Capítulo 8 - Lily se tornou amiga?! (PDF parte 1)

Eu e Kaito marcamos um encontro no shopping perto da minha casa. Sempre sugiro este lugar, pois posso ir andando para lá, sem precisar pagar nenhum táxi. Quando chego, ele já estava à minha espera. Estranho, pois moro perto demais do lugar, então, por mais que tenha vindo andando, eu chegaria antes dele. Dou de ombros e me aproximo. Ele sorri ao me ver e me dá um selinho. Logo, começamos nossa tarde juntos.

Primeiro fazemos um lanche na Mc Donalds, depois fomos ao cinema, onde assistimos um filme de terror, à pedido dele. Descubro seu amor por filmes assustadores nesse momento. No filme, houveram momentos em que fiquei tão assustada que me agarrava às roupas do garoto. Ao fim, ficamos andando pelo shopping, conversando e tomando sorvete.

– A Lily era meio possessiva... - ele diz, quando tocamos no assunto.

– Hum... Acha que ela vai tentar te reconquistar? - dou uma lambida no meu sorvete de chocolate.

– Ela é bem volúvel a certas coisas. - ele dá de ombros e também lambe seu cone de sorvete de baunilha.

Fico em silêncio. Estou insegura a respeito desse assunto.

– Tem certeza que ela não quer me matar?

– Ela não faria isso! - ele ri, como se aquilo fosse a coisa mais ridícula do mundo.

Continuo tomando meu sorvete, enquanto tempo me esquecer do assunto, já que Kaito me garante isso tudo...

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No dia seguinte, no clube de música, Lily adentra radiante na sala, escancarando a porta.

– Bom diaaa! - ela cantarola, alto.

– B... Bom dia... - apenas eu respondo.

– Ah, Miku-chan! - espera... "Miku-chan"? Mas o que está acontecendo aqui?? – Eu estava pensando... O que acha de vermos quantas visualizações já temos no vídeo de Matryoshka? Já se passou uma semana desde que postamos, certo?

– A... Ah, sim! - concordo. Todos parecem "acordar" com a notícia, se levantando e correndo para a biblioteca, para a parte de informática. Eu e Gumi nos sentamos à frente de um dos computadores, enquanto o resto do clube ficava atrás de nós, se espremendo para ver a tela da máquina.

Eu abro a página do You Tube, tremendo enquanto digito MATRYOSHKA na barra de busca. Espero, apreensiva, a página seguinte abrir. Quando abre, vejo uma coluna de vídeos. O primeiro era o de duas garotas de cabelos verdes. Clico nesse e quase caio da cadeira ao ver as visualizações. Mais de um milhão!! Era a chance que precisávamos! Com certeza alguma gravadora já havia visto, certo? Os outros ficam de boca aberta.

– Waaah!!! - Gumi grita, quando "acorda", acaba se empurrando sem querer e derruba a cadeira, caindo de costas no chão e levando uma bronca da bibliotecária.

Abaixo a página para ver os comentários e fico, cada vez mais, incrédula. As pessoas diziam que queriam mais vídeos, que éramos talentosas e que deveríamos ser famosas. Famosas...

– Ei, - Len alerta - Alguém tem a filmagem do show de talentos? Poderíamos postar esse, já que estão pedindo outros vídeos.

– Boa idéia, Nii-chan!

– Eu tenho a filmagem. - Lily se espreme entre os outros para ver a página, então sorri para mim. - Miku-chan, eu conheço uma boa gravadora. Posso enviar o vídeo ainda hoje.

– A... Ah... E... Eu..! - não conseguia dizer uma única palavra. - Gr... Gra... O... que...?

– Parabéns, Miku - Kaito surge do meio dos outros e me beija.

– Ah... - Droga! Esqueci como se fala, é???

O beijo só faz o pessoal bater palmas e ficar mais eufórico. Assim, somos expulsos da biblioteca, por ter ignorado a bibliotecária. No corredor, todos festejam e voltam animados para suas salas, pois o recreio acabou. Eu fui a única que não falou nada e não comemorou até chegar em minha sala, com Rin.

– Rin, - eu a chamo, fazendo-a parar na porta. - Acha que isso vai despertar a atenção deles?

– Acho que não. - ela dá de ombros. - São uma empresa tecnológica, não têm tempo de ficar fuçando a internet atrás de nós. E, além do mais, eu, Len, Gumi e a maioria de nós já é adotado, não poderiam simplesmente nos prender de novo. Teriam que entrar na justiça e, provavelmente, perderiam.

– Mas Rin, - minha voz treme. - Eu não sou adotada! Eles poderiam me pegar e me levar de volta para aquele lugar terrível, facilmente!

– Devia ter pensado nisso antes de fugir do orfanato. - ela diz secamente, enquanto os alunos entram e se ajeitam em suas carteiras. Ela faz o mesmo e eu repito o ato. Tremendo.

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A semana passou bem rápido. Lily se mostrou uma grande amiga, ótima cantora e ótima estilista. Ando saindo mais com meu príncipe e me apaixonando cada vez mais por ele. Compus mais músicas. Love Is War, iNSaNiTY e Last Night, Good Night. Mas o que mais me entristeceu, foi o fato de a minha amizade com Len estar morrendo. Ele parece mais distante, já não conversamos, mais. Ele me responde secamente e nunca mais me visitou ou telefonou. Nem Rin parece estar muito feliz comigo. Está mais fria, comigo. Sinto falta desses gêmeos... Principalmente de Len...

Hoje é Sábado, então irei encontrar com Gumi, Luka e Gakupo no karaokê costumeiro. Tomo um banho, ponho uma calça jeans, uma blusa de mangas compridas, listrada de preto e branco, por cima, uma camisa vermelha e um babado preto e felpudo, prendo o cabelo em um rabo de cavalo e saio de casa.

Ao chegar no karaokê, os outros já estam na mesa de costume, perto do palco. Vejo que Gumi estava sendo questionada por algumas meninas, provavelmente sobre o vídeo. Ontem, havíamos mandado o vídeo para várias gravadoras e estávamos apenas esperando suas respostas.

Ao me verem, todos na mesa sorriem, inclusive as garotas que estavam enchendo Gumi de perguntas. Me sento e a vítima passa a ser eu, mas me livro delas, dizendo que eu e a outra iremos cantar. Subimos e cantamos nossa música, que já estava cadastrada no karaokê. Somos muito aplaudidas ao final da música. Aplausos... Finalmente.

Descemos do palco e ficamos conversando, enquanto outras pessoas cantam. Até que chegamos à um assunto que me incomoda um pouco.

– Ultimamente o Len tem estado estranho... - Luka murmura. - Rin diz que ele nem toca na comida direito... E isso explicaria também, o porque de ele não querer tocar no clube...

Fico calada. Len está tão mal assim?

– Wah... - Gumi suspira. - O que aconteceu com esse baixinho, hein?

É o que eu gostaria de saber...

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Sábado passou voando também, e aquele assunto sobre o Len vem me preocupando. Tentei ligar para ele ontem, mais ele não atendeu. Resolvo ligar novamente, mais ele continua sem atender.

– Len... - resolvo deixar recado - Por favor, me liga... Sinto sua falta... E eu soube que você anda mal... Por favor, me retorna. Espero que possamos voltar a ser amigos... Como antes. Sinto falta do meu Len... Do meu Shota - rio, sem graça e desligo.

Largo o celular na cama, mas ele toca. Me desespero a atender, pensando que fosse o Len, tanto que nem vi de quem era o número.

– Alô? - atendo desesperada.

– ... Calma, Miku-chan. - desanimo ao ouvir a voz de Lily.

– Ah, oi Lily.

– Ei, ei, que baixo astral é esse?

– Ah... Bem... Eu..

– Não quero ouvir! - ela me interrompe. - Venha aqui em casa a-go-ra. Quero te apresentar para algumas amigas.

– Tu... Tudo bem.

– Venha rápido, 'kay?

– Okay... - ela desliga e começo a me arrumar.

Desta vez, visto uma blusa comprida, com mangas também compridas, listrada em azul escuro e preto. Uma calça legin (nota: não sei se é assim que se escreve @-@) negra e botas da mesma coloração. Deixo os cabelos soltos e pego um taxi para ir à casa de Lily, que já havia visitado antes.

Ao chegar, percebo que há um som alto tocando lá dentro. Toco a campainha e, em poucos segundo, a loira abre.

– Miku-chan! - ela me abraça. - Entre!

Entro e vejo que há uma festa acontecendo ali. Nunca fui muito chegada a festas... Portanto me senti desconfortável. Entrei na casa, sentei no sofá, onde Sonika, Cul, Haku e Neru estavam bebendo alguma coisa. Provavelmente bebidas alcólicas.

– Miku-chan, - Lily diz animada e aponta para as garotas. - Essas são Sonika, Cul, Iowane Haku e Akita Neru. Minhas amigas.

– Olá - digo, mesmo já as conhecendo.

– Yoo. - elas dizem em coro, em seguida riem.

Sou obrigada a rir também, então Lily aponta para a TV e diz que tem um karaokê com músicas de anime e que poderíamos usá-lo. Ela instala o aparelho na sala, onde estávamos, e liga dois microfones ali.

– Ah! - ela se lembra de algo. - Eu quero lhes apresentar o Hot Trio!

– Ah, claro! - Cul se levanta e se posiciona ao lado da loira. Depois Sonika se aproxima e digita um número no karaokê. Então, se coloca do outro lado de Lily.

Uma música começa assim que Sonika começa a cantar, para minha surpresa, em um inglês perfeito. Depois a música é cortada por outra, mais agitada, cantada por Lily, em japonês. Depois de mais um tempo, a música é cortada por outra que parece uma mistura de rock com eletrônica, cantada por Cul. Falando assim, parece horrível, mas ficou realmente ótima, essa mistura de músicas ligairamente diferentes.

Ao final, eu, Haku e Neru aplaudimos. Passamos o resto da tarde conversando e cantando muito. Descubro que Sonika é gringa. É uma vocaloid feita nos Estados Unidos, que foi comprada pela empresa de Tokio, mas fugiu quando estava sendo transferida. Cul era do sul do Japão, foi transferida para Tokio mas fugiu quando pôde. Neru havia fugido com Lily, Haku e Kaito. E eu também contei minha história.

Quando olhei as horas, vi que já era terde e me despedi de todas elas. Lily me acompanhou até a porta da frente e se lembrou de algo.

– Ah, Miku-chan! - ela diz, antes que eu entre no taxi. - Eu ainda estou esperando a resposta da gravadora. Não sei por que eles ainda não responderam. Acho que, por serem muito ocupados, eles não têm muito tempo para ficar vendo a internet.

Gelo ao ouvir isso. Assinto e entro no taxi. Quem havia me dito algo parecido com isso, mesmo?

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Segunda feira se arrastou contra minha vontade. No clube, Kaito continuava a me agarrar, Gumi continuava entediada, Teto continuava tentando achar um lugar costumeiro, Lily prosseguia como minha amiga, e Len continuava estranho. Pensei em falar com ele, mas ficava nervosa ao tentar fazer isso.

Logo, o dia acabou, voltei para casa e me joguei na cama. Tentei dormir um pouco, mas não consegui, então fiquei pensando em alguma maneira de trazer o Len, de volta.

De repente, ouço um estrondo, vindo do primeiro andar de minha casa. Me encolho em minha cama, assustada. Ouço passos de várias pessoas, apressados e alto. Vão ficando mais altos. Mais altos. Mais altos, até que a porta do meu quarto é arrombada.

Fico gélida, paralizada de medo. Lá, à minha frente. Está Lily e, atrás dela, homens vestindo jalecos brancos, os quais, eu conhecia muito bem. Muitos homens vêm se aproximando. Uns com armas atordoadoras, outros com algemas.

– Eles responderam. - Lily sorri e, ao dizer isso, gargalha loucamente.

Os homens de jaleco se aproximam de mim rapidamente, tapando minha visão da loira. Sou derrubada na cama, segurada, algemada e arrastada. Luto contra eles, tentando me soltar e, como não queria cooperar, um dos homens estende uma arma atordoadora e a encosta em meu pescoço. Arregalo os olhos e sinto a descarga elétrica tomar meu corpo. Então, tudo fica escuro.