Ligados Pelo Destino
91 - Beth
Rachel
– Parabéns! – o Kurt disse nos abraçando – Vocês foram de mais.
– Ok. Temos que ir. – eu disse.
– Não podemos ficar e ver a Katy? – o Blaine praticamente implorou.
– Não. Está na hora de voltar pro hotel. Menos nós duas. – disse abraçando a Quinn.
– E por que vocês não vão voltar para o hotel? – a Demi perguntou.
– Demi, baby, pare de perguntar. – o Sam disse – Não quero ouvir esse tipo de coisa.
– Sam, pare com isso. – Demi riu.
– Você não cansa não é Sam? – eu ri – Quer outro tapa é?
– Não, obrigado. Aquele ainda dói às vezes. – nós rimos
– E a Harmony? – Quinn perguntou.
– Vou levá-la para o Will. – o Kurt disse, e eu a entreguei para ele – Ele já esta esperando.
– Encontramos vocês no hotel. – eu disse e puxei a Quinn pelo braço.
– Minha irmã tem hora pra chegar heim Berry!
– Vá à merda Sam! – a Quinn gritou e nós fomos embora rindo.
Alguns minutos depois eu parei em frente ao orfanato e respirei fundo.
– Quinn? – eu chamei quando a vi encarando o local.
– Por que você me trouxe aqui?
– Eu quero que você me ouça com calma ok? – pedi e ela assentiu – Há algum tempo atrás você me contou sobre Beth. – ela me olhou com os olhos arregalados – Eu conversei com o meu pai e meu tio, e eles a procuraram. Foi mais fácil do que imaginei acha-la.
– Ela... Ela esta...
– Seus pais a mandaram para um orfanato que estava falindo. As crianças de lá foram mandadas para diferentes orfanatos. Beth veio para esse. Nesses seis anos, ela continua ai.
– Rachel...
– Você vai poder conhecê-la ou não Quinn. Dizer-lhe a verdade ou não. É uma escolha sua. Mas, por favor, pelo menos entre e converse com a diretora do orfanato. Saiba como ela é.
– Eu quero vê-la Rach. E quero tirá-la daí o mais rápido possível.
– Meu pai e meu tio já estão cuidando disso também. Vem. Vamos conhecer ela.
Enquanto andávamos ate o portão do orfanato, eu podia sentir Quinn quase quebrar minha mão, e sorri.
– Se acalma. – murmurei – Bom dia Mercedes. – cumprimentei a diretora que já nos esperava.
– Bom dia Rachel. – ela sorriu – Você deve ser Quinn.
– Exato. – Quinn gaguejou.
– Ela está esperando?
– A maioria esta. Me ouviram conversar com você e querem conhecer Quinn Fabray. – ela disse e se virou para Quinn – Ela é sua fã. Mas, por favor, de um pouco de atenção aos outros também ok? A maioria também é. – ela sorriu.
– Tudo bem. – Quinn disse e nós entramos.
Por quase meia hora, Quinn conversou e brincou com todas as crianças. Exceto uma, que ficou o tempo todo sentada em um canto, tentando não ser percebida.
– Hey! – eu disse me aproximando – Você não vai falar com ela?
– Não. Tem tanta gente lá, por que ela iria querer falar comigo?
– Como você se chama?
– Beth. – ela disse e eu sorri, só então reparando mesmo na garota. A copia de Quinn, em versão menor.
– Muito bem crianças, já chega. – Mercedes chamou a atenção das crianças – Hora de ir pra escola.
Quinn olhou de mim para Mercedes e suspirou.
– Mas a gente quer ficar aqui com a Quinn. – uma garota resmungou e Quinn sorriu.
– Eu vou estar aqui quando vocês voltarem.
As crianças gritaram e começaram a subir as escadas correndo. Beth suspirou, levantou do meu lado, e ia segui-las.
– Beth. – Mercedes chamou – Você não vai à aula hoje. – a garota a olhou com os olhos arregalados – Me espere no quarto, ta bem?
Depois que Beth subiu e as outras crianças foram para a escola, Mercedes nos levou ate o seu escritório.
– E então? – Quinn perguntou – Como você acha que ela vai reagir?
– Não sei. – Mercedes suspirou – Eu serei sincera com você: ela é a única que não fala sobre os pais. Beth é muito quieta e sozinha. Não sei como ela vai reagir ao saber que a mãe a procurava.
– Bem... Eu vou dizer a ela que... Não sei... O hospital a mandou pro orfanato no lugar de outra criança? Algo como, trocada na maternidade.
– Ou você pode por a culpa no pai. – sugeri.
– Noah me mataria. – ela murmurou e eu franzi a testa. Afinal, quem era Noah?
– Qual é a verdade?
– Eu era muito nova, meus pais não a queriam, e eu não pude fazer nada.
– Bem, fique com a historia do hospital. É convincente e não a fará se sentir rejeitada.
– E se... Ela se negar a... E se ela não me quiser? – Quinn murmurou.
– Q, eu to aqui ok? – apertei sua mão de leve – Ela não vai te negar. E, se ela o fizer, vai ser só no começo. Eu to com você e a gente não vai desistir.
– Como vocês preferem fazer isso?
– Eu vou falar com ela. – Quinn disse e se virou para mim – Só... Fique por perto. Por favor.
Quinn
– Beth. – chamei abrindo um pouco a porta – Posso entrar?
– Pode Quinn. – ela murmurou deitada e encolhida na cama.
– Você ta bem?
– Eu só... Acho que devo ter aprontado alguma coisa. – ela sentou e eu sorri.
– E se você aprontou?
– Bem... A Mercedes vai conversar comigo, e, se for muito grave, ela vai me deixar sem TV por dois ou três dias. – ela deu de ombros – É que eu não gosto que a Mercedes fique brava comigo. Ela é como uma mãe, já que... Bem, a minha não me quis. – ela murmurou e aquilo foi como levar um tiro novamente. Mas o tiro tinha doido menos. Muito menos.
– Você... Você gostaria de conhecer sua mãe?
– Pra ela dizer que não me quer? Não. Não mesmo.
– E se... Se ela te quiser?
– Você conhece minha mãe? – ela arregalou os olhos – E ela me quer?
– A resposta é sim pros dois.
– Então, por que ela me deixou aqui?
– Ela não deixou. Foi um erro do hospital e... A sua mãe ainda te procura, desde que ela descobriu que entregaram a criança errada pra ela.
– Ela... Ficou com essa criança?
– Não. Sua mãe só queria a filha dela. Ela ainda quer.
– E por que ela não veio com você?
– Você quer conhecer ela?
– Quero. Se ela gosta de mim, eu quero.
– Você achava que ela não gostava de você?
– Ela não me procurou por seis anos, então...
– Ela procurou, só não achou.
– Eu quero conhecer ela.
– E o que você vai fazer quando você ver ela?
– Eu quero abraçar ela, chamar ela de mãe e... Eu queria que ela disse-se que me ama. – ela corou.
Eu a abracei, e respirei fundo.
– Eu te amo Beth. Prometo que não vou deixar você sair de perto de mim nunca mais. Nunca.
– Quinn... Eu disse que queria que a minha mãe disse-se que me ama. – ela riu fraco, mas me abraçou também.
– Eu sou sua mãe Beth. – eu disse e senti ela ficar rígida nos meus braços – Ta tudo bem?
– Você é a minha mãe?
– Eu... Você não gostou de saber? – eu me afastei um pouco.
– Eu... Eu gostei, só... Você? – eu balancei a cabeça e ela sorriu antes de pular em cima de mim e me abraçar – Mãe! – ela soluçou.
Eu a apertei contra mim e deixei as lagrimas escorrerem pelo meu rosto, assim como ela fazia.
– Eu te amo tanto Beth. Desculpa por você ter ficado aqui. Eu queria ter te achado antes. Eu juro.
– Tudo bem mãe. – eu sorri ao ouvi-la, finalmente, me chamar de mãe – A Mercedes é legal. Só era chato quando o pessoal na escola zoava a gente.
– Bom, você pode me apresentar pra eles como sua mãe, se quiser.
– Eu posso? – os olhos dela brilharam.
– Pode. Mas só depois que você se trocar, por que eu quero levar minha filha pra passear.
Ela sorriu e pulou do meu colo, correndo pro guarda-roupa.
– Te espero lá fora. – avisei e sai, sorrindo.
Desci as escadas correndo e encontrei Rachel e Mercedes me encarando.
– Como foi?
Eu abracei Rachel e escondi meu rosto em seu pescoço, deixando as ultimas lagrimas correrem.
– Obrigada. – eu disse – Obrigada por trazê-la de volta pra mim.
– Parece que deu tudo certo. – ela sorriu.
– Maravilhosamente certo. – eu sorri e me afastei – Mercedes, eu disse que vou levá-la pra dar uma volta. Espero que não se importe.
– Tudo bem. Ela só tem que voltar antes das outras crianças.
– Ok.
– Assim que a gente casar, talvez até antes, ela já vai estar com a gente. – Rachel sorriu.
– Nossas duas meninas vão estar. – eu disse.
– Eu to pronta mãe! – Beth gritou descendo as escadas correndo.
– Vamos? – Rachel sorriu – Eu vou precisar de uma carona até o hotel, antes de vocês irem se divertir.
Beth deu a mão para mim e Rachel e eu sorri, saindo com elas.
Só faltava Harmony com a gente pra família estar completa.
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