CAPÍTULO 4 – SEGREDOS – parte 1

Após o café em família, Edgar e Laura levaram Melissa para a escola no Morro da Providência e partiram ao encontro de Guerra que lhes encomendou uma matéria a respeito das celebrações que estavam sendo organizadas para a chegada de 1912.

A virada de ano representou um marco para o Rio de Janeiro. Em 1912, o Senado da Primeira República foi renovado por eleições; além disso, a cidade se expandiu de forma acelerada obrigando a população de baixa renda a se abrigar nas encostas dos morros, tornando esse tipo de habitação insalubre cada vez mais comum. O Brasil, de forma geral, também enfrentou desafios políticos no Nordeste que afetaram a estabilidade carioca.

Apesar de todos esses revezes, o ano que chegou foi o primeiro em muito tempo que Laura e Edgar passaram juntos e eles estavam muito felizes com isso.

Edgar colocou a mão da cintura de Laura: O próximo vai ser o melhor da minha vida

Laura sorriu para Edgar, confusa: Ué, por quê?

Edgar beijou-a no rosto: Porque depois de tanto tempo vou passar com o amor da minha vida.

Laura deu um beijinho na boca de Edgar e todos sorriram.

Guerra: É muito bom ver vocês assim! Pra mim também será um ano diferente. Com a Célia e em breve com nosso filho.

Laura e Edgar em uníssono: Filho??

Guerra sorriu e soube que tinha falado demais: Em breve vocês vão saber. Vamos voltar à matéria, certo?

O casal se olhou desconfiado, mas concordou. Ficaram a par dos detalhes de sua próxima matéria e após deixarem o jornal, Edgar quis passar na tecelagem para ver como sua mãe estava levando os negócios depois do divórcio.

Edgar: Meu amor, tudo bem se passarmos na fábrica pra eu ver minha mãe? Eu to preocupado com ela. Não sei se está conseguindo levar a tecelagem. Além disso, estou com tantas saudades.

Laura sorriu e passou a mão pelos cabelos de seu marido: Claro, meu amor! Mas tudo bem se eu esperar no carro? Você sabe, né? Eu não queria encontrar o ...

Edgar ficou com a fisionomia mais sombria e respondeu: Não sei por que minha mãe insistiu nessa ideia... – Suavizando sua expressão, respondeu – Mas é claro, meu bem, eu vou ser rápido, se você não se importa de ficar no carro...