Rachel

– Parabéns! – o Kurt disse nos abraçando – Vocês foram de mais.

– Ok. Temos que ir. – eu disse.

– Não podemos ficar e ver a Katy? – o Blaine praticamente implorou.

– Não. Está na hora de voltar pro hotel. Menos nós duas. – disse abraçando a Quinn.

– E por que vocês não vão voltar para o hotel? – a Demi perguntou.

– Demi, baby, pare de perguntar. – o Sam disse – Não quero ouvir esse tipo de coisa.

– Sam, pare com isso. – Demi riu.

– Você não cansa não é Sam? – eu ri – Quer outro tapa é?

– Não, obrigado. Aquele ainda dói às vezes. – nós rimos

– E a Harmony? – Quinn perguntou.

– Vou levá-la para o Will. – o Kurt disse, e eu a entreguei para ele – Ele já esta esperando.

– Encontramos vocês no hotel. – eu disse e puxei a Quinn pelo braço.

– Minha irmã tem hora pra chegar heim Berry!

– Vá à merda Sam! – a Quinn gritou e nós fomos embora rindo.

Alguns minutos depois eu parei em frente ao orfanato e respirei fundo.

– Quinn? – eu chamei quando a vi encarando o local.

– Por que você me trouxe aqui?

– Eu quero que você me ouça com calma ok? – pedi e ela assentiu – Há algum tempo atrás você me contou sobre Beth. – ela me olhou com os olhos arregalados – Eu conversei com o meu pai e meu tio, e eles a procuraram. Foi mais fácil do que imaginei acha-la.

– Ela... Ela esta...

– Seus pais a mandaram para um orfanato que estava falindo. As crianças de lá foram mandadas para diferentes orfanatos. Beth veio para esse. Nesses seis anos, ela continua ai.

– Rachel...

– Você vai poder conhecê-la ou não Quinn. Dizer-lhe a verdade ou não. É uma escolha sua. Mas, por favor, pelo menos entre e converse com a diretora do orfanato. Saiba como ela é.

– Eu quero vê-la Rach. E quero tirá-la daí o mais rápido possível.

– Meu pai e meu tio já estão cuidando disso também. Vem. Vamos conhecer ela.

Enquanto andávamos ate o portão do orfanato, eu podia sentir Quinn quase quebrar minha mão, e sorri.

– Se acalma. – murmurei – Bom dia Mercedes. – cumprimentei a diretora que já nos esperava.

– Bom dia Rachel. – ela sorriu – Você deve ser Quinn.

– Exato. – Quinn gaguejou.

– Ela está esperando?

– A maioria esta. Me ouviram conversar com você e querem conhecer Quinn Fabray. – ela disse e se virou para Quinn – Ela é sua fã. Mas, por favor, de um pouco de atenção aos outros também ok? A maioria também é. – ela sorriu.

– Tudo bem. – Quinn disse e nós entramos.

Por quase meia hora, Quinn conversou e brincou com todas as crianças. Exceto uma, que ficou o tempo todo sentada em um canto, tentando não ser percebida.

– Hey! – eu disse me aproximando – Você não vai falar com ela?

– Não. Tem tanta gente lá, por que ela iria querer falar comigo?

– Como você se chama?

– Beth. – ela disse e eu sorri, só então reparando mesmo na garota. A copia de Quinn, em versão menor.

– Muito bem crianças, já chega. – Mercedes chamou a atenção das crianças – Hora de ir pra escola.

Quinn olhou de mim para Mercedes e suspirou.

– Mas a gente quer ficar aqui com a Quinn. – uma garota resmungou e Quinn sorriu.

– Eu vou estar aqui quando vocês voltarem.

As crianças gritaram e começaram a subir as escadas correndo. Beth suspirou, levantou do meu lado, e ia segui-las.

– Beth. – Mercedes chamou – Você não vai à aula hoje. – a garota a olhou com os olhos arregalados – Me espere no quarto, ta bem?

Depois que Beth subiu e as outras crianças foram para a escola, Mercedes nos levou ate o seu escritório.

– E então? – Quinn perguntou – Como você acha que ela vai reagir?

– Não sei. – Mercedes suspirou – Eu serei sincera com você: ela é a única que não fala sobre os pais. Beth é muito quieta e sozinha. Não sei como ela vai reagir ao saber que a mãe a procurava.

– Bem... Eu vou dizer a ela que... Não sei... O hospital a mandou pro orfanato no lugar de outra criança? Algo como, trocada na maternidade.

– Ou você pode por a culpa no pai. – sugeri.

– Noah me mataria. – ela murmurou e eu franzi a testa. Afinal, quem era Noah?

– Qual é a verdade?

– Eu era muito nova, meus pais não a queriam, e eu não pude fazer nada.

– Bem, fique com a historia do hospital. É convincente e não a fará se sentir rejeitada.

– E se... Ela se negar a... E se ela não me quiser? – Quinn murmurou.

– Q, eu to aqui ok? – apertei sua mão de leve – Ela não vai te negar. E, se ela o fizer, vai ser só no começo. Eu to com você e a gente não vai desistir.

– Como vocês preferem fazer isso?

– Eu vou falar com ela. – Quinn disse e se virou para mim – Só... Fique por perto. Por favor.

Quinn

– Beth. – chamei abrindo um pouco a porta – Posso entrar?

– Pode Quinn. – ela murmurou deitada e encolhida na cama.

– Você ta bem?

– Eu só... Acho que devo ter aprontado alguma coisa. – ela sentou e eu sorri.

– E se você aprontou?

– Bem... A Mercedes vai conversar comigo, e, se for muito grave, ela vai me deixar sem TV por dois ou três dias. – ela deu de ombros – É que eu não gosto que a Mercedes fique brava comigo. Ela é como uma mãe, já que... Bem, a minha não me quis. – ela murmurou e aquilo foi como levar um tiro novamente. Mas o tiro tinha doido menos. Muito menos.

– Você... Você gostaria de conhecer sua mãe?

– Pra ela dizer que não me quer? Não. Não mesmo.

– E se... Se ela te quiser?

– Você conhece minha mãe? – ela arregalou os olhos – E ela me quer?

– A resposta é sim pros dois.

– Então, por que ela me deixou aqui?

– Ela não deixou. Foi um erro do hospital e... A sua mãe ainda te procura, desde que ela descobriu que entregaram a criança errada pra ela.

– Ela... Ficou com essa criança?

– Não. Sua mãe só queria a filha dela. Ela ainda quer.

– E por que ela não veio com você?

– Você quer conhecer ela?

– Quero. Se ela gosta de mim, eu quero.

– Você achava que ela não gostava de você?

– Ela não me procurou por seis anos, então...

– Ela procurou, só não achou.

– Eu quero conhecer ela.

– E o que você vai fazer quando você ver ela?

– Eu quero abraçar ela, chamar ela de mãe e... Eu queria que ela disse-se que me ama. – ela corou.

Eu a abracei, e respirei fundo.

– Eu te amo Beth. Prometo que não vou deixar você sair de perto de mim nunca mais. Nunca.

– Quinn... Eu disse que queria que a minha mãe disse-se que me ama. – ela riu fraco, mas me abraçou também.

– Eu sou sua mãe Beth. – eu disse e senti ela ficar rígida nos meus braços – Ta tudo bem?

– Você é a minha mãe?

– Eu... Você não gostou de saber? – eu me afastei um pouco.

– Eu... Eu gostei, só... Você? – eu balancei a cabeça e ela sorriu antes de pular em cima de mim e me abraçar – Mãe! – ela soluçou.

Eu a apertei contra mim e deixei as lagrimas escorrerem pelo meu rosto, assim como ela fazia.

– Eu te amo tanto Beth. Desculpa por você ter ficado aqui. Eu queria ter te achado antes. Eu juro.

– Tudo bem mãe. – eu sorri ao ouvi-la, finalmente, me chamar de mãe – A Mercedes é legal. Só era chato quando o pessoal na escola zoava a gente.

– Bom, você pode me apresentar pra eles como sua mãe, se quiser.

– Eu posso? – os olhos dela brilharam.

– Pode. Mas só depois que você se trocar, por que eu quero levar minha filha pra passear.

Ela sorriu e pulou do meu colo, correndo pro guarda-roupa.

– Te espero lá fora. – avisei e sai, sorrindo.

Desci as escadas correndo e encontrei Rachel e Mercedes me encarando.

– Como foi?

Eu abracei Rachel e escondi meu rosto em seu pescoço, deixando as ultimas lagrimas correrem.

– Obrigada. – eu disse – Obrigada por trazê-la de volta pra mim.

– Parece que deu tudo certo. – ela sorriu.

– Maravilhosamente certo. – eu sorri e me afastei – Mercedes, eu disse que vou levá-la pra dar uma volta. Espero que não se importe.

– Tudo bem. Ela só tem que voltar antes das outras crianças.

– Ok.

– Assim que a gente casar, talvez até antes, ela já vai estar com a gente. – Rachel sorriu.

– Nossas duas meninas vão estar. – eu disse.

– Eu to pronta mãe! – Beth gritou descendo as escadas correndo.

– Vamos? – Rachel sorriu – Eu vou precisar de uma carona até o hotel, antes de vocês irem se divertir.

Beth deu a mão para mim e Rachel e eu sorri, saindo com elas.

Só faltava Harmony com a gente pra família estar completa.