Lembranças

Capítulo 30


PDV Daniel

A chuva batia na janela do carro , por enquanto que Reynolds dirigia muito lentamente pelas ruas de Seattle . Isso provavelmente teria me irritado em outro dia , mas por sorte do segurançamotorista , o barulho da tempestade me acalmava , ao ponto de me fazer praticamente dormir no banco traseiro .Algo que apenas não fiz ,por estar terminando de revisar alguns trabalhos da faculdade.

—Senhor . –Chama Reynolds, capturando a minha atenção . – Chegamos .

Quase pulo do carro , ao lhé escutar , estava louco para tomar um banho e poder deitar em minha cama ,mas assim que entro em casa, meus planos mudam drasticamente, ao encontrar a sala totalmente destruída .

—O que ouvi ? – Pergunto assuntado , vendo Gail e Taylor ,tentando dar um jeito naquela bagunça . – Alguém entrou aqui ?

Avia vidro por todo o lado , praticamente todos os sofás e estantes estavam virados e jogados no chão , assim como vários porta retratos e a televisão.

—Senhor. – Fala Taylor profissionalmente , sem responder a minha pergunta.- Por favor me siga

Faço o que ele pediu e o sigo até o escritório de Christian ,frustrado por não saber o que tinha acontecido . Ele bate na porta duas vezes , para logo em seguida abri lá para mim .

—Finalmente . – Fala Christian , friamente fazendo um sinal com a cabeça para que eu entrasse .

Ele estava sentado atrás da sua mesa , com uma fisionomia fechada e um olhar perigoso que eu nunca tinha visto antes . Uma das suas mãos estavam enfaixadas , e um copo cheio de um liquido que parecia ser whisky, permanecia ao seu lado . Já Ana estava a sua frente com o rosto inchado e os olhos vermelhos , dando a impressão que ela estava chorando até poucos segundos atrás .

— O que ouvi ? –Refaço a pergunta , imaginando o que poderia ter acontecido de tão grave , para ter deixado meus pais assim .

—A onde você estava?– Questiona Ana , roucamente , ignorando minha pergunta também .

—Na biblioteca, estudando com uns amigos . –Digo me sentando ao seu lado , mesmo sem ser convidado .

—Estudando ou se drogando? – Replicou Christian calmamente , porém seus olhos se tornaram escuros , expondo todo odeio e frieza que ele sentia no momento .

—O que ? – Digo surpreso , gesticulando para seu copo . – Você está bêbado por acaso ?

— Você não está em posição de fazer brincadeiras aqui . – Falou Christian em um tom aborrecido , contraindo seu maxilar .

—E em que tipo de posição eu estaria no momento? – Pergunto cruzando meus braços , sem entender a onde eles queriam chegar .

—Isso depende do que você vai nos contar . – Fala Ana , fazendo a minha atenção , se voltar toda para ela .- Daniel ,eu só vou perguntar uma única vez e espero ,que você seja sincero .

Arqueio uma das minhas sobrancelhas , mas assinto positivamente com a cabeça

—A quanto tempo você é usuário de cocaína ?

—O...O...que? –Gaguejo , sentindo todo o sangue sendo drenado pelo meu corpo.

Agora eu entendia o que estava acontecendo , eles tinham descoberto a porra do meu passado , não era de se surpreender que estivessem tão frios comigo , depois de ficarem sabendo as merdas que eu fiz na minha adolescência.

—Acho que você me ouviu muito bem . – Diz ela , olhando dentro dos meus olhos .- Então .... ?

—Quase três anos . – Praticamente sussurro a resposta, abaixando a cabeça . Não conseguiria encarar eles agora , era covarde de mais para fazer isso . – Comecei a usar com 16 , parei definitivamente com 18 .

—Pensei que tivesse lhe dito, que não gostava de mentiras . – Replicou Cristian , tentando manter a voz baixa sem muito sucesso .

—Não estou mentindo . – Volto a levantar a cabeça minimamente , para poder encarar seus olhos cinzentos . – Mas se vocês não quiserem acreditar em mim ,eu não posso fazer nada .

—Realmente Daniel, você é um excelente ator . – Ri Christian , sem humor , deixando transparecer , toda a sua frustração , desespero e ódio em sua voz, e em seus olhos escuros . – Mente muito bem ,mas se realmente parou de usar cocaína aos 18 anos . – Fala ele , retirando do bolso interno do seu palito , um saquinho transparente com um pó branco , no qual eu o reconheceria em qualquer lugar . - Que explicação, me daria para isso ?

—Oque você quer que eu diga ? – Pergunto , contraindo o meu maxilar . – Não é porque eu já usei cocaína que eu vou pular em seu pescoço , caso você me mostre ela.

—Não está reconhecendo ? –Ironiza ele , jogando o saquinho em cima da mesa . – A droga já afetou tanto a sua cabeça assim .

—Christian . – Fala , Ana o reprendendo .

— Essa merda é sua . – Replicou ele , como se aquilo fosse óbvio.

—Você realmente está bêbado . – Afirmo , sem conseguir tirar os olhos da droga .

—Não adianta fazer as suas gracinhas, ou tentar negar . – Grita ele , socando a mesa.- Afinal, essa merda foi encontrada no seu cesto de roupas sujas .

—Isso , por acaso é um brincadeira ? – Pergunto , assustado . – Pois , não tem graça nenhuma .

—Alguém aqui parece estar brincando ? –Indagou Christian, bebendo um gole da sua bebida

—Mais isso é impossível . – Falo desesperado , pensando em como aquela merda poderia ter acabado no meio das minhas coisas . – Eu não uso cocaína , não mais .

—Logico , a droga foi parar magicamente no meio das suas coisas . –Ironiza Christian novamente.

—Ana você acredita em mim , certo ? – Pergunto , olhando dentro dos seus olhos , vendo toda a dor que ela está sentindo no momento .

—Eu gostaria de acreditar , mas... – Ela da um pequeno suspiro . – É impossível .

—Eu juro isso não é meu . – Aponto para o saquinho com as mãos trêmulas.

—Você precisa de ajuda Dan . – Fala Ana segurando minha a mão. – Não posso correr o risco de te perder novamente .

—Eu não preciso de ajuda , porque isso não é meu . – Digo friamente , olhando em seus olhos .

—Arrume a suas coisas Daniel . – Replicou Christian , levantando-se da cadeira que ocupava e fechando o penúltimo botão do seu terno .

—Esta me expulsando é isso ?

— Não , estou te ajudando . – Diz ele , me encarando friamente. - Hoje mesmo você vai para uma clinica de reabilitação .

—O que ? – Grito , sem acreditar no que eu estava ouvindo . – A porra que eu vou para uma clinica de reabilitação .

—É para o seu bem . – Diz Ana tentando tocar em meu rosto , mas eu não deixo.

—Liguem para Klaus , se vocês não acreditam em mim. Ele vai confirmar para vocês eu não uso cocaína , não mais , eu juro .-Berro , com a raiva crescendo cada vez mais em meu peito .

—Aquele irresponsável sabia sobre o seu vicio e não fez nada ? – Acusa Christian

—Não fez nada ?– Digo, olhando dentro dos seus olhos . – Se não fosse por aquele ``irresponsável´´ eu não estaria aqui hoje . Klaus não apenas me salvou daquele acidente de carro , como me salvou de mim mesmo .

—Estou vendo , que ele fez um excelente trabalho . – Ironiza Christian, apontando para cocaína.

—Quer saber, não vou ficar aqui perdendo meu tempo , discutindo com vocês . – Explodo , me levantando da cadeira e fazendo a mesma cair no chão . – Pensem oque vocês quiserem eu não me importo . Mais antes deixem eu contar uma coisa .- Murmuro em um tom sombrio . – Vocês sabiam que eu já quis me matar ? Acho que eu esqueci de contar isso não é ? – Rio mesmo sem humor . – Pois é , o filho de vocês já foi um suicida , além de ser um drogado , mas espera deixei o melhor para o final, assassino –Digo , sentindo meus olhos arderem .- Eu fui responsável , pela morte do meu amigo . E mesmo com todos esses defeitos , Klaus achou que eu merecia viver e não desistiu de mim , então não me venha dizer que ele não vez nada . Pois , quem não fez nada , foi você que ficou me acusando desde o momento que entrei nesse escritório , e não parou um minuto sequer para me ouvir .

Respiro fundo algumas vezes para tentar acalmar a minha respiração e evitar que as malditas lagrimas apareçam sem serem convidadas . Eu não queria parecer vulnerável na frente deles .

-Isso não é meu . – Aponto para cocaína novamente . – Não sei como foi parar nas minhas , coisas , mas não é meu . – Olho para ambos , uma ultima vez . Tanto Christian como Ana, permaneceram em silencio, provavelmente brigando internamente com Deus , por ele, não ter me matado quando podia , ou pelo menos ,ter feito um filho melhor . - E agora que vocês já sabem de tudo, não há mais motivos , para eu permanecer aqui. – Digo , dando as costas para eles , sem esperar por uma resposta.

``Eles não querem um filho perfeito Daniel , eles querem apenas você do jeito que você é ´´ , a voz do meu avô vem a minha cabeça , fazendo algumas lagrimas caírem pelo meu rosto . Solto um grande suspiro , mas dou a partida no carro e dirijo mecanicamente até o primeiro bar que encontro. Eu não sei se eles querem um filho perfeito , mais definitivamente querem um ,que não posso ser , e por mais que eu esteja com raiva ,doía dentro do meu peito admitir isso .

—O que vai querer ? – Pergunta o Barman logo após eu me sentar .

—O que tem de mais forte ? – Ele pregou os olhos em mim , e eu podia jurar que ouviria uma gracinha , mas ele só sorriu e balançou a cabeça , parecendo apagar um pensamento .

—Everclear.

—O que é isso ? – Ele se abaixou no balcão , pegando uma garrafa transparente com um liquido da mesma cor de Whisky.

— Everclear, a bebida mais forte do mundo , 95% por cento de álcool na sua composição . – Ele diz , e coloca um copo de pinga em minha frente . – Vai querer ?

Apenas concordo com a cabeça e ele encheu o meu copo .

—Não acha que é muito cedo para beber isso ? – Me viro , para o lado dando de cara com a Srta.Lioncourt .

—Não . – Digo virando o copo , sentindo a minha garganta arder . – O que faz aqui ?

—Trabalho aqui perto . – Ela sorri , e se senta ao meu lado . – Posso ficar aqui com você ?

Dou de ombros e peço ao barman , outra dose da bebida

—E você senhora , o que vai querer ?

—Um cosmopolitan, se você tiver . – Ela diz e seus olhos não me deixam . O barmen, apenas assente com a cabeça , nos deixando sozinhos novamente . –Gostou do meu presente ?

—Não sei porque você me enviou aquelas coisas .

—Mas pode saber . – Ela lambe o lábio inferior , e o morde lentamente , como se para me seduzir . – Eu posso te ensinar e mostrar muitas coisas Daniel , basta você querer .

—Não quero nada que venha da Senhora. – Digo , na mesma hora que e o barman volta com o seu drink e a minha bebida.

— Você é realmente igualzinho ao seu pai. - Sua mão se estende para tocar a minha , e quando ela agarra a minha mão , eu vacilo e a puxo para fora do seu alcance automaticamente . -E como ele , só precisa de uma surra para aprender a se comportar .

—Você é louca . – Digo , me levantando do balcão ,bebendo em um só gole a minha bebida .

—E você precisa aprender a ter bons modos – Ela diz com um sorriso no rosto .

—Esta tudo bem aqui ? –O barman diz, do outro lado do balcão .

—Sim , para falar a verdade , vou me sentar em outro lugar. – Falo arrastado , já sentindo a minha cabeça girar .

Essa bebida era realmente forte .

—Não precisa . – A Srta.Lioncuort diz , se levantando , sem nem ao menos tocar em seu drink . – Eu já estou de saída .– Ela pisca para mim , mas acena pra um garoto que deveria ser apenas uns cinco anos mais velho do que eu. - Espero poder te ver mais vezes Daniel.

Volto a me sentar na cadeira , passando a mão desesperadamente pelos meus cabelos .

O que eu fiz para essa mulher invocar tanto comigo ?

—Vai querer mais alguma coisa garoto ? – O barman diz , interrompendo meus pensamentos

—Uma dose dupla de whisky. – Ele arregala os olhos , mas traz o que eu pedi .

Depois de beber uma garrafa e meia de whisky , sinto-me tonto , um pouco incoerente , e as coisas pareciam estar chegando em grupo de dois para mim .

—Ei . – Os dois barmen me chamaram . – Acho que está na hora de você ir para casa

—Eu quero beber mais . – Eles sorriem cansados para mim , balançando a cabeça negativamente. – Eu tenho dinheiro , na realidade isso é a única coisa que eu ainda tenho .- Digo balançando, enquanto tentava pegar a carteira .

—Eu sei que tem , a questão não é essa .

–Meus pais me odeiam sabia ? E por uma coisa que eu nem fiz . – Digo com uma voz embargada . – E os outros dois , gostam de mim , mas eles mentem .

—Veio aqui como garoto ? – Eles perguntam , parecendo estarem preocupados .

—Eu não sei . –Respondo , praticamente deitando no balcão .

—Então eu vou chamar um taxi para você . – Eu não queria ir para casa , queria beber mais .

—Não precisa . –Apoiei minhas mãos no balcão e levantei cambaleando . – Quanto eu lhé devo?

Ambos os barmans que parecem notavelmente , gêmeos um do outro , pegam a conta de algum lugar , para conferir o valor para mim .

—160 dólares garoto .

Pego o dinheiro e jogo quatro notas de 100 sobre o balcão.

—Dois para a conta , e um para cada um de vocês . – Gaguejo . Minha mente não consegue fazer contas agora.

—Cada um de nós?

—Sim , para você e você. – Eu digo apontando para cada um deles .

—Muito obrigada garoto , mais isso fica com você . – Eles me devolvem uma nota de 100 , me deixando confuso. – A educação que eu tive não permite pegar dinheiro de um homem completamente bêbado . – Ambos sorriem , com sorrisos idênticos . – Quer que eu chame um taxi garoto ? – Propõem eles novamente .

Nego com a cabeça , sentindo tudo rodar .

—Então vá para a casa garoto e se entenda com os seus pais . – Saio do bar cambaleando, mas mesmo assim queria ir em outro lugar para beber . Mais onde ?

Abri os olhos para logo em seguida fechá-los . A claridade os machucava .Sentei-me lentamente , sentindo a cabeça latejar e o meu corpo dolorido em diversos pontos . Quando consegui abri os olhos novamente , percebi que não estava em meu quarto , ou em qualquer outro cômodo da casa de Christian ou de qualquer amigo . Eu estava no Running , um parque que costumava caminhar quando morava com Chuck , e havia dormido em um dos seus vários bancos .

Com muita dificuldade , me levanto sentindo meu estomago revirar . Respiro fundo algumas vezes , mas não consigo evitar o vômito . Me debrucei sobre o lixo mais próximo e vi apenas o liquido amarelo sair.

Fecho meus olhos novamente por um momento e tomo uma nova lufada de ar . Por enquanto que as lembranças da noite passada invadem a minha mente .

``-Eu juro isso não é meu . – Aponto para o saquinho com as mãos trêmulas.

—Você precisa de ajuda Dan . – Fala Ana segurando minha a mão. – Não posso correr o risco de te perder novamente ´´

``- Hoje mesmo você vai para uma clinica de reabilitação .

—O que ? – Grito , sem acreditar no que eu estava ouvindo . – A porra que eu vou para uma clinica de reabilitação . ´´

`` Pois é , o filho de vocês já foi um suicida , além de ser um drogado , mas espera deixei o melhor para o final, assassino –Digo , sentindo meus olhos arderem .- Eu fui responsável , pela morte do meu amigo .´´

Balanço minha cabeça , na tentativa frustrada de esquecer tudo o que avia acontecido na noite de ontem .Quando um detalhe muito importante invade meu cérebro . Como a cocaína avia ido parar no meio das minhas coisas ? Se eu estivesse em Londres poderia dizer que alguém colocou nas minhas coisas de proposito , ou se não um amigo esqueceu no meu quarto , afinal a maioria dos meus colegas da época de escola usavam . Mas nenhum deles nunca pisaram na casa de Christian ou se quer vieram para Seattle , a não ser no desfile da Eleanor....

—O desfile é logico . – Digo baixinho para mim mesmo . Me xingando internamente por não ter pensado nisso antes .

Flash Back :

—O que vão querer ? – Fala Rob com um sorriso em seu rosto , logo após me cumprimentar

—Por enquanto só maconha Rob

—Você era mais legal quando tinha 16 anos Dani . – Ele diz rindo mais entregando para mim o que eu pedi .-Tem certeza que não vão querer algo mais forte ? – Pergunta ele ,tirando do bolço um saquinho transparente com um pó branco dentro dele , com certeza cocaína .

—Não to afim agora . – Essa seria a melhor resposta para Rob nos deixar em paz .

—Pare de atormentar minha irmã e meu cunhado Robert . – Fala Jamie se aproximando de nos

—Só estou tentando deixar eles mais felizes.

—A dona Eleanor esta te procurando . – Fala Cordelia com uma enorme careta em seu rosto

—O que ela quer ?- Pergunta Jamie

—Não faço ideia , mais acho melhor você ir lá .- Ela diz dando de ombros

—Você tem mais algum dos seus comprimidos ? – Pergunta Jamie

—Com certeza . – Rob diz , e logo em seguida entrega um comprimido azul para Jamie

—O que é isso ? – Eu e Cordelia falamos ao mesmo tempo

—É só um novo tipo de ecstasy. –Fala Jamie . – Peguem um também e bebam com um pouco de vodka que aposto que vão gostar

No mesmo momento que o meu cunhado diz isso Rob já se apressa e entrega tanto um comprimido para mim como para Cordelia .

—Vou ir ver o que a Dona Eleanor quer . – Diz Jamie tomando o seu comprimido

—E eu vou ver se alguém precisa de mais alguma coisa . – Fala Rob sorrindo para nos . – E Dani caso você sinta vontade mais tarde.– Ele diz colocando o saquinho no bolso interno do meu smoking e logo em seguida sai dali .

Fim de Flash Back

Se talvez na hora da discussão eu tivesse lembrado disso , eu não teria explodido e não teria contado toda aquelas coisas para meus pais , mais agora já era tarde de mais . Se nós tínhamos alguma chance de dar certo de virarmos uma família de verdade eu destruí ela ontem .

Saio andando pelo parque , para distrair a cabeça ao mesmo tempo que procuro meu carro , que estava estacionado em frente ao bar . Não demorou muito para que eu o encontrasse , espreguiço minhas costas uma ultima vez antes de entrar no veiculo e partir para casa do meu amigo .

—Daniel. – Fala Chuck , exasperado , ao abrir a porta do apartamento . –Graças a Deus . A onde você estava ? Tem ideia de como eu estava preocupado .

—Preocupado ? – Franzo minha testa ao lhé escutar . – Com o que ?

—O Sr.Grey e Ana vieram aqui em casa ontem...

—Não precisa dizer mais nada . –O interrompo . – O que eles queriam ?

—Eles apenas estavam preocupados . –Ele diz calmamente , dando um passo para o lado, em um claro convite para eu entrar em seu apartamento , que já foi meu também . – Falaram que vocês discutiram . Como você está ?

Afirmo com a cabeça e passo a mão desesperadamente pelos cabelos , por enquanto que ambos nos dirigimos até a sala .

—Péssimo . – Digo ao me jogar no sofá .

—Você quer me contar o que ouvi ? – Propõe ele calmamente .

Muitas vezes Chuck já foi meu psicólogo particular . Ano passado quando eu e Cordelia terminamos desabafei minha vida para ele , então ele já sabia de tudo , sobre as drogas e principalmente sobre o Harry .

—Você pode me dar antes o Tylenol ? – Pergunto fazendo uma careta . – Minha cabeça esta explodindo.

Logo após tomar o comprimido contei tudo para Chuck , ele ficou em silencio o tempo todo assentindo com a cabeça algumas vezes e abrindo a boca em um claro sinal de surpresa em outras.

—Mas Dani , se coloque no lugar deles . – Pede Chuck . –Imagine encontrar nas coisas do seu filho uma...

—Você esta do lado deles ? – Pergunto , irritado . – Quer me mandar para uma clinica de reabilitação também ?

—Claro, que não. – Diz ele rapidamente . –Só acho que você poderia acabar com todo esse drama ,contando a verdade de como a droga foi parar no meio das suas coisas . Ao invés de ficar ai se lamentando , e deixando seus pais sofrerem.

—Eles não vão acreditar em mim Chuck , pensei que você já tivesse entendido isso . – Respondo , mal humorado . –E além disso , duvido que eles queiram falar comigo , depois de tudo o que eu contei .

—Se eles não quisessem falar com você , não estariam te procurando feito doidos , ontem .

—Quer saber eu vou tomar banho , já estamos atrasados para a faculdade . – Me levanto do sofá e tiro minha camiseta húmida .

—Vai para a faculdade de ressaca ?

—Não seria a primeira fez . – Pisco para meu amigo e escuto , ele rindo , por enquanto que me dirijo até o banheiro e tomo um banho demorado , para tentar afastar a moleza do corpo .

Volto para sala 20 minutos depois, congelando em meu lugar as ver ao duas pessoas que me esperavam .

—Você está com uma cara péssima . – Indaga Christian ao me ver .

— O que vocês estão fazendo aqui ?- Pergunto assustado , já esperando pela nova discussão .

—Acho que não terminamos de conversar ontem a noite . – Afirma Ana .

—Não tenho mais nada para falar . – Digo olhando para os meus pés .

—Porque não nos conta sobre Harry ? – Propõe Christian

—Como vocês sabem , sobre ele ?

—Ligamos para Niklaus...

—Então vocês já sabem sobre tudo . –Afirmo , ainda olhando para baixo .

—Filho , olhe para mim . –Pede Christian e eu o obedeço , depois de alguns segundos . – klaus não nós contou nada , só afirmou que a cocaína não deveria ser sua e falou que essa historia esclareceria o porque .

Solto a respiração que nem sabia que estava segurando antes de começar a falar .

—A Inglaterra , ou melhor dizendo todo o Reino Unido , é conhecido por ser um país que mantem suas tradições e na escola não seria diferente . Estudei a vida inteira no St. Jude's Boys, uma instituição privada só para garotos e foi lá que eu conheci o Harry . Ele estava colocando pó de mico no terno do Sr.Bilt , e sem querer eu acabei o ajudando . E desde aquele dia nós tornamos inseparáveis . –Sorrio de lado ao lembrar do meu amigo . – Desde que tínhamos seis anos , só sonhávamos com uma coisa , fazer parte dos 12 , como qualquer outro menino da escola .Então batalhamos para isso acontecer até que com catorze anos fomos finalmente convidados e foi lá que tudo começou .

—Os 12 , são como uma seita responsável por separar os meninos ``populares´´ dos ``fracassados´´ por assim dizer , tanto Klaus como meu avô fizeram parte dele ,quando eram mas novos , mais com o passar dos anos , ele deixou de ser um grupo que os jovens se reuniam para organizar festas e comer as meninas mais bonitas , para ser apenas um local onde as pessoas se drogavam e humilhavam quem não foi requisitado para fazer parte . Logico que ele ainda dava muitas festas , as melhores e ainda comíamos as meninas mais bonitas da Constance Billard School , mas em praticamente todos os nossos encontros e principalmente em todas as festas ocorriam as trocas de drogas e foi lá que eu fumei meu primeiro baseado aos quinze anos , junto com o Harry logicamente .

—Mas não posso colocar a culpa apenas no grupo , afinal nunca ninguém me forçou a nada , mas eu tive vontade de provar , depois de ouvir todos dizendo o quanto era bom , o quanto relaxava , mas demorou até eu querer fumar maconha pela primeira vez , quase um ano , mais depois que experimentei não quis parar mais e conforme o tempo passou a droga parecia perder o efeito da brisa que eu tanto gostava e foi assim que eu parti para cocaína . Mas ao contrario do que vocês pensam não era um completo viciado , eu a usava , mais apenas quando estava estressado ou na cama . – Olho para ambos antes de continuar . – O que eu vou falar agora , é algo que eu nunca , jamais imaginei falar para vocês , então se vocês puderem , nunca mais tocar no assunto eu agradeço . – Eles assente com a cabeça e eu volto a falar . – Como eu já disse antes , eu e Harry , fazíamos tudo juntos , inclusive sexo , nós dava prazer dividir a mesma mulher na cama e tanto Georgina , como Cordelia também gostavam , então era mais nesse momentos que usávamos o pó , para intensificar ainda mais o nosso prazer .

—Na nossa noite de formatura , os 12 estavam dando a festa de despedida o nosso adeus a escola e consequentemente ao grupo , pois por mais que ainda faríamos parte , não seria a mesma coisa . Só avia um problema , Harry e Georgina tinham terminado e eu e Cordelia estávamos dando um tempo . E por causa disso meu amigo queria ficar apenas em casa fumando um baseado de boa , mais eu o obriguei a ir nessa festa , se talvez tivéssemos feito o que ele queria ele ainda estaria aqui . – Fecho , meu olhos e deixo algumas lagrimas caírem . –Eu não me lembro muito bem o que aconteceu , só me lembro de estar dentro de um quarto fodendo Jennifer Pike, por enquanto que Harry usava cocaína no canto . Quando eu me cansei de usá-la fui cheirar um pouco . Harry me pediu mais cocaína e eu dividi o que tinha com ele , e meio minuto depois ele me disse que estava passando mal , eu o chamei de viado e falai que se ele não aguentasse não deveria usar , ele me mandou tomar no cú, mais cheirou o que restava em cima da mesa e foi logo em seguida comer Jenny. Fiquei observando os dois , e o tesão voltou na hora . Nem preciso dizer o que aconteceu não é ? Só que nó meio do sexo Harry começou a tremer , muito . Jenny ficou assustada assim como eu , ela se vestiu e foi chamar alguém , por enquanto que eu via Harry se retorcendo na cama . Não sabia o que fazer , então apenas fiquei do lado do meu amigo e lhé dei a mão , uma parte inconsciente do meu cérebro sabia o que estava acontecendo , mais eu não queria acreditar . Quando os meninos chegaram no quarto só confirmaram o que eu já sabia . Eles me tiraram a força de lá , e esvaziaram a festa para só depois chamar a ambulância, mais já era tarde de mais .

—Depois desse dia , nunca mais usei cocaína não porque eu não queria , mais toda vez que eu tentava os gritos do Harry vinham em minha cabeça , e com isso a culpa ficava ainda maior , por mais que Klaus falasse que a culpa não era minha , mas como não , fui eu que obriguei a ele ir naquela festa , eu que provoquei quando ele falou que não estava se sentindo bem , e quando ele passou mal fui impedido de ajudar . – Sinto Ana me abraçando e retribuo , não conseguindo conter as lagrimas .

—Você não teve culpa de nada Daniel , foi escolha dele usar . – Diz ela calmamente acariciando minhas costas .

—Você fala isso apenamos porque é minha mãe , mais eu sei a verdade .

—A verdade é que ele deveria saber o seu limite . – Diz Christian , abraçando eu e Ana ao mesmo tempo .

Ficamos nessa mesma posição até eu me acalmar .

—Depois daquilo ...

—Não precisa continuar se você não quiser . – Diz Ana ,secando algumas lagrimas que ainda insistiam em cair .

—Podemos nós sentar . – Peço ,sentindo minhas pernas moles.

Ambos assentem e vamos em direção ao sofá .

—A onde está Chuck ? – Pergunto , sentindo falta do meu amigo .

—Faculdade , mais não vamos falar dele agora .- Resmunga meu pai a minha frente . – Eu queria te pedir desculpas Daniel , pela as coisas que eu falei ontem , por não ter acreditado em você, mais quando eu vi a cocaína eu pirei . –Ele respira fundo ao continuar . – Minha mãe biológica era viciada em Crack....

—Espera um pouco, você não é filho da Grace, de verdade ?

—Não . – Ele diz franzindo a testa . – Pensei que você soubesse .

—Então você e o Elliot , não são irmãos de verdade ?

—Ele é meu irmão , mas não de sangue . – Quando escuto essas palavras um alivio vem eu meu corpo Ava não é minha prima.

—Posso continuar ou você vai querer continuar falando sobre Elliot ?

Assinto com a cabeça , e depois de ter certeza que eu não iria interrompe ló novamente , ele volta a falar .

Dois dias aviam se passado . Christian tinha me contado toda a sua historia , sobre a mãe prostituta drogada , e eu sobre a minha fase depressiva , após a morte do meu amigo ,também tinha contato para eles como a droga avia ido para nas minhas coisas , pulando a parte que eu fumei maconha na festa , eles não precisavam saber disso , até porque eu não tinha intenção de repetir .

—Já disse que não estou com fome . – Digo fazendo careta só de ver a comida

—Mais você hoje não tomou café Thed. –Reprendi me Gail.

—Juro que mais tarde como alguma coisa Srta.Taylor , mais agora eu só quero minha cama .

—O Sr.Grey , não vai ficar feliz com isso .

—Depois eu me intendo com o velho . – Pisco para ela e vou até meu quarto me jogando em cima da cama , de roupa e tudo e dormindo logo em seguida .

Olho para os lados desesperado a procura do meu pai , como se ele fosse aparecer magicamente dentro daquele carro .

—Calma Thed vai ficar tudo bem . – Diz uma mulher no banco da frente mas eu só consigo chorar mais ainda ao lhe escutar .

—Ligue para o Taylor , Prescott. – Fala o homem ao seu lado

—Já tentei Sawyer , mas esta sem sinal . – Responde a mulher por enquanto que o carro preto batia em nos novamente .

—Eu quero meu pai . – Digo chorando

—Daqui a pouquinho você vai estar com ele Theodore . – O homem de terno preto diz . – Tente ligar de novo , Prescott.

—Eu to com medo . – Digo entre as lagrimas e mais um vez o carro preto bate em nos .

—Não precisa ter me.... – Mas a mulher não consegue terminar de falar, o carro preto bate mas forte em nos , fazendo tudo girar para logo em seguida ficar escuro .

Abro meus olhos assustado ,vendo Christian me chacoalhar por enquanto que Ana me encara apavorada .

—Vocês estão aqui . – Digo abraçando Christian ,respirando fundo varias e varias vezes ,para tentar acalmar minha respiração.

—Eu to aqui. – Fala ele retribuindo o meu abraço .-Nos sempre vamos estar aqui .

—Quem estava no carro ? – Pergunto desesperado

—Que carro ? – Diz Ana se sentando ao nosso lado na cama .

—Do acidente , do acidente ...