Capítulo 03

O agente escuta e suspira triste, questiona sem entender:
Renato: Não? Mas...porque? É uma ótima oportunidade.
Ela escuta e responde beeeeeeeem sem paciência:
Victoria: Exato! Não, eu não vou por duas razões: A casa de modas Victoria tem como objetivo o México, e não o mundo. Segundo lugar: Cuba?! Não, esse país jamais.
Ele escuta e suspira bem contrariado, mas tenta uma vez mais:
Renato: Tem certeza?! Poderia ser uma ótima oportunidade! Sua casa é demais, a senhora e suas modelos tem talento, que com certeza desbancaria todas as outras casas. Além do mais, não seria um desfile qualquer, e sim para uma bienal muito importante e reconhecida. A senhora não precisa responder agora, tem o meu cartão, não tem?! Pois bem, pense e qualquer coisa me ligue, ficarei no país essa semana, acho que é tempo suficiente.
Ela escuta, olha para o cartão do agente, suspira e fala por cortesia:
Victoria: Ok, Renato! Você venceu, prometo que irei pensar e te dar uma resposta dentro de três ou quatro dias.
Ele sorri muito contente com a resposta, fala com muito entusiasmo:
Renato: Muito, muito, muito, muito, muuuuuuuuuuuito obrigada! *-* Tenho certeza absoluta, de que se a senhora decidir vir, não vai se arrepender!
Ela escuta, sorri de leve contagiada pelo entusiasmo dele:
Victoria: Está bem Renato. Perdão, mas agora tenho que ir. Nos falaremos!
Ok! -Disse ele enquanto vê Victoria ir, e também sai com um sorriso radiante-
Victoria continua seu percurso até a sala, logo chega e tranca a porta, pega a pequenina boneca de pano que era sua companheira, alisa o cabelo dela, suspira e pensa:
[Pensamento da Victoria mode on]
Meu Deus, e agora o que faço?! Vou ou não para Cuba? Eu...eu não quero encontrar o Heriberto, eu o odeio com todas das forças do meu coração, com a mesma intensidade que um dia eu o amei, hoje o odeio, odeio, odeio e ODEIOOOOO! Ele foi o grande causador de todas as minhas dores, absolutamente todas! Bom, todas menos uma: O seu sumiço minha Maria! Minha, MINHA SIM, minha Maria! Ele deixou a gente sem sequer importar com você! Eu mandei aquela carta a ele, mandei tudo que consegui para dizer que queria vê-lo antes que ele fosse e contar sobre você, mas ele não apareceu, não quis saber, nem se despediu de mim. Miserável cafajeste! Depois que teve o que quis de mim foi fácil sumir e esquecer. Mas quer saber de uma coisa minha filha?! Por você eu vou, eu vou a Cuba sim senhor! Passou-se muito tempo, e estou no meu direito de reclamar o abandono, a falta de amparo. Nunca ia pedir pra que ele assumisse a gente, só queria que ele soubesse de você e nos amparasse de algum modo, mas nem isso esse infeliz fez! -Fala levantando agarrada com a boneca, pensa já um pouco alto e em tom bem decidido, enquanto olha para fora da janela com fúria- Prepare-se Heriberto Rios Bernal, você vai pagar por ter abandonado a mim e a sua filha sem consideração! Vou fazer você conhecer o inferno na Terra como por sua culpa eu conheci, ou não me chamo Victoria Sandoval.
[Pensamento da Victoria mode off]

Victoria então vai rapidamente até a mesa, pega o cartão do agente e disca seu número, espera pacientemente que atenta, até que escuta uma voz:
Renato: Alô?
Ela escuta a voz e responde:
Victoria: Alô, é Renato quem fala?
Ele escuta e sorri, fala já confirmando:
Renato: Sim é ele, quem gostaria?
Victoria Sandoval! -Responde ela sem delonga-
Ele escuta e arregala os olhos do outro lado da linha, pois havia ficado realmente surpreso já que a promessa de resposta foi de 3 a 4 dias, e jamais imaginaria que fosse contatado de forma tão adiantada, sorri muito feliz e responde:
Renato: Dona Victoria, que prazer falar novamente com a senhora *-* Em que posso lhe servir?
Victoria escuta e também sorri, gostando de tamanha gentileza, então responde diretamente como sempre:
Victoria: Bom Renato, tu me falaste dessa bienal e eu sinceramente não havia escutado falar dela, mas fiquei curiosa. Quando ela será realizada?
Ele escuta e sorri, responde prontamente:
Renato: Dentro de um mês e meio senhora Sandoval.
Ela escuta e fala espantada:
Victoria: UM MÊS E MEIO?!?!?!?! Mas isso é muito pouco tempo, preciso preparar muita coisa o.o
Ele escuta, gargalha com a reação dela e vai logo se justificando:
Renato: Calma dona Victoria, eu sei que é! Mas não precisa muito mais do que recém presenciei, e além do mais, minha assessora Débora e eu estaremos prontos para auxiliá-la em tudo que necessitar.
Victoria escuta e suspira, faz uma pausa e logo continua a falar:
Victoria: Está bem, sendo assim, vocês podem confirmar o nome da minha casa de modas nessa bienal.
Ele escuta, fala como se não acreditasse:
Renato: Sério isso dona Victoria?! *------* Que alegria nos dá *---* Quando podemos nos encontrar para ver os detalhes?
Ela escuta, sorri e responde:
Victoria: Sim, sério mesmo! Podemos nos encontrar quando você quiser.
Ele escuta, e responde com pressa, como se não quisesse deixar que Victoria mudasse de ideia:
Renato: Na Quinta-Feira ás 16:00 , pode ser?
Ela escuta, e fala já anotando a data e horário combinado em sua agenda:
Victoria: Perfeito, estarei esperando você aqui no meu escritório. Te mandarei o endereço para o e-mail que você deixou no seu cartão de visitas.
Combinado! -Responde ele com muita empolgação- Até lá então!
Até! -Responde ela já desligando
Ela então guarda o telefone e fica na sua cadeira, girando-a de um lado para o outro, perdida em seus pensamentos:
[Pensamento da Victoria mode on]
Ai meu pai amado, será que eu não fiz besteira?! Ele pode nem mais estar em Cuba, e outra, ir motivada por vingança?! Isso não é certo. Mas é preciso, ele tem que saber, tem que me ver, e tem que me ouvir! Eu preciso de uma explicação, e vou atrás dela, custe o que custar! Se ele não estiver em Cuba, o busco onde for. Mas peço minha explicação e me vingo, ah se faço isso! Depois vai ser focar em encontrar a minha filha, minha pequena Maria *-* Onde será que você está meu amor? :( Se estiver viva, deve ter a idade dessa menina que veio aqui hoje, Maria Desamparada. Maria Desamparada! O que será que levou essa pobre menina a ficar órfã? Pobrezinha dela! Não consigo entender algumas coisas sabe? Eu aqui, louca para achar minha filha, e a mãe dela a abandona. Que vida injusta =/ O que será dela quando sair daquele orfanato?! Não, não quero nem pensar! Eu tenho que dar um jeito de ajudar ela! Parece ser tão boa, doce, meiga! A forma como ela me abraçou, fez com que eu me sentisse tão especial, foi incrível! Tive a sensação de que nos conhecemos há décadas. Mas deve ser por isso, para ela falta a mãe, e para mim a filha, por isso me compadeço. Ela quer ser modelo, não?! Vamos dar uma força! *-*
[Pensamento da Victoria mode off]
Victoria se meche toda sorridente na cadeira de seu escritório, pega o telefone e disca um número que conhecia bem, logo é atendida e fala bem empolgada:
Victoria: Alô, madre superiora, tudo bem com a senhora? Aqui quem fala é Victoria Sandoval, liguei para falar a respeito daquela mocinha, a tal Maria Desamparada. A senhora tem um tempo?!