Moscou, Rússia. 20 de Junho de 1895.

(Alguns meses depois...)

–Notícias da Inglaterra, Sua Alteza. – disse o servo, oferecendo um jornal e um envelope, sobre uma bandeja de prata, do qual o Duque Ivanov apenas tomou o jornal.

Naquela edição do “The Star”, havia notícias sobre o Coronel Moran. Seu julgamento tinha ocorrido há alguns meses, e ele agora estava preso em Dartmoor, uma das maiores e mais seguras prisões da Inglaterra. O Duque acompanhou o caso, pois sabia que Dmitri tinha recorrido aos seus serviços para localizar Esther Katz. Falava-se ali na possibilidade do Coronel Moran pegar prisão perpétua, pois a Coroa ainda tentava tornar a pena mais dura. O Duque Ivanov não parecia contente com isto.

–Deseja mais alguma coisa, Sua Alteza? – perguntou o servo, ainda segurando a bandeja.

–Sim. – disse o Duque Ivanov, desviando seus olhos do jornal para o servo. – Quero que mandem preparar minhas malas e que arranjem um vapor para a Inglaterra com urgência. E lembre-se...

–... Todas as passagens da primeira classe compradas, para dar-te privacidade. – completou o servo.

–Exatamente. Quero tudo aprontado em cinco horas, no máximo. Desejo pôr meus pés no vapor antes do anoitecer. Mandem um telégrafo à Embaixada da Rússia em Londres. Eu quero estar hospedado na melhor suíte que aquele Reinado tiver disponível, entendeu?

–Entendido, Sua Alteza. – disse o servo, fazendo uma reverência. O Duque tomou o envelope da bandeja de prata e dispensou o criado com um resmungo qualquer. Agora, completamente só em sua enorme sala privativa, o Duque passou seus dedos pelo nome escrito na pasta.

SHERLOCK HOLMES

Aquele era um relatório, conseguido por um de seus agentes empregados na Inglaterra, sobre Sherlock Holmes e seus casos mais recentes. Ivanov ansiava por esse relatório há muito tempo. Ali, continha um relatório minucioso sobre Holmes, suas habilidades e histórico. Também havia sua vida pessoal, sobre seus amigos, familiares, inimigos, absolutamente tudo. Desde que Dmitri morreu nas mãos de Sherlock Holmes, o Duque desejava dar-lhe uma resposta á altura, de modo a vingar a morte daquele que seria seu herdeiro natural, e muito mais que um braço direito em seus negócios: o filho que ele jamais pôde reconhecer. E ele já tinha começado a arquitetar a destruição de seu desafeto há alguns meses. Ele desejava algo lento e doloroso, e se possível divertido. Alguns dos piores homens da Rússia, como Jenkins, já tinham começado o seu trabalho, mas ele precisava de mais: conhecer profundamente o seu inimigo, de modo a saber atacar suas fraquezas.

–Vejamos que tipo de rato eu terei de esmagar... – disse o Duque Ivanov, enquanto lia, página por página, o perfil de seu inimigo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.