Passou-se uma semana. Eu tentei não falar com o Cody sobre o que tinha acontecido, nem sobre os meus sentimentos, mas, era inevitável. Inclusive agora, sem o Gabriel, ele estava tentando ficar comigo. Talvez não seja certo, depois de praticamente dizer que não o amava mais. Mas eu sentia algo por ele, ainda.

Até que na sexta, depois da escola, resolvemos eu e os irmãos do Cody que iríamos fazer um bolo. Nada de especial até aí. Acabamos fazendo uma guerra com os ingredientes, e a cozinha ficou uma bagunça. Coloquei o bolo no forno e quando estava tentando organizar a cozinha, senti que ele estava olhando pra mim. Mas, nem dei atenção. Continuei o que estava fazendo e mal reparei quando ele foi embora dali.

Quando o bolo ficou pronto, resolvi chamá-lo para ele comer com a gente. Aliás, seria chato se eu não tivesse chamado. Resolvi ver no quarto dele, e ele estava lá. Sentado na cama, com o olhar baixo. Então fui lá ver o que estava acontecendo.

- Eles gostam mais de você do que de mim. Você não percebe? Sinto-me um zero a esquerda quando você está com eles. E você gosta muito deles, que eu sei.

- C... Cody... O que você está dizendo? Eles são seus irmãos! Te amam independentemente do que você vai fazer! Eu não, tive que conquistá-los, e bem, eu sou só a babá.

- Você não vê como eles te olham? Eles gostam de você como uma irmã! Talvez até mais.

- Pára com isso, vai, ou deu pra ficar emo agora? Vamos lá embaixo que o nosso bolo está pronto, e eu sei que seus irmãos querem que você experimente.

Descemos juntos. Sentamo-nos todos no balcão, e, depois da crise depressiva do Cody, ele estava bem diferente com o Tom e a Alli. Os tratava ainda melhor. Sorte deles.

Depois que todos comemos, fiz questão de que eles levassem um pedaço do bolo pra um funcionário da casa, que estava no jardim. Enquanto andavam, eu e o Cody os observávamos, até que ele tentou pegar na minha mão. Fiquei sem reação, e, logo que vi o Tom correndo pra perto da gente, tratei logo de tirar a minha mão da dele. Apesar de ser a coisa que eu menos queria naquele momento.

Mais tarde, fomos os três assistir a um filme na sala, e o Cody, acho que voltou pro quarto dele. Deitei-me em um dos sofás, e, com o meu entusiasmo em ver aquele filme, peguei no sono. As horas se passaram, e já à noite, depois de todos terem jantado, e ido pros seus quartos, o Cody resolveu me acordar, acho que pra eu não virar a noite no sofá. Ele chegou bem perto de mim, e, pra me acordar, tocou no meu ombro.

Como eu ainda gostava dele - meus esforços pra esquecê-lo já tinham ido para o ralo - a primeira coisa que veio a minha cabeça foi em beijá-lo. E foi isso que eu quase fiz, sorte que antes disso eu voltei a minha consciência normal e pedi desculpas.

- Não tem problema. Vai pro quarto? Ou vai querer passar a noite no sofá?

- Ainda bem que você me acordou, senão eu iria fazer isso mesmo. Obrigada! - disse eu, me levantando do sofá.

De pé, ao lado dele, fiquei com vontade de abraçá-lo, mas achei que seria uma atitude meio sonâmbula. De repente, do nada, acabou a energia. Levei um susto imenso, já que a única luz que eu conseguia enxergar era da rua.

- Droga. Do jeito que andam as coisas, é bem capaz da luz só voltar amanhã. Vem comigo, eu te levo até lá em cima.

Então, ele pegou na minha mão e foi me levando. Realmente, do jeito que eu estava enxergando, era dar um passo e cair no chão. Subimos a escada, e eu estava realmente com medo de cair.

Quando chegamos lá em cima, percebi que tínhamos passado do meu quarto, mas eu resolvi ficar na minha. Logo, entramos em algum outro cômodo.

Ele soltou a minha mão, e por não saber onde estávamos, eu fiquei quieta, onde ele tinha me deixado. Vi umas luzinhas se acendendo.

- Pra gente não ficar no escuro, tá. - as luzes das velas que ele acendia rapidamente foram me mostrando onde estava. Fui percebendo as intenções dele, mas, pensando bem, melhor que eu poderia fazer nessa hora era voltar com ele. Depois daquela desilusão com o Gabriel, pude perceber que ele era a melhor pessoa pra mim.

Ele voltou e me beijou. Nessa hora, eu esqueci completamente do Gabriel. Senti que eu ainda amava o Cody demais. Ele foi o único garoto que eu amei, e que eu sempre irei amar.