Rachel

Já era uma da manha e eu estava parada do lado de fora do quarto de hotel em que eu estava dormindo, olhando para o nada, pensando naquela carta.

O que meu pai quis dizer com aquela história de que se não tivessem encontrado o corpo dele tinha grande chances de nos vermos novamente?

E quem era minha irmã?

Se ela ainda estava viva, eu faria questão de conhecê-la.

Será que meu pai chegou a descobrir onde e como ela esta? E mesmo que não tenha descoberto, será que o tio Will sabia?

- Você ta legal? – a voz da Quinn me fez pular de susto e voltar à realidade. – Desculpa. Não queria ter te assustado.

- Tudo bem. Só estava pensando.

- Posso perguntar no que?

- Meu pai. E alguns problemas.

- Se você precisar conversar Rach, saiba que eu vou estar sempre pronta pra te ouvir.

- Obrigada Quinn.

- É para isso que servem os amigos. – eu a encarei por um segundo – O que foi?

- Nada.

- Rachel, você pode confiar em mim.

- Mas, infelizmente, não sei se posso confiar em mim.

- O que você quer dizer?

- Esquece.

Eu não era boa nessa história de paquera. Então, era melhor nem tentar. Tudo bem, eu confesso que estava apaixonada. Mas, mesmo assim...

Ela me encarou por alguns segundos. Olhou diretamente dentro dos meus olhos.

- Rach, ontem, quando eu te beijei...

- Eu sei. Não significou nada pra você.

- Você realmente acha isso?

- O que mais eu poderia achar? Não é sempre assim Fabray? Não é essa a solução para que nenhuma das duas saia chateada? Sempre foi...

Eu não consegui terminar de falar. Ela me beijou.

- Lucy, para com isso. – eu disse me afastando dela – Eu to começando a achar que você gosta de mim.

- E quantas vezes eu vou ter que te beijar para você ter certeza? – eu fiquei encarando ela por um minuto interminável, ate que ela respirou fundo – Acho que vou ter que pagar para ver.

Ela me beijou mais uma vez e eu fiquei sem reação.

Se controla Rachel. Se controla.

Quando ela se afastou eu a olhei nos olhos.

- Caso você ainda não tenha entendido – ela disse com um sorriso malicioso – eu te amo.

Eu simplesmente a beijei.

- Eu vou considerar isso um “eu também te amo.” – ela disse rindo.

- Considere isso como um “se você me decepcionar a coisa vai ficar feia.” – afinal, eu tenho uma arma. Pensei.

Ela riu e me beijou novamente, dessa vez, de um jeito diferente. Com mais desejo.

Ela desceu a mão da minha cintura ate a minha coxa, e eu prendi as minhas pernas em volta da cintura dela.

- Q, – eu disse meio sem fôlego – acho melhor a gente parar com isso.

Caramba! Eu não convenci nem a mim mesma falando desse jeito.

- E por quê? – ela perguntou rindo enquanto beijava meu pescoço.

- Quer saber? Esquece o que eu disse.

Eu não vi quanto tempo levou ou como aconteceu, mas quando eu me dei conta estava deitada na cama do quarto onde a Quinn estava – bem ao lado do meu – observando enquanto ela encostava a camisa e tirava a porta. Ou ao contrario. Tanto faz. Era difícil raciocinar já que minha cabeça rodava só de pensar no que estávamos prestes a fazer.

Céus! Ela era uma garota, e estávamos prestes...

- Quinn. Espera. – eu cochichei quando ela se aproximou – Você... Você já fez isso antes?

- Já. – ela disse franzindo a testa, parada a poucos centímetros da cama – Você não?

- Já. – me aprecei para responder – Mas... Nunca com outra garota.

- Oh! – ela disse e sentou do meu lado, colocando a camisa – Acho que você tem razão. Deveríamos ter parado lá fora. Alias, nem ter nos beijado deveríamos.

- Não é isso. – sussurrei abaixando a cabeça e, provavelmente, ficando vermelha – Eu só... Não sei o que fazer.

- Acredite, você saberia. – ela riu – Mas você é hetero não é? Me desculpa se eu...

Eu a beijei antes que ela termina-se.

- Esquece. – ela já tinha me dito o que eu precisava ouvir mesmo – Mas, eu tenho uma pergunta pra te fazer.

- Pode falar. – ela resmungou.

- Quem te falou pra por a camisa de novo?

Ela riu, e me beijou.