Laços Por Contrato!

Vadia da noite!


POV. Carlos Daniel
Quando conheci Paola, estávamos no auge da adolescência. Lembro-me que, na época, havia dito para meu pai que havia viajado para Las Vegas para ajudá-lo em questões do trabalho, mas a realidade é que eu não me importava com nada daquilo. Apenas queria viajar novamente. Ter novas emoções. Poder me aventurar e tirar um tempo longe da minha família, o que não era novidade, sempre que eu podia arrumava um jeito de me livrar de todos eles.
Naquela noite, tudo parecia perfeito, eu estava ali torrando o dinheiro do meu próprio pai em jogos e bebidas, já havia apostado mais do que tinha... Nada seria capaz de me fazer parar de jogar, era o que eu pensava. Mas, logo que eu a vi, esse pensamento mudou.
Aquela bela mulher de vermelho, que possuía no corpo belas curvas e nos olhos o atalho para a perdição, imediatamente me chamou atenção. Logo, antes do previsto, eu já estava ali, sentado em seu lado, oferecendo-lhe um drinque. E em seguida uma suíte em um motel. E assim, de maneira tão simples, aquela bela mulher por nome de Paola foi minha.
Assim que acordei percebi que ela não estava mais ali. Como uma louca feiticeira havia desaparecido na manhã seguinte, largando-me louco de paixão. Quando resolvi sair para procurá-la, percebi que Paola havia levado tudo, desde minha carteira, até minhas roupas. Me senti um completo imbecil. Havia me deixado seduzir por apenas outra vadia da noite.
Não sabia quem ela era, nem onde encontrá-la, então me limitei apenas em bloquear isso da minha mente. O que foi difícil, pois sempre eu acabava me perdendo em memórias daquela noite de prazer. Mas aos poucos, consegui deixar isso no esquecimento, até agora...
O mundo e suas voltas!
Mal posso acreditar que me casei com uma mulher idêntica á Paola. Na realidade, com certeza o fato de eu ter insistido tanto para Paulina ser minha esposa, teve muito haver com o fato dela me lembrar a tal vadia da noite, entretanto, eu não me lembrava que eram tão parecidas... Idênticas na verdade.
— O que está fazendo aqui? - Perguntei após sair do meu estado de transe. - Você se parece mais com a Paulina do que eu me lembrava.
— Vim pedir desculpa por ter saído sem dizer nada após te deixar louquinho por mim. - Ela disse, soltando outra gargalhada divertida.
— Se lembrou um ano depois? - Falei usando o mesmo tom de deboche que ela.
— Achei que já tinha te compensado ontem a noite!
— Então era mesmo você...
— Sim. Você me confundiu mesmo com aquela mosca morta? - Paola falou, como se fosse um absurdo.
— Por que vocês são tão parecidas? - Não me contive em perguntar.
— Pela sua cara de impressionado, sugiro que não se lembrava que eu era tão parecida com sua esposa, não é? - Ela perguntou e eu apenas balancei a cabeça em concordância. - Oh... Eu poderia ficar ofendida! Mas, me lembro bem que você estava bêbado demais para se lembrar de mim, por isso voltei, podemos criar novas memórias, amor... Afinal, aquela noite foi inesquecível! - Paola completou, com o mesmo tom de deboche de sempre e em seguida começou a rir novamente. Essa mulher me tira do sério.
— Eu poderia mandar prenderem você, sabia? Você me roubou, isso é crime! - Falei usando um tom ameaçador.
— Ah, jura? Sabe o que mais é crime? Um casamento por contrato, docinho.
Nesse momento engoli seco e o tempo pareceu congelar, como ela sabia disso???
— Como você sabe? - Quase sussurrei ao perguntar.
— Olha, acredite se quiser mas, não vim pra cá por você! - Ela disse, como se fosse uma novidade. - Descobri recentemente que tinha uma irmã gêmea e desde então, fiquei pensando se ela tinha uma vida melhor que a minha... Pois pra ser sincera, tudo está meio difícil ultimamente. Cheguei ao ponto de transar com homens apenas para roubar o dinheiro deles, ah... disso você já sabe - ironizou, soltando outra daquelas risadas escandalosas.
— Atenha-se a me explicar a situação! - Pedi, tentando me controlar.
— Vim pra cá por isso, queria tomar a vida da minha tal irmã e roubá-la, mas aí descobri que a infeliz tinha a vida bem pior que a minha. Mas, meus instintos me mandaram investigar mais um pouco, e foi aí que descobri sua proposta de "um casamento por contrato", era a oportunidade perfeita para mim... Então, resolvi esperar até o casamento, e depois aparecer. Essa é a história, queridinho! - Ela disse me encarando.
— O que você quer? - Falei e a encarei de relance.
— Sério mesmo? - Ela perguntou como se essa fosse uma pergunta idiota.
— Okay... Quantos você quer? - Corrigi a frase.
— Agora estamos nós entendendo! - Ela disse, sorrindo de lado.