Assim que terminou o tal serviço no carro de Carlos Daniel o homem conseguiu sair do estacionamento da fábrica sem ser visto. Enquanto isso dentro da Fábrica, Paulina e Jorge se acomodavam na sala da secretária para conversar.

– Paulina na verdade eu estou muito nervoso e nem sei direito por onde começar, mas a verdade é que desde que te vi novamente, eu não consigo parar de pensar em você, eu nunca te esqueci e nunca deixei de te amar, mesmo sabendo que você não vai acreditar, eu não podia mais guardar isso... – Ele pegou as mãos de Paulina e a olhou no fundo dos olhos.– Eu te amo Paulina, eu nunca te esqueci... – Ela afasta suas mãos, levanta e o interrompe.

– Jorge, é melhor parar por aqui, se você realmente me ama, tem que aceitar que eu sou feliz ao lado do Carlos Daniel, e nunca vou poder te corresponder, porque eu amo meu marido com todas as minhas forças. – Fala Paulina um pouco atordoada com a revelação de Jorge.

– Paulina o que eu mais quero é te ver feliz, mas tenta entender o meu lado, a gente terminou por um mal entendido e...

– Não insista Jorge, por favor, o nosso tempo já passou, se você tivesse corrido atrás naquela época quem sabe estaríamos juntos até hoje, mas agora, só o que posso te oferecer é a minha amizade.

– Você não sente mesmo nada por mim? – Perguntou Jorge se aproximando cada vez mais, Paulina andava para trás, Jorge não perdeu a oportunidade e a prensou contra a parede, ele acariciou o rosto dela com uma mão e com a outra segurava o braço para ela não escapar.

–Para Jorge, por favor...

Nisso ele aproxima seu rosto e começa a beijá-la, ela tentava se soltar, mas ele era muito forte e ela estava ‘presa’ ali. Naquele momento Carlos Daniel foi buscar uns papéis que estavam na sala e ao abrir a porta se depara com sua amada Paulina sendo beijada por outro homem, o sangue dele ferve e no mesmo instante ele corre para onde eles estão, puxa Jorge e lhe dá um soco o fazendo cair, Paulina estava paralisada e chorando muito.

– COMO VOCÊ PÔDE PAULINA? - Carlos Daniel gritava de raiva e andava de um lado para o outro.

– Carlos Daniel, por favor, me escuta, não é o que ta parecendo! – Paulina falou desesperada.

– Como não?! Depois de tudo o que tivemos ontem, eu encontro você aqui dentro da fábrica aos beijos com o seu ‘amiguinho’.

– Meu amor, por favor... - Antes de Paulina continuar ele já havia saído em disparado, ela correu atrás e o chamava, mas ele foi feito um furacão, entrou em seu carro e saiu cantando os pneus. Paulina não sabia o que fazer, ela sentia que algo de ruim poderia acontecer pela forma com que Carlos Daniel saiu dirigindo, então ela correu de volta para dentro da fábrica e foi buscar sua bolsa, para poder ir atrás dele.

Carlos Daniel dirigia pelas ruas disparado, parecia um louco no volante, até que ele passou em sinal amarelo e notou um caminhão vindo na outra direção, ele tentou frear com todas as forças, mas o carro não correspondia e em questão de segundos tudo se apagou, o caminhão já havia se chocado com o carro que havia capotado por mais de 50 metros. O motorista do caminhão teve leves arranhões e quando viu o estado que tinha ficado o carro de Carlos Daniel ele saiu às pressas sem prestar socorro com medo de ser preso. No momento do acidente Paulina que estava entrando na sala sentiu um enorme aperto no coração e Jorge que ainda estava se recompondo do soco, vai até ela e pergunta se está tudo bem.

– Não! Alguma coisa aconteceu com o Carlos Daniel, eu to sentindo, eu preciso ir atrás dele. – Paulina pega rapidamente sua bola e vai quase correndo até a saída da Fábrica, Jorge vai atrás e diz que vai com ela, mas Paulina diz que ia sozinha, pega um táxi e vai em direção a mansão Bracho.

Enquanto isso no local do acidente, as pessoas que passavam por ali ligavam para a ambulância e tentavam ver se Carlos Daniel que estava preso as ferragens reagia de alguma forma, mas era em vão, ele estava desmaiado e sangrando muito. 5 minutos depois a ambulância e também a polícia e os bombeiros chegaram ao local, com muito esforço tiraram Carlos Daniel do meio das ferragens e o levaram imediatamente para o hospital, pois o estado dele era gravíssimo. Paulina chega em casa e ao perceber que ele não está lá, sai sem que ninguém perceba, pois não queria preocupar Vovó Piedade, então quando está voltando para o táxi, seu celular toca, era do hospital, avisando sobre o acidente de Carlos Daniel, ela se desespera ainda mais, mas tenta se acalmar, entra no táxi e vai até o hospital Central.

Chegando lá, ela corre para a recepção onde pedem para ela aguardar o médico que já estava vindo falar com ela, aquela espera a estava matando, 10 minutos pareceram uma eternidade, até que o doutor Varella apareceu.

– Doutor como está meu marido? – Perguntou Paulina assim que o viu.

– Primeiro a senhora precisa manter a calma, e ser muito forte, pois as notícias infelizmente não são nada boas...

– Por favor, Doutor fala logo o que aconteceu com Carlos Daniel? – Paulina o interrompe.

– Ele está...