O meu relacionamento com a família estava indo muito bem nessas últimas três semanas (desde que cheguei). Eu e o Cody estávamos nos tornando ótimos amigos, e eu acabei entendendo que eu amava as suas músicas, não a ele. Mas agora, eu posso realmente dizer que ele é uma boa pessoa. E que até chegou a mexer com os meus sentimentos. Só que eu já havia entendido que o melhor que eu podia fazer era deixar passar, pois eu nunca teria coragem de tomar alguma atitude, afinal, ele provavelmente nem reparava em mim. Inclusive, ontem ele acabou segurando na minha mão. Mas, nada de muito extraordinário.

Desde que havia chegado, pude notar que essa família não era muito unida, cada um comia, saía em horas diferentes, exceto no dia em que cheguei, que todos almoçaram juntos não se por quê. E mal tinham tempo de se falar, então, quando fiquei sabendo que eles tinham uma casa no campo, eu propus para irmos, todos, passar o fim de semana lá - eu também, claro.

(...)

Arrumadas as malas, saímos de carro. Depois de umas cinco horas de viagem, finalmente chegamos. A casa era linda, enorme, toda de madeira, que dava para um campo bem grande. No fundo de tudo isso era possível ver apenas alguns pinheiros, sem nenhum sinal de civilização. Mal sabia eu o que estava prestes a acontecer.

(...)

Como disse, eu e o Cody estávamos muito próximos, então, ele deu a ideia de passearmos pelo campo (que não tinha fim). Conversamos bastante, até que...

- Cody! Você está bem? - Do nada, ele tinha tropeçado e praticamente rolado pela grama.

Ele parecia desacordado. Então eu corri para ajudá-lo, mas, quando eu estava chegando perto, eu vi que era mentira dele, e achei melhor revidar.

- Lucy! - ele ficou realmente preocupado, pois eu tinha fingido um tombo, igualzinho a ele - O que aconteceu? Eu estava só brincando! - ele levantou rapidinho pra ver o que tinha acontecido comigo, e eu continuei fingindo ter desmaiado. - Lucy, por favor, acorda! Você bateu a cabeça? Por favor, me responda!

Ele estava com uma voz tão desesperada que até me pegou no colo, mas achei melhor acabar logo com a brincadeira.

- Te peguei né? Achou mesmo que eu tinha caído? - Falei, dando risada.
Cody nessa hora fez uma cara de dó, porque eu o enganei. E continuou até que disse:

- Nunca mais faça isso, por favor, você me assustou... Assim você me deixa preocupado. - Comigo em seus braços, olhou no fundo dos meus olhos. Permanecemos por alguns instantes, então ele me beijou. Fiquei um pouco assustada, afinal, eu nunca esperaria isso dele.

Foi a melhor sensação que já tive em minha vida. A partir daquele beijo, percebi que eu realmente gostava do Cody, mas não como o cara que eu via no Youtube, mas como um garoto comum, que me conquistou pelo que ele era.

Pelo resto da tarde, ficamos juntinhos, deitados na grama. Ele me abraçou e vimos o pôr do sol juntos. Só que, logo depois, ele recebeu uma ligação, e ficou estranho, mas nada de muito relevante.

(...)

Isso foi o que de mais interessante aconteceu na viagem até a casa no campo, fora que o Tom caiu e se esfolou inteiro. E eu brinquei tanto com ele que no caminho de volta acabei dormindo, nos braços do Cody. Eu estava achando que ele gostava mesmo de mim.