P.O.V. Maddie.

Eu tentei fazer um feitiço avançando, mas algo deu errado. Obviamente. Agora, estou no meio de uma floresta no meio do nada.

Felizmente, estou armada. Meu nome é Medusa Cullen Volturi, á propósito. Sou uma bruxa Levesque, com uma mãe híbrida e um pai vampiro. Oh, e sangue de anjo.

E isso me torna, uma aberração mística Tri-híbrida.

A floresta não tinha fim. Então, decidi fazer um dos meus truques. Audição vampira. Ouço gente cantando.

Estava me encaminhando pra lá quando, sou atacada por um punhado de bandidos.

—Olha só, uma mulher de calças.

—Senhores, sugiro fortemente que me deixem passar.

—Será que ela tem um pau no lugar das partes femininas?

Que?! Eles cheiravam á esterco de cavalo entre outros odores nada agradáveis. Eram desdentados.

—E ela tem uma espada.

Desembainhei a lâmina.

—E sei como usar. Acham que podem me vencer? São bem vindos pra tentar.

E eles tentaram.

P.O.V. Henry.

Acampávamos na floresta quando ouvi o inconfundível som do brandir de lâminas.

—Ei! Onde está indo?

—Ver a briga.

Mas, o que eu vi não foi uma briga. Foi um massacre. A mulher lutava, a lâmina dela era diferente de tudo o que eu já vi. Então, ela chegou perto de um dos homens e o corpo caiu, o sangue pingando da boca dela.

—Qual é cara, isso não é jeito de se tratar uma dama.

Ouvi o barulho de um osso quebrando.

—Ele tem um gosto esquisito. E um cheiro terrível. Vou ter que me lavar.

Então, ela olhou em minha direção. Como se pudesse me ver. Então, ela estava bem diante de mim. Num piscar de olhos.

Tentei enfiar uma lâmina nela, mas a lâmina se quebrou contra a pele dela.

—O que em nome de Deus é você?

—Te respondo se me responder. Onde estou?

—Perto do vilarejo de Daggerhorn.

—Nunca ouvi falar. País?

—Inglaterra.

—Ano?

—1455.

—Bem, isso não estava no plano. Oh, e eu sou uma Tri-híbrida. Mas, você não vai lembrar disso.

—Não vou?

—Não. Não vai. Qual é o seu nome?

—Henry Lazar.

—Muito bem então.

P.O.V. Maddie.

Apaguei a memória dele. Não toda ela, só o fiz esquecer de mim, da luta. Para todos os efeitos os bandidos foram atacados por um animal no bosque.

Fiz uma runa de ocultação especial. Para esconder minhas runas das vistas dos humanos. Agora, vou ter que me misturar.

—1455. O ano em que eclodiu a Guerra das Rosas. Lancaster Vs York.

Com algum esforço arrumei roupas mais condizentes com a era em que estava.

—Nunca mais eu reclamo de ter que usar sutiã. Esse espartilho é uma coisa.

Mantive a minha estela no coldre embaixo daquele monte de roupa e fiz o meu caminho até o tal vilarejo. Era uma coisa aquele lugar. Era um vilarejo de madeira, mas era todo fortificado com estacas saindo dos portões das janelas das casas, das portas.

—Quem vem lá?!

—Sou uma viajante. Procuro abrigo.

Eles abriram o portão para eu passar. Passei o dia fazendo amizade com os aldeões. Roxanne, Prudence entre outras garotas.

—Você tem uma capa vermelha.

—Sim. É por causa desta história de conto de fada.

—Se importa em contar?

—Não, absolutamente.

Contei a elas a história e elas ficaram abismadas. Porque... a história era real. Tinha acontecido no vilarejo delas. Aqui.

—E qual é o seu nome?

—Maddie.

—Madaleine.

—Não. Medusa.

—Medusa? Nunca ouvi um nome igual a esse.

—Que dia é hoje?

—Segunda feira.

—Número.

—Vinte e sete.

—Mês?

—Maio.

Então, me deu aquele estalo. A energia mística que eu senti.

—É a noite do cometa.

Assim como em dois mil e dezenove. É a noite do cometa de novo. Foi o cometa. Ele bagunçou o feitiço.

—Noite do cometa?

—Ele só passa uma vez a cada cento e quarenta e cinco anos. E toda vez que ele passa... a morte e a desgraça o seguem. Porque não estou surpresa? Passa o cometa e... boom! Guerra das Rosas. Passa o cometa e boom! Guerra no submundo.

—Submundo?

—Deixa pra lá, é... só... estou cansada da viajem.

P.O.V. Henry.

Ela tinha os cabelos cor de fogo, como a Roxane, mas os dela eram diferentes, curtos demais para uma mulher e o tom era como cobre. Ela tinha todos os dentes e eram brancos como pérolas, os olhos verdes como esmeraldas, a pele parecia tão macia, tão leitosa. A forasteira mais parecia uma boneca de porcelana feita pelo artesão da vila.

Todas as garotas se enamoravam de mim, ela olhou para mim uma vez. Por uma fração de segundo. Depois, era como se eu nem existisse.

Fiquei com aquilo na cabeça. Ouvi um barulho, foi muito, muito sutil.

P.O.V. Maddie.

Eu posso senti-lo. Está se aproximando. E rápido. Tá me deixando inquieta, nervosa. Então eu sai.

—Vem seu desgraçado.

E sai bem a tempo de ver o cometa passar.

P.O.V. Henry.

Eu a vi sair pela janela. Estava usando calças, segui-a a distância. Ela parou ainda no meio da rua, olhou para o firmamento e para meu total choque disse:

—Vem seu desgraçado.

Olhei para cima bem á tempo de ver aquela coisa passar. Riscando o céu.

—Guerra das Rosas, ai vamos nós. Como os mundanos são suscetíveis ás mudanças energéticas. E ainda assim são céticos. Vai entender.

Ela pulou a janela de volta pra dentro e o dia nasceu.

—Ei, como eu consigo um emprego?

—Um emprego?

—Eu preciso de dinheiro Henry.

—Não te disse o meu nome.

—Você não precisa. Você é o Henry Lazar. A mulherada só sabe falar de você. Oh, como ele é bonito, oh como ele é charmoso, oh, como ele é rico.

Disse em tom de deboche.

—É meio irritante. Então, como eu consigo um emprego?

Os lenhadores iam passando.

—Ei! O que vão fazer com todos esses machados?

—Somos lenhadores mulher.

—Certo. Posso tentar?

Eles riram.

—Certo. Vamos fazer uma aposta, o que acham?

—Somos todo ouvidos.

—Vou com vocês hoje, e se eu conseguir derrubar mais árvores que vocês todos juntos num dia... estou contratada. Se não, eu acho outro emprego. Que tal?

—Fechado.

Ela pegou o machado e marchou com eles para a floresta.

P.O.V. Clarence.

Uma mulher lenhadora.

—Muito bem senhorita. Vamos lá.

—Com prazer.

Ela começou a cortar a árvore e a cantar. Era uma música... bem, que uma dama não deveria cantar.

—My friend's gotta a girlfriend and he hates that bitch, she tells me every pay day...

E a garota em menos de uma hora derrubou mais de cem árvores. Cantando e usando um machado.

—Bem, é hora do almoço.

—Ótimo. Acho que vocês perderam. E isso significa que estou contratada. Oh, á propósito três coisas. Primeira não cortem aquela árvore ali. Ela não é só uma árvore. Segunda, vocês sabem usar esses machados como armas?

—Sim.

—Ótimo.

—Sabem lutar?

—Sim.

—Ótimo. Vão precisar.

—E porque motivo?

—Porque a Guerra está vindo. Vocês homens e os seus joguinhos tolos.

Quando o dia acabou, estávamos tomando o caminho de volta ao vilarejo, mas ela foi para o outro lado.

—Ei, mulher, o vilarejo fica pro outro lado.

—Eu sei. Mas, eu tenho que... fazer xixi. E á propósito, tem um exército vindo pela estrada.