Lembranças

Capítulo 40


PDV Daniel

Assim que as portas de vidro se abriram fui atingido pelo ar extremamente seco e gelado ministrado pelo ar condicionado e soltei um suspiro. O hospital podia ser diferente,afinal Christian havia conseguido transferir Chuck para a mesma clínica onde a Phoebe estava,mas não me agradava nem um pouco ter que voltar para esse ambiente estéril .

Se não fosse pelo meu melhor amigo e a preocupação que estava sentindo por Phoebe, teria passado a noite velando o sono de Ava. Mas minha loira estava bem, protegida em sua casa recebendo os cuidados de seus pais,já Chuck estava sozinho em um hospital e tinha acabado de passar por uma cirurgia e minha irmã apesar de todos dizerem que ela estava bem eu só ficaria tranqüilo quando comprovasse isso com os meus olhos.

Eu não seria egoísta o suficiente para colocar a vontade de estar com minha namorada acima de cuidar do meu melhor amigo,quando ele precisa de mim .

—Não comente nada do que aconteceu com Chuck para Phoebe.-Pede Christian,parando em frente a uma porta de madeira branca comum,igual a todas as outras que haviam naquele corredor.A única coisa que a diferenciava era o homem negro,alto e careca que a estava protegendo com um semblante nada agradável.-Se ela ficar sabendo que Chuck está machucado não vai sossegar até conseguir ir vê-lo e ela precisa fazer repouso.

—Você sabe que quando ela descobrir vai brigar com todos nós não é?-Eu sabia que Christian estava fazendo o certo para cuidar da minha irmã,mas se fosse eu que estivesse naquele quarto de hospital e Ava tivesse acabado de passar por uma cirurgia,eu gostaria de saber .

—Ela ficara uma fera.-Replica,deixando escapar um pequeno sorriso .-Quando Phoebe se recuperar poderá passar todo tempo que desejar cuidando do namorado,mas até isso acontecer eu preciso manter essa menina deitada em uma cama.

—Eu não direi nada sobre Chuck para a baixinha.-Prometo.

—Ótimo.-Christian passa a mão pelo cabelo parecendo estar um pouco mais aliviado.- O quarto do Chuck é o 504, dois andares acima. Eu e Ana passaremos a noite aqui com Phoebe então qualquer coisa não hesite em nos chamar. Esse é o Sebastian Colin–Replica,gesticulando para o segurança.- Ele vai te acompanhar não importa por onde você for nesse hospital entendeu?

—O que aconteceu com o Webber?- Se fosse em qualquer outra ocasião eu bateria o pé contra a idéia de ficar andando com uma babá de terno para os lados, mas depois do que aconteceu hoje eu tive que me segurar para não ajoelhar e agradecer meu pai por não me deixar sozinho. É lógico que Christian nunca saberia disso,afinal se eu cedesse agora quando minha paranóia passasse ia ser bem mais difícil convencer ele que não precisava de um segurança

-Dei uma folga para ele, depois de tudo o que aconteceu .-Eu preferia que Webber estivesse aqui,já havia me acostumado com ele. Mas o segurança realmente merecia um descanso. –Nenhuma palavra sobre o Chuck. – Reforça Christian antes de abrir a porta do quarto.

Um sorriso imenso surge no rosto de Phoebe, imediatamente ao nos ver . Ela aparentemente estava bem ,se não fosse pela bandana ao redor de sua cabeça e os poucos ralados em seu braço eu diria que ela estava da mesma forma que acorda aos finais de semana : Ou seja descabelada, com a cara amassada e irritantemente feliz.

—Já estava me perguntando que horas meu irmão iria levantar a bunda do sofá e vir me visitar.-Debochou – Sabe eu fui arremessada por vários e vários metros e você preferiu dormir ao invés de vir me visitar

—Gostei do novo acessório.-Provoco ignorando o seu drama .-Se eu soubesse que você já estava tão petulante deveria ter continuado dormindo.-Me aproximo de Ana e deposito um beijo em seu rosto, eu queria na realidade abraçar minha mãe e perguntar como ela estava,mas Phoebe com certeza acharia essa atitude suspeita,então me esforcei para abrir o meu melhor sorriso ,como se tivesse passado o dia todo transando com Ava.-Oi mãe

Ana não se importou em ser discreta,ela apenas me envolveu em seus braços e afundou o rosto em meu peito por meio segundo,antes de olhar para Phoebe, em seguida para mim e depois encarou Christian tão intensamente que era como se eles pudessem conversar só com o olhar .

—Vai virar tendência.-Afirma Phoebe brincando,passando a mão pela sua bandana.-Sabe eu que sofri o acidente e até agora ninguém veio me beijar ou me abraçar.-Protesta,fazendo manha. –E isso vale para você também papai. Onde está meu beijo?

—Até meio segundo atrás você disse que não estava mais agüentando meus abraços.-Conta Ana,fingindo estar magoada.

—Mas você não estava deixando eu ao menos respirar mãe.-Brinca Ebe,se esticando na cama para poder receber um abraço de Christian.-Não precisa abraçar tão apertando também pai.

—Foi você que pediu por isso princesa.-Retruca Christian enchendo o rosto da minha irmã de beijos sem a soltar, fazendo a mesma gargalhar em seus braços e um sorriso de aprovação surgir nos lábios de Ana.

Era como se os três estivessem compenetrados em uma bolha apenas deles,eu me senti um intruso observando aquela cena .E de certa forma eu era, eles não me conheciam o suficiente para ter o mesmo nível de liberdade que tinham com Phoebe.

Comigo tudo era mais cuidadoso,tudo era pensado,cada movimento, cada palavra, afinal estávamos construindo uma relação ainda. Eu sabia que eles me amavam e eu os amava também. Mas foi impossível não me sentir assim, os observando.

A conexão que eles tinham, era semelhante com que eu tinha com Klaus e Emma. Era algo inabalável, que tinha sobrevivido mesmo depois de todas as mentiras , a raiva ,decepção .Eu simplesmente não conseguia parar de amar meus pais de criação,por mais que quando eu tenha descoberto toda aquela merda eu tenha desejado isso .

E eu quero construir uma relação semelhante com Christian, Ana e Phoebe, quero ter o mesmo grau de intimidade que tenho com Klaus e Emma, mas isso só viria com tempo.

Não tem como forçar algo assim.

Hoje eu entendo o motivo de Christian ter me chantageado para ir morar com eles,ele queria essa conexão também.

Afinal,se morando juntos a nossa relação ainda é frágil,se eu não tivesse aceitado viver com eles nós ao menos teríamos uma relação e eu seria apenas o garoto que as vezes almoçava com eles aos domingos.

—Já chega ,já chega .-Suplica Phoebe rindo.-Estou toda babada.

—Esta me comparando com um cachorro por acaso?-Pergunta Christian bem humorado,não parecendo em nada com o homem frio e pensativo de vinte minutos atrás.

Talvez mentir bem fosse algo de família.

—Ainda bem que hipersalivação não é algo genético.-Provoca minha irmã, fazendo tanto eu como Ana rirmos.

—Que garota mais insolente.-Replica Christian,de boca aberta.

—Ela é uma ingrata.-Completa Ana ainda rindo.

—Hey você ai.-Fala Phoebe,chamando minha atenção.-Você ainda não me deu um abraço.

—Tem alguém carente hoje.-Brinco

Christian se afasta da cama abrindo espaço para eu e minha irmã conseguirmos nós abraçar.

—É lógico meu namorado não veio me visitar.-Resmunga Phoebe fazendo beicinho.

—Querida já te contei que o hospital não deixa pessoas que não fazem parte da família entrar.-Mente Ana rapidamente.

—Mas o Dan no papel ainda não é um Grey.-Phoebe realmente era minha irmã,ela conseguia pensar muito rápido.-E esta aqui.

—Mas eu tenho um sorriso lindo.

Isso não era mentira,eu realmente tinha um sorriso maravilhoso. E essa não era apenas a minha opinião e sim das muitas garotas que já levei para cama apenas utilizando ele.

—E o que isso tem haver com você estar aqui ?-Questiona Phoebe.

—Sabe tem muitas enfermeiras trabalhando agora.-Pisco para minha irmã,abrindo o meu melhor sorriso cafajeste.

—Esta querendo me dizer que você deu em cima de uma enfermaria para entrar aqui ?-Questiona, arqueando uma sobrancelha

—E da recepcionista também.-Minto.-Você devia se sentir honrada, não é por qualquer garota que eu faria isso

—Deixa só a Ava descobrir isso.-Fala ela rindo

—Não se preocupe eu mesmo contarei isso para ela .-Isso não era uma mentira,eu contaria essa historia falsa para minha namorada para evitar qualquer problema mais tarde, caso a linguaruda da Phoebe falasse algo.-Afinal foi por uma boa causa.

—E por que Chuck, não fez isso também?

—Você queria que seu namorado desse em cima de outras mulheres para conseguir entrar aqui?-Questiona Christian tranquilamente

Realmente,mentir bem deveria ser algo genético.

—Eu não tinha parado para pensar dessa maneira.-Sussurra Ebe cruzando os braços, como uma típica criança mimada.

—Querida quando você tiver alta vai poder ver seu namorado.-Ana não era uma mentirosa tão boa quanto Christian, ela não conseguiu dizer isso olhando para Phoebe,mas por sorte minha irmã estava tão distraída em seus pensamentos que duvido que tenha notado.-Agora você deve parar de pensar nisso e descansar apenas.

—E convenhamos ele não teria conseguido.-Brinco para tentar animar minha irmã.-O Chuck não é muito bonito.

—Falou o miss maravilhoso.-Retruca Phoebe,mostrando a língua.-Meu namorado é L.I.N.D.O

—Já me chamaram de muita coisa,mas Miss Maravilhoso é novidade.-Digo com um ar arrogante.-Eu gostei.

—Alguém acordou convencido hoje.-Fala Christian,entrando na brincadeira.

—Até parece alguém que eu conheço.-Replica Ana dando de ombros.

—Não temos culpa se os homens Greys são irresistíveis.-Se gaba Christian,dando dois tapinhas na minha costa.

—Até parece.-Replica Ebe,revirando os olhos

Nossa conversa é interrompida por uma leve batida na porta, acompanhada pela entrada de uma mulher morena, com a fisionomia cansada ,seguida por um homem baixinho que utilizava a típica roupa azul dos enfermeiros.

—Boa noite.-A mulher nos cumprimentou.-Nossa quanta gente,esta acontecendo alguma festa aqui?- Brincou se aproximando da cama e pegando o prontuário de Ebe.

—Você não viu nada ainda Doutora Middleton.-Respondeu Phoebe animadamente.-Para achar que isso é uma festa é um claro sinal que você está trabalhando muito e precisa sair mais vezes desse hospital.

—Phoebe.-Tanto Ana quanto Christian a repreendem, mas a medica apenas acha graça da situação.

—Tudo bem, a Phoebe está certa eu realmente preciso de férias.-Fala a medica em uma clara tentativa de deixar tanto minha irmã como meus pais a vontades,por enquanto que ela analisava o prontuário da minha irmã.-Como você está se sentindo Phoebe? A dor na cabeça já melhorou?

—Estou me sentindo bem.-Todos os olhos do quarto estavam avaliando agora, cada pequena silaba que saia da boca de Ebe.-Minha cabeça dói um pouco,mas não uma dor constante. Ela vai e volta.

—Certo.-Fala a doutora anotando algo no prontuário.-Em que região da cabeça exatamente que dói,você consegue me mostrar ou falar?

—Na lateral do lado direito.-Responde ela,colocando sua mão no local.

—De zero a dez,qual seria o grau da sua dor?-Seus olhos analisavam Phoebe atentamente.

—Hum,talvez um quatro e meio.Nada muito insuportável. –Confessa Ebe, dando de ombros.

—Bom,temos que resolver essa dor então.-Replica a medica com um sorriso simpático.-Esse é o Michael Adans ele vai ser seu enfermeiro por essa noite.-Continua ela, gesticulando para o homem.-Ele vai te aplicar uma intravenosa para tirar sua dor mais rápido, e durante a madrugada vira lhe monitorar,tudo bem?

—Essa intravenosa vai me fazer dormir? –Pergunta Ebe desconfiada

—Sim Phoebe.-A doutora nem acabou de falar e minha irmã já tinha uma careta de desagrado em seu rosto.-Mas pense pelo lado positivo, se amanhã seus exames derem todos normais, você já poderá receber alta.

—Jura?-Questiona Phoebe ,com os olhos brilhando e esperança na voz.

—Então ela está realmente bem Doutora Middleton? –Pergunta Ana preocupada.

—Sim senhora Grey.- Afirma a medica.-Sofrer um tombo na cabeça nunca é algo bom,Phoebe teve sorte, que não houve nenhuma fratura craniana ou inchaço cerebral .Mas isso não quer dizer que ela possa sair daqui para correr uma maratona, ela precisa de repouso nos próximos dias e se amanha tudo der certo, Phoebe só terá que voltar para o hospital daqui quatro dias para fazer uma nova topografia e partir daí então continuar com sua vida normalmente.

—Phoebe seguira todas as recomendações.-Declara Christian seriamente.

—E você garantirá isso pessoalmente não é mesmo?-Afirma Ebe rindo da própria desgraça.

—Com certeza princesa.

Eu realmente não gostaria de ser a Phoebe agora. Afinal eu desconfiava que se fosse preciso Christian estava disposto a prender minha irmã amarrada em uma cama.

—Que ótimo.-A doutora diz sorrindo,inerte do quão louco pode ser meu pai.-Então eu já vou indo, qualquer coisa podem apertar a campainha acima da cama que tanto eu como o Michael, estaremos a sua disposição.-Phoebe acena com a cabeça e devolve o sorriso para a doutora.-Boa noite para vocês.

—Boa noite.-Phoebe e Ana respondem em uníssono,por enquanto que a medica deixava o quarto.

Já o enfermeiro permaneceu ali com sua bandejinha da tortura,ou como provavelmente outra pessoa chamaria, a bandeja com os medicamentos.

—Senhorita Grey,eu vou aplicar a intravenosa agora,tudo bem?-Ele perguntou para minha irmã muito serio.

—Já que eu não tenho escolha .-Replica Ebe,dando de ombros.

—Phoebe.-Repreende Ana,olhando feio para filha.-Desculpe por isso,ela não gosta muito de hospitais.-Me fala quem gosta mãe?-Pode aplicar o medicamento nela .

Eu e Christian nos afastamos da cama e abrimos espaço para Michael, que colocou a bandeja em um criado mudo ao lado do leito .Ele pegou um par de luvas e as vestiu com muita agilidade, antes de pegar a intravenosa e para sorte de Ebe aplicá-la na sonda por onde o soro passava.

—Você pode sentir uma pequena ardência por alguns minutos senhorita Grey.-Informa ele arrumando algo na sonda.

—Eu não estou sentindo nada.-Afirma Phoebe,com suas pálpebras já um pouco menores.

Eu não conseguia entender como o liquido da intravenosa, conseguia agir tão rápido em nosso organismos.

—Que ótimo.-Fala ele sorrindo tranquilamente para minha irmã.-Qualquer coisa não hesite em chamar.-Isso sou mais como uma ordem para Christian e Ana do que um pedido.-Daqui uma hora eu volto para ver como você está.

Phoebe apenas acenou com a cabeça. O enfermeiro então jogou as luvas no lixo do quarto e saiu do mesmo levando sua bandeja da tortura.

—Alguém já está com sono.-Brinco me aproximando da cama novamente.

—Poderia ficar acordada a noite inteira.-Teima Phoebe piscando os olhos varias vezes.

—Eu sei que poderia.-Replica Ana depositando um beijo nos cabelos de Ebe.-Mas você ouviu a medica ,precisa fazer repouso para melhorar logo e amanha poder mesmo voltar para casa.

—Mas eu não quero dormir.-Phoebe estava em uma luta interna com suas pálpebras

—Nos estaremos com você aqui a noite toda.- Jura Christian segurando a mão da minha irmã.- Dorme agora princesa.

—Se seus exames não derem um resultado favorável,você ficara aqui mais um dia e não poderá ver Chuck.-A lembro, fazendo sua boca formar um perfeito O .-Então descanse agora Ebe.

—Vocês vão ficar aqui comigo a noite inteira mesmo?-Pergunta ela já fechando completamente seus olhos.

—A noite inteira querida.-Repeti Ana fazendo carinho pelo seu cabelo.

Aos poucos a respiração de Phoebe foi mudando ficando mais calma e constante a cada segundo que ela era levada para seu mundo da inconsciência. Christian e Ana permaneceram ali , ele segurando sua mão ,ela fazendo carinho pelos seus cabelos.

—Bom, já que a Phoebe dormiu eu vou ir para o quarto do,Hum... vocês sabem quem.-Melhor não dizer o nome do Chuck vai que a baixinha não dormiu completamente ainda.

—Você quer que eu te acompanhe?-Pergunta Christian olhando para mim seriamente.

—Não precisa, pode ficar aqui com a Phoebe.Eu estou bem .-Asseguro.-Além disso você colocou um armário para ser minha baba hoje.

—Por que você não fica aqui com nos?-Sugere Ana.-Iria me sentir mais tranqüila com você a minha vista.

Solto um longo suspiro e vou até Ana ,dando um abraço apertado para tentar transmitir segurança.

—Ele está sozinho e acabou de passar por um cirurgia.Ele precisa de mim mãe e eu não vou virar as costas para ele.-Replico palavra por palavra olhando em seus olhos.-Além disso eu vou estar apenas a dois andares acima,não é mesmo Christian?

—Sim, além do mais ele vai estar acompanhado do Colin baby, nada de mal vai acontecer com o Daniel.-Christian me ajuda a convencer Ana para minha surpresa.

—Você está com o seu celular ai não é?-Pergunta Ana resignada.

—Sim senhora.-Retiro meu celular do bolso para poder mostrar para ela.

Com um olhar preocupado Ana me aparta em seus braços e deposita um beijo em minha bochecha.

—Boa noite Dan.-Fala ela me liberando dos seus braços.-Se você precisar de qualquer coisa,qualquer coisa mesmo,promete que vai nos ligar?

—Eu prometo.-Asseguro.-Mas fique tranqüila eu estou bem e como já disse tenho um armário como babá.

—Nada de fazer gracinhas e tentar fugir do Collin.-Ordena Christian

—Você tem uma péssima idéia sobre mim .- Me afasto da minha mãe e vou até ele .

Eu realmente já havia fugido de vários seguranças,principalmente na minha adolescência.Mas hoje eu não estava preparado nem para ficar em casa sozinho,quem dirá ficar andando por ai sem nenhum guarda-costas.

—Eu estou falando serio,o Collin é para sua proteção filho.-Fala ele bem lentamente,demonstrando todo o seu medo .

—Não vou nem ao banheiro sem minha nova babá.- Replico dando dois tapinhas em sua costa.-Boa noite pai,pode ficar tranqüilo que o Collin não vai sair do meu lado e não vou a lugar algum sem antes te avisar.

Christian respira aliviado e me puxa para um abraço rápido.

—Quarto o 504,certo?-Confiro ao nos afastarmos .

—Sim,no quinto andar.-Completa Christian.-Boa noite filho.

Deposito com cuidado um beijo da bochecha de Phoebe, antes da sair do quarto desejando boa noite para ambos.

Collin como o combinado estava do lado de fora me aguardando,mas agora ao lado dele havia outro segurança desconhecido que provavelmente ficaria responsável por cuidar de Christian,Ana e Phoebe.

Minha babá guarda roupa, não disse uma só palavra se quer,ele apenas me acompanhou pelos corredores da clinica até chegarmos ao quarto do meu amigo.

Chuck estava dormindo,não o conseguia observar muito bem devido as luzes do quarto estarem apagadas, até cogitei acender a luz mas descartei a idéia no mesmo instante que ela veio na minha mente,com medo de acordá-lo.

A luz vinda da janela proporcionava um pouco de claridade para o ambiente, mas não era forte o bastante para poder analisá-lo.

Eu conseguia ver que sua perna direita estava enfaixada e um pouco levantada para cima,graças ao monitor cardíaco sabia que seu coração estava batendo,ele parecia um pouco pálido,mas não havia como eu afirmar isso.

Mas o importante era que ele estava vivo.

Vivo porra.

Desabei na cadeira sentindo todo o meu corpo relaxar.

Eu não era medico, mas sabia graças a Dr.House ,que se ele estava longe da UTI,sem nenhum aparelho para o ajudar a respirar e com os batimentos em um ritmo constante ,ele deveria estar fora de perigo.

Era lógico que eu queria analisá-lo mais minuciosamente,mas até algum enfermeiro chegar ou o dia amanhecer eu teria que me contentar com isso.

Eu não queria dormir então peguei meu celular e o conectei com minhas redes sociais para passar o tempo,foi quando vi uma foto de um anuncio do desfile da Victoria Secret me fazendo perceber que era quase uma da manhã e eu ainda não havia ligado para Klaus e Emma.

Merda,minha mãe deveria estar louca, eu não me surpreenderia se ela já estivesse em um avião a caminho de Seattle , e por mais que a idéia me agradasse muito e eu realmente querer um abraço de Emma agora eu sabia que ela provavelmente arrumaria uma confusão com Christian e Ana e isso só dificultaria as coisas.Além do mais Klaus não podia ficar viajando sempre por causa da empresa,ele era o dono,mas tinha suas responsabilidades.

Eu decorei apenas sete números de celular na minha vida: O de Klaus,Emma,meu avô,Cordelia,Georgina, Harry e o meu próprio. Essa era a minha sorte.

Disquei rapidamente o número de Emma,se ela estivesse em casa agora deveria ser aproximadamente nove horas da manhã devido o fuso horário.

O celular chamou,chamou,chamou e nada

Tentei mais uma vez e de novo aconteceu a mesma merda.

Liguei para Klaus,pedindo ao universo internamente que ele atendesse.

O celular chamou,chamou,chamou.

—Mikaelson.-Graças a deus ele atendeu.

—Pai.-Falo o mais baixo que posso devido ao Chuck.-Onde vocês estão?

—Daniel?-Replica ele e posso escutar o grito da minha mãe ao fundo.-Porque você não atende essa porra de celular?Sabe como estávamos preocupados?Não estou brigando com ele Emma.-Era tão bom escutar a voz deles.-Daniel você está no viva voz.

Sem a minha autorização algumas lagrimas teimosas começaram a se acumular em meus olhos.

—Eu acabei perdendo meu celular durante a confusão me desculpe,eu realmente deveria ter ligado antes mas aconteceram tantas coisas que só agora consegui telefonar.-Solto um suspiro tentando controlar minha voz,para que eles não percebam que eu estou chorando.-Oi mãe.

—Meu bebê.-Indagou Emma do outro lado da linha.-Eu fiquei tão preocupada Daniel,quando Klaus me contou o que havia acontecido.-Ela para de falar por um instante.-Eu só queria estar ai para te proteger disso tudo.-Quem eu estava querendo enganar eu também queria que ela estivesse aqui.-Eles te machucaram de alguma maneira?

—Não mãe eu estou bem juro.-Digo rapidamente para tentar acalma lá

—Por que você está sussurrando Daniel? O que está acontecendo?-Pergunta Klaus preocupado

—Eu estou no hospital...

—Hospital porque?-Questiona Emma me cortando.-Eu disse que não devíamos ter confiado no Grey, ele provavelmente esta ferido e eles não nós contaram.

—Mãe,mãe,mãe.-Replico para chamar sua atenção e a fazer parar de falar.-Eu não estou machucado.Estou no hospital apenas como acompanhante de Chuck,ele sim foi atingido.

—Graças a deus.-Fala Emma aliviada.-Como o Chuck está?Eu sinto muito pelo seu amigo,mas fico feliz que não tenha sido você bebê.Eu não sei o que faria se te perdesse.

—Eu estou bem.-Digo um pouco mais alto,para tentar tranqüilizar ambos.-Aparentemente está bem,eu ainda não conversei com nenhum medico,mas ele parece estar estável.

—Se ele estiver precisando de qualquer ajuda financeira não hesite em passar o cartão,não importa qual seja o valor,entendeu?-Ordena Klaus.-Mas Daniel,você está bem mesmo?

—Pai,eu já disse que não estou machucado,pode ficar tranqüilo vocês dois.-Respiro fundo, para tentar controlar as lagrimas.-A onde vocês estão?

Uma vez que eles estavam falando comigo não podiam estar dentro de um avião.Então ou eles estavam em Londres ou tinham acabado de chegar em Seattle.

—Em casa.-Reclama Emma.-Devido a uma garoa todos os vôo foram cancelados e nenhum piloto quer voar.-Amaldiçoa.-Mas não se preocupe que a previsão para mais tarde é de diminuição da chuva.

—Garoa?-Questiona Klaus e eu sabia que ele estava falando com a minha mãe?-O *Tâmisa alagou, onze árvores já caíram e esta com risco de surgir um tornado. Eu não definiria isso como uma garoa.

—Eu não quero saber se vai ou não acontecer um tornado,eu preciso ver meu filho.-Responde Emma simplesmente

Eu realmente sentia falta dos meus pais.

—Pai,mãe.-Tento chamar a atenção de ambos.-Eu não quero que vocês se arrisquem para vir me ver .Eu estou bem já falei,não há necessidades para vocês arriscarem suas vidas para vir em Seattle sendo que eu ao menos me machuquei.

—Não é porque você não se machucou que você tem que estar bem .-Fala Emma,fazendo mais lagrimas surgirem.-E eu quero te ver com os meus próprios olhos,quero te abraçar, mimar você um pouquinho.

—Sua mãe esta certa Daniel.Talvez seja bom você falar com um psicólogo ou um psiquiatra amanhã,já que não estaremos ai com você,tão cedo.-Propõem Klaus

—Eu não preciso de um medico apenas para confirmar que eu estou bem.-Afirmo

—Se você está realmente bem,então porque está chorando?-Questiona Emma.

A minhas mãe parecia ser bruxa as vezes ,eu não conseguia entender como ela sempre adivinhava o meu real estado de espírito,sem ao menos conseguir me ver.

—Não é por causa de toda essa merda.-Não adiantava negar,eu não iria conseguir mentir agora para Emma.-Eu apenas percebi que estou com saudade de vocês e queria meus pais ao meu lado.Eu sei que isso é muito egoísta da minha parte afinal vocês acabaram de vir para Seattle e quando eu liguei tinha a intenção de pedir para vocês ficarem em Londres, afinal não tem uma necessidade real para vocês voltarem para os Estados Unidos tão cedo,mas bastou eu escutar a voz de vocês para eu perceber que eu quero meus pais ao meu lado.-Desabafo tudo o que estou sentindo.

—Daniel.-Eu não precisava olhar para minha mãe para saber que ela estava chorando.-Nos estaremos ai o mais rápido possível, nem se eu mesma tiver que pilotar um avião entendeu?

É inevitável não rir,Emma realmente era louca,e eu simplesmente amava minha mãe .

—Não quero que vocês arrisquem suas vidas para vir me ver.-Enfatizo novamente ,pois eu sabia que minha mãe teria coragem de cumprir sua promessa.-Já sou bem grandinho,acho que sobrevivo sem vocês até essa tempestade passar.

—Ao contrario da sua mãe eu uso a cabeça,então pode ficar tranqüilo que só sairemos da terra firme quando o tempo realmente estiver adequado para voar.-Escuto Emma bufar,do outro lado da linha. –Nem se para isso eu tiver que algemar sua mãe na cama.

—Não quero imaginar isso .-Rio,pela primeira vez hoje depois de tudo o que aconteceu.

—Mãe.-Um sussurro quase inaudível,me silencio tomando toda a minha atenção.

Me levanto imediatamente da cadeira e vejo Chuck com os olhos parcialmente abertos. Um alivio percorre imediatamente todo o meu corpo.Porra,meu amigo estava bem, parecia um pouco grogue mais estava vivo,era isso que importava.

—Você não ousaria Niklaus...-Minha mãe continuo falando ,mas apenas uma parte muito pequena do meu cérebro registrava suas palavras.

—Pai,mãe tenho que desligar o Chuck acordou,mais tarde eu ligo para vocês.-Revelo animado,com minha voz um pouco mais alta.

—Nos mantenha informados sobre o seu amigo e atenda esse celular quando ele tocar.-Ordenou Klaus

—Nos te amamos.-Completa Emma.-Estaremos em Seattles o mais rápido possível.

—Eu amo vocês também.-Afirmo antes de desligar .

Muito lentamente me aproximo do leito,onde Chuck parecia travar uma batalha com suas pálpebras.

—Hey.-Tento chamar sua atenção, mas ele não virou sua cabeça em minha direção, ficou com ela imóvel ,apenas olhando para frente.-Chuck,você está bem?

—Minha mãe.-Replicou ele em um sussurro.-Ela está aqui?

Eu não estava entendendo. Até onde eu sabia Chuck não via a mãe dês dos seis anos, quando a mesma fugiu com o professor de ioga. E agora ele estava perguntando sobre ela?

—Não,mas Christian ligou para seu pai e logo ele estará aqui.-Conto esperando algum tipo de reação conhecida .Mas o mesmo continuo olhando para frente,pelo menos seus batimentos cardíacos estavam estáveis.-Como você está?-Refaço minha pergunta, preocupado com o meu amigo.- Eu vou chamar o medico para vir lhe examinar.

—Você pode me dar um pouco de água antes?-Pediu ele. –Estou com cede.

—Claro.-Digo já me dirigindo a mesa próxima ao leito onde se encontrava uma jarra de água com copos plásticos.

Encho metade de um copo com água natural,mas antes de dar a bebida para meu amigo toco a campainha em cima do seu leito para chamar algum medico.

—Você quer beber ou prefere que eu de para você?-Pergunto, e pela primeira vez ele vira sua cabeça para poder me encarar.

Seu rosto estava realmente pálido, seus olhos estavam vermelhos e pareciam cansados como se ele tivesse ficado a noite inteira em uma rave, seus lábios estavam secos e esbranquiçados. Ele parecia estar com dor mesmo que não tivesse reclamado.

—Daniel.-Chamou ele bem lentamente.-Por muito tempo eu tive inveja de você.-Revelou,me fazendo ficar estático no mesmo lugar.-Não do seu dinheiro ou dos seus carros ou da sua casa.-Sua voz não passava de um sussurro,mas era o suficiente para escutar cada silaba que saia da sua boca.-Mas sim de Emma e Niklaus, eu queria que meus pais fossem assim .Que minha mãe me ligasse todos os dias, que me olhasse com toda adoração e devoção que Emma te olha,que se preocupasse comigo ao ponto de ter escolhido a mim ao invés de um homem qualquer .Queria que meu pai me amasse mais do que as putas com quem ele divide a cama,que lutasse por mim como Klaus luta por você.-Eu não sabia o que dizer,nunca me passou pela cabeça que Chuck se sentia assim.–E como se não bastasse você já ter os pais mais maravilhosos que existem ,veio Christian e Ana,beijando o chão que você pisa,engolindo toda a sua grosseria para ter apenas migalhas de sua atenção.Por enquanto que Christian teve que lhe chantagear para você ir morar com eles por misero um ano, o meu pai me expulsou de casa quando eu tinha oito anos.- Toda vez que eu pensava na palavra inveja ela sempre era remetida a bens matérias e nunca ao amor.- Isso não é justo, você ter dois pais e duas mães que estão dispostos a dar a vida por você e eu não ter ninguém .Eu levei um tiro hoje e meu pai nem se deu ao trabalho de vir me ver .-Um lagrima solitária desceu pelo seu rosto.-Isso não é justo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.