Lightsabers Out

The Unanswered Question


No dia seguinte, Rose Tico acordou cedo.

De fato, o sol ainda estava nascendo quando ela abriu a janela, suspirando para o novo dia.

— Rose, por que eu? – a conversa que teve com Rey na noite passada ainda fresca em sua memória. — Espera, eu posso recusar, não posso? Por favor, diga que eu posso.

— Pode, mas por que o faria?

— Porque seu novo parceiro é um mala.

— Isso é... um excelente ponto.

Demorou bastante, mas foi apenas desviar de tópicos como incapaz de mentir e bom coração (que eram literalmente os motivos para Hux querer sua ajuda) que Rey finalmente aceitou.

— Além disso, você é a única que não tem nada a ganhar com a morte do Anakin, então... não se preocupe.

— Certo.

— Passo pra te pegar amanhã cedo, tá?

Foi só quando desligou a chamada que Rose lembrou que não tinha pedido desculpas pelo estresse que sua amiga havia, injustamente, passado. Vomitar e chorar na frente de um estranho... é, ela com certeza estava chateada.

Checando o celular, surpreendeu-se ao ver que era a primeira vez que ligava para ela em meses!

Caramba. Meses?!

Pela manhã, enquanto preparava sua refeição, Rose conectou o fone de ouvido e ligou para Finn. Ao contrário de Rey, o número dele era constante em seu celular.

— Eu sou uma péssima amiga? – não perdeu tempo em perguntar.

Depende.

— Do que?

Se está se referindo à aquela vez que me tirou da cama às duas da manhã pra ir atrás do DJ nas docas, a resposta é sim- — Rose rolou os olhos, ele nunca iria perdoa-la por aquilo, iria?

— Não, não é isso.

— Então o que é?

— Só pensando... não acha engraçado como algumas coisas parecem diferentes na nossa cabeça?

— Rose, apenas fala.

Ela suspirou, soltando: — Passei quatro meses sem ligar pra Rey e só notei agora.

— Oh.

— Mas tipo, no meu ponto de vista, somos melhores amigas... não somos?

— Tá, e quanto a mensagens de texto?

— Cinco, e uma delas foi de condolências semana passada.

— Caramba.

— Pois é.

O silêncio que se seguiu só fez Rose se sentir ainda mais culpada. Lembrou-se do tom crítico de Ren sobre sua amizade com Rey e grunhiu em frustração.

— Mas hey, eu também não sou muito de ligar! – Finn continuou, em consolo. — E Rey sabe como somos ocupados! Ela entende!

Rose balançou a cabeça, sentindo um peso no peito familiar.

— Acho que é a ansiedade atacando de novo, ontem acabou comigo.

— Comigo também, – Finn concordou. — sonhei até que tínhamos pegado um caso de verdade, dá pra acreditar?

— Finn! – Rose riu.

— É sério, você estava lá e tinha um ruivo metido também.

Se levantando, ela saiu da cozinha e foi até o quarto, buscando algo decente em seu guarda roupa. Já podia sentir o quão longo o dia seria.

— Pode ir direto com o Hux, vou ter que passar na casa da Rey antes.

— Pra pedir desculpas?

Não, pra ela nos guiar pela mansão.

— Opa, o que?! Ela aceitou ajudar o Hux?!

— Em nos ajudar, Finn.

— Ah.

Rose parou, pensativa ao escolher um casaco de tom amarelo em vez do preto básico de sempre.

— Ei, o que acha daquele meu casaco amarelo?

— Você quer dizer marrom.

— Não é marrom! Já discutimos bastante sobre isso! É amarelo surrado.

— Tá bom, srta. Kiddo, – Finn ironizou, perguntando: — O que quer saber exatamente?

— Acho que realça a minha pele.

— Você é branca que nem papel, vai usar amarelo?!

— Finn!

— Estou brincando!

— Hum.

Ou será que não? – ele riu, sua voz estranha, deveria já estar tomando café da manhã e de boca cheia. — Por que está perguntando? Quer ficar bonita, é? Imagino pra quem.

— Vou fingir que não disse isso.

— Hummmm.

— Finn!

— Foi mal! É que é difícil não notar o que está acontecendo.

— E o que está acontecendo?!

Finn pareceu se engasgar do outro lado da linha, rindo. — Quer saber? Nada! Quando sair desse estado de negação, estarei aqui para te ouvir.

Rose bufou, rolando os olhos. — O único estado que eu estou é o de estresse constante!

Terminando de se arrumar, ela voltou para a cozinha a tempo de impedir as torradas de queimarem.

De novo.

Torradas? – Finn perguntou, em um tom conhecedor.

Rose sorriu, sentindo-se mais confiante. — Outra crise impedida!

Parando o carro em frente da casa da amiga, Rose buzinou, esperando.

Foi um longo tempo, mas assim que a figura apressada de Rey Niima surgiu pela porta, ainda vestindo um sobretudo cinza sobre um largo suéter preto, e o cachecol colorido ridículo que poderia dar quatro voltas em torno do pescoço (e só faltava ter a assinatura de Maz Kanata para comprovar o que era claro para qualquer um), Rose não perdeu tempo em abrir a porta do carro, a cumprimentando com um abraço caloroso.

— Ah, bom dia! – Rey soltou, surpresa. — Não me atrasei né? Eu literalmente acordei agora.

— Deu pra perceber, tomou café pelo menos?

Rey sorriu, tirando uma maçã do bolso do sobretudo, dando uma grande mordida. — Estou com mais duas no bolso, deve ser o suficiente!

— Pra você nunca é. – Rose murmurou, trocando o peso de uma perna para outra. — Então... obrigada por, sabe, se juntar a nós.

— Você chamou, eu vim.

Não, não só isso, eu estava lembrando de ontem, e com o Hux e... você sabe.

— Tudo bem, Rose.

— Não, não tudo bem, eu te fiz chorar e...

— Rose, o que foi?

A Detetive abaixou a cabeça, súbita vergonha esquentando suas bochechas.

— Você é a minha única amiga e... eu sei que ultimamente só vivo pro trabalho, e... e me desculpe.

Houve um momento.

Rey suspirou, desviando o olhar.

— Você não é a única que ficou distante, tá? Eu... também sou culpada.

Nisso, ela pensou em retrucar, mas sua parte humana e egoísta sentiu-se mais aliviada em dividir a culpa.

— Ei, – Rose a socou no ombro, levemente. — depois dessa investigação, Finn, você e eu, maratona de filmes, que nem nos velhos tempos.

— Acho que quer dizer cair no sono no primeiro filme.

— Exatamente.

— É, seria bom.

Sorrindo, as duas entraram no carro, e enquanto apertava o cinto, Rose aproveitou para se olhar no retrovisor. Poderia cuidar da ansiedade como fosse, mas de vez em quando a insegurança resolvia lhe fazer uma visita.

— Você acha que eu exagerei na maquiagem?

— Que maquiagem?

— A que eu estou usando. – Rose sorriu, apontando para o próprio rosto. Rey continuou confusa.

— Está usando maquiagem?

— ...ah, esquece.

Em frente ao portão principal, Rose estacionou o carro ao lado da viatura que Finn dirigia, próximo a guarita.

— Depois daqui, vamos entrar pelo bosque. – Rose disse, fechando o carro. — Será que pode nos guiar?

— Claro, mas... acham mesmo que alguém invadiu a casa?

— Eu não, mas Hux não quer descartar nenhuma possibilidade.

Rose mal havia terminado de falar, e o ruivo surgiu pela porta da guarita. Na luz da manhã, ele parecia tão... impaciente, ela se corrigiu, vendo-o bater forte a bengala contra o chão.

— O que deu em você?

— Está atrasada.

— O que?! – Rose riu, gasguita. — Você disse sete horas!

— São sete e três.

— Desculpe se três minutos te deixaram louco.

— Nosso tempo é precioso, Tico.

— E acha que eu não sei disso?

— Nunca é ruim lembrar.

O ruivo parecia pronto para entrar quando Rose pigarreou alto. — O que?

— Não está esquecendo de nada?

Ele franziu o cenho, só então parecendo notar a presença de Rey. Se a ignorou de propósito ou não, Rose não sabia, mas a tensão que ele criou com sua amiga iria parar.

— Ah, srta. Niima! Que bom que se juntou a nós.

— Não porque você chamou.

— Imaginei que não. – ele sorriu, apontando o dedo para ela. — Perdeu peso?

— Como?

— Esse suéter não é muito grande pra você?

Ou talvez não, Rose pensou, vendo a expressão de Rey se fechar. Ela estapeou sua mão ao passar por ele, sem dizer mais nada.

Hux fitou Rose inocentemente. — Eu só fiz uma pergunta.

— Que não era da sua conta.

— Ainda assim, uma pergunta.

— É difícil ser educado?

— Com você não.

Ela balançou a cabeça, o ignorando.

Para uma guarita, a casinha até que era grande, mas o número de objetos e caixas amontoadas fizeram todos se espremerem para entrar, e dentro do local, Finn parecia surpreendentemente confortável, conversando de modo animado com uma mulher negra, muito bonita; cabelos soltos naturais, bochechas altas e expressões suaves.

— E você não é o sr. Proofroc. – Rose concluiu, surpresa.

— Não, esse é o meu pai. Oi Rey!

— Oi, Jannah. Não sabia que estava na cidade.

— Vocês se conhecem? – Finn olhou entre as duas.

— Um pouco. – as duas responderam juntas, e Jannah continuou, para Finn: — Moro fora da cidade, por isso ela não nos apresentou.

— E o que faz no lugar do seu pai?

— Rose, a Jannah assumiu a segurança da casa depois da morte do Anakin. – Finn explicou.

— Ah, é?

— É, a morte dele afetou muito o meu pai... ele trabalhou nessa propriedade por quase cinquenta anos, vejam! – Jannah arrastou uma cortina, e a primeira coisa que chamou a atenção de Rose foi a espingarda antiga pendurada na parede, porém eram para as inúmeras fotos em preto e branco que Jannah apontava. — Naquele tempo era diferente, é claro, com rondas durante a madrugada... e mesmo com a tecnologia, ele ainda quis manter a arma.

— Você tem o porte, imagino.

— Eu-

— Mesmo que não tivesse, não estamos aqui para isso.

Rose arqueou as sobrancelhas, chocada. Finn abriu os braços, se explicando:

— Só estou sendo prático, okay? Estamos correndo contra o tempo! O ruivo aqui só tem dois dias pra resolver isso tudo.

— Na verdade, trinta e nove horas.

— Que ótimo, me sinto bem mais motivado agora.

— Você é obcecado com o tempo ou algo assim? – Rose cutucou, observando o ruivo atentamente. Apesar de tudo, ele tinha um sorriso no canto dos lábios.

— Algo assim.

— Uau.

— Foco, Tico.

— Jannah, – Rey os interrompeu, erguendo a voz. — Achamos que tem algo para nos mostrar?

— Oh, sim, é o vídeo daquela noite. Geralmente meu pai apaga, mas eu o convenci a não fazer, sabe, por precaução.

Encaixando a fita, logo as imagens do portão surgiram em um dos monitores. Todos se amontoaram ao redor, observando por um longo momento.

— Parece um filme de terror japonês. – Finn comentou, e Rose assentiu.

— Será que pode ir mais pra frente?

Rey se prontificou, olhando confusa para o aparelho. — Jannah, como eu faço pra avançar?

— É só apertar o botão de play e esse botão ao lado.

Ela o fez e as imagens avançaram rapidamente.

— Ótimo, pelo que meu pai disse, já deve estar perto do fim da-

Subitamente, o monitor apagou.

— Opa, o que você fez?

Rey afastou-se, assustada com a pequena fumaça.

— Ah Rey, você tinha que ficar apertando! Esse aparelho consome bastante fitas. – Jannah explicou, frustrada. — Eu devia ter trocado toda a segurança quando tive a chance! Eu estava planejando, mas meu pai se recusava.

— Tudo bem, não se preocupe. – Finn disse, e enquanto trocava mais algumas palavras com a mulher, Hux murmurou para Rose:

— Será que podem digitalizar isso pra vermos com mais calma?

— É, acho que sim.

— Eu peguei. – Rey anunciou. — Vamos?

Aos arredores da propriedade Skywalker, a natureza banhava as árvores de forma crua e natural, os raios de sol eram inúteis contra a névoa da manhã, e o chão lamacento estava recoberto por folhas secas. De um modo estranho, o som produzido a cada passo, acalmava o espírito de Rose Tico.

— Ah, e aquela estátua ali é do livro Guerreiros de Scarif. – e havia a tagarelice de Finn, é claro, explicando tudo que viam para Hux. — Foi um dos primeiros livros que eu li, é surpreendente.

— Esse também fala sobre uma ditadura?

— O que?

— E se passa no espaço?

— Sim, mas...

— Há algum livro do Skywalker que se passe em outra época?

— Sim.

— Qual?

Um Soldado Sem Guerra.

Hux lançou um olhar duvidoso para o rapaz, que suspirou.

— É o único que eu não terminei, se é isso que quer saber. Não fez muito sucesso.

— Por que?

— Porque ninguém quer ler uma completa tragédia.

— E os outros livros dele não são tragédias?

— Sim, mas com esperança! Amor! – Finn exclamou, fazendo a voz de fã que Rose já estava cansada de ouvir. — Anakin escreveu Um Soldado Sem Guerra logo depois da morte da esposa, e ele era um soldado antes de se tornar escritor.

Oh.

— Viu? Não apenas uma tragédia, mas uma tragédia real. Sem finais felizes. Ninguém quer ler isso, qual o sentido? Só pra ficar deprimido depois? O mundo é um lugar triste demais e sinceramente-

— Certo, certo, já entendi. – Hux interrompeu, parando por um momento e se apoiando na bengala. — Tivemos algum sucesso com a sobrinha que todo mundo odeia? Bazine, não é?

— Sim, quer dizer, não, mas ela deve vir pra leitura do testamento.

— É?

— Sim, quer dizer, é isso que gente rica faz né?

Hux pareceu levar alguns segundos para entender o olhar do rapaz. — Oh, eu não saberia dizer.

— Sério? Você tem a maior pinta de riquinho.

— Tenho?

Finn rolou os olhos, olhando para Rose como se dissesse, dá pra acreditar?

Hux seguiu seu olhar, se virando. — O que você acha, Tico?

Oh, ela achava muitas coisas.

Pra começar, o jeito singular do Detetive intimidava as pessoas, ela própria se sentia assim quando encarava seus olhos verdes por tempo demasiado. Ela achava que, por mais que seus comentários parecessem maldosos ou levianos, eles eram por uma razão; o que quer que se passasse em sua mente era incompreensível e genial. Ela achava que ao se perder na emoção da descoberta, deixava passar perguntas ainda mais importantes como: de onde você veio?

Quem é você realmente?

— Eu não sei. – Rose disse por fim, passando por um ruivo que, assim como ela, estava ansioso por respostas. — Ainda estou tentando descobrir.

Ele sorriu, voltando a caminhar.

— Srta. Niima?

— Sim?

— Acha que Bazine Netal virá hoje?

— Bazine? – Rey continuou, sem encara-lo. — É, ela vem sim.

— Qual a sua opinião?

Hux.

— Uma pergunta, Tico.

De qualquer forma, a enfermeira não o respondeu.

Foram mais alguns minutos até a mansão começar a surgir entre as árvores, e Rose ainda estava distraída com a paisagem quando Finn começou a reclamar:

— Quanta lama! Vai acabar com o meu sapato!

Rose concordou, mas pelo menos seus coturnos não eram brancos como os que Rey calçava.

— Espera, choveu semana passada? – Hux perguntou.

— Acho que sim.

— Choveu sim! – Finn afirmou, desgostoso. — Chirpa me fez passar horas lavando os pneus da viatura! Foi pra isso que eu passei noites em claro estudando?

— E aonde os pneus sujaram?

— Ah, sabe... por aí...

— Por aí onde?

— PAREM! – Hux gritou subitamente, os olhos tão arregalados quanto os de Finn. — Tem pegadas aqui!

— Pegadas?

— ‘Tá falando sério?

— Sim, e...

Os três seguiram o caminho de lama, deparando-se com Rey bem no meio dele, já ultrapassando a portinha para os jardins.

— Srta. Niima! Pare aí!

— O que?

— Não, se você puder ficar-

— O que foi?

— Não, não, pare exatamente aí-

— Por que? O que foi? Eu não te ouvi?

— Ah, deixa pra lá.

— O que eu fiz? – Rey perguntou para Finn, confusa. — Acharam alguma coisa?

— Achamos que poderia haver pegadas.

— Ah, – Rey assentiu, voltando a encarar o caminho. — Espera, pegadas?!

— Sim.

— Onde eu passei?!

Finn tentou sorrir, dando de ombros. — Bom... sim, mas, não, não se preocupe. Vamos achar outra pista.

Aaaaaargh, Finn! – a enfermeira passou as mãos pelo rosto, as longas mangas do suéter insistindo em recair sobre suas mãos. — Eu sou um desastre! Por que me trouxeram?

— Não, você não é um desastre.

— Sim, sou sim, não viu o que eu fiz com a fita? E agora isso.

Isso foi um acidente, e você não fez nada com a fita, o aparelho é velho, não ouviu o que a Jannah disse?

Antes que Rey pudesse responder, latidos altos alertaram a todos e subitamente, a pastora-alemã de Poe Dameron surgiu em alta velocidade, a coleira presa em seu pescoço se arrastando através da lama.

— Bebê oito! – Finn exclamou, estalando os dedos. — Não, vem cá! Vem cá! Não vai por aí não! Vai se sujar toda!

— Finn, melhor não fazer isso! Da última vez ela te derrubou tão forte que você demorou anos pra se levantar.

— Pode parecer estranho, mas eu conquistei esse bichinho nesse dia.

Não importou o quanto Finn chamasse pela cadela, ela apenas se rendeu para Rey, que se agachou, abrindo os braços.

— Isso, vem cá, heeeyy – Rey riu, lhe fazendo um carinho — De onde você veio? Sua orelha tá machucada. Andou cavando perto das margaridas de novo? É?

— HEY!

Do outro lado do jardim, próximo a casa, o próprio Poe Dameron balançava os braços.

— OI! – Rose gritou, acenando. — Acho que ele chegou agora. De que horas eles vão ler o testamento?

— As dez. – Hux disse, olhando em seu relógio de bolso, quem ainda usava relógio de bolso?!

— Eu vou leva-la de volta. – Finn se prontificou, e Rey o entregou a coleira.

— Cuidado.

— E não demora. – Rose adicionou.

— Não vou.

Finn.

— Relaxa!

Observando-o se afastar, Rose fingiu não ter se assustado quando Hux sussurrou atrás de si:

— Não vamos vê-lo por um longo tempo, não é?

Nop.

Como esperado, Finn havia sumido. BB-8 continuava a correr pelos jardins, dessa vez sem a coleira, o que fazia Rose se sentir menos irritada, pelo menos ele fez o que tinha dito... e talvez se perdido no caminho de volta.

— Nunca estive numa leitura de testamento. – enquanto caminhavam, Rey revelou.

— Então é como a leitura de um concurso de televisão, mas na realidade é uma declaração teatral amadora de imposto de renda.

Rey olhou para o Detetive estranhamente, mas Rose apenas sorriu.

— E o que vamos procurar?

— Qualquer coisa suspeita, fora do comum... vai saber quando encontrar.

Andando pela lateral da mansão, Rose se aproximou dos vasos de flores mais atentamente, de perto, elas pareciam quase-

Opa.

— Essas flores não são de verdade? – franzindo o cenho, perguntou para Rey.

— Não.

— Só notou isso agora?

— Falsas! – Rose repetiu, ignorando Hux.

— Sim.

— Flores falsas em um jardim.

— As margaridas são verdadeiras. – Rey suspirou ao responder, como se Rose soubesse a diferença! — As outras são de... decoração.

— Não é a coisa mais estranha do mundo, Tico. – Hux se aproximou, dizendo.

— Não, mas... isso é tão...

— Artificial?

— Literalmente falando.

Ele deu de ombros.

— É a época das mudanças, então... talvez isso mude também.

— O que?

Outono, é a época das mudanças, – ele explicou. — Coincidentemente a época em que Anakin resolveu mudar a vida das pessoas ao seu redor, de vontade própria... ou não.

Rose assentiu, grata por ter Hux a lembrando do verdadeiro foco.

— Acho que vamos descobrir.

— Sim, vamos – o ruivo virou por um momento, e simplesmente piscou para ela. — Amei o que fez com os olhos aliás, seja lá o que for.

— Eu não fiz nada.

— É?

— Não fiz.

— Acredito.

— É sério.

Ele assentiu, dando-lhe as costas.

Sozinha, Rose mordeu os lábios para conter o sorriso porque, ele notou, ele notou, ele notou, ele notou, ele notou!