Like A Dream

Esquecer? Nunca


Tudo bem. O garoto que eu gosto esqueceu-se do meu aniversário. Mas enfim, amei esse dia. Nunca me senti tão patricinha - afinal, eu nem podia - e fiz questão de dizer isso pra dona Angie. Fui ao salão, fiz as unhas, fiz penteado, maquiagem e comprei muitas roupas lindas, inclusive a que eu usaria naquele dia pra levar o Tom e a Alli pra dita festa. Incrível! Só faltava o Cody perto de mim.

(...)

Chegou a hora de ir. Desci as escadas da casa me sentindo uma princesa, mesmo sabendo que eu mal seria notada lá. Mas era meu melhor dia, e iria me esforçar pra me divertir. Com o Tom...

Quando cheguei lá em baixo, a mãe do Cody já estava saindo, e me disse:

- Lucy, você está linda como nunca! Mas eu preciso que você fique aqui mais um pouco pra esperar os meninos terminarem de se arrumar. Chegando lá, você apresenta esse papel pra segurança e vocês irão entrar ok?

- Tudo bem. E o Cody? Também está se arrumando?

- Não Lucy, ele já foi. Bom, tenho que ir, até lá.

Pra mim era indiferente chegar com eles ou não, afinal, o Cody já estava lá mesmo.

(...)

Depois de mais de meia hora esperando, chegamos à festa. Era incrível. Um lugar enorme, com uma escada grande e um tapete vermelho. Me senti como a Cinderela, mas, pior que ela, meu encanto nem começaria. Mal seria vista, afinal, eu era apenas uma babá.

Depois de subir toda aquela escada, eu apresentei o bilhete pros seguranças, mas eles, de nenhuma maneira conseguiam encontrar meu nome na lista de convidados. O Tom e a Alli entraram, mas eu fiquei lá, discutindo com eles.

Fiquei mais de quinze minutos na porta da festa tentando convencê-los de que eu era convidada, e quando eu estava prestes a ir embora, eles acharam o meu nome, no fim da lista.

Quando fui entrar, aquela porta enorme se abriu pra mim. Entrei e estava bem escuro, por isso quase não enxergava ninguém. Foi quando se acendeu uma luz, e apontou pro...

- Cody! - por alguns segundos eu fiquei confusa e não sabia o que estava acontecendo, mas depois eu me dei conta de que aquilo tudo era pra mim!

Ele entrou, cantando parabéns pra mim e segurando um bolo com um monte de velinhas. Todos lá olhando pra mim. Inclusive - mal acreditei quando vi - a minha melhor amiga, lá do Brasil. Quando ele terminou de cantar pra mim, eu já estava chorando.

- Vai, agora assopra as velas!

- Se eu conseguir... - o choro me atrapalhou pra apagá-las.

Com muito sacrifício, eu assoprei todas elas. Logo depois veio alguém que eu não vi quem era e pegou o bolo. Foi quando o Cody foi me abraçar, mas a Fernanda, minha amiga do Brasil, chegou antes.

- Que saudades! Sete meses sem te ver! Quase não aguentei!

Realmente. Fazia sete meses que eu estava nos EUA, e pra melhores amigas, sete meses era uma eternidade, mas deu pra matar um pouquinho da saudade naquela hora.

Depois do abraço, o pai e a mãe do Cody vieram me cumprimentar, me desejar os parabéns, e que o Cody tinha dado a ideia da festa.

- Depois de você ter se jogado na frente do carro pra salvar o nosso filho, queríamos de alguma maneira te agradecer, foi aí que o Cody nos deu essa ideia, que achamos muito boa! - disse o pai dele, com um microfone, todos na festa olhando pra mim, e eu vermelha de vergonha - Agora, Lucy, você vai dançar a valsa.

Nessa hora, começou uma música, e abriu-se um espaço enorme pra eu dançar - provavelmente com o Cody - mas eu não quis. Peguei o microfone e disse a todos pra dançarem comigo, afinal, eu odiava ser o centro das atenções.

E então todos começaram a dançar e nem prestaram mais a atenção em mim. vi a minha amiga Anne lá também, e ela estava sem par. Com pena dela, eu pedi pra um amigo do Cody acompanhá-la. Ele começou a descer muito a mão e eu achei melhor ir até lá pra 'subir' a mão dele. Ele olhou pra mim com uma cara de assustado, mas eu fiz sinal pra ele ficar quieto. - até agora eu nem tinha começado a dançar, e pelo jeito, nem iria.

Fui andando de costas, mas acabei trombando com o Cody.

- Estranho você ainda estar sem par...

- É, acho que não vou dançar hoje.

- E comigo, você quer? - ele estendeu a mão pra mim, e finalmente eu comecei a minha dança. - ainda preciso te pedir desculpas por ter me esquecido do seu aniversário?

- Não... Depois disso, não tenho mais o que falar. Obrig...

- Não fala. Só queria saber uma coisa de você: você me perdoa?

- Perdoar pelo quê? - realmente não fazia ideia.

- Por tudo. Você gostaria de esquecer tudo o que aconteceu até hoje, e a partir de agora começarmos de novo?

- Cody, não adianta tentar apagar da nossa memória tudo o que já aconteceu, porque sem tudo isso talvez não estivéssemos aqui, agora. O passado é sim um pouco doloroso, mas é importante.

- Você tem razão. Sabe de uma coisa? Eu te trouxe um presente. Não é novo, mas você 'esqueceu' hoje lá na mesa, na hora do café e eu achei melhor te trazer.

- Meu anel... - e então ele o colocou no meu dedo.

- Sim, é seu. Você aceita ficar com ele pra sempre? Nunca mais tirá-lo do dedo? Olha só eu, tenho um pra mim.

- É bonito.

- Então, aceita nunca mais tirá-lo? - ele disse isso se aproximando de mim.

- Sim. - nesse momento, nossos lábios se uniram e penso que dessa vez nosso amor será pra sempre, sem dúvidas.

Eu prometi a mim mesma amá-lo para sempre. Mesmo que não conseguíssemos ficar juntos, é ele a única pessoa que eu quero junto de mim. A minha vida não fazia mais sentido sem ele.

Mas dessa vez, o meu 'para sempre' vai valer para sempre.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.