Aprecei o passo e fui até ele, que já estava na rua, praticamente correndo, afinal, eu sabia que ele iria aparatar e eu tinha que explicar o que com certeza ele havia visto e foi pensando nisso que eu nem vi mais para onde estava indo. E o que devia ser um “leve puxar de braço” acabou sendo uma queda um tanto quanto feia. Ele caiu de bruços então não me viu e antes que eu fosse empurrada por ele me levantei as pressas assim como ele. O que eu posso dizer sobre a expressão de Draco Malfoy naquele momento? Que ele poderia colocar medo em qualquer valentão que aparecesse na frente dele? Bem, eu acho que isso é um exemplo! E se eu pensei que ele iria desfazer essa expressão eu estava completamente errado, pois mesmo depois de saber que eu trombei nele ela pareceu ficar pior. Não tinha só raiva tinha mágoa também, não parecia ser a hora para eu explicar o que havia acontecido ali, mais eu não poderia esperar depois de ver a expressão no rosto pálido do loiro.

–Draco... – arfei ofegante por conta da corrida e da queda – Essa é a coisa mais clichê que eu já disse em minha vida mais é a pura verdade! Não é nada disso que você está pensando!...

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–... Não é nada disso que você está pensando... E eu sei como você é precipitado e gosta de tirar conclusões precipitadas então me deixa explicar! – A garota falava rápido com os expressivos olhos azuis um tanto quanto arregalados.


–E por que não seria o que estou pensando? Ah, deve ser por que eu vi certo? – O loiro dizia sarcástico.


–E como eu á disse você adora tirar conclusões precipitada!


–Ah, francamente Astoria? Conclusões precipitadas? O cara estava em cima de você os dois no chão rindo como se fossem... Como se fossem... Argh!


–Eu sei, eu sei mais me deixa explicar não... Não foi isso que aconteceu! – disse aflita enquanto se aproximava dele que riu ironicamente.


–Explicar? Explicar o que? Que você estava prestes a beijar o ridículo do Enzo Davis? – Ele disse aumentando o tom de voz quando chegou ao nome do causador de toda aquela confusão. Astoria deu mais um paço a frente empurrando de leve o loiro.


–Cala a boca! Acha mesmo que eu ia ficar com outra pessoa estando com você? Acha mesmo que eu sou uma vadia e... – Ela parou de esmurrar o peito do garoto e respirou fundo ficando de repente com uma expressão pensativa. É claro que Draco Malfoy não admitiria nunca que aquela expressão dela era uma das que mais o deixavam assustado e ansioso. –Espere um momento... – ela disse se afastando mais dele. Era um milagre não terem pessoas ao redor dos dois vendo a confusão mais àquela hora da manhã as pessoas tinham mais o que fazer... Era o que ambos esperavam. – Quem é você pra me acusar desse jeito como se eu estivesse te traindo?


–E o que você pensou que estava fazendo com se deixou ser agarrada pelo Davis? – O loiro perguntou ficando vermelho de tão irado que estava.


–Não eu não estou traindo você! Afinal por acaso somos namorados Draco Malfoy? – A garota perguntou deixando o loiro que tinha respostas ariscas na ponta da língua sem fala. –Vamos me responda oh todo poderoso dono da verdade! Somos namorados? Você me pediu em namoro? Quando? Em um universo paralelo? Ou depois de pedir – me em namoro me jogou um “obliviate”? – ela dizia sarcástica fazendo o loiro se irritar mais.


–Cale a boca Astoria. – A Greengrass riu secamente.


–Viu só? Você não tem direito de me cobrar nada! – ele como certeza não era mais o único irritado agora. E o ruim de manter um briga quando ambas as partes estão deveras irritadas é o fato de não terem “papas na língua” e a porcentagem de se arrependerem do que falam no “calor de momento” é de 99,9%.


–Ótimo! Então é assim? Nós não temos nada? – ele perguntou agora serio.


–Me diga você! Não foi você que chegou me acusando? Você me deve essa resposta! – ela disse cruzando os braços deixando os orbes azuis determinados se cruzarem com os orbes cinza, que estavam mais misteriosos que nunca. Isso irritava Astoria! O fato de não conseguir esconder o que pensava ou sentia do jeito que ele fazia. Com certeza aquilo já era hábito para ele.


–Eu... – Ele começou mais se calou logo enquanto voltava a encarar a garota que suspirou frustrada. Ele podia ter mudado mais o orgulho continuava o mesmo, disso ela não podia reclamar ela também era orgulhosa era genético. Mas, ser compreensiva quando a isso não ia impedir ela de falar.


–Quer saber Malfoy? – perguntou retoricamente não tirando os olhos dos deles. – Quando você resolver colocar esse seu orgulho de lado, pelo menos um segundo se que, você me procura. E quem sabe, me da uma resposta! A resposta que eu quero ouvir. – Não. Ela não tentou explicar o que realmente havia acontecido novamente. Ela não iria dar o “braço a torcer” assim como ele não iria para-la como ela imaginou por alguns segundos que ele faria. Assim como ela ele também deu as costas e logo o barulho sonoro de conhecido “crack” comprovou que ele não estava mais ali! Ela estava voltando pra casa ignorando os olhares de algumas, poucas, pessoas que flagraram a discussão. Torceu pra quem quando abrisse a porta que estava escorada não encontrasse Enzo lá, ela queria paz e o moreno só ia fazer a mesma lembrar o loiro, ou melhor, a discussão que teve com o loiro! Ela iria usar magia e deixar o castigo sem pé nem cabeça de seu pai pra lá, iria acabar logo com aquela bagunça que era sua casa para então se jogar em sua imensa cama e tentar pelo menos por uns minutos relaxar coisa que ela não fazia há muito tempo e convenhamos que talvez ela até merecesse.

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Não muito longe dali o jovem de cabeleira castanha escura, quase negra, observava a Greengrass mais nova entrar no prédio de seu apartamento com um sorriso mínimo e um tanto quando “sombrio” nos lábios, sorriso bem diferente do que costumava usar no dia a dia quando estava na presença das pessoas. Ele tinha visto o casal brigar como o esperado e o sorriso se alargou um pouco mais “foi muito fácil” pensou enquanto tirava uma carteira de cigarros dentro de um dos bolsos da calça e o prendia entre os labios finos, o ascendeu com a própria varinha. Estava satisfeito consigo mesmo, conseguiu o que queria sem se “queimar” com a garota que tanto queria e que não estava em seus planos perder! A verdade era que Enzo Davis era sombrio e malicioso do que aparentava ser, e por mais que o mesmo achasse e de fato fosse um bom ator nunca se candidataria para o papel do “mocinho” não fazia ser “verdadeiro” estilo.