México 2002

Empresa Villarreal

Cristina, estava abatida, fazia apenas 10 dias que enterrara seu tio, a dor ainda a consumia. Seu tio sempre a tratou como filha, foi a única família que conhecera. Está na empresa Villarreal, era concretizar que seu tio se fora para sempre, e que agora teria que seguir sozinha. Chegando próximo ao escritório de seu tio, sentiu que talvez devesse ter adiado a leitura do testamento, sentiu suas pernas perder a força, como aquele ambiente era diferente sem ele, tudo era tão formal, faltava a risada, e as brincadeiras escandalosas, e a inteligência sagaz. Se forçou a abrir a porta do escritório, e se deparou com a única pessoa capaz de colocar um pouco de felicidade em seu coração.

— Otávio, que bom vê-lo! _ Foi em sua direção para abraça-lo. Sentia segura e protegida nos braços do homem por quem nutria um amor dês de seus quinze anos.

Otávio se afastou, ainda estava magoado com Cristina.

— Não entendo sua surpresa, hoje é a leitura do testamento, e se não fez nosso tio me tirar do testamento acho que devo está aqui. _ disse isso com rispidez.

— Otávio você ainda está magoado comigo? Isso já faz o que dois anos? _ Cristina perguntava de maneira incrédula.

— Na verdade três. _ responde Otávio.

—Eu estava com raiva, não queria que você fosse embora, e disse coisas que não sentia. Pensei que todas as inúmeras cartas que lhe mandei mostrava meu arrependimento.

— Não as li. _disse entre dentes. _ Mas esses anos refleti sobre o que me falou, você não mentiu, não tenho sangue Villarreal, e meu tio culpava meu pai, pela morte de sua mãe.

— Nosso tio nunca faria isso, ele amava seu pai como um filho, assim como lhe a amava como um neto. _ Cristina se sentia magoada, odiava a qualquer um que falasse absurdos que não condizia com o caráter de seu tio.

— O Alberto Villarreal só amou e tratou você como alguém da família. Eu fui excluído de qualquer a feição.

— Você mesmo se excluiu, só o procurava quando precisava. _ Cristina sentia a raiva pulsar em suas veias. Meu tio foi um homem maravilhoso, e se você tivesse ficado quando ele lhe pediu você teria comprovado o que digo.

— Ele não pediu, ele me deu um ultimato, e você foi a culpada pelo meu afastamento.

— Culpe-me, se isso o faz sentir melhor, não me importo. _ A voz de Cristina era apenas um suspiro.

Antes que Otávio pudesse responder, foi interrompido pelos advogados.

— Senhorita Villarreal, senhor Villarreal estamos prontos.

— Já estamos indo. _ disse Otávio.

A sala de reunião era ampla, a cadeira antes ocupada por Alberto agora vazia, fazia os olhos de Cristina lacrimejarem.

— Antes de começar, gostaria de entregar a cada um de vocês uma carta deixada pelo o senhor Alberto. Peço que leia quando a reunião terminar, acho que assim entenderão...

_ Do que está falando? _ pergunta Otávio já sem paciência.

O advogado, abria o testamento, com um certo pavor, ele conhecia o gênio de Otávio, e sabia que ele jamais aceitaria os termos de seu tio.

— Como a Mansão Villarreal já está no nome de Cristina, seu tio deixou as duas coberturas em Palanco para você senhor Otávio. O apartamento em Londres, para senhora Cristiana, assim como toda a coleção de vinho e os livros, para senhorita. Ele diz aqui que nenhuma dessas coisas seria de seu apreço senhor Otávio.

— Foi um jeito gentil, de me chamar de simplório e tosco. _ disse com um sorriso sem alegria.

— Meu tio sempre tão perspicaz. _ Cristina não conseguiu segurar seu comentário assim como o riso.

O Advogado continuo, ignorando as provocações entre os dois.

— As empresas Villarreal, será dividida entre os dois, porem tem uma cláusula que tem de ser comprida.

— Qual a cláusula? Pergunta Cristina com certa curiosidade.

— Seu tio deseja um matrimonio entre vocês dois.

Cristina estava perplexa, não tanto quanto Otávio mais ainda sim bastante para ficar sem palavras.

— Ele só pode ter perdido o juízo, isso nunca vai acontecer, prefiro arrancar todos meus órgãos com minhas próprias mãos do que me casar com Cristina. _ esbravejou em alto e bom som.

Cristina sentiu cada palavra de Otávio esmagar seu coração já tão ferido.

— Sendo assim senhor Otávio, as ações passam a ser todas da senhorita Cristina.

— Então é isso, o aceitamos, ou perdemos tudo? _ pergunta Otávio.

— Não, a senhorita Cristina tem uma opção se ela não desejar o matrimonio as ações são divididas, porem ela perde o direito a diretoria.

— Que ótimo, ele deixa o meu destino nas mãos de uma garota egoísta. A voz de Otávio é carregada de desprezo.

— Não fale de mim como se eu não estivesse em sua frente. E o único egoísta aqui é você. Você nunca mostrou nenhum interesse pelo o nosso tio, apenas pela a fortuna dele, e se depender de mim você não a terá. Não sem antes merecer.

— O que quer dizer, vai me obrigar a casar com você? Vai mesmo querer casar e passar o resto da sua vida com alguém que o único sentimento que nutri por você é um total desprezo.

— Não vou perder a diretoria da a empresa que meu tio lutou tanto para construir e entregar para um moleque que acha que merece o mundo aos seus pés. Eu já me acostumei com seu desprezo, sua falta de noção de mundo, e de respeito com as pessoas que lhe ama. Então eu não me importo de ficar um ano casada com um homem tão frívolo como você.

— Um ano? _ Pergunta Otávio deixando de lado as ofensas feita por ela.

— Sim, vocês precisam passar um ano casados, dividir a mesma casa, e ser um casal apaixonado, perante os amigos e funcionários da empresa.

— Então você sabia, sabia desse plano horrendo de nosso tio? _Otávio acusa Cristina.

— Não...

Otávio a interrompe, antes dela se explicar...

— Nem comece mentir, agora entendi tudo, foi você que fez ele criar essa cláusula, você é tão patética, chega a me da pena. _ disse isso e saiu.

Hoje faz exatamente 90 dias que Cristina casou com Otávio Villarreal. Ela olhava os fogos da janela do seu quarto, o céu colorido lhe trazia lembranças de um tempo sem tanto sofrimento. Um lagrima delicadamente rolava em sua face. Com as mãos rápidas limpou o rosto e fechou a cortina, tampando a claridade dos fogos que clareava o céu Mexicano. Era ano novo, estava sozinha, e só Deus sabia o paradeiro do seu marido. Talvez com alguma de suas amantes. Deitou-se, querendo que o sono a fizesse esquecer que essa era pra ser uma data feliz. Quando estava quase pegando no sono, despertou com o barulho. O som alto chegava a vibra no chão. Ela desce as escadas sentindo a vibração mais forte a cada passo que se aproximava da sala. As vozes, junto com o cheiro de bebida e perfume barato também se intensificavam.

O que significa isso? _ A expressão de Cristina era de tamanha perplexidade.

Otávio encontrava-se sentado, segurando seu uísque enquanto uma jovem de caráter duvidoso fazia uma dança provocante.

— Minha querida esposa, o barulho a fez acordar? _Pergunta Otávio, com um ar de presunção.

— Você é tão patético! _ Cristina desliga o rádio. A garota que dançava parece espantada ao saber que a mulher ali parada é a esposa de Otávio. _ Quanto ele lhe deve minha jovem? _ pergunta Victoria tentando ser mais fria possível.

— Eu não sou garota de programa. _afirma a garota ainda mais constrangida. Você me trouxe pra casa da sua mulher? Que tipo de idiota faz isso?

— Um idiota que é obrigado a ficar casado com uma mulher que ele despreza. _ Otávio diz isso encarando

As palavras de Otávio chegam a Cristina como se ele a socasse o estomago. Ela respira profundamente, tentando controlar as lagrimas que estava preste a cair em seu rosto. Ela pega a bolsa que se encontrava no sofá e a entrega à garota.

— Saia, por favor!

Quando finalmente os dois estão a sós. Cristina retira a bebida das mãos de Otávio.

— Vai controlar agora a minha bebida, assim como as mulheres que eu vou pra cama. Diz Otavio ficando em pé.

— Pouco me interessa o que tu bebes o com quem tu vais pra cama. Agora nessa casa, ou em público tu te comportaras como um homem descente. Se não...

— Se não o que Cristina? _ Otávio se colocou ainda mais perto. O cheiro a doce dela o deixou tonto. Ele poderia negar, o quanto quisesse. Mais aos longos dos dias e com a convivência diária, Cristina havia despertado algo desconhecido nele.

— Eu acabo com a sua vida! _ Ameaça Victoria.

— Uma novidade pra você querida esposa. Você já fez! Fez no dia que disse sim, naquela igreja. _ Otávio despejou as palavras com nojo notável.

— Não, Otávio! Naquele maldito dia a única vida que eu acabei foi a minha. A sua vida, sua miserável vida eu salvei. E se algo, como esse episódio lamentável de hoje tornar a acontecer eu garanto que eu destruo você e todos quem você ama. Sem nem piscar. _ Cristina olhava Otávio com uma frieza que já era conhecida por ele.

— Suas ameaças não me dão medo!

— Meu amor, não sou mulher de ameaçar. Sou uma mulher que cumpri promessa. Isso não foi uma ameaça, e sim uma promessa. _ Cristina toma o resto da bebida de Otávio. _ Boa noite, meu marido! _ A voz de Cristina tinha uma sutileza de sarcasmo que deixou Otávio ainda mais irritado.

Otávio segura Cristina, antes que ela saia.

— Você pode me comprar, assim como já fez. Você pode me ameaçar, pode fazer pacto com o demônio, mas você nunca vai ter o meu amor. Nunca! O que eu sinto por você é desprezo, nojo. Sinto-me enojado só de respirar o mesmo ar que uma mulher como você.

As lagrimas que Cristina tanto esforço fez para não cair, rolava agora como cascata. Ela não disse mais nada, ela só queria deitar e chorar, ela odiava quando se deixava transparecer fraca pra ele. Mas, algumas emoções nem ela mesma conseguia controlar.

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Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.