estranho nesse papo de habilidade rara mas...
—Vic- Sofie me chamou- A coisa é que talvez você tenha esquecido que nós somos mulheres incríveis.
Nikki concordou com a cabeça,e só então caiu minha ficha.
Sorri pra elas, e elas sorriram pra mim. Naquele momento, eu senti que estávamos na mais pura sintonia.