Capítulo Único

Era a hora dele brilhar, foi isso que Theo Galavan disse para ele, era a hora dele fazer o que ele sabia fazer de melhor. Ser ele mesmo.

Foram os melhores momentos de sua vida. Mesmo em um grupo de idiotas esquizofrenicos e canibais, Jerome se sentia bem em estar na cobertura de Galavan, usando seu roupão vermelho. Ele fazia algo, sabia fazer algo, e ele fazia isso muito bem.

Uma vida inteira vivendo com a vadia de sua mãe, aniversários e mais aniversários infelizes, um pai cego do qual ele nunca soube, e o rotulo de louco em sua ficha policial com apenas 18 anos. Ele não se importava. Ele gostava de Arkham, e não se incomodava em ficar lá o resto de sua vida.

Mas Galavan lhe deu uma chance, lhe deu um propósito. Ele era bom em espalhar o caos, em deixar um rastro de insanidade por onde passava. Ele era bom em ser o chefe. E ele era o chefe.

Jerome era charmoso, Galavan sabia disso, e incrivélmente sexy. Talvez por seu topete ruivo que insistia em ter uma mexa solta em seus olhos, talvez por olhos verdes como safira, talvez pelo jeito descolado e psicopata dele ser. Ele tinha futuro, e ele podia ter feito mais, muito mais.

Mas o impediram. Mais uma vez, as pessoas ao seu redor o impediram. Ele não seria tão poderoso, charmoso e hipinotizante se ele não fosse o que ele era, livre. Ele não era apenas uma minúscula embreagem em uma enorme maquina como as outras pessoas, ele era mais. Mas as pessoas não entenderam, não entendem, e o pararam.

Ele tinha tanto o que fazer, tanta insanidade para espalhar, tantas gargalhadas a dar. Ah, a sua gargalhada.

Mas ele fez mais, muito mais do que poderia imaginar. Seu pai uma vez lhe disse, e ele não estava errado, de que o legado dele seria morte e loucura. Aquela podia ter sido a última gargalhada e Jerome Valeska, sua última bela gargalhada, mas ela se espalhou e impactou Gotham de um jeito que ninguém nunca imaginou. De um jeito que só Jerome sabia fazer.

E sabe porque? Porque não tem nada mais contagiante do que uma gargalhada.