Legados-Legacies

Papai certinho, filha rebelde


P.O.V. Elijah.

Minha filha está grávida. Minha filha de dezessete anos, está grávida!

—Digam alguma coisa.

—E a camisinha? Nós tivemos essa conversa. A Conversa!

—Eu tava bêbada mãe. Não queria que isso acontecesse. Só, meio que aconteceu.

—Meio que aconteceu. Bela desculpa!

—O que eu faço agora?

—Eu não vou criar filho de ninguém. As minhas eu já criei. Agora tem que assumir a responsabilidade Katerina.

—Mas, eu não sei como criar um bebê.

—Não sabe aprende. Eu sou sua mãe Kat, vou te apoiar, vou te ajudar, mas não vou criar o filho de ninguém.

—Ao menos sabe quem é o pai desta criança?

—Sei. Jace.

—O Shadowhunter?! Vai ter um bebê com um maldito Shadowhunter?!

—Você bebeu o sangue do diabo!

—Preciso de um pouco de ar.

P.O.V. Klaus.

Quem diria que o meu irmão mauricinho, o certinho seria vô antes de mim?

P.O.V. Kat.

Isso é uma droga. Ter que morar nessa igreja cercada de shadowhunters.

Estava pendurando a minha bolsa quando eu escuto alguém anunciar elegantemente.

—Vossa excelência, a senhora Juíza Herondale.

Aquela mulher de terninho, com aquela cara tentando me intimidar. Ela tinha os olhos do Jace.

Levantei os meus óculos de sol.

—Oi.

—Clarissa Morgenstern. Pensei que estivesse morta e não grávida.

—Eu sou a Katerina Mikaelson.

—Os Mikaelson são um mito.

—Se eles fossem eu não estaria aqui. E nem o seu bisnetinho.

Disse esfregando carinhosamente a minha barriga.

—Uma vampira grávida?

—Uma Trí-híbrida grávida.

—Jonathan!

O Jace apareceu voado. Ele tava tenso, nervoso.

Fui até a cozinha, peguei o sorvete de chocolate, coloquei na taça e comecei a tomar. Assistindo a confusão que se desenrolava na minha frente.

—Engravidar uma submundana?! Uma criatura que nem se sabe o que é?! Este ser que germina no ventre dela tem que morrer.

—Como é que é minha filha? Se você encostar um dedo no meu filho, eu te mato sua vaca.

Catei uma das espadas na parede.

—Lâminas serafim só respondem á Shadowhunters.

—Minha mãe bebeu o sangue do Arcanjo mais poderoso quando tava grávida de mim. E isso me torna uma de vocês, infelizmente.

—Pelo anjo! Uma submundana com sangue de anjo?

—Ai, se ela me chamar de submundana outra vez, vocês vão morrer.

P.O.V. Imogen.

Ela ameaçou os meus guardas.

—Você é uma submundana.

—Eu avisei.

A garota se movia parecia um borrão. Logo, todos os meus guardas estavam no chão e ela estava segurando os corações deles com as mãos.

—Mais alguém... vai me chamar... de submundana?! Sou bruxa! Sou vampira! Tenho sangue de anjo! Mas, eu não gosto desse nome feio.

O sangue deles escorrendo, manchando o chão. Ela os matou com as próprias mãos. E comeu os corações que ainda batiam. Bebeu o sangue e quebrou os corações vazios, fazendo-os se esfarelarem na mão.

Logo, senti a lâmina no meu pescoço.

—Encosta um dedo no meu filho... e você vai rezar para o seu precioso anjo te salvar de mim. Baranga.

Senti-a chutar as minhas pernas. Ouvi os ossos quebrando, estalando.

—Ai!

—Bem vinda ao lar... vovó.

Sangue e sorvete.

—Pelo Anjo! O que aconteceu?

—A baranga ameaçou o meu filho.

Disse aquela criatura lambendo a colher com sorvete.

—Você os matou?

—Eu avisei pra ela parar de me chamar de submundana, mas ela não quis escutar.

—E qual é o problema de ser submundana?

—O problema é que esse título é só um jeito dos Shadowhunters se colocarem acima dos outros sobrenaturais. Nós somos submundanos, mas eles são... Shadowhunters. Hipocrisia do caramba.

—Credo Kat. Tá tomando sorvete com sangue?

—Sou meio vampira lembra?

P.O.V. Jace.

Isabelle está tendo problemas em seu relacionamento com Raphael.

—Izzi, por favor... eu preciso fazer xixi.

—Você não liga pra mim.

—Izzi, eu te adoro, mas o bebê milagroso tá apertando a minha bexiga!

—Izzi, me fala o que aconteceu.

—Não!

Estou ouvindo a confusão do meu quarto. Então, escuto alguém esmurrando a porta.

—Jace! Abre a porta.

—O que...

Ela passou correndo e foi direto pro banheiro. Acho que ela nem percebeu que não fechou a porta.

Depois que ela finalmente fez xixi, comecei a reparar no que ela estava vestindo. Cabelo liso claramente chapinado na altura dos ombros, estava de pijama.

A blusa era azul claro com detalhes em renda cor de rosa, decote V, calça branca com pequenas flores azul e rosa estampadas e um robe azul claro. Estava descalça.

—Ai, eu vou voltar pra cama. Desculpe a confusão, o bebê milagroso estava apertando a minha bexiga. A Izzi chorando, o bebê apertando... Meu Deus!

Disse ela caminhando pelo chão de madeira.

—Espera.

—O que?

—Você pode ficar aqui se quiser.

—Da última vez que dormimos juntos... Boom! Bebê milagroso.

—Mas, você já está grávida.

—Quer saber, contanto que eu possa dormir... por mim tudo bem. Vou pegar meu travesseiro.

—Eu tenho travesseiros.

—Preciso do meu travesseiro de grávida.

Ela pegou o travesseiro, que era enorme com fronha de chupetinhas, deitou na cama e capotou.

Eu no entanto... é difícil dormir com uma híbrida grávida roncando e rolando do seu lado.

Na manhã seguinte foi... infernal.

P.O.V. Alec.

Estava fazendo café da manhã quando me deparo com um Jace zumbi.

—Cara, você tá horrível.

—Ela ronca e rola, rola e ronca. Eu amo a Kat, mas a Kat grávida é... um ogro que só sabe comer, dormir, roncar e rolar.

Eu tive que rir.

—Cale a boca. Se não fosse meu parabatai eu te matava.

—Fique feliz, está quase acabando. O pestinha deve sair a qualquer momento agora.

Jace respirou fundo.

—Onde está a mamãe monstro agora?

—Dormindo. Ela só come e dorme.

—A fase do vômito foi horrível.

—Parece que a coisa vai piorando. Primeiro vomitando, depois oscilações de humor, agora a fome insaciável e a fadiga.

—Quem está com fadiga?

—Bom dia mamãe monstro.

—Mala. Nossa! O que aconteceu com você, Jace?

—Você ronca e rola, rola e ronca.

—Own, tadinho. Mas, foi você que me convidou pra dormir com você. Olha, larga a xícara e volta pra cama.

Disse ela pegando a xícara de café das mãos do Jace.

—Eu tenho que treinar.

—Treina depois. Jace, você tá horrível. Se pegar numa daquelas lâminas nesse estado, capaz de perder um dedo.

—Minha vó...

—Deixe que eu cuido da vovó Herondale. Vai dormir menino.

Ele obedeceu.

—Coitado.

—Vai tomar o café?

—Não. Cafeína deixa o bebê nervoso e agitado.

—Conseguiram descobrir o que é afinal?

—Eu acho que é menina. A minha mãe, minha irmã e minha tia fizeram um exame com um pêndulo e acham que é menina.

—É claro que acham.

—Me leva pra conhecer o seu namorado. Magnus Bane, ouvi muito falar dele.

Disse a grávida colocando a xícara de café sob a bancada de mármore. Ela fez ovos mexidos franceses e waffles com calda.