Like A Dream

Começo ou fim?


Nessa semana foi bem diferente, pois o Cody me tratava da forma mais doce possível. Não falamos pra ninguém que estamos namorando, mas acho que deu pra perceber. Não nos desgrudamos, e provavelmente todo mundo já tinha nos visto nos beijando. Eu estava muito feliz, com o garoto que eu gostava perto de mim.

Na quinta, o Cody disse que haveria uma festa na casa de conhecido, e que eu estava convidada. A princípio não concordei, mas ele insistiu e, por fim, aceitei. No dia da festa, já sabia que roupa usar, um vestido preto bem curtinho, mas pra minha surpresa, Cody não aprovou.

- Aonde você pensa que vai com esse vestido? - ele mudou no mesmo instante seu humor.

- Na festa!?!

- Sabe o que é, eu achei ele meio... Meio... Chique demais pra hoje... - ele realmente não queria que eu saísse com aquele vestido curto.

- Ah, tá bom, vou fingir que acredito. Já volto. - achei melhor não arrumar confusão, e, além do mais, isso significava que ele se importava comigo.

No fim das contas, acabei saindo de shorts.

(...)

Já na casa do amigo do Cody, estava tudo ótimo, até que vimos o...

- Zack? O que ele está fazendo aqui? Não acredito que ele veio - e não acreditava mesmo.

- Se ele ousar olhar pra você, eu o mato! - sussurrou o Cody, nervoso.

- Calma, deixa ele quieto. - se ele estava na dele, não me incomodava - Cody, eu vou ao banheiro e já volto, ok?

- Tudo bem, eu te espero.

Atrás de mim foi o Zack. O Cody pareceu notar, mas nada de muito aparente.

Chegando ao banheiro, que era no fim do corredor, Zack entrou junto comigo e trancou a porta, fazendo-me assustar.

- O que você quer, Zack? Que eu saiba, nós não namoramos mais.

- Eu vim terminar o que eu comecei.

- Você não começou nada, garoto! - ele estava me dando medo, e se ele não estivesse com a chave em sua mão, eu não estaria mais lá.

- Você sabe muito bem o que eu quero, não sabe?

- Prefiro não saber, mas será que você poderia me dar a chave? Aqui está um pouco abafado...

- Depois a gente sai. Agora, vem aqui. - e me agarrou, quase me beijando.

Tentei sair, mas ele não dava chance. Ele estava abusando da minha boa vontade, queria me beijar a todo custo, e pelo visto não era só beijo que ele estava pretendendo, então não tive outra escolha, a não ser gritar.

- Socorro! Cody, me ajuda! - ao mesmo tempo em que ele tentava me beijar, tentava me impedir de pedir ajuda. Eu estava apavorada. Se ninguém chegasse lá, sabe-se lá o que iria acontecer. E ainda por cima, a música estava alta e seria um pouco difícil alguém me ouvir pedindo por socorro, mas o Cody, que já estava desconfiado, foi até lá ver o que estava acontecendo, e me ouviu.

- Lucy? - Cody bateu na porta do banheiro.

- Cody me ajuda, por favor!

- Silêncio, garota! - disse o Zack.

- Zack? O que você está fazendo aí? - Cody tentou abrir a porta em vão - Abre essa porta agora!

- E você acha mesmo que eu vou abrir tão cedo?

- Cody, por favor, abre essa porta! - Gritei, quase chorando.

Nesse momento estava desesperada, e acabei cedendo ao beijo do Zack. Eu conseguia sentir cheiro de álcool, e com certeza ele estava bêbado. Enquanto ele me agarrava, eu consegui tirar a chave do bolso da calça dele, mas ele acabou fazendo-me derrubá-la no chão.

- Lucy, o que está acontecendo aí? - o Cody ainda estava do lado de fora, mas agora estava tudo em silêncio.

- Cody, pega a chave! - no fim, acabei conseguindo chutar a chave pro lado de fora do banheiro, então Cody a pegou e finalmente abriu a porta.

Ele me puxou pra fora do banheiro, deixando Zack furioso. Depois, esmurrou-o. Ele então revidou com um soco forte o suficiente para fazer com que Cody batesse com a cabeça na parede, e depois cair no chão.

Há essa hora, todos que estavam na festa foram até lá ver o que estava acontecendo. Cody estava desacordado, e eu me sentei no chão, ao lado dele, e lhe disse:

- Cody, está tudo bem? Por favor, acorda! - apensei que o Zack havia ido embora quando viu o tumulto, mas ele ficou lá fora, no jardim da casa bebendo ainda mais - Eu sei que eu sou estranha, teimosa, e não costumo dizer essas coisas, mas você é muito especial pra mim, eu... Gosto muito de você... olha pra mim! - quase chorei quando isso aconteceu, mas consegui me segurar.

De repente, o Cody abriu os olhos e me respondeu:

- Eu preciso ficar de olhos fechados pra ouvir tudo isso? Então vou fechá-los de novo. - e fez uma cara de quem tinha levado tudo na brincadeira.

- Não faça isso, você me deixa preocupada! - não aguentei e o beijei. Foi quase a mesma coisa que aconteceu na casa de campo.

Depois de ele colocar um gelo na cabeça, voltamos pra festa, afinal, não é todo dia que se tem uma. E adivinha só quem aprontou de novo: O Zack. Ele levou algumas garrafas de vodka, que há essa hora já estavam vazias, jogou todas no chão, pulou na piscina e começou a berrar o meu nome que nem um maluco - ou bêbado, que seja.

Os vizinhos, assustados com a gritaria, acabaram que por chamar a polícia e, quando a polícia chegou ao local, mandou todos embora, exceto nós dois.

- Você é o Cody Simpson, não é? Aquele cantor? - perguntou o policial.

- Sim, sou eu mesmo.

- Aposto que a sua mãe não vai gostar de ver o filho dela na capa dos jornais amanhã. Vamos, eu te levo na viatura. Ah, e você é a babá, não é? - droga, ele me conhecia!

- Bem, sim...

- Sua patroa também não vai gostar de saber que você estava numa festinha. Ou ela sabe?

- Não senhor. - respondeu o Cody, receoso com o que iria acontecer.

E então seguimos pra casa no carro da polícia. Chegando lá, Viram que os pais do Cody não estavam, ligaram para eles, que estavam numa reunião de negócios, e demorariam pra voltar (mas voltaram rápido, até demais).

Quando chegaram, os policiais contaram a eles o que havia acontecido.

- Obrigado policial. Tomarei as atitudes necessárias. - o policial foi embora, e o pai do Cody continuou - Vocês acham que estavam certos no que fizeram? Vocês acham que você Cody, pode aparecer amanhã no jornal, por causa de uma festinha na casa de um amigo, e que acabou em polícia? - ele estava nervoso - Cody, já pra cima, e está de castigo! Não quero ver você fora do seu quarto! E você, mocinha, acha que é um bom exemplo para os nossos filhos?

Enquanto Cody estava subindo, se virou e enfrentou seu pai.

- A culpa foi minha, eu que insisti pra ela ir!

- Quieto! Deixe-me resolver isso. Amanhã bem cedinho, eu quero as suas malas prontas. Não precisamos dos serviços de uma babá como você, que mal cuida deles.

- Espera! Eu cuido deles como se fossem meus irmãos, você não pode dizer isso! - tudo o que eu falasse nessa hora seria em vão, e com apenas um gesto do pai dele, achei melhor subir, calada.

A mãe do Cody só ficou observando, e eu, subindo pro meu quarto. Quando estava quase abrindo a porta, o Sr. Brad terminou de me escorraçar:

- Mas antes de você ir, faremos um passeio amanhã, e você virá. Para preparar o Tom e a Alli, já que você vai embora na segunda. - era sábado.

Concordei, e entrei no quarto, já chorando. Tudo o que eu havia conseguido nos EUA parecia ter acabado, só por causa de uma festa idiota!

Os pais do Cody entraram no quarto deles, finalmente, e depois não ouvi mais nenhum barulho. Não conseguia parar de chorar, e então, Cody entrou em meu quarto, e me abraçou.

- Desculpa, Lucy, foi culpa minha.

- Você sabe que não foi. Deixa pra lá.

- Eu ouvi o resto da conversa. Você vai embora na segunda! E nós, como ficamos?

- Eu não vou te esquecer, Cody, não se preocupe. Agora é melhor você ir pro seu quarto, antes que alguém te escute aqui. - quando ele chegou à porta, continuei a falar - Eu... eu te amo.

Por fim, ele saiu, chorando timidamente.

Talvez essa fosse a última vez que eu falaria com a pessoa que eu mais amava.