Aquelas palavras, e o modo como minha mãe havia falado comigo, ainda ecoavam na minha cabeça. Ela se sacrificava tanto por mim e eu não a recompensava em nada, nem mesmo em um abraço ou beijo na manhã. Olho para o lado e vejo o relógio marcando o horário exato de me levantar e me arrumar para a aula.

- Onde está a merda do meu celular? – eu gritava pelo quarto, sabendo que minha mãe não responderia. Estava precisando de uma dose de vodka que sabia que tinha no mini-bar de casa. Precisava de bebida para me livrar de tudo e de todos os meus pensamentos.

- Justin, o café! Vem logo senão você vai se atrasar pro colégio! – minha mãe disse tão alto que até dona Gemma poderia ouvir na casa ao lado. Desci apressado e passei no mini-bar para pegar um pouco da garrafa de vodka que estava aberta. Coloquei na minha garrafa d’água e fui para cozinha tomar meu café.

O café da manhã estava do jeito que eu gostava, muitas frutas e massa. Minha mãe tentava puxar assunto, mas eu sempre desviava do que ela falava. Minhas respostas eram curtas e diretas e nosso diálogo era composto de falas normais de uma família normal. "Como vai a vida?" "Acordou bem?" "Como está Alice?".

Alice era a minha ex-namorada e não estávamos juntos há mais de dois meses, minha mãe já sabia, mas ela insistia em colocar na cabeça que nos havíamos nascidos um para o outro. Ela era uma menina simpática e bonita, não muito inteligente. Alice era do time de handball feminino do colégio. Jogava com uma facilidade, como se só existisse ela dentro daquela quadra. Com olhos verdes e grandes cabelos ruivos, ela tinha sardas na maçã de suas bochechas e seu sorriso, junto de seu corpo, era uma das mais belas obras primas feitas por Deus.

Com a cabeça lotada de pensamentos, sabia que, se ficasse falando muito com minha mãe, diria algo que não queria, por isso, fui andando até a escola. Eu morava à 6 quadras do colégio,era uma bela caminhada, mas eu gostava. Liguei o iPod e comecei a ouvir The Smiths. No caminho, peguei minha garrafa com vodka e dei um gole. O álcool queimou minha garganta, meu estômago. Nunca fui de beber, mas sempre que estava sentindo grandes emoções bebia um pouco. Devo confessar que nunca gostei muito da sensação que a bebida dava em mim. Primeiro, ter sua garganta pegando fogo não é lá a melhor coisa do mundo. Segundo, eu era do tipo de bêbado que ficava nervoso muito fácio.

Na metade do caminho o vento começou a ficar mais forte, o que parecia cortar minha nuca. Odiava esse tempo gelado e chuvoso, mal podia esperar para o verão chegar. Mas esse verão seria diferente, os intercâmbistas chegariam. Merda, por que fui pensar nisso? E se eles fossem um bando de riquinhos que pensam que são superiores aos outros? Quando pequeno, jurei a mim mesmo que nunca deixaria ninguém desrespeitar minha mãe e dona Gemma, isso não mudaria só porque três adolescentes exploradores do mundo estivessem em casa. O primeiro que levantasse a voz para uma delas iria enfrentar um lado meu que poucos conhecem.

Na verdade, só um menino conhece. Tommy Orthon, na terceira série. Meu pai iria me buscar na escola, o que nunca tinha acontecido antes. Estava tão feliz que sai contado para todos, falando que meu pai era o cara mais legal e corajoso que eu já vi na vida. Como toda criança nessa idade, ele era meu herói. Bom, chegou a hora da saída e meu pai se atrasou alguns minutos. Me sentei na escadaria na entrada do colégio e peguei meu GameBoy para passar o tempo. 10 minutos, nada dele. 20, já estava me preocupando. 30 minutos depois Tommy apareceu na minha frente, e com sua cara de presidiário de filme de terror começou a me provocar.

- Ué, Justin. Seu super papai não ia te buscar hoje?

- Ele está atrasado - evitava ao máximo fazer contato com os olhos dele.

- Se importa se eu esperar ele com você? Minha mãe só vai me buscar mais tarde, chegou de Nova York hoje.

- Tá, tanto faz.

Ele sentou do meu lado e ficou espiando o que eu estava jogando. Odiava quando faziam isso, me sentia invadido. Olhei feio para ele e ele apenas riu, típico de valentões como ele. Nunca entendi seu problema comigo, ele pegava no meu pé o dia inteiro. Ia falar algo, mas fui interrompido por uma buzina de carro. Meus olhos brilharam só de imaginar meu pai, abrindo os braços para me abraçar. Mas como todos sabemos, nem tudo é como sonhamos. Quando levantei a cabeça vi minha mae sozinha no carro, com um sorriso angelical que só ela tinha.

- Nossa, Bieber, como seu pai é… afeminado. - Tommy disse seguido de várias risadas.

- Vai se fuder, Orthon.

- Pera, só me responde uma coisa… Sua mãe tem que ser o pai da família? Nossa, essa família é bem mais estranha do que eu imaginava.

- EU VOU ACABAR COM VOCÊ! - e antes mesmo de perceber, já estava em cima dele dando o máximo de socos possíveis em sua cara nojenta.

Acabou que minha mãe saiu correndo do carro e veio me segurar, levei uma suspensão e minha mãe ficou decepcionada comigo por dias. Nunca me senti tão mal. Não tinha apenas me transformado em uma cópia de Tommy, fazendo tudo o que ele faz com os outros garotos, mas também desapontei minha mãe. Pedi desculpas mil vezes e ela apenas balançava a cabeça e perguntava se meu problema era culpa dela, se ela não tinha me educado direito. Com lágrimas escorrendo meu rosto dizia que não, que tudo não tinha passado de um momento de raiva, que nunca tive nem terei vergonha dela e que ela me educou perfeitamente.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma bola de basquete jogada por um dos integrantes do time da escola. Cai no chão e minha mochila se abriu, assim espalhando todos meus livros no chão.

- Mas que merda de dia. - sussurrei.

- Ei, cara, desculpa! Não foi de propósito, eu só tava jogando com os meninos. - era Ryan Butler, o capitão do time - Seu nome é Justin, certo?

- Sim, Justin Bieber. - falei enquanto levantava do chão e recolhia minhas coisas. - Relaxa, não machucou nem nada.

- Você já foi do time, não foi? Lembro da sua cara...

- Ah, sim. Mas foi no ensino fundamental, agora eu meio que desisti.

- Por que? Lembro que você era um dos melhores do time… Bom, se quiser vir no treino agora, eu consigo te dispensar das duas primeiras aulas, hoje é o dia dos testes mesmo.

- Tudo bem, eu apareço lá.

Saí andando em direção ao vestiário, deveria colocar a roupa da Educação Física para o treino. Pra ser bem sincero, não queria muito entrar no time, mas tudo para me livrar da aula de Química. Coloquei a bermuda, blusa branca com o símbolo do colégio e o tênis de corrida. Iria deixar minha mochila dentro do armário mas lembrei que não havia tido inspeção nos armários por algumas semanas e, com minha sorte, com certeza seria hoje e ganharia uma bela suspensão se fosse encontrada uma garrafa de vodka no meu armário. Peguei a mochila e fui em direção à quadra.

Ao chegar lá, Ryan acenou pra mim e veio me dar as instruções. Deveria me aquecer e estar pronto para jogar em 10 minutos, que ótimo. A ideia dos intercâmbistas não saía da minha cabeça e, por mais errado que fosse, tive que tomar mais um pouco de vodka. Antes mesmo de engolir, senti uma mão em meus ombros. Caralho, fui pego. Para minha sorte, era Ryan e esperava que ele não fosse do tipo dedo-duro.

- Justin, eu entendo que você está nervoso, mas vai com calma aí! - ele falava quase sussurrando, acredito que para o técnico não ouvir. - Mas… Posso dar um gole? Sabe, minha posição de capitão está em jogo e, você sabe, tô nervoso pra caramba.

- Claro, só cuidado que é vodka pura e sei lá se você tá acostumado.

- Pelo jeito você não ouviu sobre minha fama né. - ele riu antes de beber a vodka. - Bebo, bebo e bebo e não dá em nada, relaxa.

- Bebe logo isso, só me falta sair do time antes mesmo de entrar. - ele riu e me devolveu a garrafa.

- Vem, vou te apresentar para o pessoal.

Não entendi porque ele quis me apresentar, já conhecia todos de lá. Não sou de odiar as pessoas, mas também não tenho muitos amigos. Sempre achei que, por estarem no time de basquete, os jogadores seriam todos metidos e hipócritas, mas estava errado, todos foram muito simpáticos e humildes comigo. Nenhum demonstrou qualquer superioridade ou arrogância, o que facilitava para mim ao me relacionar.

- Justin Drew Bieber!

O treinador me chamou e, seguido de gritos para me encorajar dos garotos, fui para o centro da quadra.

- Justin, Justin… Quanto tempo não te vejo. Fui seu treinador no oitavo ano, como o tempo passa, não? - o treinador Forbes, o mais arrogante de todos, me saudou.

Não que Forbes fosse a pior pessoa do mundo, mas quando você tem dificuldades prefere mil vezes uma pessoa te incentivando do que uma dizendo que você é um grande pedaço de merda e que não merece jogar no time que joga. Preferia ser treinado por um macaco do que por ele, mas não podia demonstrar isso. Dei um sorriso e ouvi as instruções do que deveria fazer. Tinham dois voluntários do time que fariam a defesa, eu deveria desviar dos dois e fazer uma cesta com apenas duas tentativas.

Peguei a bola, respirei fundo e saí correndo em direção aos dois defensores. O primeiro era Bryan McGuinty, um lesado. Passei por ele facilmente. O mesmo tropeçou em seu próprio pé e caiu no chão. Me pergunto como amebas como ele entram para o time, até de olhos fechados sou melhor que esse babaca. O segundo era Tommy Orthon. Sim, o mesmo Tommy que eu bati na terceira série. Ele me olhou com o mesmo olhar que me encarou a vida toda: querendo me matar com os olhos. Respirei fundo e fui em direção a ele. BUM! Ele me empurrou com tanta força que fui parar do outro lado da quadra. Ainda deitado no chão senti uma respiração perto do meu rosto, era Tommy.

- Qual foi, Bieber? A moça já cansou de correr? Tadinha de você, bebê. - ele saiu rindo e o xinguei baixo.

Senti uma dor terrível no nariz e, ao colocar a mão, vi que estava sangrando. Filho da puta! O treinador começou a gritar, dizendo que eu estava agindo como uma mulher e que deveria me levantar em 5 segundos se eu quisesse uma segunda chance. Levantei a mão ensanguentada e pedi para jogar uma água, ele deixou. Fui correndo pegar minha mochila e beber a "água". Ryan estava do meu lado e me jogou uma toalha, para estancar o sangue.

- Calma, Justin… Você tem mais uma chance e, até onde eu sei, Forbes não liga para um pouco de agressividade durante os jogos. Aqui o que eu acho que você deve fazer: Quando ele vier para cima de você, desvie e passe o pé pela perna dele. Ele vai cair e você terá o caminho livre.

- Ryan, eu posso machucar a perna dele.

- E daí? Olha o que ele fez no teu nariz, cara! Vai por mim, vai valer a pena.

Concordei com isso, afinal, o que eu poderia perder? Faria a cesta e ainda acabaria com a raça daquele porco. Peguei minha garrafa e dei um longo gole, bebi até demais. Meu peito fervia com a mistura de vodka e raiva, mal podia esperar para me vingar de Tommy. Guardei a garrafa e segui até o meio da quadra. Sem tirar os olhos dele, que também me encarava, disse que estava pronto e fui em direção à pilha de bolas.

Peguei a primeira que vi, sem ao menos escolher, e comecei a correr. Corri tanto que cheguei num ponto que nem sentia mais meus pés no chão, era como se eu estivesse voando. Meu cabelo era puxado para trás e sentia as gotas de suor caírem pelo meu rosto. Novamente, Bryan demonstrou a mesma capacidade que um bicho preguiça e consegui passar facilmente por ele. Era agora. Mais um passe e mataria dois pássaros com a mesma pedra. Respirei o mais fundo possível e fui correndo pela direita de Tommy e ele, como previsto, veio em minha direção. Não sei como, mas dei um giro e consegui mudar a direção de meus pés, agora corria pela esquerda. Tommy estava a pouco menos de um metro de distância, não conseguiria vir na minha direção tão rápido. Então ouvi Ryan gritando meu nome e lembrei que deveria fazê-lo tropeçar. Dito e feito, ele caiu de cara no chão e me livrei dele. O ginásio inteiro levantou, todos com os olhos grudados na jogada. Tinha uma chance para acertar o aro, era agora ou nunca. Com a palma da mão suando, joguei a bola e a vi rodar 3 vezes pelo aro antes de cair na cesta. Era isso, eu consegui.

O ginásio estava em silêncio, só era possível ouvir um cochicho ou outro, esperando a palavra do treinador. Ele, por sua vez, encontrava-se olhando para uma ficha. Quando Forbes ficava quieto, uma coisa era: algo realmente sério aconteceu. Ainda com o ginásio em silêncio, fui em direção à Tommy e o estendi a mão, não poderia mostrar que foi proposital a rasteira.

- Não me encosta, sua bicha. Espero que seu nariz caia de tanta dor, seu cavalo.

Ele estava jogado no chão e com a mão sob o tornozelo. Sabia que tinha o machucado, mas depois dessas palavras minha vontade era de pisar em sua perna e fazer com que ele tivesse que amputá-la. Virei o corpo e fiquei de frente para Forbes, ele, com sua cara séria, me encarou por uns 10 segundos antes de começar a falar.

- Não conhecia esse seu lado agressivo, Justin. Devo dizer que estou surpreso, agora não sei se essa surpresa é boa ou ruim. Me responda você.

- Hmmm, boa. Quer dizer, eu fiz a cesta e desviei dos dois defensores.

- Certo. - ele voltou ao seu lugar e chamou outro nome.

Sem olhar para trás, peguei minha mochila e fui em direção ao vestiário. O que eu fiz? Machuquei um menino por uma vaga num time que nem queria entrar. Não tinha mais certeza de nada e, já alterado devido à bebida, dei um soco no armário. O barulho foi ensurdecedor e não deu 2 minutos até alguém entrar e ver o estrago que fiz no armário. Era o inspetor do colégio. Com os olhos arregalados, ele viu a situação que ficou o armário e me perguntou o que tinha acontecido.

- Eu… Eu estava nervoso. - falei cabisbaixo.

- Pera aí, que bafo de bebida é esse? Por favor, não me diga que você andou bebendo. - fiquei em silêncio. - Justin! Me responde! Você bebeu?

- Se eu bebi ou não o problema é meu. Que tal você começar a cuidar da sua vida? Tenho 17 anos, não preciso dar satisfação a ninguém, muito menos à você!

- Sinto muito, queria muito confiar em você, muito mesmo, mas terei que checar seu armário.

- Ok, tanto faz. - disse dando de costas enquanto arrumava minha mochila para sair do vestiário.

- Não, não, espere!

Ele foi em direção ao meu armário e, com a chave que abria todos os armários de lá, abriu o meu. Ele tirou tudo e colocou nos bancos. Checou dentro da minha bolsa de remédios para ver se não tinha algum tipo de "substância estranha", mas, como não havia nada estranho lá, se virou para mim.

- Me passa sua mochila, Justin.

- Você já viu meu armário, já é o suficiente.

- Justin, não vou repetir. - ele franzia a testa enquanto falava comigo.

- O que você ganha com isso hein? Já viu a merda do meu armário, já é o suficiente, caralho.

Ele não falou mais nada, apenas arrancou a mochila da minha mão e começou a ver tudo. Tirou os tênis que vim para escola, meu iPod e, por último, a garrafa d'água. Cuidadosamente, abriu a tampa e cheirou. Pronto, eu não tinha mais saída, estava fudido. Até uma criança saberia que aquilo não era cheiro de água.

- Volte pra aula, depois o diretor te chama.

E foi isso o que fiz: fui para a aula. Me senti um criminoso esperando no corredor da morte, prestes a ser punido na cadeira elétrica. Meu peito estava fervendo, minha cabeça latejando de dor e minha garganta seca. Entrei na sala e sentei na última carteira. Gostava daquele lugar, não porque poderia bagunçar, falar com todos e terminar o dever de outra matéria. Gostava de lá pois era um lugar pacífico. Ninguém falava comigo durante as aulas, eu apenas ficava lá, com a cabeça enterrada na gola do casaco, observando tudo e todos. Sabia a mania de cada um dos alunos. Como Gary Humprey, que ficava batendo os pés na cadeira da frente continuamente, coitado de quem sentasse na frente dele. Ou a própria Alice Hastings, que tinha aquela mania insuportável de mexer no cabelo a aula toda. Imaginei se alguém algum dia me observou e se já percebeu que estou diferente hoje. Cerrei o punho e comecei a escrever num papel. Uma coisa que eu sempre fazia para me acalmar era escrever músicas. Fiquei nisso a aula toda, até que, faltando 5 minutos para o fim do período, meu nome foi anunciado no alto-falante da sala. Ótimo, hora do julgamento.

Bati na porta 3 vezes até ouvir o "entre" do Sr. Longberg. Entrei e, para minha surpresa, minha mãe estava sentada em uma das duas cadeiras para visitantes da sala do diretor. Sentei do lado dela e esperei o sermão começar. Ele colocou a garrafa em cima da mesa e me encarou até minha mãe, com um pequeno soluço, quebrar o silêncio. Ela nunca havia sido chamada para à diretoria por mal comportamento meu desde a terceira série, devido a minha briga com Tommy.

- Nem sei como começar essa conversa, Justin. - o diretor começou a falar - Você sempre foi um ótimo aluno, com notas ótimas e comportamento exemplar. Nunca esperaria isso de você e, para ser bem sincero, duvidei que fosse você mesmo quando me contaram isso.

- Eu sinto muito… - disse baixo, quase sem ter voz saindo de minha boca.

- Deixe-me terminar. Sempre usei você como exemplo desse colégio, queria que todos os alunos fossem como você. Fiquei o último período inteiro com sua mãe tentando entender o que estava acontecendo. Ela me disse que você nunca foi do tipo que fica bêbado, mas já te viu com um teor alcoólico, vamos dizer… alterado. Saiba que não estou te julgando por beber. - quando o diretor disse isso, minha mãe o olhou assustada, como se ele tivesse falado uma loucura. - Quer dizer, é errado, claro, mas faz parte da adolescência. Eu mesmo fiquei bêbado pela primeira vez aos 16 anos, sei bem como você esta se sentindo. Se você quiser, não acho um pecado experimentar uma bebida ou outra, mas acho inaceitável roubar vodka de sua mãe e ainda trazer para escola. Onde você estava com a cabeça, Justin? Não pensou por um segundo que, se você tivesse ficado realmente bêbado, poderia fazer uma loucura muito maior do que socar um armário, como socar uma pessoa, e ser expulso? Estou decepcionado, Justin, e sinto muito, mas terei que suspendê-lo por 3 dias.

- Se você me permite, Sr. Longberg, gostaria de acrescentar uma coisa. - minha mãe falou e continuou antes mesmo dele dizer algo. - Justin, eu sei que você está chateado. Não temos a melhor qualidade de vida, você está com saudades de seu pai e não estou presente 100% do tempo, mas… parece que eu fiz isso, que a culpa é minha. Eu nunca pensei que meu filho, o meu Justin, faria algo desse tipo. Cansei de suas atitudes ultimamente. Primeiro recebo ligações de dona Gemma dizendo que você está agindo estranho e depois isso. O que você quer? Quer que eu te mande para morar com seu pai? Com seus avós? Você sabe que não tenho medo de fazer algo assim. Eu… eu cansei de fazer tudo por você e não ter o devido reconhecimento.

- Mãe, eu sinto muito. Isso não tem nada haver com a senhora e… - eu travei. Não sabia o que dizer, o que fazer.

- Eu acho melhor vocês dois terem essa conversa em particular. - Sr. Longburg interrompeu nossa discussão. - Vão para casa e conversem lá, acredito que seja melhor. E, Justin, te vejo daqui 3 dias.