Momento Difícil

Matilde ainda está surpresa enquanto Edgar vai entrando em casa

Edgar: Ai.. como é bom estar em casa... nem acredito... onde está a Laura, Matilde? Está no quarto? Estou morrendo de saudade dela....

Matilde: Ela saiu... foi a biblioteca... mas ela vai ficar muito feliz em ver o senhor... se o senhor me permite vou agora mesmo mandar um mensageiro avisa-la da sua chegada

Edgar: Não Matilde, deixa ela dar a aula em paz...

Matilde: Mas ela anda tão triste... abatida...mal come... a dona Isabel não tem saido do lado dela... e o Dr. Assunção vem ve-la com tanta frequencia... vai ser bom para ela saber que o senhor voltou...

Edgar: Como assim? O que ela tem? Por que ninguém me avisou nada? Eu vou até a biblioteca espera-la....

Matilde: Infelizmente não sei o que ela tem... eles não me dizem nada... ninguém o avisou porque....

Neste momento ouve-se batidas na porta. Matilde vai atender... Catarina entra na casa toda apressada com Melissa no colo chorando sem parar (Catarina antes de entrar deu alguns beliscoes na menina para faze-la chorar)

Edgar: Catarina? O que faz aqui? O que houve com minha fillha? (pegando a menina no colo e tentando acalma-la)

Catarina: Ai Edgar... logo que você saiu ela começou a chorar e não parou mais.... não sei o que fazer... tenho medo que esse choro todo desencadeie mais uma crise....

Edgar: Catarina não é para tanto! Viu.... ela já está se acalmando...

Catarina: Como ela gosta de você.... foi só ir para o seu colo que ela se aquietou... não é minha abelhinha (falando dengosa com a menina)

A porta estava aberta... Laura entra sem ser notada e fica observando a cena em silêncio... seu coração está descompassado... mas tenta controlar a raiva que está sentindo... Edgar percebe que Laura chegou... não sabe o que fazer...

Edgar: Meu amor... eu estava indo até a bilbioteca te encontrar....

Catarina: Desculpa... eu atrapalhei o Edgar... a culpa foi minha...mas eu estava desesperada... a menina não parava de chorar... eu não tinha a quem recorrer aqui... Você deve ser a Laura... prazer eu sou Catarina (estendendo a mão)

Laura: Eu sei quem você é...

Catarina: Bom... agora que Melissa está mais calma vou para casa... não queria que nosso primeiro encontro fosse assim...e você deve estar estranhando eu estar aqui... mas o Edgar deve explicar tudo a você... agora com licença...

Catarina pega a criança e sai porta a fora... Dá uma sorrisinho.... sua visita surtira o efeito que esperava.

Laura: Finalmente... resolveu aparecer?

Edgar: Laura... eu não queria que fosse assim... eu pretendia conversar com você... te explicar tudo antes de te apresentar a Melissa...

Laura: Me explicar... você tomou uma decisão que dizia respeito a nossa vida sozinho.... o que essa mulher e a tua filha estão fazendo aqui no Brasil...

Edgar: Foi a alternativa que encontrei.. o médico me afirmou que o clima dos trópicos era o melhor tratamento para a saúde debilitada da menina... só não te escrevi isso porque achei que era melhor conversar pessoalmente com você...por sinal... por que não respondeu minhas cartas?

Laura: Que cartas? Eu não recebi nem um mísero bilhete seu.... e quase enlouqueci com a falta de notícias... achei que tivesse acontecido alguma coisa muito grave contigo... mas agora vejo que está tudo bem... aliás tudo ótimo... com você e sua linda família feliz...

Edgar: Laura... a Melissa é minha filha... mas a minha família é você... era pra você ter recebido minhas cartas... escrevi três enquanto estava lá... estava preocupado por não saber nada de você... e agora quando cheguei a Matilde me disse que você não estava bem... que teu pai vem te ver com frequência e a Isabel está cuidando de você...

Laura: E como você queria que eu estivesse... alegre e fagueira sabendo que meu marido tinha atravessado o oceano para resolver uma situação que ele mesmo provocou com outra muher..... e eu aqui sem saber de nada do que estava acontecendo lá... eu adoeci ... por sua culpa... e ainda você tem o displante de voltar para o Rio de Janeiro com essa mulher sem me avisar... chega.. saia daqui...

Edgar: Não... vamos conversar...

Laura: Não... não temos mais nada para conversar...aliás nós não temos mais nada.... nada (sobe correndo as escadas e se tranca em seu quarto)

Edgar: Amor.. (batendo na porta)... Laura... abre... a gente precisa conversar...