Ele sabia que naquele momento ele não poderia falar nada ou piorarias muito as coisas e ai ela pegaria suas coisas e iria embora sem olhar para trás, ele suspirou e olhando nos olhos dela, ele se virou e saiu do quarto. Encostou-se à parede do lado de fora do quarto e repetiu para si mesmo.

— Ela quer ir embora...

Victoriano parou de se lamentar e dali saiu voado e subiu para o quarto e encontrou Débora esparramada na cama, ele a olhou e ela se virou o olhando, tinha um sorriso de raiva nos lábios mais levantou e tentou beijar ele, mas Victoriano virou o rosto e a afastou. Afastou-se e foi para o outro lado.

— O que aconteceu coração? – O olhou cínica.

Victoriano a olhou, olhou de cima a baixo e se perguntou como podia ter se casado com ela somente para afrontar Inês, se recriminou e depois de um longo suspiro falou.

— Eu quero o divorcio! – Os olhos de Débora quase saíram de sua cara.

— O que? – Falou sem acreditar.

— É isso que ouviu! Esse casamento não da mais para mim e eu não posso ficar com uma mulher que eu não amo! – Ele estava nervoso com a possibilidade de perder Inês.

— Você não pode fazer isso comigo Victoriano! Não agora que eu estou grávida de você! – Jogou aquela bomba que não era verdadeira mais precisava ganhar tempo pra poder tirar tudo que era dele.

Victoriano perdeu a cor no mesmo momento em que ouviu aquela noticia, como ela poderia estar grávida? Como? Era ate uma pergunta meio idiota de se fazer, afinal eles sempre estavam juntos, mas desde que beijou Inês ele nunca mais se deitou com ela a não ser para dormir. Ele sentou sentindo que aquela noticia faria com que o seu amor fosse embora de verdade da sua vida e ele não poderia deixar que isso acontecesse, mas como impedir que ela fosse se a sua esposa estava ali dizendo que esperava um filho dele.

Ele a olhou e ela acariciou o ventre propositalmente e se aproximou dele...

— Vai me deixar e deixar nosso filho? Vai deixar que o nosso filho cresça sem pai? – Começou a chorar e pegou a mão dele colocando em sua barriga. – Eu te amo e por fim vou te dar o filho homem que tanto sonhou, meu amor não me deixe por uma aventura. – Ele olhou sua mão ali no ventre dela e tirou.

Victoriano levantou e saiu voado do quarto, precisava de ar ou iria se afogar em seus próprios sentimentos, Débora o viu sair e secou as lagrimas e sorriu. Victoriano desceu e foi direto para o estábulo e pegando seu cavalo saiu a galope.

Diana e Alejandro que ali estavam não entenderam nada e voltaram a trabalhar na fazenda... O dia passou e com ele veio a noite, ninguém desceu para o jantar todos jantaram separados e em seus quartos.

[...]

TRÊS DIAS DEPOIS...

Emiliano estava na cidade resolvendo alguns assuntos da fazenda quando Loreto se aproximou e o abordou...

— Emiliano? – O jovem virou sorrindo.

— Ele mesmo e você quem é? E como sabe meu nome? – O analisou de cima a baixo.

Loreto tinha um brilho nos olhos, parecia amor mais não era. Loreto não era capaz de sentir amor, nem mesmo pelo próprio filho o que ele queria ali era somente Inês e mais nada. Ele sorriu.

— Eu sei seu nome porque você é meu filho. – Emiliano sentiu o coração pulsar e ele se escorou no carro.

Como assim aquele homem era seu pai? Seu pai estava morte e enterrado, se recordou de Inês dizendo que o pai havia morrido quando ele era ainda um bebê...

— Pela sua cara Inês nunca te contou a verdade sobre mim verdade? – Se aproximou e tocou seu ombro. – Eu sou seu pai e Inês mentiu porque queria ser amante de Victoriano Santos! – O veneno estava lançado e ele não teria piedade.

[...]

MAIS TARDE...

A casa estava toda sendo montada para uma grande festa, aqueles três dias Inês e Victoriano não se falaram direito e quando falaram era relacionado a casa ou a qualquer outra coisa, Inês não estava de acordo com aquela festa mais nada pode fazer ou falar.

Estava tudo pronto e Débora somente dava as ultimas ordens, Diana não passou o dia em casa, estava com Alejandro fora da cidade comprando algumas coisas para a fazenda. A fazenda já começava a encher pelos convidados e ali estava Débora recebendo a todos como sempre, tinha um vestido ousado que nem de longe enchia os olhos de Victoriano.

Todos estavam ali prontos menos Diana que estava atrasada, Victoriano já bebia e olhava Inês sempre que ela aparecia por ali para dar alguma ordem, ele a amava tanto e a vontade que tinha cada vez que seus olhos se encontravam com os dela era de dizer o quanto a amava e como queria fugir com ela pra qualquer lugar que não tivesse ninguém para atrapalhá-los.

Victoriano suspirou quando Débora grudou em seu pescoço e se esfregou propositalmente quando viu Inês por ali o beijou a força mostrando que era ela quem seria sempre a esposa dele e não ela. Diana chegou minutos depois e suas irmãs a levaram para se arrumar, estava tudo armado para que Elias pedisse a mão dela em casamento naquela noite, mas eles mal perdiam por esperar.

Quarenta minutos depois Diana desceu e ao chegar a festa Elias a puxou para ele e a beijou, Diana se afastou um pouco e olhou para os lados como se procurasse alguém ou melhor pedia a Deus que um certo alguém não tivesse visto aquela cena, ele a puxou para que falasse com algumas pessoas, ela não gostou muito mais mesmo assim foi...

[...]

NA COZINHA...

Inês supervisionava as bebidas que iam saindo para os convidados quando viu Alejandro entrar, ela sorriu e foi ate ele, ele pegou na mão dela e deu um beijo carinhoso.

— Dona Inês, eu preciso pedir desculpa a senhora! – Falou afoito e ela estranhou.

— Por quê? – Sorriu.

— Porque confundi tudo e achei que a senhora da casa era você e disse pra patroa e me confundi todo e não sei nem como ainda trabalho aqui! – Se enrolou todo a fazendo rir alto.

— Não tem problema não! – Tocou o rosto dele com todo carinho.

— Eu quero que conheça as minhas filhas! – Mudou de assunto.

Inês sentiu um friozinho no estomago e sorriu feliz com aquele pedido dele.

— Quando? E quantas filhas têm? – Ele soltou a mão dela e pegou duas taças de champanhe e deu uma a ela que pegou. – Eu não bebo em serviço.

— É só pra comemorar comigo Inês. – Falou rindo. – Comemorar que eu estou apaixonado e o melhor ela me corresponde. – A abraçou com todo seu carinho e ela sorriu largamente.

Nesse momento um certo fazendeiro chamado Victoriano Santos adentrou a cozinha e os olhos rindo e felizes, suspirou ali ele não poderia sentir ciúmes nunca mais ou ela mandaria ele para o inferno. Inês se soltou dele e estendeu a taça para que fizessem o brinde.

Victoriano se aproximou e ela o viu assim que colocou a taça na boca, Alejandro também o olhou e engoliu em seco ao ver a cara que ele tinha por ver eles juntos...

— Precisa de alguma coisa Victoriano? – Ele suspirou.

— Quero você lá fora para o anuncio, você é importante para Diana. – Olhou Alejandro. – Você também pode vir! – Ele assentiu.

Inês não concordava com o que ele e Débora tinham feito mais mesmo assim saiu junto a eles, estava de braço dado com Alejandro quando parou e esperou que o circo pegasse fogo, pois ela sabia que era isso que iria acontecer.

Elias se sentiu confiante e foi para o meio de todos e com o microfone começou a recitar um monte de baboseiras que deixou ate mesmo Débora envergonhada. Ele estendeu a mão e chamou por Diana que olhou para os lados e seus olhos foram de encontro aos de Alejandro e ele abaixou o olhar, Inês percebeu e acariciou o braço dele.

Elias ajoelhou frente a ela e abriu a caixinha...

— Diana, você aceita se casar comigo? – Ela suspirou e olhou o pai.

Victoriano tinha um sorriso enorme no rosto, fazia gosto naquele casamento mais somente ele fazia gosto porque ela não queria, Diana voltou a olhar para Elias e suspirou.

— Não! – Ele arregalou os olhos e foi ouvido um "O" ao fundo.

— Diana... – Ele falou entre dentes.

— Levanta Elias. – Ela pediu e ele o fez. – Eu não posso e não quero me casar com você! – Foi direta ali no meio de todos e olhou para o pai em afronta. – Se o quer tanto na família, casa você com ele papai! – Dito isso ela saiu dali como uma flecha.

Victoriano ficou sem reação e Alejandro se soltou de Inês e foi atrás de seu amor, mas a desordem estava longe de terminar, os burburinhos estava formado e quando pensaram que não poderia piorar eis que surge Emiliano levemente alterado e tomando o microfone da mão de Elias ele começa a falar.

— Boa noite a todos. – Sorriu e o coração de Inês gelou. – Para completar a noite, eu quero dizer algumas palavras para o grande senhor da casa. – Falou com sarcasmo. Inês se aproximou mais do palco com medo.

Victoriano não gostou nem um pouco do jeito dele, não era seu santo de devoção mais não o queria ver daquele modo, ele olhou Inês que retribuiu o olhar com um pedido de desculpa e subiu ali pra falar com o filho.

— Filho, por favor! – Pediu baixinho e ele se afastou.

— Não defenda esse homem que te roubou do meu pai e matou um homem por conta dessas terras. – Apontou o dedo para ele. – Agora entendo o porquê nunca me aceitou, tem inveja porque o meu pai conseguiu o que você nunca conseguiu. O amor da minha mãe e agora quer transformar ela em sua amante. – Gritou e Inês sentiu o mundo perder a cor.

Como era possível que seu próprio filhos estava ali a colocando em evidencia, Débora se enfureceu e se aproximou de Inês e a pegou pelo braço e falou somente para ela.

— Esta satisfeita agora vagabunda? – Inês a olhou e se soltou.

— Não toque em mim! – Débora estava com sangue no olho e nem pensou apenas deu um tapa no rosto de Inês que virou o rosto.

Victoriano prontamente se aproximou para tirar Débora de perto de sua morenita, mas ao fazer isso Emiliano veio como um galo cego para cima de Victoriano e deferiu um soco em sua cara. Victoriano apenas o olho...